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História A Via Láctea - Mais do que um ombro amigo.


Escrita por: vanaheim

Notas do Autor


Essa é uma songfic de “a via Láctea”, música da banda legião urbana. Que tanto me inspira.

Eu estava (ou provavelmente ainda estou) na bad, e também estava muito louco nas trufas. E com uma puta, imensa, louca vontade de escrever, novamente, uma fanfic valzhang (amo muito esse shipp sim!). Então saiu essa. Espero que gostem!

Boa leitura, e me desculpem por qualquer erro.



As imagens usadas na produção da capa foram encontradas na internet; créditos ao fanartista e fotógrafo.
Os personagens que aqui se encontram, como vocês bem sabem, não me pertencem. São de obra autoral e intelectual de Rick Riordan; créditos.


O enredo é meu e exclusivamente meu; créditos.

Capítulo 1 - Mais do que um ombro amigo.


“Quando tudo está perdido

Sempre existe um caminho

Quando tudo está perdido

Sempre existe uma luz

Mas não me diga isso!”

 

Leo estava deitado na sua cama, provavelmente desde que chegara da escola e isso já se faziam algumas horas , sua cabeça estava repousando em um dos seus travesseiros. E seu corpo estava abraçado a outro. O moreno só queria um tempo sozinho, para remoer algumas lembranças. Deixou seu celular de lado e de tudo, que de certo modo, lhe conectasse com a realidade. Pediu que seu pai o deixasse “em paz”, que com muita relutância o deixou alí, e fora trabalhar, até propôs que faltasse aquele dia para ficar com o filho, mas o Valdez mais jovem negou dizendo que não precisava.

Leo chorava, um choro contido  na escuridão do seu quarto. Escuridão essa que era quebrada somente pela luz do corredor que esgueirava-se de forma suave pela porta entreaberta.

Hoje, Hoje foi o aniversário de sua mãe.  Já se faziam seis anos que ele não podia ver o seu sorriso, sentir o calor do seu abraço, dos seus beijos. E isso sempre o deixava triste. Leo fez tudo como faz anualmente naquele dia, desde que ela se fora. Logo após a escola deixava um arranjo de La Dalia's sobre o seu túmulo. Ela amava aquela flor, principalmente as lilases. De forma alguma aquele pequeno ato suprimiria o vazia que ele sempre sentia quando esta data se aproximava, chegava e logo passava. 

Quem diria que um pequeno acidente, um curto circuito, poderia fazer tamanho mal. 

 

 

“ Hoje a tristeza

Não é passageira

Hoje fiquei com febre

A tarde inteira

E quando chegar a noite

Cada estrela

Parecerá uma lágrima.”

A rapidez em que as chamas se alastraram naquela oficina. A visão, os gritos de sua mãe retumbavam em sua mente. Como se pudesse ouvi-la agora, nesse instante. Nenhuma criança estaria preparada para aquilo.

“ não se aproxime Leo. Corra, fuja.”  

Foi o que o pequeno Valdez fez. Correu em prantos em busca de auxílio. 

Como ele mesmo gostava de falar: como um covarde!

Mas ele não fora assim tão rápido, e um resquício de culpa o assombrava.

 

 

“Queria ser como os outros

E rir das desgraças da vida

Ou fingir estar sempre bem

Ver a leveza

Das coisas com humor.”

 

As lembranças ainda são dolorosas para Leo, ainda fazem seu peito se comprimir em melancolia, e as lágrimas fluírem por seus olhos com facilidade. Nem mesmo ele ousaria reprimi-las. Era como se pudessem lavar sua alma. Mesmo que o sorriso de hoje sedo, na escola, estivesse presente. Era notável  melancolia em seu olhar. Isso era uma coisa  que o Valdez não conseguiria evitar de demonstrar.

E tinha um certo alguém que o conhecia muito bem. Porém, para um súbito “alivio”,  ele  havia faltado nesse dia. Leo não gostava de deixar o outro preocupado.

 

“Mas não me diga isso...

 Eu nem sei porque

Me sinto assim

Vem de repente um anjo

Triste perto de mim. ”

 

Frank Zhang abriu a porta do quarto do moreno com cautela, para que não fizesse nenhum ruído. Fez com que a intensidade da luz aumentasse, deixando o quarto mais claro e a silhueta de Leo, deitado na cama, visível. O moreno estava virado de costas para a porta, percebeu que alguém havia entrado em seu casulo. De pronto reconhecerá o invasor pelo seu perfume, permaneceu imóvel talvez se ele pensasse que estivesse dormindo talvez, talvez fosse embora.

Leo sentiu o outro extremo da cama afundar com o peso do outro. E as mãos do sino canadense se afundarem  em seu couro cabeludo, afagando  fios ondulados.

 

“Mas não me diga isso

Não me dê atenção

E obrigado

Por pensar em mim. ”

 

O sino-canadense acariciava as madeixas do amigo de forma terna, seus olhos acastanhados estavam fixos no outro. — eu sei que você não está dormindo, Leo. — a mão de Frank abandonou os cabelos do moreno. O que fez com que um baixo gemido desgostoso escapasse dos lábios de Leo, baixo porém audível o suficiente para que Frank escutasse. Um sorriso de canto formou-se no rosto do Zhang.

Leo virou-se para encarar Frank.

 — Oi... — foi o que o moreno conseguiu murmurar. Sua voz saíra rouca e arrastada, pois não a usava faziam algumas horas.

Os dois passaram bons segundos se encarando.

 Frank então notou que ele andou chorando, seus olhos úmidos e avermelhados eram o que mais o denunciavam. Frank levou seus polegares até as maçãs do rosto do moreno, enxugando o local. Odiava vê-lo assim.

— como você está? — ele precisava saber. Frank mais do que ninguém entendia como Leo se sentia. Sabia bem como era perder alguém próximo. É uma ferida que com o tempo cicatriza, mas a marca persiste.

 

 

“É só hoje e isso passa

Só me deixe aqui quieto

Isso passa

Amanhã é um outro dia

Não é?”

 

— eu... Eu estou bem. — um fio de voz escapou por entre seus lábios. Nem mesmo ele acreditou em tais palavras. Mas era sempre mais fácil dizer isso. A maioria das pessoas só fazem essa pergunta por fazer mesmo. Como se fosse uma obrigação. Não querem saber realmente o que você está sentindo. Por isso era melhor dizer o  que elas queriam ouvir. Mas lá no fundo Leo sabia que Frank não era como a maioria.

— não acredito em você. — A voz de Frank era seria, ele se sentou de uma forma mais confortável na cama. 

— Frank... — o Valdez se moveu de forma desconfortável na cama. Ciente de que Frank não o deixaria em paz.

— se você está bem, como você mesmo diz. Porque não fala no grupo, ou me reponde? Porque está trancado aqui, sozinho? — o tom de voz de Frank era baixo e sério.

Leo bufou um pouco irritado.

— eu só precisava de um tempo, OK!? — Leo não mais conseguia encara-lo. Por isso passou a fitar o teto.  — eu só... Eu só queria ficar sozinho. — murmurou baixinho.

— Leo, ela não querer que vo... — o sino-canadense se calou, quando viu-se sendo encarado pelas orbes marejadas do moreno. Sabia que tocar naquele assunto era como andar num campo minado. 

— olha... — Frank suspirou. — não acha que já teve tempo suficiente? Você se excluiu na sala de aula, que eu fiquei sabendo. Passou a tarde sem dar notícias. Nós sentimos sua falta. — Frank disse de forma suave, voltando a afagar os cabelos do outro, dos cabelos se passou para as orelhas pontudas do moreno. Ambos gostavam disso.

— foi meu pai que pediu para você vir aqui? — perguntou de olhos fechados. Curtindo o carinho do outro.

— sim. Mas eu já estava a caminho quando ele me mandou uma mensagem. — Frank falava enquanto se deitava na cama, e retirava seus tênis com os pés. — foi você que ensinou ele a usar? — perguntou já deitado. Queria fazer o outro falar, tentar dissipar essa aura triste que se apossava do local.

— sim! nem foi tão difícil assim. — o moreno conseguiu dar um sorriso, mesmo que esse não mostrasse seus dentes. Mesmo assim Frank gostou do que vira, Leo era sempre o mais animado do grupo essa tristeza  toda não combinava com ele.

 De repente, depois de alguns segundos de silêncio, Frank se pós sobre os cotovelos. — aí. Acho que os meninos falaram algo sobre ir ao cinema. — Frank retirou o celular do bolso e soube que eles já estavam lá,  certamente já assistindo. Mas o moreno não precisava saber desse detalhe. — acho  que ainda dá tempo. 

Porém para ‘a infelicidade’ do amigo, Leo negou com a cabeça. — eu realmente não estou muito afim de sair hoje. Eu só vou comer alguma coisa e dormir.

Vendo que seu plano havia falado Frank, tentou outra abordagem.

— ótimo! — Leo estranhou o grande sorriso que se formou no rosto do oriental, deixando seus olhos ainda mais repuxados e fechados.

— como? — Leo realmente não entendeu o motivo daquele sorriso.

— eu também vou dormir. Estou morto de sono! — Frank soltou um longo, falso, bocejo.

— você já vai? — foi o que o moreno perguntou. Lá no fundo ele não queria que o amigo fosse. Porém nada disse.

— ir  aonde? — foi Frank quem não entendera dessa vez, franzindo o cenho.

— ir para a sua casa. Você disse que estava com sono. — o moreno gesticulou com uma mão, enquanto apoiava o rosto na outra, deitado de lado.

— não, não. Vou dormir aqui! — Zhang disse convicto, rindo baixinho.

— mas... — tentou protestar Leo. Mas Frank parecia irredutível. E realmente estava!

— nada de “mas.” Agora vamos jantar que eu estou morrendo de fome.

Frank não esperou uma resposta do seu amigo. O arrastou até a cozinha, e o fez comer, duas vezes pois soube que ele não havia almoçado.

Aquela visita de Frank o renovou, pois até um filme o oriental fez ele assistir. Até seu pai, quando chegou, se juntou a eles, feliz por ver seu filho mais animado.

Talvez fosse isso que ele precisasse. De um ombro amigo, alguém que não permitisse que ele se afundasse em sua própria tristeza.

 

 

•°•°•

 

 

Já se passava das onze quando os dois resolveram se deitar. Leo nem de longe parecia com “o Leo” que Frank encontrara quando chegou. O moreno até fez piadas com a cara de sono do amigo, minutos atrás.

 

— hey, o que está fazendo? — Leo perguntou logo após se deitar na sua cama. O moreno trajava apenas um dos seus sambas-canções que sempre usava para dormir. Acontece que Frank havia se livrado de sua camisa e agora estava prestes a fazer o mesmo com sua bermuda. Leo sempre ficava desconcertado nesse tipo de situação, ainda mais com Frank. Por isso fora se trocar no banheiro, coisa  o amigo não está fazendo agora. Aliás nem roupa para se trocar e tinha, então q eu diabos ele estava fazendo?

 

— o que? — perguntou dando de ombros. — você sabe que eu não gosto de dormir vestido. — foi só o rapaz dizer isso, e se livrou de sua bermuda. Ficando apenas com sua cueca, aquelas cuecas que mais pareciam um calção. Bem folgado diga-se passagem, fazendo com que algo balançasse ali dentro. Leo desviou seu olhar passando  fitar o teto, não era hora para ter isso. 

— Ah... Eu vou dormir aqui na cama  se não se importa. Da última vez aquele colchão acabou comigo. — Frank deu um sorriso tímido enquanto se deitava. Leo nada dissera apenas maneou a cabeça concordando, por mais que sua mente gritasse “não, não, sim, não, não.”

Os dois tentaram dormir. Porém hora ou outra Frank se mexia. Tentando encaixar seu (grande) corpo naquela cama e achar uma posição confortável para si. 

Quando, enfim, ele achou uma posição que lhe deixava confortável. Deitou-se de lado, encolhendo um pouco suas pernas, de frente para o moreno, que estava de costas para si. Fechou os olhos tentando pegar no sono.

Leo virou-se e focou seu olhar em Frank, admirando o corpo escultural que o amigo possuía. Depois um certo tempo percebeu que a respiração do amigo ficou mais calma. E supôs que ele já estivesse dormindo.

O Valdez movia seu corpo minimamente, tentando não denunciar o que estava fazendo, deixando seus corpos um pouco mais próximo um do outro. Seus rostos também estavam bem próximo, tanto que Leo podia sentir a respiração quente de Frank, chocar-se contra o seu rosto. Fechou seus olhos apreciando a calorosa sensação que aquilo lhe causa, imaginando os lábios do outro colados aos seus. Num ímpeto acabou se aproximando um pouco mais, fazendo a cama balançar um pouco.

— se você se aproximar um pouco mais, eu vou achar que você está querendo me beijar. — Frank ainda com seus olhos fechados, falou. Com um sorriso fino nos lábios.

Leu assustou-se e quase caiu da cama com o movimento que fizera. Se o braço de Frank não tivesse circulado sua cintura com seu braço ele, de fato, teria caído. 

Seu coração nesse momento espancava a caixa torácica, tentando se recuperar do susto que levara. Devia ter imaginado que Frank não dormiria assim tão rápido. Agora um dos seus maiores segredos estava em risco, assim como a sua amizade. Assim pensou Leo.

— não, eu... Desculpa! Eu só... estava observando você. — comentou o moreno, sentindo-se um pouco culpado  levemente envergonhado.

Frank o encarou com os olhos semicerrados, mais do que o normal, e por fim sorriu.

— não!? Que pena, eu realmente esperava um beijo. — comentou o sino-canadense. Para a surpresa e espanto de Leo, que o olhou com os olhos levemente arregalados.

— O-Oque? — Leo perguntou um pouco desnorteado com aquela informação.

— você não quer me beijar? — Frank insistiu, estando aparentemente determinado.

— e-eu, e-eu... — o moreno não sabia o que dizer. Sequer conseguiu formular algo coerente para falar.

— “e-eu, e-eu. — o Zhang repetiu a “fala” do outro. — acho que vou considerar isso como um sim. — um largo sorriso se formou nos lábios de Frank, que se aproximava perigosamente do Valdez. Que por sua vez não movia um músculo. Permitindo que Frank unisse os lábios de ambos num beijo lento, casto. E como Leo queria aquilo, sonhara tantas vezes com aquele ato. Fechou  olhos curtindo a sensação calorosa que era sentir os lábios de Frank roçando nos seus. Suas línguas acariciando uma a outra de forma suave e lenta, como se tivessem a noite toda para aquilo.

Leo não ousou abrir os olhos quando os lábios do outro desgrudaram-se dos seus.

— isso. É um sonho? — se fosse ele faria questão de socar a cara de quem ousasse acorda-lo.

Para o seu espanto e contentamento. A voz de Frank preencheu aquele quarto de forma baixa. E Leo nunca se sentiu tão bem em ouvi-la — estranho. Não lembro de ter dormido. — comentou o Zhang. E logo o fitou com um sorriso de canto. — espera... Está dizendo que tem sonhos comigo... Sonho eróticos... — ele sussurrou a última parte. Mesmo com os olhos fechados Leo estava ciente que ele estava sorrindo.

— não, seu idiota. — O moreno esboçou um sorriso, um sorriso abobalhado, diferente dos que dera nas últimas horas. Deixando seus dentes a mostra. Era isso que Frank mais gosta em seu amigo, em Leo, os sorrisos. E as orelhas.

— isso Leo! Sorria! Alguém pode  apaixonar pelo seu sorriso, ou já pode estar! — Frank disse, fazendo Leo estremecer com tamanha intensidade do seu olhar. — mas sem ofensas OK?! — brincou, puxando  o moreno para mais perto  sí, deixando seus corpos colados. Selou mais uma vez seus lábios aos do outro. Durou alguns segundos mas foi o bastante para incendiar ambos os corpos.

— agora vamos dormir. Porque agora eu realmente estou com sono. — Frank murmurou sonolento, passando uma de suas pernas por cima das coxas o Valdez. Que se aconchegou nos braços do, até então, amigo. Ou agora seria algo mais?!

Leo (diferente de Frank, que já praticamente roncava) demorou um pouco para dormir. A sensação do beijo ainda persistia quente e vívida em sua mente.

A confirmação e que nada fora mais um dos vários sonhos de Leo veio pela manhã, quando o Valdez acordou sendo sufocado pelo abraço reconfortante e caloroso de Frank.

 

 

 

“Quando tudo está perdido

Sempre existe uma luz”


Notas Finais


Então.... É isso! Como eu havia dito: eu estava com uma puta vontade de escrever mais uma fic valzhang, saiu essa. :v
Como vocês mesmo podem ver, eu não sirvo para fazer drama. Hahaha
Que triste....

Vou deixar aqui o link de uma bela interpretação dessa bela música: olivrodosdias-interpretacao.blogspot.in/2011/08/interpretacao-via-lactea.html?m=1

E o link de um vídeo:
https://m.youtube.com/watch?v=F1Yz-bHXauI


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