História A vida de uma garota nada normal - Introdução

[Carta]

Oi, lembra de mim? Sou a Claire...a garota de 15 anos, com cabelos longos e negros, pele clara, olhos claros e de péssimo humor... Sim, eu voltei...por que? Ora essa! Para lhe informar das maravilhas que ocorreram depois do último dia em que nos falamos...você vai gostar...leia até o final! ;-)

[Flashback,antes de tudo acontecer]

-férias...e sem nada para fazer!...afinal não tenho amigos, nenhum sequer..o q eu irei fazer até o início das aulas?-pensava isso, enquanto olhava para a rua, através janela de meu quarto, em busca de uma resposta.

Eu estava sozinha, minha mãe havia saído para fazer compras no mercado...mesmo que só ela vá comer, até porque só  tem eu e ela...meu pai morreu quando eu tinha apenas 3 anos...não lembro muito bem dele... Mas voltando as compras, eu não como pelo simples fato de não gostar, e por causa disso sou conhecida como anoréxica na minha escola, eles pensam que tenho anorexia...acho que é inveja por eu ser bem magrinha... ridículos!

Escutei o destrancar da porta, acho que minha mãe chegou...

- filha! Querida? Cheguei meu bem!- ela gritava, eu estava no andar de cima da minha casa.

-É, mãe! Eu percebi!

-Então?... Sentiu medo de ficar sozinha?

-Por que eu sentiria medo? Vc ficou fora por minutos!

- Ah...bem...não sei! Mas deixa isso pra lá, olha! Comprei bala para você! Quer?

Minha mãe me trata como uma criança...mesmo sabendo que eu já sou capaz de me cuidar...o que será que ela tem na cabeça? 

- Não mãe... obrigada...estou sem fome!

- Como sempre né Claire! Você precisa se alimentar melhor, sabe, quando eu tinha a sua idade eu..!

- Olha mãe eu preciso ir!-interrompi minha mãe, antes dela começar o sermão e as comparações- é um assunto que preciso resolver, sabe como é né! Tchau!-desci rapidamente, peguei minha jaqueta e saí de casa.

Estava frio lá fora, mas era muito melhor do que escutar minha mãe falando...quem sabe até por quanto tempo ela ficaria falando...1 hora? 2 horas? Um dia, talvez?...ainda bem que sai de lá...

Enquanto andava, fui em direção a uma praça que ficava perto do meu bairro...eu gostava de ficar lá! Uma das únicas coisas que eu gostava daquela cidade...

Sentei em um banco, a praça estava vazia... não havia nem uma alma sequer...

E por ali fiquei até que percebi que começou a escurecer. Indo para casa, avistei um garoto da minha escola, rodeado por meninas e meninos amigos dele.Ele é tão lindo! Mas não podia olhar para ele...mas ele é tão lindo! NÃO OLHA!!... Assim abaixei a cabeça e continuei andando, sem parar sem um segundo...Eles passar por mim, nem me perceberam.. era como se eu fosse um fantasma, eu conseguia ver eles mas eles não me viam...

Cheguei em casa, estava tudo apagado, aparentemente minha mãe estava dormindo...ou chorando por não ter aceitado o doce...! Fui até meu quarto, não estava com sono, então decidi mexer no meu celular...entrei em algumas redes....comecei a olhar as postagens das pessoas, todos felizes, uns em festas, outros em bares, em churrascos...queria ser um deles!...desligue o o celular e dormi.

(no dia seguinte)

- Acorda minha filha! Já está na hora de levantar!- dizia minha mãe, do jeito mais delicado ao tentar me acordar.

-Mãe, na boa, estou de férias não preciso acordar cedo!

- Filha é quase 13:00!

- E daí?

- Daí que você precisa levantar! Anda, se mexe!- ela puxou meu cobertor,estava tão frio.

-AI QUE MERDA!! ESTÁ FRIO PRA CARALHO!

- Olha essa boca, viu mocinha!! Você não pode sair falando esses...esses... Palavrões!! Eu não criei um porco, criei uma dama! Agora vá se arrumar, porque a gente tem planos hoje!

- Ahh, jura?- disse morrendo de preguiça

- Ué, você não queria alguma coisa para fazer? Anda vamos!

- Afe!!!

Levantei, escovei os dentes, arrumei o cabelo e botei uma roupa... Estava pronta e "animada" para sair...entramos no carro e fomos, minha mãe me levou primeiro em uma lanchonete, já que eu não tinha comido nada,e em seguida fomos ao cemitério... ótimos lugares que foram o motivo de me tirar da cama....MAS QUE INFERNO!

- Mãe..! Por que diabos estamos fazendo no cemitério?! 

- Bem,eu...eu quis vim dar um oi para seu pai, sabe ele sempre gostou de visitas e pessoas..!

Mamãe ainda não tinha entendido que papai se fora...por causa de um acidente...e nunca mais  voltaria...ela não entendia.... Mas permaneci quieta.

-Entao filha, vamos até o túmulo dele?

- Hum...uhum!

Chegando la, fui ansiosa ver a imagem do rosto de meu pai exposta em um porta retrato,mas não foi possível ver, estava tudo muito velho e sendo assim a foto estava apagada....minha mãe chegou perto, se ajoelhou e começou a sussurrar...Era como se eles estivessem conversando de verdade...

-Filha!- ela me assustou- seu pai quer falar com você!- ela abriu um sorriso, era difícil recusar.

-Ah....oi...pai?! Bem, como está?- estava me sentido desconfortável, não era algo normal o q eu estava fazendo, não fazia o menor sentido...- desculpa mãe! Eu não consigo!

- Ahn? Como assim? Continue filha! Seu pai está esperando!- ela dizia com um sorriso estampado no rosto.

- Mãe, o pai não está aqui!

-Filha...!- seus olhos começaram a encher de água- filha, conversa com seu pai...por favor!

-Não... Mãe... Não! O papai não está aqui! Ele nunca mais vai voltar..!

-NÃO DIZ ISSO CLAIRE....NÃO É VERDADE! ELE ESTA AQUI!

- SIM ELE ESTA...NUM CEMITÉRIO!! POR QUE ELE MORREU!!

-............- ela nada disse, seus olhos encheram mais e mais de água, e assim  derramaram em seu rosto....ela começou a chorar...

Eu saí correndo...sem olhar para trás...por que eu disse aquilo?....é mais difícil para ela do que para mim....eu sou um monstro... Não devia ter feito aquilo...

Por sorte, o cemitério não era tão longe do meu bairro...e assim parei na praça...fiquei lá, novamente... Mas dessa vez refletindo...fiquei pensando no meu pai, tentando lembrar de seu rosto.. mas não consegui....

Mais tarde, percebi que já era hora de eu voltar para casa... Fui o mais lento possível, pensando em uma maneira de me desculpar...

Quando cheguei, havia diversas garrafas de bebida alcoólica taca no chão da sala... Mas minha mãe não estava lá...corri até seu quarto e encostei o ouvido na porta, na tentativa de escutar algum grunhido....sim...ela estava em seu quarto....

-Mãe?...- percebi que automaticamente o grunhido parou..

- Que foi?- disse,ela estava bêbada

- Você pode abrir a porta pra gente conversar?

Percebi a aproximação, pelo som de passos acalcados no chão..ela abriu a porta...

-Fala!-ela disse, com certeza estava bêbada, seus cabelos bagunçados, os olhos inchados e vermelhos, e um péssimo hálito...

-Queria me desculpar pelo que eu disse no cemitério.... Não queria ter te deixado mal!

- Mas deixou...! Agora se me der licença...vou continuar bebendo!

Não queria te-la deixado assim.... Sabe...não vou reclamar. Melhor deixa-la bebendo, assim ,quem sabe, ela esquece um pouco... sinto muito mãe.

Então subi para o meu quarto...e dormi...

  Comecei a sonhar, sonhei com meu pai; minha mãe estava super feliz, éramos uma família feliz....podia ser real...