Jujuba tinha dormido muito bem durante a noite, acordava cedo com um sorriso aos lábios. Ela se esticava, agora que caia na real, o que acabou de acontecer ontem a noite? A vampira queria algo sério com ela, mal podia acreditar naquilo, imaginava ser uma paixão boba. Podia ter sido só um sonho, é talvez fosse apenas um sonho. A princesa pensava coçando os olhos, pegava sua agenda a cabeceira da cama. Mas o que era aquilo? Um dia livre? Não tinha marcado nada para hj? Como isso poderia acontecer? Apenas havia escrito em letras pequenas que era uma folga e tinha a assinatura de Menta. Mas o mordomo tinha dispensado as tarefas dela será? Ela tocava uma campainha próxima a cama, logo o mordomo entrava correndo ao quarto.
-Chamou princesa?
-Sim. Dispensou todas as minhas tarefas?
Resmungava ela sem aprovar a ideia.
-Na verdade, adiantamos várias delas, só sobrou cultivar o jardim que fiz enquanto dormia, nem precisou.
-O que farei hj menta?
Ela se esticava na cama.
-Descanse princesa.. Ahhh vc tem visita, lhe mandou isso.
Ele entregava duas rosas vermelhas a ela e um cartão.
-É da senhorita Marceline, sua paquera.
-Namorada.
Bufava ela olhando o cartão.
-Quando percebi que gostou da rosa, logo fui atrás de outra. Em homenagem a ontem a noite, consegui mais duas dessas, representam nosso amor, que floresce a cada dia, tão vermelho quanto uma rosa.. ohh.. por que li em voz alta.
O rosto dela ficava rubro e o mordomo apenas ria.
-Sua namorada é bem romântica, digno de uma princesa. Olha, ela tá esperando vc lá embaixo, faz umas três horas. E eu atrasei seu relógio para não acordar vc muito cedo, são dez horas agora.
-MENTA.
Ela gritava saltando da cama para se arrumar.
-Diz a ela que tô descendo.
Menta dava uma risada se retirando, ia levar o aviso até a vampira.
Chegando até lá ele via a rainha deitada ao ar, com as mãos atrás da nuca, parecia cochilar.
-Senhorita Marceline. A princesa Jujuba vai descer logo.
Dizia o mordomo gentilmente. Ao ouvir isso ela se ajeitava ao ar, apenas flutuando ereta, vestia sua habitual calça jeans e blusa cinza.
Não demorava para Jujuba descer, estava com um óculos, os cabelos soltos, uma blusa branca com uma listra única vermelha bem no centro e um short marrom.
-Desculpa a demora.. até vesti qualquer coisa..
Dizia a princesa corada, tinha até esquecido de colocar sua coroa. A vampira se aproximava da mesma segurando as mãos dela.
-Gosto de sua simplicidade. Está linda, como sempre. Mas te adoro de óculos.
Ela mexia em uma mecha de cabelo da rosada, colocando a mesma atrás da orelha, dava um beijo a bochecha dela.
-Quero apresentar meu pai pra ti. Mas.. vai ter que comer algo antes, a viagem vai ser longa. Ele vai estender a folga, sacomé trabalha por contra própria e tal.
A princesa olhava para a cozinha, puxando a vampira pela mão até lá.
-Estou com vergonha Marcy, e se seu pai me achar estranha? Sou de açúcar.
Jujuba dizia insegura.
-Quando descrevi vc ele te achou linda.
Ela dava uma risadinha indo até a geladeira, pegava uma fatia de um bolo de morango. Jujuba pega um garfo na gaveta. A rosada se apoiava na pia enquanto a cinzenta flutuava segurando o prato para ela.
-É tão diferente ficar perto de vc. Seu jeito, seus poderes, foge da minha rotina.
Marceline dava uma risada.
-Foge da minha também. Confesso que é um pouco depressivo ser imortal, todos que conheço estão mortos, inclusive minha mãe, amava muito ela. Simon enlouqueceu e meu pai é muito ocupado, as vezes fico anos sem vê-lo.
Ela suspirava. A rosada leva um pedaço de bolo até a boca amada, que comia e sorria.
-Vlw Bonnie, em tempos sombrios vc vem sendo minha luz.
Novamente a princesa olhava para o lado sem graça.
-Me deixa sem palavras Marcy.
A vampira dava uma risada.
Bonnie não demorava para terminar de comer, logo a vampira desenhava algo na parede com um giz.
-O que está fazendo?
Perguntava a princesa curiosa.
-Meu pai fica em outra dimensão, então vou abrir um portal para lá.
A vampira furava o próprio dedo pingando um pouco de sangue bem ao centro do desenho, logo o dedo dela se curava. E um portal negro surgia diante delas.
-Segura na minha mão.
Marceline esticava a mão. Jujuba se afastava um pouco, puxando o mordomo que as espiava.
-Vou levar ele.
Segurando o mordomo com uma mão ela segurava na mão da vampira com a outra e logo adentravam ao portal.
Em poucos segundos estavam em uma casa, era a sala, onde havia um antigo sofá, na frente uma tv bem tecnológica, era um tanto contraditório, mas aquilo não era o mais bizarro. Havia olhos em vidros e marcas de sangue por vários lados das paredes, era sangue seco. Jujuba soltava seu mordomo.
-Que bizarro!
-Meu pai gosta de decorações horripilantes.
O mordomo se assustava e se escondia embaixo do sofá. A tv estava ligada, conectada a um vídeo de uma novela muito antiga.
-Papai?
Marceline chamava segurando a mão da amada.
-Estou aqui Marcinha. Vem na cozinha.
Uma voz grossa de dar arrepios era ouvida da cozinha.
-Como seu pai é?
A princesa engolia em seco.
Lentamente elas se aproximavam da cozinha. Ele estava com uma blusa branca, não estava em boa forma. O rosto tinha umas curvas estranhas, as orelhas pontudas, a pele quase ao mesmo tom da vampira, porém os olhos dele eram finos. Não era tão assustador quanto a princesa pensava, a não ser aquele short dele de patinhos, aquilo sim era pavoroso. Hunson estava mexendo na geladeira, com um sanduíche na mão.
-Marcinha, ficar em casa foi tão bom, alonguei pra uns dois dias minha folga, ainda bem que veio me visit...
Ao ver ela de mão dadas com uma bela e adorável jovem ele ficava boquiaberto. Porém sorria em seguida.
-É ela?
-Pai essa é minha namorada. Bonnibel Jujuba.
Ambas estavam sem graça olhando para o lado com o rosto levemente corado. O homem colocava o sanduíche em cima da mesa abraçando as garotas.
-Ahh Bonnie, é assim que ela te chama, Marcy falou tanto de vc, não tem ideia. Ela disse que seu cabelo é como chiclete, vc é tão doce que seu beijo chega a dar cáries, mas ela falou que vale a pena.
A princesa franzia a testa olhando pra vampira.
-Cáries?
-Desculpe era brincadeira.
Jujuba começava a rir.
-Tola, foi zuado.
-Nem te conto o que ela me disse. Falou que seu..
-PAIII... PARA COM ISSO.
A vampira gritava já num tom rubro.
-Era pra ficar entre nós tá?
-Ahh entendi. Desculpe por isso, Marcinha não é social, nunca trouxe alguém para conhecer, não sei como reagir. Bem.. vou ali.. comer um pouco e conversem comigo.
Ele se sentava a mesa comendo seu sanduíche olhando as duas com um brilho ao olhar. Ambas se olhavam.
-Ele é pirado na batatinha.
Dizia a vampira enquanto a princesa apenas ri.
-O que mais ela falou de mim?
-Bonnie...
Marcy reclamava.
-Disse que seu corpo é perfeitamente desenhado, parece até esculpido.
Ele falava com a boca cheia. A rosada corada apenas ria.
-Pai.. por favor pare vai.
-Ela pediu.
Resmungava ele.
-Marcy, isso foi engraçado.
A princesa era a única achando graça, mesmo que estivesse um pouco envergonhada.
-Posso fazer uma pergunta?
Dizia ele animado, já havia devorado todo o sanduíche.
-Faça.
Dizia a princesa.
-Minha filha puxou ao pai? Dá uns ótimos amassos?
Ambas ficavam rubras enquanto ele olhava elas normalmente.
-P-pai.. p-pare com isso.
A vampira dizia envergonhada.
-Ela ainda não me deu uns amassos, mas é bem romântica e carinhosa.
As perguntas dele eram ousadas, Jujuba estava envergonhada, mas como princesa foi treinada para responder perguntas do tipo e tentar agir normalmente.
-O quarto da Marcy é lá em cima, fiquem a vontade.
Ele apontava para a escada que leva ao segundo andar, logo se levantando.
-Pai pare com isso..
Resmungava Marceline.
-Vou ver minha novela.
Ele dava as costas indo até a sala, onde se sentava ao sofá. O mordomo o olhava assustado.
-Pode ver comigo, eu não mordo.
Menta criava coragem sentando ao sofá no lado do homem, ambos assistiam a novela juntos agora.
-Vai me apresentar seu quarto.
Jujuba dava uma risada vendo a vampira sem graça.
-Agora sei como deixar vc toda sem jeito.
Ela terminava a frase.
-Quase nunca durmo aqui, meu quarto deve estar uma zona.
Marceline comentava.
-Tem fotos suas lá?
-Tem sim. Vou te mostrar, tem umas de eu pequena bem fofas.
-Adoraria ver.
A vampira segurava a mão dela subindo as escadas com ela. A princesa sorria.
O quarto da vampira era bem escuro, todas as janelas da casa eram vedadas por madeira, sabe-se lá por que. Jujuba imaginava que era por causa do sol. A luz do quarto era fraca, alguns CDs de rock estavam empilhados ao canto, até tinha umas músicas pop. Jujuba olhava os CDs.
-My Glub. Tem música mais velha que eu.
-Era da época que meus pais namoravam.. na verdade acho que nunca se casaram, ele não gosta de lembrar disso.
Marcy procurava algo na gaveta, logo achava um álbum de fotos. Jujuba encostava a porta e ligava um dos CDs antigos para ouvir. O quarto era pequeno, porém a cama era macia. Estavam sentadas a beira da cama, Marceline mostrava as fotos para ela.
-Que fofinha vc pequena. Achei que vampiros não tivessem reflexos.
-Era metade humana e metade demônio. Minha parte humana virou vampiro quando estava mais velha, ai fiquei imortal.
Comentava mostrando a foto da própria mãe, era uma bela mulher negra com olhos bem verdes.
-Sua mãe é linda.
-Eu sei, morava com ela em um trailer, mas aconteceu um acidente quando eu tinha 7 anos. Eu sobrevivi, ela não, foi quando Simon cuidou de mim.
Ela mostrava uma foto de Simon.
-Eu guardei o álbum aqui pq lá no meu trailer vivo perdendo coisas.
-Por isso mora em um trailer, lembra sua mãe.
-Hurum.
Marceline ficava contanto histórias enquanto foliava o álbum, a princesa parecia interessada em conhecer ela melhor.
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