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História A Vida Como Ela É - Capítulo Único


Escrita por: EuSemideus

Notas do Autor


++ É uma one-shot
++ Plágio é crime. Por favor, não copie. Tenho certeza que todos têm criatividade o bastante para criar suas próprias histórias. ;P
++ Nenhum dos fatos descritos aconteceu de verdade. Isso é só uma obra de ficção. As pessoas aqui citadas nunca cometeram tais atos.
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Olá, pessoal! Bem, sou nova nessa categoria, mas espero que gostem da fic. Fiz como um presente para uma amiga. Fico feliz que tenha gostado, Kelty XD
Por favor, aproveitem.

Capítulo 1 - Capítulo Único


Não era como se Kim Seokjin pudesse reclamar da vida que teve. 

Era o mais velho de três irmãos, com quem ainda mantinha uma forte amizade. Assim nunca foi uma pessoa solitária. Seus pais eram carinhosos e atenciosos. Mesmo tendo perdido o pai no início da juventude, não via isto como uma desventura. Sentia que aproveitara tudo o que pudera ao lado dele, sem falar que ainda tinha sua mãe. 

Na escola fora um aluno regular. Nada muito excepcional, como Namjoon, seu irmão do meio, mas também nada preocupante, como acontecera com Taehyung, o maknae da família. Não fizera muitos amigos, mas ainda guardava os poucos que tinha no coração e tinha-os ao seu lado. Cursou História em uma faculdade de renome e, quando já terminava seu mestrado, foi chamado por um professor para dar aulas na mesma. 

Jin acreditava que fora naquele momento que as coisas começaram a se tornar mais complicadas, mesmo que, de início, não parecesse. 

Conheceu-a em seu primeiro dia de aula como professor. Estava nervoso, afinal estava acostumado a lidar com adolescentes, e não adultos, mas forçou-se a manter a compostura. Ela estava sentada na primeira carteira. Lembrava-se claramente de como estagnara ao vê-la. Não que houvesse algo que distinguisse ChoA de qualquer outra garota. Em verdade, ela era um tipo bem comum. Cabelos pretos longos, franja cobrindo a testa, olhos escuros e pele clara. Ela levantara os olhos do telefone em suas mãos e sorrira pra ele, guardando o aparelho no bolso. Jin precisou segurar um suspiro e soube, naquele momento, que sua vida estava prestes a mudar. 

O namoro começou dois meses depois e o casamento veio após um ano, quando ChoA terminou sua faculdade. Eram o estereótipo de casal apaixonado. Sentiam-se felizes só de estarem um ao lado do outro e não escondiam o amor que nutriam de ninguém. Eram o típico casal 20. Todos torciam por eles e acreditavam que iriam ficar juntos pelo resto de suas vidas. E, se fosse por conta de Jin, realmente ficariam. 

Com um ano e três meses de casados veio a grande notícia: ChoA estava grávida. Jin sentiu-se nas estrelas e não pudera segurar as lágrimas quando soube. Abraçara a esposa e a beijara, ainda sem acreditar completamente que um filho seu crescia no ventre de sua amada. 

Com três meses de gestação souberam que era uma menina e, desde então, passaram a preparar tudo para a pequena princesa que estava por vir. O antigo escritório se transformara em um quarto rosa e branco. Pilhas de fraudas enchiam sua despensa, mamadeiras jaziam armários e roupinhas de bebê já estavam arrumadas nas gavetas da cômoda branca, que comprara exatamente para tal finalidade. 

Olhando para trás, ele conseguia ver que o problema começara muito antes do que ele imaginara na época. ChoA passara mal pela primeira vez aos seis meses de gestação. Um pico de pressão que ninguém dera muita atenção, afinal, a mulher já tivera alguns durante sua vida. Jin nunca se perdoaria por não ter procurado um médico naquele dia. Deveria ter ido contra os argumentos de sua esposa e levado-a até um hospital. Talvez pudesse ter evitado o que viera a seguir. 

No dia 12 de Maio seu mundo virou de cabeça para baixo. O dia em que entrou num hospital carregando as duas vidas que mais lhe importavam naquele momento, enquanto rezava para sair com as duas e temia deixar o local sem nenhuma. No fim das contas, o que ele menos esperava acontecera. 

O diagnóstico final fora eclâmpsia, uma doença causada pelo aumento da pressão arterial nas grávidas. Quando chegara no hospital, ChoA fora encaminhada imediatamente para a emergência e, de lá, para o centro cirúrgico. Fora naquele dia que o médico lhe pedira para escolher entre a mulher e a filha, se fosse preciso. Com o coração na mão, atendeu ao pedido que a esposa lhe tinha feito assim que descobrira que esperava uma criança. 

Uma semana depois, deixara o hospital com a pequena ARin nos braços. A menina nascera prematura, tendo, assim, que ficar alguns dias na encubadora. Tirando o peso, que estava um pouco abaixo do normal, a bebê nascera saudável. Assim que a vira, Jin soube que se pareceria com a mãe e que teria sorte se a filha herdasse qualquer traço de sua aparência. 

Jin chorara a morte da esposa por exatas três horas e vinte minutos, o tempo que ARin dormira antes de chorar em sua primeira noite em casa. Depois disso, apesar da dor que ainda sentia, decidira ser forte e seguir em frente, não só por sua filha, mas por ChoA também, acreditando que era o que ela iria querer que ele fizesse.

Conseguiu um acordo com o reitor da faculdade onde trabalhava, tirando o restante do mês de Maio de folga, de maneira a emendar com as férias de verão que viriam logo em seguida. Nunca poderia pagar por toda ajuda que recebera de sua mãe e de sua cunhada, e nem retribuir o apoio que seus amigos e irmãos lhe deram. 

Naqueles quatro meses aprendeu tudo que acreditava ser necessário. Desde como esquentar mamadeiras e trocar fraldas, até que remédio dar e para que. ARin havia crescido bastante e, apesar de ainda estar abaixo do tamanho normal, para ele estava enorme. A pequena era dona de uma pele branca e macia, olhos escuros e um sorriso travesso. Seus cabelos eram de um castanho mais claro do que o dele próprio, porém desconfiava que fossem escurecer com o tempo. Era um bebê brincalhão, porém calmo. Não chorava muito, pelo contrário, costumava esperá-lo silêncio. Não fora uma, nem duas, as vezes que encontrara-a acordada na cama, distraída com uma coisa qualquer. ARin não tivera muitas cólicas e não costumava reclamar de nada, a não ser dor, fome ou estar suja. 

Jin só sabia agradecer pela filha que tinha. Era completamente apaixonado por ela. Amava-a tanto que nem sabia descrever o quanto. Sentia que, facilmente, morreria por ela. Apegara-se extremamente a pequena e ela a ele. Isso preocupava-o bastante, afinal teria que ficar mais afastado da pequena quando as férias terminassem na semana seguinte. 

Era exatamente nisso que ele pensava naquele momento, jogado no sofá de sua sala, enquanto sua filha brincava no tapete a sua frente. O rapaz estava tão perdido em seus pensamentos, que só percebeu que tinha visita quando ouviu uma exclamação de ARin. Ergueu os olhos e encontrou uma mulher pegando-a no colo. Suspirou e levantou-se, tomando a bebê dos braços dela. 

- Você não pode pegar peso, Charlotte - repreendeu-a Jin - Jimin me mata se ver isso. 

A morena bufou e colocou uma das mãos sobre sua enorme barriga de grávida. 

- Jimin está ficando muito super-protetor - retrucou ela. 

Jin sorriu e colou a filha de volta no tapete. Charlotte não era exatamente sua cunhada, mas considerava-a como tal, já que tinha seu marido como irmão. 

Jin tinha quatro amigos que tratava como irmãos. Quando era adolescente, sua casa vivia lotada de garotos. Por mais que ele gostasse de silêncio, sua mãe e seus irmãos amavam manter a casa "viva", assim ele sempre acabava sendo voto vencido. 

O primeiro de seus amigos que se tornou como um irmão fora Min Yoongi. Dono de uma pele extremamente branca e cabelos castanhos, Yoongi sempre fora calado durante seu tempo de escola. Provavelmente fora aquilo que os tornara amigos, entendiam-se bem em meio ao silêncio. Somente quando se tornaram mais próximos, conheceu um lado diferente do rapaz, sendo apresentando a um Yoongi piadista e dono de um grande senso de humor. Apesar de sempre ter tido notas boas o suficientes para frequentar a faculdade que quisesse, Yoongi acabou seguindo outro caminho, de maneira que vivia de compor e produzir músicas. 

Logo em seguida chegara Jung Hoseok, ou Hobi, como costumavam chama-lo. Hoseok fora colega de turma de seu irmão, Namjoon. Jin nunca entendera muito bem como eles haviam se tornado amigos. Afinal, Hobi era o palhaço da turma, enquanto Namjoon era considerado gênio. Porém não reclamava. Aquela amizade fizera muito bem a seu irmão, mostrando-o que podia se divertir e ainda assim ser um aluno brilhante. Como o próprio Hoseok gostava de dizer, ele trouxera esperança e alegria para a vida de todos com suas brincadeiras e o seu sorriso radiante. Estudar nunca fora exatamente o ponto forte de Hobi, o que ele sempre gostara de fazer era dançar. Assim, logo que pudera, arrumara um emprego como professor de dança. Também comentara alguns meses antes que já pensava em abrir uma academia de dança.

Então foi a vez de Park Jimin. Ele e Taehyung eram melhores amigos desde sempre. Haviam crescido juntos e Jin tinha-o como irmão mais novo desde a pré-adolescência. Jimin era o tipo de garoto fofo e educado, mas que mostrava seu espírito arteiro na primeira oportunidade. Perdera, há muito, as contas de quantas vezes tivera que ir até a secretaria da escola para liberar ele e Taehyung depois de terem feito alguma besteira. Apesar de um tanto implicante, Jimin cativava a todos com facilidade, de modo que sempre se safava dos problemas que arrumava com qualquer um de seus hyungs. Ele acabou cursando administração e planejava entrar como sócio de Hoseok na tal academia. 

Por último, mas não menos importante, viera Jeon Jungkook. Jin não fazia a menor ideia de como tinham se conhecido, mas um dia Jimin e Teahyung haviam chegado em casa trazendo o garoto e simplesmente disseram que daquele momento em diante ele fazia parte da família. Jungkook era dois anos mais novo que os garotos que o tinham trazido para o grupo, tornando-se assim o maknae Kookie. Provavelmente por ser o mais novo, sempre fora o mais protegido. Era o mais tímido deles, mas isso não lhe impedia de acabar entrando em algumas enrascadas com os dois imediatamente mais velhos que ele. Ainda estava terminando a faculdade de direito, trazendo orgulho para todos os hyungs. 

Chorlotte era esposa de Jimin. Jin lembrava que agradecera aos céus quando o rapaz a apresentara. Ela parecia ser a primeira namorada que ele trazia que realmente valia a pena. Vinda da Itália ainda pequena, a garota era dona de cabelos cacheados, muito incomuns ali na Coréia, e olhos grandes cor de mel. Com seu jeito teimoso e alegre, conquistara Jimin de tal maneira que ele sossegara, finalmente levando um relacionamento a sério. Era a única pessoa que conseguia controla-lo e colocar juízo em sua cabeça quando ninguém tinha sucesso. Com três anos de namoro, estavam casados e morando em um apartamento alguns andares abaixo de o do próprio Jin. 

- Ele só quer o seu bem e o do bebê - Jin defendeu o amigo. 

Charlotte revirou os olhos e sentou-se no sofá, deixando um pequeno sorriso surgir em seus lábios. 

- É, eu sei. 

O que eles não diziam, era que Jimin temia que acontecesse com esposa o mesmo que acontecera a ChoA. 

- Ele tem se mexido muito, sabe - comentou Charlotte, acariciando sua barriga de quase oito meses - Não tem me deixado dormir. 

Jin sorriu. Apesar de parecer uma reclamação, o tom de voz da mulher não mostrava isso. Em verdade, ela soava tranquila e pensativa. 

- Jimin deve estar amando isso - disse referindo-se ao bebê. 

Um sorriso bobo surgiu no rosto da morena. 

- Ah, ele adora ficar sentindo-o se mexer e conversar com ele - contou ela com os olhos brilhando - As vezes até parece que eles se entendem. 

Jin abriu um pouco mais seu sorriso. Charlotte e ChoA eram muito amigas, talvez fosse por isso que sua cunhada tivesse adquirido o costume de ir até sua casa simplesmente para desabafar. Observou sua pequena, completamente atenta a conversa dos adultos, como se tentasse entender algo, e, de repente, sentiu saudades de sua esposa. Balançou a cabeça de leve, tentando afastar aquele sentimento antes que ele o atingisse por inteiro. 

- Você já sabe o que vai fazer, Oppa? - perguntou Chatlotte. Jin fitou-a e notou que ela lhe lançava um olhar preocupado - As aulas voltam semana que vem. 

Jin suspirou e olhou para a filha. ARin ainda era muito pequena, somente um bebê. Não lhe agradava nem um pouco a ideia de deixá-la em casa enquanto passava boa parte do dia longe, porém não era como se tivesse escolha. Ainda tinha parte de suas economias, mas não poderia arriscar perder aquele emprego. Seu chefe já fora muito bondoso deixando-o entrar de férias mais cedo, não poderia abusar ainda mais de sua boa vontade. 

- Eu ainda não sei - admitiu o rapaz, ainda observando a pequena, que se distraía com um ursinho de pelúcia qualquer - Você já me ajudou mais do que podia e não quero sobrecarregar minha mãe. 

O silêncio, de repente, tomou a sala. Tudo o que se ouvia era o barulho do vento nas cortinas e alguns resmungos de ARin. 

- Já pensou numa babá? - indagou Charlotte. 

Jin fitou a cunhada. 

- Uma babá? - perguntou ele - Mas eu nem sei onde conseguir uma. 

A morena abriu um sorriso e se ajeitou no sofá. 

- Ah, mas isso não é problema - ela garantiu, já bastante animada - Posso falar com algumas amigas, procurar pessoas de confiança que queiram o emprego. Se precisar, posso até mesmo fazer as entrevistas. 

Jin suspirou. Não gostava nada daquela ideia. Deixar uma estranha tomar conta de sua princesinha? Entortou a boca inconscientemente. Mas se não fosse isso, o que iria fazer? Poderia pedir para que sua mãe acompanhasse os primeiros dias da moça, para ter certeza que ela cuidaria bem de sua pequena, além de que confiava em Charlotte para encontrar alguém apto para o trabalho. 

- Tudo bem - disse por fim, ainda um pouco contrariado. 

Charlotte sorriu ainda mais e o abraçou de supresa. Algo tão rápido que, quando ele pensou em reagir, ela já lhe soltara. Soltou uma risada, sua cunhada tinha dessas coisas. 

- Eu vou começar agora a procurar candidatas - ela disse preparando-se para levantar. Jin ao notar, logo se pôs de pé para ajudá-la - Talvez até consiga marcar as entrevistas para amanhã, ou talvez, no mais tardar, depois de amanhã. 

Charlotte continuou a tagarelar sobre com quem falaria, ou as perguntas que faria, até alcançar a porta do apartamento. Jin simplesmente a seguia sorrindo, sabendo que nada pararia a mulher naquele momento. 

- Vou encontrar a babá perfeita, Oppa - ela disse já à porta, parecendo um pouco menos histérica. 

Jin assentiu. 

- Tenho certeza que vai. 

Mal ele sabia que ela realmente iria. 

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Jin sentiu a brisa fresca que soprava bagunçar seus cabelos, mas não se importou muito. Sabia que eles logo voltariam para seu lugar. As folhas das árvores se agitaram, fazendo com que algumas caíssem de seus galhos, em uma rala chuva verde. 

O moreno andava calmamente por um dos caminhos do parque, tomando cuidado para não entrar, ou colocar o carrinho de ARin, na ciclovia. Depois do nascimento de sua filha, tinha adquirido o hábito de caminhar por ali. Não era muito longe de seu apartamento e o pediatra recomendara, veementemente, que levasse a pequena para pegar sol e tomar um ar. 

Logo avistou o banco onde costumava sentar e sorriu ao notar que estava vazio. Assim que assentou, olhou para a filha. A pequena fitava o ambiente em volta de si encantada. Seus olhinhos seguiam os pássaros voando no céu. ARin amava ficar ao ar livre. Sempre que saiam, a pequena parecia ficar mais feliz do que da vez anterior. 

Jin ajeitou a blusa da pequena, que tinha subido um pouco, e passou a mão em sua cabeça, colocando no lugar os poucos fios castanhos que ela tinha. ARin o fitou curiosa e, por um momento, ela lhe pareceu ChoA. Aquilo foi o bastante para desestabiliza-lo. Seu estômago embrulhou e um nó se formou em sua garganta. Sentiu seus olhos encherem de lágrimas e temeu não conseguir segurá-las. Apoiou os dois braços sobre a alça do carrinho e ali descansou a cabeça. Fechou os olhos e respirou fundo. A dor em seu coração era tamanha que ele mal podia aguentar. Sentia tanta falta dela. Tanta. 

Provavelmente, naquele momento, Charlotte estava entrevistando as candidatas para babá de ARin. Uma babá que ele não precisaria se tivesse cuidado melhor de sua esposa. Se ele tivesse sido mais responsável, mais atento, sua filha ainda teria mãe. Ela não precisaria ser cuidada por uma estranha. Por sua culpa, eles só tinham um ao outro. 

O rapaz levantou a cabeça e viu que a filha o fitava intrigada, claramente sem saber o que estava acontecendo. 

- Desculpe-me, meu amor - ele disse, sem conseguir segurar as lágrimas. 

ARin fechou o semblante e desatou a chorar, provavelmente assustada com a cena que estava presenciando. Jin secou as próprias lágrimas e praguejou internamente, pegando a filha nos braços. Embalou-a até que o pranto cessasse e, mesmo não tendo demorado muito, atraiu a atenção de muitos a sua volta. Suspirou. Odiava quando aquilo acontecia. 

Fitou a filha, já quieta, e limpou seu rosto ainda vermelho. 

- Você não devia chorar por causa do papai, sabia? - ele disse vendo os olhos castanhos da pequena focados em si - Papai é um bobo. 

Jin esfregou o rosto na barriga da filha, ouvindo-a gargalhar, e sorriu. 

- Bem melhor - ele comentou se afastando. 

Só então o rapaz notou que uma mulher havia sentado-se ao seu lado. As mãos tampavam seu rosto e os cotovelos tocavam os joelhos. Os cabelos pretos estavam presos em um coque, que parecia prestes a desfazer-se, e ela parecia bem vestida demais para estar em um parque. 

- Com licença - ele pediu - Está tudo bem? 

Alguma coisa nela despertava-lhe um instinto de proteção. Ela parecia tão vulnerável daquela maneira, que ele não podia não se preocupar. 

Ela tirou o rosto das mãos e fitou-o surpresa. Provavelmente não esperava nenhum tipo de interação. Então levantou o corpo e sorriu de leve. A primeira impressão de Jin fora que era ela bonita, muito bonita. Os traços de seu rosto eram delicados, os olhos grandes e escuros, e seu sorriso, mesmo tão fraco, era incrivelmente doce. 

- Sim - ela respondeu - São só alguns problemas. 

ARin resmungou uma coisa qualquer, atraindo a atenção da mulher. Esta acenou para a pequena, que não hesitou em sorrir para a estranha. 

- Há algo que eu possa fazer para ajudar? - indagou Jin. 

Alguma coisa lhe dizia para amparar aquela mulher e ele não conseguia ignorar esse instinto. 

- Infelizmente, não - ela disse educadamente - Acabei de sair de uma entrevista de emprego e preciso dele para continuar pagando minha faculdade. Só estou preocupada. 

O rapaz assentiu. Realmente, não havia nada que ele pudesse fazer. 

A mulher olhou o relógio em seu pulso e levantou-se apressada. 

- Preciso ir, já estou atrasada. Muito obrigada - agradeceu ela, voltando-se então para ARin - Tchau, bebê. 

A morena inclinou o corpo rapidamente, despedindo-se, e logo já estava longe. Jin observou-a se afastar e teve a estranha impressão de que a veria novamente. 

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- Desculpa, Jin-Oppa - a voz de Charlotte ecoou em seu ouvido - Eu não fui avisada desse exame. 

Ouviu Jimin resmungar algo como "Eu te avisei semana passada", sendo completamente ignorado pela esposa. 

Jin suspirou ajeitando o telefone contra seu ouvido. 

- Mas eu nem sei como ela é! - exclamou ele, preocupado. 

Charlotte bufou do outro lado da linha. 

- É a única mulher que vai bater na sua porta, Kim Seokjin! - ela disse estressada. Imediatamente sentiu pena de Jimin. Charlotte era o tipo de mulher que você nunca iria querer ver irritada - Já disse, o nome dela é Min Yoona, tem 24 anos. Se estiver em dúvida, é só perguntar! 

A morena do outro lado da linha respirou fundo, como se para tentar manter a calma. 

- Se está preocupado quanto a ela, não se preocupe - pediu sua cunhada - Analisei todas as candidatas muito bem. Tenho certeza que ela será uma ótima babá para ARin. Confie em mim, Oppa. 

Jin assentiu, mesmo sabendo que ela não podia vê-lo e deixou-se relaxar. 

- Tudo bem - ele disse por fim. 

Quase pode ver Charlotte sorrir do outro lado da linha. 
- Agora eu preciso ir. Ela já deve estar chegando - despediu-se a morena - Até, Oppa. 

- Até - ele respondeu antes de a ligação se encerrar. 

Jin suspirou e olhou o relógio. Faltavam poucos minutos para as oito e meia, hora que a babá chegaria. O rapaz sentiu-se inseguro com a proximidade. Estava contando com a presença de Charlotte para apresenta-lo a mulher. Porém, Jimin surgira, de surpresa naquela manhã, com uma consulta médica e estragara seus planos. 

Jin não culpava o irmão, acreditava que ele tivesse realmente avisado sua esposa com antecedência, mas aquilo não vinha ao caso naquele momento. 

Respirou fundo. Não era como se não soubesse o que fazer. Conhecia sua filha melhor do que ninguém. Sabia que orientações dar. Além do mais, acompanharia a mulher naquele primeiro dia. Min Yoona, 24 anos. Sorriu consigo mesmo, não podia ser tão difícil assim. 

Logo que ele chegou a essa conclusão, a campainha tocou. Seu coração disparou, mas tratou de se acalmar. Abriu a porta com calma e encontrou a mulher já curvada, de maneira que os cabelos pretos lhe impediam de ver seu rosto. 

- Sr. Kim Seokjin, sou Min Yoona, a nova babá - ela disse ainda curvada - Será um prazer trabalhar para o senhor. 

Jin não pode segurar o sorriso, e até mesmo o alívio, quando a mulher levantou a cabeça. Reconheceu muito rapidamente aqueles olhos grandes e escuros. 

- Fico feliz que tenha conseguido o emprego. 

Ela arregalou os olhos e abriu a boca ao menos duas vezes antes de qualquer som sair. 

- O homem do parque... - ela sussurrou. 

Jin abriu espaço para que ela passasse, ainda sorrindo, e viu-a entrar envergonhada em sua casa. 

- Desculpe-me por despejar meus problemas em cima do senhor ontem - ela disse se curvando novamente. 
Jin riu. 

- Você não fez nada disso. Além do mais, fui eu que perguntei - ele tranquilizou-a - Não é necessário tanta formalidade, sou somente alguns anos mais velho que você. Por favor, me chame de Jin. 

A morena sorriu e assentiu. 

- Bom, sendo assim, chame-me de Yoona. 

Jin perdeu-se, por um segundo, no sorriso da mulher a sua frente. Parecia-lhe tão sincero e inocente. Por um momento quis simplesmente eterniza-lo para poder observa-lo quando estivesse em um dia ruim. 

Balançou a cabeça para dispensar aqueles pensamentos e desviou os olhos, para que ela não percebesse que ele encarava-a descaradamente. 

- Venha, vou leva-la até o quarto de ARin - ele disse após permiti-la deixar a bolsa no sofá. 

Ele caminhou calmamente, notando que ela o acompanhava, até parar em frente a uma porta branca. Abriu-a em silêncio e logo pode ver sua filha, acordada, como era esperado, e distraída com um ursinho. Jin aproximou-se e viu a bebê dirigir sua atenção a ele e sorrir. Abaixou-se e pegou-a nos braços, virando-se para Yoona. 

- ARin, diga "oi" para Yoona, sua nova babá. 

A mulher sorriu e acenou timidamente, recebendo um olhar intrigado da pequena. Jin se aproximou e olhou nos olhos da morena. Ela parecia encantada com a bebê. 

- Quer segura-la? - perguntou. 

Yoona assentiu e logo segurava ARin em seus braços. Jin se impressionou ao notar que a filha havia simplesmente se aconchegado nos braços da babá e fechado os olhos, relaxando e o ignorando completamente. 

Por algum motivo, aquilo lhe parecia certo. Parecia uma cena que a muito esperava acontecer. Yoona segurava ARin com um belo sorriso nos lábios e os olhos brilhando. Já a pequena abriu os olhos por um momento e sorriu, para logo depois fecha-los. Um sentimento de aconchego atingiu em cheio o coração de Jin e ele sentiu-se levemente desnorteado. 

- Acredito que Charlotte já tenha lhe explicado como as coisas funcionam - disse ele, ainda desconcertado. 

Yoona levantou os olhos para fita-lo e assentiu. 

- Sua esposa foi bastante detalhista - ela afirmou. 

Jin franziu as sobrancelhas, confuso por um momento. De repente uma luz o atingiu e ele sorriu sem graça. 

- Ela não é minha esposa, é minha cunhada - explicou, vendo Yoona arregalar os olhos - Já que vai ficar conosco, precisa saber. Somos só eu e ARin. Minha esposa faleceu no parto. 

A mulher abaixou os olhos e segurou o bebê com mais força. Jin sentiu-se mal por deixa-la numa situação tão constrangedora, mas lhe pareceu o melhor momento para esclarecer as coisas. 

- Por favor, me perdoe, eu não sabia - ela disse sem encara-lo, ainda abraçando forte o bebê. 

- Não se preocupe, estamos bem - ele garantiu. 

Yoona o fitou timidamente, ainda com as bochechas rosadas de vergonha e sorriu fracamente. Jin retribuiu o sorriu e pensou  "Melhor agora". 

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Um ano havia se passado desde que Yoona chegara àquela casa e Jin já não se lembrava mais de como era viver sem ela. 

ARin estava enorme. Ainda era uma criança calma, mais passara a dar mais trabalho depois que aprendera a andar e divertia-se passeando pela casa. A pequena também já estava bastante falante. Não que Jin entendesse metade do que ela falava, mas mesmo assim era um tanto fofo e engraçado vê-la tentar. Para sua decepção, a primeira palavra da pequena não fora "pai", ou algo do gênero, mas sim "água". 

Jin pensou que quando voltasse a trabalhar, ARin sentiria muito a sua falta. Mas isso não foi exatamente o que aconteceu. Não que ela não tenha sentido saudades, mas logo se acostumara com Yoona. A pequena apegara-se muito rapidamente à babá e chegava a chamar por ela quando a mesma não estava. O rapaz também não podia negar que se acostumara com a presença da morena. Habituara-se a vê-la andando pela casa, ninando ARin, sorrindo para ele. 

Yoona terminara sua faculdade, que era de pedagogia, e estava começando a fazer estágios em seu tempo livre. Sempre que chegava em sua casa depois de sair da escola, estava radiante. Jin acreditava que ela nascera para lidar com crianças.

O bebê de Charlotte não só nascera, como também já completava onze meses de vida. Seu nome era Heechul e desde os primeiros meses já mostrava que daria trabalho. O pequeno era dono de cabelos escuros, como os do pai, e herdara os olhos claros da mãe. Jin ainda se lembrava da cunhada reclamando que não dormira por uma semana depois do parto do filho, porque este tivera muitas cólicas, e do quando ele acordava e chorava durante as madrugadas dos meses posteriores. O rapaz não podia dizer que a compreendia, pois não tivera problemas como esses com ARin, mas ouvia o desabafo da mulher. Sempre se alegrava ao notar que, apesar de tudo, ela sempre sorria ao ver o marido o e filho com o mesmo sorriso nos lábios. 

Por mais que as coisas parecessem tranquilas, não era exatamente assim que Jin sentia-se. Seus sentimentos estavam tão confusos que seu coração mal podia compreendê-los. Ainda amava ChoA, mas já havia aceitado que ela se fora. Às vezes a falta dela lhe doía demais, mas sempre tinha ARin para fazê-lo alegrar-se novamente. Porém, algo estranho estava crescendo dentro de si em relação a Yoona. 

A beleza dela nunca esteve em discussão para o rapaz, contudo, nos últimos meses, algo a mais vinha-lhe chamando a atenção. Passara a reparar em seu sorriso, no riso contido, no jeito meigo e carinhoso. Pegara-se, algumas vezes, com o coração disparado só de vê-la passar. Sem que notasse, começara a contar as horas para que ela chegasse e a odiar suas folgas. Precisava refrear seus impulsos de abraça-la, de beija-la. 

Ela não tinha ideia de como seus simples toques para chamar-lhe a atenção, aqueciam todo seu corpo. Ela não sabia como seu coração acelerava somente de ouvir sua voz. Ela nem imaginava o quanto ele precisava se refrear quando a via dormindo, para não deitar-se ao seu lado e envolvê-la em seus braços. 

Estava apaixonado, e isso estava claro para qualquer um que o conhecesse. Porém, inutilmente, negava aquele amor. Temia o sofrimento que ele lhe traria. 

- Hyung? - a voz de seu irmão acordou-o de seus pensamentos - Você está me ouvindo? 

Jin fitou o irmão mais novo. Namjoon o encarava com a testa franzida. Seus cabelos estavam mais baixos do que quando o vira pela última vez. Também estavam mais escuros, quase deixando o loiro. Juraria que ele crescera se fosse possível, o rapaz parecia mais alto sempre que o moreno o via. 

Namjoon arrumou os óculos em seu rosto e suspirou. 

- Não, você não está. 

O mais novo deixou-se afundar no sofá e bufou. Jin sorriu fracamente, arrependido por não ter nem ideia do que o irmão estava falando. 

- Desculpe-me, estava distraído. 

Namjoon fez um sinal com a mão, como se pedisse que ele esquecesse. 
-

Ao menos me diga que estava pensando nela - pediu seu irmão - Assim, pelo menos, terá valido a pena. 

Jin corou e estava prestes a rebater, quando ela entrou na sala. Calou-se de imediato e desviou toda sua atenção para ela. Yoona sorriu e fez uma breve reverência. 

- Jin-Oppa, vai precisar que eu durma aqui hoje? - ela indagou. 

Aquele "Oppa" ressoou por seus ouvidos. Sorriu involuntariamente. Nunca se acostumaria com aquilo, por mais que tivesse perdido a ela para cortar qualquer formalidade seis meses antes. 

Obrigou-se a pensar na pergunta dela e quase fez uma careta ao notar que não tinha desculpas para mantê-la ali naquela noite. 

- Não, Yoona - ele respondeu, guardando sua frustração para si - Pode ir para cara. 

Ela sorriu e assentiu. 

- Só vou colocar ARin para dormir, então - ela disse e voltou-se para seu irmão - Namjoon. 

O mais novo sorriu e cumprimentou-a com a cabeça. 

- Yoona. 

Ela pediu licença e virou-se, voltando para o quarto. 

Só então Jin voltou a fitar o irmão e encontrou aquele sorriso que tanto o irritava em seu rosto. 

- Namjoon - ele o repreendeu. 

O mais novo levantou as sobrancelhas. 

- Eu não disse nada, Jin-Oppa - ele brincou - Você é que está pensando o que não devia. 

Jin fuzilou-o com os olhos e seu irmão riu de sua irritação. Porém, o toque do celular do mesmo interrompeu-o, fazendo-o parar para atendê-lo. 

- Luna! Por que não me ligou mais cedo como disse que faria? - o loiro perguntou assim que colou o aparelho à orelha. Mas então sua feição mudou de imediato. De um hora para outra ele passou a exibir uma face extremamente preocupada - Luna?! O que aconteceu?! Você está bem?! 

Jin viu o irmão segurar-se para não entrar em desespero. Preparou-se para o que quer que fosse. 

- Onde você está? - Namjoon perguntou depois de alguns segundos de silêncio - Não saia daí, estou indo te buscar. 

O rapaz desligou e fitou-o. Seus olhos demostravam medo, mas, ao mesmo tempo, determinação. Jin nem precisou que ele perguntasse para saber o que ele pediria. Namjoon não dirigia. 

- Junte suas coisas - ele disse já se levantando - Vou pedir a Yoona para ficar um pouco mais. 

Seu irmão sorriu, claramente grato. 

- Obrigado, Hyung. 

Jin retribuiu o sorriso e balançou a cabeça. Caminhou a passos rápidos pelo corredor e logo estava no quarto de sua filha. Encontrou Yoona com a pequena nos braços, mas não tinha tempo para admira-la. 

- Yoona - ele chamou-a baixo, para não assustar ARin - Vou precisar sair, é uma emergência. 

Yoona assentiu. 

- Tudo bem, posso esperar mais um pouco - ela disse. 

Jin aproximou-se e beijou a cabeça da filha. 

- Não vou demorar - ele prometeu. 

Levantou os olhos e encontrou Yoona o fitando. As bochechas dela enrubesceram ao notar que estavam tão próximos. Jin sorriu ao vê-la envergonhada aproximou-se um pouco mais. Pôde sentir a respiração quente dela contra si e fechou os olhos por um momento, mas logo tratou de abri-los. Notou que ela também os fechara. Admirou cada traço de seu rosto, focando-se, por fim, em seus lábios entreabertos. Ela parecia tão vulnerável... 

Balançou a cabeça levemente, desviando seus pensamentos, e beijou a testa da mulher. Só aquele ato já foi o bastante para ela fita-lo surpresa, recebendo somente um sorriso como resposta. 

Jin saiu em silêncio e menos de dois minutos depois já estava em seu carro. Seu irmão olhava pela janela, ansioso por chegar a seu destino. 

- O que aconteceu? - perguntou o mais velho. 

Namjoon virou-se para ele, dando-lhe a devida atenção. 

- Luna foi assaltada, ou algo assim - ele disse parecendo confuso - Eu não sei bem. Ela estava chorando. Só entendi quando disse que precisava de mim. 

Jin voltou a fitar o caminho. Luna: a melhor amiga de Namjoon que ninguém nunca vira pessoalmente. Sabia que ela conhecia seu irmão há anos e, por mais nunca a tivesse encontrado, ouvira tanto falar dela, que já sentia-se íntimo. Os olhos de Namjoon brilhavam só de falar seu nome e ele sempre parecia animado quando ia encontra-la. 

- Já se declarou? - ele perguntou depois de alguns minutos de silêncio. 

Não precisou virar-se para saber que seu irmão tinha uma expressão surpresa no rosto. 

- O quê?! 

Jin riu internamente, mas forçou-se a manter a postura. 

- Estou perguntando se já se declarou para ela - repetiu, ainda sem desviar os olhos do caminho. 

- Somos só amigos, Hyung - respondeu seu irmão. 

Jin fitou-o rapidamente, notando que ele mantinha seu olhar baixo. 

- Nem você acredita nisso, Namjoon - retrucou - Não é um problema estar apaixonado. 

O mais novo continuava sem fita-lo. Seus olhos voltaram a focar-se na janela do carro. Jin notou que o clima havia começado a pesar, mas já não podia parar o que tinha começado. Poucas vezes tinha chance de conversar sobre aquilo com seu irmão. 

- Não temos nada, Hyung - insistiu Namjoon - Não estou apaixonado por ela. 

Jin suspirou. 

- Se não a amasse, não teria me pedido para deixar minha filha pequena em casa e sair no meio da noite porque ela te ligou dizendo que precisava de você - viu o irmão enrijecer em seu lugar - Isso não é um problema, Namjoon. Todos precisamos de alguém. Veja, Jimin já é pai, Hoseok está casado, Taehyung acabou de noivar, Jungkook está namorando e até mesmo Yoongi nos apresentou, pela primeira vez em anos, uma namorada. 

O silêncio tomou conta do veículo novamente. Jin dirigiu mais alguns metros, até ter que parar o carro em um sinal. 

- Eu tenho medo - disse o mais novo por fim, em um tom tão baixo que ele mal pôde ouvir. 

Jin franziu as sobrancelhas, sem saber se estava mais confuso ou surpreso com a revelação. 

- De que? - perguntou, voltando-se para o irmão. 

Namjoon levantou a cabeça e olhou-o nos olhos. Jin precisou refrear-se para não se mostrar assustado. A dor e a tristeza estavam claras no olhar de seu irmão. 

- De perdê-la - ele disse sincero, como se lhe contasse seu maior segredo - De perdê-la como você perdeu ChoA. 

A luz verde acendeu e Jin acelerou. Ficou anestesiado por algum tempo, até que a culpa atingiu-lhe como um soco no estômago. Balançou a cabeça, sentindo um peso cair sobre seus ombros. Mal podia acreditar que era o motivo de seu irmão não se envolver com a mulher que amava. 

- As pessoas morrem, Namjoon, isso é inevitável - disse sério, ainda com o coração apertado - O que faz diferença é a maneira que decidimos aproveitar o tempo que temos com elas. 

Sentiu o olhar de seu irmão fixo em si, mas manteve os olhos presos no caminho. 

- Não posso dizer que não sofri quando ChoA se foi. Muito menos que não foi só por ARin que não desejei nunca tê-la conhecido. Mas tenha certeza de uma coisa, os momentos felizes que passei com ela superam, em mais de dez vezes, a dor de perdê-la - um sorriso involuntário formou-se em seu rosto ao lembrar de sua falecida esposa - Não posso te enganar dizendo que não virão momentos ruins. Amar dói, Namjoon. Porém, vale muito a pena. Não deixe de viver um amor por medo de sofrer, ou você nunca vai ser inteiramente feliz. 

Seu irmão manteve-se em silêncio, mas Jin ainda podia sentir o olhar dele fixo em si. Não fez questão de dizer mais nada. Sabia que não havia necessidade. Tudo que Namjoon precisava naquele momento era pensar. 

Quando finalmente chegou ao seu destino, estava em frente a uma loja de conveniência 24hs em uma área pouco nobre da cidade. Seu irmão não pensou duas vezes antes de sair do carro e Jin seguiu-o. Quando entrou no estabelecimento, viu Namjoon abraçado a uma mulher loira, que parecia chorar. Decidiu então falar com o homem que ali trabalhava, para saber se ele tinha visto algo. Aparentemente Luna havia entrado ali esbaforida e logo um homem havia ficado observando-a pela porta de vidro e ido embora. 

Não demoraram muito ali. Quando chegaram a delegacia, Luna explicou que fora assaltada enquanto voltava para casa e que quando o homem que a parou tentou agarra-la, ela correra. Jin viu o rosto sério do irmão ao ouvir as palavras saírem da boca da loira. Agradeceu por não terem encontrado com o assaltante. Não sabia o que Namjoon seria capaz de fazer. 

Luna caíra no sono nos braços de seu irmão assim que entraram no carro. Jin observo-os pelo espelho e viu que Namjoon a abraçava protetoramente e velava seu sono. Sem perguntar, tomou o rumo do apartamento do mais novo. 

Namjoon não acordou Luna quando chegaram. Simplesmente a pegou no colo e a carregou. Jin ajudou-o, abrindo as portas que estavam em seu caminho. Logo a mulher dormia na cama de seu irmão, enrolada em suas cobertas. 

Esperou-o na sala de seu pequeno apartamento. Quando o mais novo finalmente deu as caras, ele parecia vinte vezes mais cansado do que não muito tempo antes, quando conversavam em seu sofá. Não esperou que ele dissesse coisa alguma ou tivesse qualquer reação. Simplesmente se aproximou e o abraçou. 

- Não se preocupe, vai ficar tudo bem - ele disse sem solta-lo. 

Sentiu o corpo de seu irmão relaxar e os braços dele o envolverem, retribuindo o gesto. Lembrou-se de quando ainda eram pequenos e ele consolava o irmãozinho choroso com um abraço. 

Jin afastou-se e colocou a mão no ombro de Namjoon. 

- Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me ligar - pediu olhando em seu olhos. 

Seu irmão assentiu e sorriu fracamente. Jin sorriu de volta e virou-se, encaminhando-se para a saída do apartamento. 

- Hyung - ouviu a voz de Namjoon chama-lo quando já estava na porta e voltou-se para ele - Obrigado. 

Jin sorriu novamente. 

- Não a deixe escapar, Namjoon - disse antes de sair de uma vez por todas. 

No caminho de volta para casa, seus pensamentos se perderam na conversa que tivera com seu irmão. Chegou a conclusão, por fim, de que era um grande hipócrita. Acabou rindo sozinho com isso. Havia dito muito a Namjoon, mas nada daquilo aplicava-se a sua vida. Ainda vivia preso a uma esposa que morrera a mais de um ano e que odiaria saber que ele não se permitia entrar em um novo relacionamento por causa dela. Quem era ele para pedir ao irmão que declarasse seu amor, quando não admitia seus sentimentos nem para si mesmo? Estava sendo um idiota novamente.

Assim que parou o carro no estacionamento de seu prédio, apoiou a cabeça no volante. Fora um idiota com ChoA e estava agindo da mesma maneira com Yoona. Perdera a primeira mulher que amara e estava arriscando perder a segunda também. 

Lembrou da pediatra de ARin, pedindo que ele não deixasse a pequena apegar-se muito à babá, pois ela teria de ir embora um dia e perder outra figura materna poderia ser muito para ela. Sua filha precisava de uma mãe e Yoona era perfeita. Era cuidadosa, carinhosa, conhecia suas manias e costumes e, o mais importante, amava a pequena e era retribuída. Além de tudo isso, ele também a amava. 

Uma determinação invadiu-o de repente e ele levantou o corpo, batendo com a mão no volante que antes se apoiava. Diria o que sentia para Yoona de uma vez por todas. Já tinha o "não" de qualquer maneira, por que não tentar o "sim"? Se não fosse fazer por si mesmo, fizaria então por ARin, que seria extremamente beneficiada se tudo corresse bem, como ele esperava que acontecesse. 

Deixou o carro e logo estava no elevador. A demora para chegar em seu andar estava agoniando-o. Nem mesmo sabia como abordaria Yoona, mas, sinceramente, não se importava tanto assim. Tinha certeza que quando olhasse em seus olhos, saberia o que fazer. 
Controlou sua ansiedade e abriu a porta do apartamento com calma, fechando-a silenciosamente em seguida. Assim que chegou a sala, agradeceu a si mesmo por ter tomado aquela atitude. 

As luzes do cômodo estavam apagadas, de forma que este era iluminado somente pelas lâmpadas do corredor e pela TV, que estava ligada, com o volume bem baixo, no canal infantil preferido de sua filha. Yoona estava deitada no tapete, adormecida, e envolvia com os braços uma ARin em sono igualmente profundo. 

Toda agitação de Jin esvaiu-se diante daquela cena. Ele sorriu, encantado com algo tão simples, e decidiu que sua declaração ficaria para o dia seguinte. 

Abaixou-se e pegou a filha nos braços, tomando cuidado para não acordar nenhuma das duas. Viu a pequena resmungar e se mexer, mas somente o balanço de seus braços até o quarto dela foi o bastante para que ela se acalmasse novamente em seus sonhos. Ajeitou-a cautelosamente no berço e colocou o ursinho preferido de ARin ao lado dela. Fez um carinho leve nos cabelos da filha e sussurrou "Durma com os anjos, princesa", antes de deixar o quarto. 

Não soube muito bem como progredir quando voltou a sala. Seu primeiro instinto foi acordar Yoona, mas ela parecia tão cansada que ele não teve coragem. Também não poderia deixá-la ali. A noite, certamente, esfriaria, além de que ela acordaria na manhã seguinte com dores no corpo. 

Por fim acabou decidindo levá-la para a cama no quarto de ARin, onde ela ficava quando passava a noite ali. Ajoelhou-se ao lado da mulher e cuidadosamente passou um braço por suas costas e o outro por suas pernas. Deu impulso e levantou-se, prestando atenção para não sacudi-la. 

Yoona não era pesada, mas era, obviamente, muito mais difícil carrega-la do que ARin. Jin ficou alguns segundos parado, até que seu corpo se acostumasse. Assim que deu o primeiro passo, o cheiro dela entrou por suas narinas e ele respirou fundo. Não sabia descrever aquela fragrância, chegava a duvidar que isso fosse possível, mas de uma coisa tinha certeza, adorava-a. 

Forçou-se a continuar a andar e logo sentiu algo puxar sua blusa. Fitou a mulher em seus braços e notou que ela agarrara o tecido com as duas mãos e aconchegara-se contra seu peito. Sorriu levemente e continuou a caminhar com calma. 

- Oppa - ouviu-a chamar quando já se aproximava da porta do quarto. 

Por um momento temeu que ela tivesse acordado e se dado conta da situação em que estava. Porém, para sua sorte, Yoona continuava com os olhos fechados e na mesma posição de antes. Fora somente um sonho. 

Suspirou de alívio e entrou no quarto. Abaixou-se e colocou-a na cama, mas não conseguiu se afastar, uma vez que ela não parecia querer solta-lo. Jin tentou libertar-se, mas acabou só a fazendo segurar com mais foça e puxa-lo para perto. Seu corpo estava quase colado ao dela e os rostos extremamente próximos. Precisou fechar os olhos para se controlar e simplesmente não selar seus lábios naquele momento. 

- Oppa - ela chamou novamente, dessa vez num tom suplicante - Não. 

Jin arregalou os olhos, finalmente entendendo o que estava acontecendo. 

- Não se preocupe - ele sussurrou - Não vou te deixar. 

As mãos de Yoona afrouxaram aos poucos e logo ele já estava livre. Observou-a por mais alguns instantes, sem acreditar no acabara de acontecer, e cobriu-a. 

Deixou o quarto já pensando no dia seguinte e nas semanas, meses e até anos que se seguiram a ele. Sorriu bobamente. Pela primeira vez em meses, seu futuro parecia prometer muito mais do que ele esperava. 

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Não viu Yoona sair no dia seguinte. Quando acordou, ela já havia ido para seu estágio. Passou a manhã com ARin, que estava um tanto elétrica. 

Yoona chegou em casa a tempo de almoçar com eles. Jin sentiu-se tentado a falar tudo naquele momento, mas logo declinou a ideia. Logo teria que ir trabalhar e queria fazer aquilo direito, sem pressa. Já tinha esperado tanto tempo, que falta mais algumas horas iriam fazer? 

Estranhou as bochechas rosadas da mulher quando esta se dirigiu a ele, afirmando que apesar de ter dormido ali a noite passada, o que não estava eu seus planos, ficaria aquela noite também, como era o acordo deles. Jin sorriu as vê-la envergonhada e conseguiu acha-la ainda mais bonita daquela maneira, agradecendo-a em seguida por tê-lo ajudado. 

Quando voltou a casa, a noite já caía. Entrou silenciosamente, escondendo a rosa que tinha comprado no caminho em seu quarto. Assim que chegou a porta do quarto de sua pequena, ela correu em sua direção, desajeitada. Abaixou-se pegou-a nos braços, vendo Yoona virar-se confusa e finalmente o notar ali. Jin beijou sua filha e colocou-a no chão novamente, indo para o banheiro, afim de limpar-se. 

Enquanto banhava-se, lembrou-se de Jungkook. O rapaz havia parado-o naquela tarde na faculdade. Ele puxava uma bela moça pela mão e apresentou-a, com um sorriso no rosto, como sua namorada. Apresentou-se a garota que tinha as bochechas rosadas e, de repente, um sentimento estranho se instalou em seu coração. Aquele menino de quem ele tinha cuidado dos machucados nos joelhos agora estava praticamente da sua altura, cursando uma faculdade, se relacionando com uma mulher. Jin balançou a cabeça e desligou o chuveiro. Estava ficando velho, definitivamente. 

Assim que se vestiu, voltou ao quarto de sua filha, permitindo que Yoona tomasse ela própria um banho. Logo que se sentou perto de ARin, notou que a pequena estava sonolenta. Deu-lhe um pouco de atenção, mas logo a pegou nos braços, ninando-a aos poucos. Sua menina dormiu em poucos minutos. Se passara a tarde em um ritmo tão agitado quanto estava pela manhã, deveria estar bem cansada. Jin levantou-se com cuidado e deu dois paços até o berço, acomodando a filha nele. Ainda estava cedo, se a pequena não acordasse durante a madrugada, certamente o faria antes do horário normal. 

Mesmo sabendo que sua rotina do dia seguinte estava arruinada, alegrou-se com o sono da filha. Aquilo tornaria mais fácil sua conversa com Yoona. Antes de ir para a sala, pegou a rosa em seu quarto. Parou em frente ao espelho que havia em seu corredor e olhou-se. Seus cabelos estavam bagunçados, o semblante deixava claro o cansaço e algumas olheiras apontavam debaixo de seus olhos. Com certa insatisfação passou os dedos pelos fios castanhos, tentando, ao menos, coloca-los no lugar. Sua aparência não estava em seus melhores dias, mas aquilo não iria impedi-lo. 

Segurou a flor atrás de suas costas seguiu pelo corredor. Parou no centro da sala e esperou que a mulher aparecesse. Seu coração estava em disparada e os segundos pareciam horas. Riu de si mesmo. Parecia um adolescente apaixonado, não um homem adulto e experiente no assunto. Talvez, quando o assunto era amor, a idade e a experiência não fizessem assim tanta diferença. Todos passavam a parecer crianças crescidas que mal sabiam controlar seus sentimentos. 

Desviou seus pensamentos quando viu uma figura surgir a sua frente. Os pés estavam vestidos com meias brancas e as pernas cobertas por uma calça de tecido leve azul bem clara, com pequenas bolinhas brancas. Jin levantou um pouco mais os olhos e pôde ver a blusa de manga curta branca, com o desenho de algumas flores no mesmo tom da calça e também em verde-água. Os cabelos escuros estavam presos em um rabo de cavalo, que deixava alguns fios soltos, emoldurando o rosto delicado da mulher. Ele sorriu involuntariamente. Ela estava tão simples, porém tão bela aos seus olhos. 

- Jin-Oppa? - ela parecia surpresa em vê-lo ali - ARin já dormiu? 

Jin assentiu e deu alguns passos a frente. O rosto de Yoona ruborizou com a proximidade e tudo que o rapaz fez foi continuar a sorrir. 

- Sim - disse olhando nos olhos dela - Ela estava bem cansada. 

A morena abaixou os olhos, claramente envergonhada por tê-lo tão perto de si. Jin não podia negar que gostava de ver que causava aquelas reações nela. 

- Também, pudera - ela disse ainda sem erguer o olhar - Ela estava muito agitada hoje. 

Yoona levantou os olhos timidamente e sorriu. O coração de Jin disparou, batendo ainda mais rápido do que antes. Não podia mais adiar aquilo. Era aquela hora ou nunca. 

- Yoona, eu preciso te dizer uma coisa. 

A mulher o fitou, confusa. Viu os olhos escuros dela se arregalarem quando ele revelou a rosa que escondia. 

- Sei que parece repentino, mas, ao menos para mim, não é - ele começou, tomando coragem para falar o que tinha planejado - Senti algo diferente por você desde a primeira vez que te vi, sentada no banco daquele parque. Contudo, por muito tempo, a dor que eu sentia pela perda de ChoA esmagava esse sentimento - Jin olhou nos olhos dela, que transpareciam sua surpresa. Ele sorriu levemente e continuou - Acontece que, com o tempo, aquele sofrimento foi diminuindo e esse sentimento, a tanto reprimido, começou a florecer e a tomar um espaço significativo em meu coração. 

"Quando finalmente notei o que estava acontecendo, não havia mais como voltar atrás. Eu tive medo de sofrer novamente e, covardemente, passei a negar para mim mesmo esse sentimento. Porém, hoje estou dando um basta em toda essa covardia. 

Aproximou-se dela mais passo. Estava tão perto que sua mão que segurava a rosa quase a tocava. 

- Jin... 

- Eu te amo, Yoona - interrompeu-a, antes que perdesse a coragem - Eu amo seu sorriso. Eu amo seus olhos. Eu amo o quão fofa você fica quando está envergonhada - a morena corou e Jin não pode evitar sorrir - Eu amo seu caráter e sua personalidade. Eu amo como você cuida de mim, mesmo sem precisar fazer isso. Eu amo ver o quanto você ama ARin. Eu amo tudo que tenha haver com você.

Jin respirou fundo. Seu coração parecia mais leve. Sentia como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Surpreendeu-se. Não se lembrava do quão bom era se confessar. 

- Não quero que se sinta pressionada a nada - continuou, sabendo que a parte mais difícil estava só começando - Vou entender se não sentir o mesmo e quiser se afastar. Vou, até mesmo, compreender se, apesar de sentir algo por mim, não quiser entrar em um relacionamento comigo, pois seria muito complicado. Mas eu, realmente, não podia mais viver com tudo isso encarcerado dentro de mim. 

O rapaz abaixou cabeça. Não queria olhar nos olhos dela quando ela dissesse tudo aquilo que ele mais temia. Sentiu lágrimas acumularem-se em seus olhos e seu coração voltou a apertar. 

O silêncio parecia esfaquea-lo. Apertou mais forte a rosa em sua mão, agradecendo mentalmente por esta não possuir mais seus espinhos. Todo o medo que não sentira quando planejara aquele momento pareceu invadir-lhe de uma só vez. Martirizou-se por imaginar que ela aceitaria seus sentimentos. Fora um grandessíssimo idiota novamente. Deveria ter pensado melhor antes de fazer aquilo. Agora sua filha estava arriscada a perder sua figura materna pela segunda vez em sua curta vida. 

Estava pronto para levantar os olhos e desculpar-se, quando dois braços envolveram seu pescoço. Seu coração acelerou ao sentir o corpo dela junto ao seu. Ela... Ela estava o abraçando?! 

- Eu também te amo, Jin - ela sussurrou em seu ouvido - O que eu mais quero é ficar com você. 

As lágrimas escorreram por seu rosto sem permissão e seu corpo relaxou. Mal podia acreditar nas palavras de Yoona. 

Uma alegria sem tamanho tomou-o por completo. Jin envolveu a cintura de mulher, abraçando-a com foça. Apoiou a cabeça em seu ombro, ainda sem conseguir parar o choro. Ouviu-a rir baixo e logo sentiu os dedos dela acariciarem seus cabelos. 

Afastou-se depois de alguns minutos. Seus olhos olhos já estavam secos, mas o sorriso não abandonava seu rosto. Notou que ela também sorria e fitava-o com carinho. Em um ato de pura emoção, aproximou seu rosto do dela, sentindo a respiração quente de Yoona chocar-se com a sua. Beijou-a em um impulso e apertou-a um pouco mais contra si quando percebeu que ela retribuía. 

Sua vida nunca fora fácil e ele sabia muito bem que não era naquele momento que ela passaria a ser. Tinha total consciência que seria um relacionamento complicado, principalmente por conta de ARin. Mas, como toda sinceridade do mundo, não se importava nem um pouco. Tinha certeza que com Yoona ao seu lado conseguiria superar qualquer obstáculo em seu caminho. 

A vida continuaria dali para frente e Jin não tinha ideia do que o aguardava. Contudo, tinha certeza que, no fim, seria bom. Estava com a mulher que amava e sua família estava, finalmente, completa novamente. 


Notas Finais


Bem, foi isso! Espero que tenham gostado!
Devem ter percebido que deixei um passe livre para me aprofundar nas histórias dos outros seis. Tenho a intenção de fazer uma série de one-shots independentes, porém interligadas, cada uma contando a história de um dos meninos.
Por favor, me digam o que acharam da fic e o que acharam da ideia!
Bjs, até!
EuSemideus
Ps: Para os leitores de Parents For Our Children que acabarem aqui: Não se preocupem. Nos veremos em breve. XD


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