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História A vida de um certo Shinigami - Hiatus - Mais uma chance


Escrita por: AngelinSutcliff

Notas do Autor


Voltei pessoal, de novo depois de 3 semanas e.e Acho que não dá pra ser mais cedo...mas tá aí, apreciem amorzinhos ;)

Capítulo 53 - Mais uma chance


  E com os portões daquela propriedade em suas costas, finalmente arrumara coragem e olhara pra trás. Grell suspirou nervoso, apertava os dedos em punhos, olhava aquela janela emoldurada com madeira, frustrado, na verdade descrever seus sentimentos e pensamentos neste momento seria impossível, somente voltou a avançar bruscamente batendo os saltos dos sapatos negros, apressado. Tomara o caminho mais longo de todos, pelas promessas de Jean, provavelmente em algum lugar esperava por si e adoraria evita-lo, coisa que teve com êxito tranquilamente chegando a seu aposento.

 A porta fechou com força e então trancou-a, cansado curvou-se para frente com a expressão mais exausta possível, arrancou os sapatos, caminhou até o início do primeiro cômodo e no chão sentou-se preguiçosamente. O paletó retirou do corpo de qualquer jeito, a gravata e o laço no cabelo, igualmente, os botões do colete soltou, o mesmo fez com os primeiros da camisa.

 -"O que foi aquilo?...". - Olhava o teto descrente. - "...Será que escutei errado?..." - Pousou a esquerda sobre os lábios. - "Ele estava tão...perto...e..." - Suspirou pesadamente enquanto puxava os cabelos para trás com a mão livre.

Como o teto parecia atrativo aquele instante. As pernas afastadas e flexionadas ao chão as costas parcialmente contra a parede também servindo de apoio a cabeça erguida, a atenção totalmente distraída com o nada, paralisado à sua última ação involuntária, porém duração não teve, os membros superiores deixou despencar sobre o colo a cabeça chacoalhava.

 - Mas o que eu estou fazendo? - Levantou-se com as vestimentas nos braços. - Vá fazer alguma coisaa...

 No quarto ligou o rádio num canal qualquer afim de qualquer distração, uma música, uma notícia. Um Pasodoble tocava, apoiava com a mão sobre o aparelho até nota-lo, deixou-se sorrir levemente, as roupas atirou sobre a cama, retirou o colete lentamente e acompanhando a sensualidade da dança, lançou como as outra peças, então lembrando do laço emaranhado ali, correu até tê-lo em mãos e para não perder o tempo daquela canção, com o mesmo charme prendeu novamente as madeixas, desta vez num rabo de cavalo apressado.

 De olhos fechados e um sorriso confortável, bailando sozinho pelo cômodo simulava uma dança a dois e em sua mente imaginava um lindo e sexy vestido carmesim cobrindo seu corpo, uma maquilagem impecável, todo o maravilhoso cenário num salão em tom pastel, todo o movimento a seu redor, entregue aos braços de um belo rapaz no qual o rosto evitava imaginar dançava com sutileza e atitude. Girou em seu próprio eixo como se seu parceiro a conduzisse a isso, pousou a mão sobre a parede a sua frente e então abriu os olhos, um olhar brevemente melancólico.

 -Aah... - Voltava a juntar as pálpebras. - "Como eu sempre desejei ser conduzida numa dança..." - Junto à mão agora pousava todo o antebraço ao tempo que voltava a enxergar. - Oh...olhe só quem está aqui. - Avistou-se um pequeno sorriso. - Olhe bem docinho, agora somos eu, você e... - Riu abafado. - ...um chão para limpar.

 Puxou a vassoura animadamente e de volta àquela dança, como condutor, continuou a movimentar-se pelo espaço até estar no canto mais distante do quarto, por onde daria início a sua longa e delicada "dança".

 Nem mesmo os móveis escaparam de sua "performance" e digamos que boa parte da tarde passou neste afazer até no momento de 17h e alguns minutos próximos às 18h estar encostado num dos armários da cozinha, com uma travessa de plástico com alguma massa numa mão e uma colher de madeira entre lábios e dentes, olhava a pia logo a sua frente, distraído a espera do forno. Escutou a porta da frente a ser destrancada com um suave susto, apenas olhou sua esquerda de canto, a porta abriu-se, fechou-se, o som de alguém a mover-se fez-se e este passou a aproximar-se e por trás da parede ele revelou-se, Ronald.

 -Eu ainda vou tirar essa chave de você. - Ameaçou voltando a olhar adiante.

 -Hehe, eu sei que você adora quando venho aqui. - Disse abraçando-o de lado.

 -Hm... - Retirou o objeto da boca. - O que quer aqui? Não devia estar no seu treinamento?

 -Aff senpai, não posso vir visitar meu melhor amigo? Fui liberado mais cedo hoje. - Olhou para travessa. - Está fazendo biscoitos? - Pegou a colher afim de provar o conteúdo ali.

 -Sim. - Apenas observou-o pacificamente.

 -Hmm, isto está bom. - Disse de frente para ele. - O cheiro está ótimo também, vai me deixar alguns, né?

 -Ok, Ronald. - Suspirou empurrando os utensílios contra o peito do loiro e indo sentar-se numa das laterais da mesa.

 -Ei, o que foi? Tá tudo bem? - Perguntou desconfiado.

 -Maria lhe contou, não é? - Apoiou com o cotovelo na mesa e o rosto repousou sobre a mão.

 -...Sim... - Disse sem graça pondo os objetos sobre a peça mais baixa do armário. - Falando nisso, por que não comeu conosco hoje?

 -É claro que você não veio aqui só para ver como eu estou. -  Batia com as unhas, já livres do esmalte desgastado; sobre a madeira.

 -Senpai? - Sentou-se na cabeceira e interessado ficou a fitá-lo.

 -Desde que eu voltei...você não ligou nada para isso...

 -Eu pensei que você estivesse.

 -É aquela garotinha, eu sei, você não olha mais nada ao seu redor que não seja ela. - Olhou para parede.

 -Hã? - Arqueava as sobrancelhas. - Senpai, você está com ciúmes? - O ruivo corou violentamente.

 -C-Claro que não, ciúmes de você? - Passou a arranhar a superfície por baixo dos dedos.

 -Até suas orelhas estão vermelhas... - Acusou-o, sem graça.

 -Antes você preocupava-se comigo...agora só tem tempo para aquela...

 -Olha, eu acho melhor você não desrespeita-la.

 -Tsc.

 -Eu espero que você possa entender que eu não tenho mais tempo para diversões entre amigos, como festas no meio da madrugada, eu tenho uma pessoa agora e...

 -Você está muito errado se acha que eu gosto daquelas festinhas idiotas, eu ia por você se não sabe.

 -Não era bem assim...

 -Tudo bem, esqueça, vá embora.

 -Está me expulsando?

 -Quando estiver aqui por algo que não sejam as fofoquinhas da sua namoradinha eu deixo você entrar.

 -Você está mesmo achando que eu estou aqui só para saber o que aconteceu? - Disse indignado.

 -E não é?

 -Tá falando sério? - Debruçou-se na mesa afim de olhar nos olhos dele, mas ele simplesmente evitou-o.

 -E então? O que ela falou? Que o imbecil do seu amigo, ao invés de receber a inocente da amiguinha dela de braços abertos como se nada tivesse acontecido, humilhou-a e depois de tudo simplesmente a ignorou sem razão alguma?

 -..."Algo assim...", isso não vem ao caso, ok? - Voltou a sentar normalmente, com os braços cruzados sobre o móvel.

 -É óbvio que você quer proteger ela.

 -Eu tenho certeza que você não fez isso pelo simples prazer de magoa-la, eu sei que você tem motivos e razões para ataca-la de tal forma. Ignore Maria, diferente dela, eu sei muito bem e com detalhes o que você tem passado e é por isso que eu estou aqui, eu sei que você quer falar comigo e eu quero ajuda-lo.

 -Você me irrita...

 -Pode, por favor, olhar para mim? - Foi obedecido, um olhar sério por baixo dos óculos de armação oval.

 -Espero que você entenda que não quero falar sobre isso. - Recolheu os braços para sobre o colo ao apoiar-se com as costas no assento.

 -Você não sente mais nada por ela?

 -Não. - Desviou o olhar para as mãos recém movimentadas.

 -Por que está mentindo?

 -O que faz pensar que estou mentindo? Ela morreu, nós não tínhamos sequer um mês de convivência, eu simplesmente aceitei, só isso.

 -Você está longe de ser assim.

 -O que mais quer esfregar na minha cara? - Franziu o cenho em direção a ele e o maxilar trincou.

 -Só pare de tentar mentir, você não é bom com isso.

 -... - Sua expressão suavizava-se, mas não deixando de significar irritação.

 -Eu não vim aqui para questionar o que aconteceu, nem proteger Maria ou Rachel... - Pausou a torcer os lábios. - ...ou Angelina-san...eu vim aqui para fazer um pedido.

 -Pedido?

 -Sim, não é sobre dar uma chance a ela, ou fazer o impossível como esquecer seu passado, é sobre dar uma chance a si mesmo... - O outro pareceu mostrar interesse. - Você mudou...mudou muito, principalmente quando diz-se à sua personalidade...não sei como dizer, mas você tem parecido um jovem inexperiente. - Ele pareceu não entender.

 -Diga uma coisa, você está me chamando de velho?

 -Não, não é isso... senpai...do que você tem medo? O que lhe assusta?

 -... - Tornou-se reflexivo e hesitante.

 -Não precisa ter medo, seja você mesmo, quem realmente gosta de você não irá se afastar, agrade a si mesmo, lembre de como agia de acordo seu gosto sem importar-se com os outros. Lembra quando você sempre estava cuidando de seu cabelo? Como sempre quem chegasse perto sentia aquele cheiro incomparável? O brilho vermelho de cegar os olhos sob a luz do sol; como quando o seu perfume era um dos melhores e era mais uma marca da sua presença como aquele sincero sorriso; ou como... - Tomou uma das mãos dele entre a suas. - ...suas unhas eram perfeitamente bem feitas sempre cobertas pelo vermelho que você tanto ama. - Olhou nos olhos dele, este parecia hipnotizado por suas palavras. - Não fique preso ao passado, ele só irá lhe machucar mais e mais, existem coisas que merecem mais atenção, de mais uma chance a si mesmo e ao amor.

 Grell ficou a olha-lo daquela mesma forma por segundos, mordeu o lábio inferior num suspiro, abaixou a cabeça e então sorriu, não só com lábios e dentes, mas também olhos e sinceridade, agradecimento, voltando a fita-lo com o mesmo sorriso de olhos reluzentes que partiu também da parte do loiro.

 -Obrigada. - Recuou as próprias mãos a conter o sorriso. - Você está sempre me surpreendendo...

 -Eu não vou deixar de me importar contigo só por estar apaixonado, isso meu maior pecado, afinal conheço-te de tão longe, foi tanta coisa que vivemos juntos...pode confiar em mim, sempre, assim como eu também confio em você, pode contar comigo.

 -Humpt... - Riu sem graça voltando a abaixar a cabeça. - ...você tem razão, me desculpe.

 -Não, tudo bem, eu é quem devo-lhe desculpas...por não ter feito isso antes hehe.

 -Que bom que sabe... - Sorriu torto com uma das sobrancelhas arqueadas, fitando-o por cima dos óculos. - Só não esqueça de mim de novo...

 -Hã?

 -...ou eu posso simplesmente ignorar seus pedidos para manter sua namoradinha em segurança. - Levantou deixando um loiro indignado.

 -Você não faria isso.

 -Arrisque, então. - Olhou de canto com a mesma expressão enquanto atravessava até o forno.

 -Mas que tipo de brincadeira mais sem graça! Onde vai?

 -Humpt...estão prontos, querido.


Notas Finais


Quem chegou aqui e gostou, já sabe né?! Rsrs comentem aí pessoal.
Vejo vocês no próximo :* Ah, e obrigada pelos 200 comentários, vamos aumentar este número, certo? *-* o/


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