História A vida de uma adolescente nada normal - Capítulo 7

-Valentina Albuquerque, me responda- disse a diretora com a sua voz rouca e baixa
            -Bom, excelentíssima diretora, eu sem querer esbarrei com a Sofia enquanto ia atravessando a cantina para pegar o lanche que trouxe. E ela reclamou de dores de cabeça, pediu para ser levada para a enfermaria, e eu pedi desculpas, e prometi que nada disso iria acontecer novamente. 
         -Para comprovar se isso é verdade, terei de olhar com o nosso agente das câmeras aqui da escola, eu irei lá, fique aqui, até mesmo depois que o sinal tenha batido. 
          Assenti com a cabeça para ela e coloquei meus fones de ouvido, finalmente alguma hora do dia iria compensar. Já pus logo a minha música favorita, Just Hold On, eu amo demais essa música. Enquanto ela estava passando, eu ouvi gritos no corredor, tipo MUITO altos, que sobressaíram o meu fone. Sem nem me ligar no que a diretora disse, fui rápido até onde estavam vindo os gritos e estavam lá; um casal, uma menina de aparentemente 12 anos e um menino da mesma idade. Ela estava gritando e chorando apontando a tela de um celular, e ele, desnorteado, olhando pra ela com as mãos na cabeça, com os olhos cheios de lágrimas e falando pra ela que iria ficar tudo bem, mas parecia que ninguém os ouviam gritar e chorar tanto! Cheguei perto deles e disse:
            -Crianças, o que está acontecendo aqui? Eu sou que não sou próxima de vocês, nós nem ao menos nos conhecemos, mas eu posso ajudar vocês. Por favor, me deixem ajudar. 
            -Ninguém se importa com a gente, nem gaste seu tempo-Disse a menininha, que me lembrou muito anos atrás, ah senhor. 
            -Qual o seu nome garota?- perguntou o outro garoto
           -Valentina, mas pode me chamar de Tina se preferir.
           -Ela parece ser boa e só quer ajudar Carly, posso explicar para ela? 
           A menina caiu ajoelhada, já se derramando em lágrimas, eu e o outro menino fomos juntos, ajoelhando atrás dela. 
           -Pode sim Harry, explique pra ela, por favor- disse Anne, com uma voz fina e chorosa, já carregando soluços
           Harry com os olhos cheios de lágrimas começou a me explicar, detalhe por detalhe
           -Valentina, nós somos desprezados em nossa sala, temos uma qualidade financeira bem baixa, e esta manhã saímos deixando um café da manhã para os nossos pais, que estão sempre trabalhando para nos darem uma boa educação e sermos felizes, quase sempre conseguindo. Somos felizes em casa, mas aqui fazem bullying conosco, nos chamando até de mendigos. E você deve estar se perguntando "mas por que esses meninos choram tanto?", bom.... 
           O menino neste momento desabou em lágrimas junto com sua irmã. Juntei os dois em um único abraço, e pus suas cabeças sobre meus ombros, e nesse momento, a garota deixou que o telefone caísse de suas mãos, para o meu campo de visão. Eu não tinha interesse nenhum em ler, mas eu precisava saber o que estava acontecendo com eles, então estiquei um pouco o olhar e consegui ver que seus pais estavam em últimos momentos, que poderiam falecer a qualquer momento, graças á um incêndio que aconteceu na casa deles hoje de manhã, causado por uma explosão de gás. Entendi completamente o que tinha acontecido. 
              -Meninos, onde há 1% de chance temos que ter 99% de fé. Eles vão ficar bem bem sim, acreditar em Deus é o princípio de tudo, eu estou junto de vocês, não chorem crianças, por favor. 
               -Mas o que faremos? - Disse Carly, apontando para o celular

De repente, a diretora chega por trás de nós, e vindo até nós, andando pelo extenso corredor onde estávamos no meio, ele fala as seguintes coisas: 
           -Achei vocês! Dessa vez não vão escapar mais, e olha! Tem outra fugindo junto com vocês! Irão me contar quem é ou vou ter que ir até aí para descobrir? 
          -Não faça nada com eles, excelentíssima diretora Jullians, eu é que desobedeci ordens e devo ser levada, para obter a minha penalidade. Me perdoe, isso não irá mais acontecer.
         -Não faça isso Valentina! Ela não é bo...
        -Foi ela Carol! Você pode detê-la! Nos ajud... 
        Nesse momento, as crianças foram elevadas até o teto da escola, ficando suspensas e presas nos lustres de chumbo, que iluminavam o corredor. 
       -Você até foi esperta, mas fugir de mim? Você pensou mesmo que eu não descobriria? Você é tão ingênua, quem diria que me viria tanto a benefício por a Sofia para trombar em você e te trazer para a diretoria no lugar dela! Mas como o espiríto de fada bondosa é maior em você, conseguiu ouvir os sentimentos internos daquele par de híbridos! Argh! 

OQUEEE?!!? Eu não sou uma fada! NÃO É POSSÍVEL! 
       -E antes que você me pergunte ou questione, sim você é uma fada. 
       -O que? Não! Se eu sou uma fada você é uma bruxa! 
       -Que menina esperta! Sua mãe soube te criar direitinho! 
       Não é possível que isto esta acontecendo! É um sonho tenho certeza! Desde criancinha eu tenho esses sonhos de fadas, mas nada tão profundo, isso não é possível! Eu estava suando frio e começando a tremer, se isso for real, é agora que eu vou embora desta Terra. Comecei a cantar slow hands bem baixinho para me acalmar, não deu muito certo, mas fiz uma trilha sonora pelo menos.  
         -Então quais são suas últimas palavras?- disse a diretora
         Lembrei de muitas coisas que li sobre bruxas no google, quando jogava castle supernatural (tipo um league of legends, só que com bruxas, fadas, vampiros, lobisomens,etc), e lembrei de uma oração que funcionava como cheat code, se o jogador digitasse aquilo no modo batalha e não desse reconhecimento, as bruxas morriam ao primeiro golpe da pessoa cujo tinha comandado o golpe, pode ser só um jogo, mas nada me custa tentar
        -Crux Sacra Sihi mihi lux;
non draco sihi mihi dux;
vade retro satana!;
nunquan suad mihi vana;
sunt mala quae libas;
ipse venena bibas
    -O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!? FICOU LOUCAAA
    Nesse momento nada aconteceu, não com ela mas aconteceu que....