História A vida e suas coincidencias - Coincidência ou destino?

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Eu estava sentada na minha cama, enquanto Ino escondia meus roxos. A noite tinha sido péssima. Lembrar daquilo foi sufocante e me senti suja novamente. Nunca tive coragem de contar para minha mãe, pois ela parecia feliz com ele. A situação ficou complicada quando eu comecei a namorar, não podia levar nenhum deles para casa, pois sabia que seria castigada. O pior de tudo, era saber que ele tinha poder sobre mim, com os vídeos que foram gravados contra a minha vontade e, agora eu desconfiava que estavam em algum site de pornografia, mas nunca tinha encontrado nada.

-Saky? –Ino balançava algo na frente de meus olhos. –Esse não é seu celular?

-O que? –Agarrei de suas mãos e verifiquei, afirmando que realmente era o meu celular. O liguei e vi a quantidade de chamadas perdidas e mensagens, mas uma me chamou a atenção. –Olha.

Na mensagem, Sasuke me dizia que, na verdade, não havia nem visto as fotos e só queria brincar comigo, mas o celular tocava muito e o estava irritando.

-Uau…-Ino segurava o riso. –Você deveria sair com ele.

-Ino, não enche.

-É sério…-Ela riu, mas logo ficou séria.-Ele está longe agora.

-Mas ele ainda tem como descobrir…sempre descobre…

-Ino! –Hinata entrou no quarto com tudo, mas olhou para minha cara e se assustou. Eu estava tão feia? –Gaara quer falar com você.

-Ok…-A loira levantou e andou até a porta do quarto.

Olhei para Hina e ela parecia barrar a porta para que eu não saísse do quarto e eu franzi o cenho para ela. Pensei em apenas perguntar  o que estava acontecendo para ela, porque se tem uma coisa que Hinata não sabe fazer, é mentir. Mas no instante que eu abri minha boca, Ino entrou sorrindo largo.

-Vamos ao shopping! Gaara me ligou dizendo que as aulas foram canceladas! –Ela falou animada. Arqueei a sobrancelha e me perguntei por que as aulas tinham sido canceladas.

-Podemos ir na sua sorveteria favorita, Saky! –Hinata sorriu. –Eu pago!

-Sério?! –Meus olhos deveriam brilhar. Eu amava aquela sorveteria. Fomos a primeira vez que viemos para a cidade, para fazer a matrícula da faculdade. O estabelecimento era lindo, com decorações japonesas claras e não tão movimentado. Era perfeito, sem contar que os sabores de sorvetes eram revolucionários!

-Vocês podem ir na frente. –Ino foi atrás do seu celular que estava em cima da minha escrivaninha. –Eu tenho que entregar um trabalho pra hoje, então preciso ir mesmo que o professor não esteja dando aula.

-Tudo bem. –Dei os ombros.-Te esperamos na sorveteria.

-Podem ir com o meu carro. Gaara vai me dar carona. –Ela sorriu, jogando as chaves para Hinata, que as agarrou no ar. Achei ofensivo. Eu não dirijo mal!

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Ino povs on:

            Suspirei vendo meu carro partir na direção contrária à faculdade. Aquilo não podia estar acontecendo. Não com Sakura.

O interfone tocou, e o porteiro me informou que os garotos estavam me esperando, então desci o mais rápido que eu pude. Vi o carro esportivo prata de Gaara e entrei, me sentando no banco ao lado do motorista. O clima ficou tenso.

-Quem fez isso?! –Virei para eles, que me encararam surpresos pelo meu grito.

-Não sabemos. –Naruto falou hesitante.

-Foi o Kiba! Com certeza! –Apertei meu celular com raiva. –Só ele sabia disso…Aqueles vídeos não podiam sair por ai!

-Vamos tirar isso do ar e tirar todas as fotos da faculdade. –Gaara me assegurou. –Temos a permissão do reitor…O problema…

-É que muita gente já viu. –Sasuke bufou irritado. Essa atitude me irrita.

-Deixa essa parte comigo.

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Enquanto os meninos retiravam as fotos coladas nas paredes do edifício, eu ia até a sala do reitor, mas no caminho alguém me parou. Era uma garota de cabelos vermelhos vivos, com os olhos castanhos e óculos de armação vermelhos. Quanto vermelho.

-Sakura está bem? –Ela perguntou e eu me surpreendi por ela não ter julgado ou algo do gênero. –Sou amiga dela, digamos assim. Fazemos o mesmo curso.

-Ela não sabem que isso aconteceu. Estou trabalhando para acabar com isso, antes que atinja outro nível de informação.

-Conheço um cara que pode tirar o vídeo do ar! –Ela me assegurou e se virou pronta para correr. –Vou falar com ele!

Assenti positivamente e continuei meu caminho, andando rapidamente para completar meu plano. Assim que entrei, o reitor, um homem já idade, com os cabelos totalmente grisalhos e longos, me olhou com pena. Se alguém olhasse desse jeito para Sakura, mataria a pessoa sem nem pensar duas vezes.

-Vou usar o seu microfone. –Não estava pedindo permissão, mas ele me deu passagem para usá-lo, então, liguei o aparelho e bati as duas mãos na mesa de madeira. –Vocês acham engraçado?! Espalhar fotos e vídeos de uma pessoa que não deu o consentimento para isso?! Sabem que dá cadeia?! E eu asseguro vocês, quem fez irá pagar, sim! Eu me garantirei disso! Acham que Sakura teve escolha? Que ela gostou? Vocês não tem a menor consideração pelo próximo, mas deixa eu perguntar uma coisa: E se fosse sua mãe? Sua irmã? Um vídeo da sua melhor amiga de infância? É o meu caso. Eu sei que vocês ficariam tão possessos quanto eu estou. E por isso, eu estou fazendo o seguinte anuncio : Quem denunciar, anonimamente, quem fez tal ato grotesco, ganhará uma recompensa. E se ninguém falar nada, todos ganharão um castigo. E eu digo todos mesmo. Vocês nem conhecem a garota, parem de julgá-la, pois não sabem o porquê dessas porcarias estarem ai! –Respirei fundo, mas logo gritei no microfone novamente. –Vocês tem meia hora! Estarei na cantina.

Me joguei na cadeira de Jiraya, que colocou as mãos sobre a minha cabeça. E eu chorei. Sentia como se tivesse acontecido comigo, sentia como se meus pulmões estivessem em chamas. Sakura não merecia nada disso, mas o ponto é que ninguém merece. Você pode tratar o caso como uma tragédia ou trata-lo como um crime. Eu trato como ambos.

-Você deve ir para a cantina. –Jiraya segurou meu braço, me ajudando a levantar. Limpei minhas lágrimas, sem me importar se minha maquiagem estava borrada ou não. –Eu vou com você. Minha faculdade não serve como site de pornografia ilegal.

            Cheguei na cafeteria e estava lotada. Provavelmente todos queriam saber quem havia feito ou apenas ver as fotos ou o vídeo. Engoli seco ao passar por todo mundo e chegar na frente, onde Gaara, Sasuke, Naruto e a garota ruiva estavam.

-Você é assustadora quando quer, hein, loirinha! –Ouvi alguém rir. –É assim na cama também?

-Cala a boca, seu filho da…-A ruiva estava bastante estressada. Não havia conseguido tirar o vídeo do ar? Por que estava tão brava?

-Karin! –Naruto a repreendeu. –Já disse pra ignorar esse babaca.

Ah, então ele estava fazendo a mesma coisa com ela. Engraçado. Se fosse comigo, estaria ameaçando o desgraçado de ir preso por assédio. Fazer direito me ajuda muito.

-Todos vieram para contar quem foi ou estão aqui porque não tem nada para fazer? –O homem de cabelos brancos, conhecido como reitor Jiraya, falou severamente e todos ficaram em silencio. –Não admito que omitam quem foi o criminoso. Se ninguém abrir o bico, haverá consequencias severas para todos!

-Pronto, Karin. O vídeo está fora. –Me virei e vi Neji. O que o primo da Hinata estava fazendo aqui? –Ah, oi, Ino.

-Deveria saber que você conseguiria. –Resmunguei e o ouvi rir fraco. –Consegue rastrear quem foi que publicou o vídeo?

-O vídeo foi publicado por Koji, porém não sei quem espalhou tudo isso. –Ele franziu os lábios, provavelmente frustrado por não ter conseguido. Neji era uma ótima pessoa e ele e Sakura se davam muito bem. Ele só não sabia o que acontecia dentro de sua casa.

-Eu sei quem foi! –Me virei de repente para ver uma garota de cabelos castanhos presos em dois coques. –Ele tem ameaçado todo mundo para que ninguém que sabia falasse, mas eu não sou obrigada a participar de um crime!

-Cala a boca, Tenten! –Um garoto de cabelos negros e sobrancelhas estranhíssimas tapou a boca da garota, que se esperneou o suficiente para virar uma cotovelada no rosto do outro.

-Sai daqui, Lee! –E saiu empurrando todos até ficar de frente para nós. Ela tinha uma aparência muito fofa de desenhos animados. Pucca? É isso, mesmo. –Foi o Kiba. Assim que ele foi preso, mandou um amigo dele espalhar tudo isso! Eu chego muito cedo para poder usar a piscina antes das aulas começarem, sabe? Mas quando passei pelos portões, lá estava ele…-Ela fez um suspense e todos nos inclinamos para ouvir, mas… -Eu realmente não sei o nome dele. Eu sou meio isolada do mundo, sabe? Hehe

Ouvi Neji resmungar algo de como isso foi em vão, mas logo pensei…Não poderia ter sido Sai, poderia? Quer dizer, ele é vingativo, mas ele se vingaria de mim, não de Sakura…O que não faz sentido do porquê Kiba ter feito isso com ela. Não era mais racional ir atrás de Hinata?

-É ele? –Mostrei uma foto nossa na praia…Aquele dia tinha sido um dos melhores dias da minha vida. Nadamos, comemos, fizemos sexo. Foi produtivo.

-É esse branquelo mesmo. Não dá pra esquecer essa pele de defunto. –Ela murmurou a última parte e eu ri. A pele dele era bem clara mesmo, nesse dia de praia, conseguiu ficar mais vermelho que o cabelo do Gaara.

-Vou iniciar uma busca atrás dele. –Sasuke pegou o celular imediatamente e saiu da multidão.

-Ele seria um bom delegado…-Resmunguei com inveja.

-Você vai ser melhor. –Neji envolveu meus ombros com seus braços largos e musculosos. Esqueci que ele era um queijinho.

O que?

Queijo é bom pacas.

 Eu estava no carro com os meninos novamente. Estávamos indo para sorveteria contar para Sakura o que tinha acontecido. Infelizmente não consegui impedir que eles viessem junto, pois Gaara me jogou pra dentro do carro sem nem me perguntar se eu queria carona. Alguém estava estressadinho.

Será que ele gostava da Sakura?

Hm….

Deixa o pensamento ai no ar, hein.

-Ino, por que esses vídeos existem? –Sasuke me irritava. Juro, gente. Essa praga não sabe ser educada? Eu hein.

-Pergunta pra Sakura. –Respondi grossa, mesmo. Não sou obrigada.

-Mas e se ela não me contar? –Ouvi ele se remexer no banco. –E se a resposta for o que eu penso?

Ele parecia uma criança nervosa para ir para o primeiro dia de aula na escolinha. Apertei meus lábios com força. Estava tentando segurar o choro fazia tempo, mas agora estava mais difícil. Estávamos chegando perto de tudo aquilo se tornar real. Quando Sakura soubesse…Seria real.

E aquele foi o momento mais vergonhoso da minha vida. Eu chorei de três cara que eu mal conhecia, mas já tinham salvado minha vida duas vezes. Eu sabia que eles estavam mais envergonhados que eu, afinal, a maioria dos homens ficam desconcertados quando uma garota chora na frente deles.

-Pede desculpa, Sasuke! –Naruto gritava me abanando, o que eu não entendi muito bem para o que servia. –Ai, meu deus! Ela está ficando vermelha!

-Desculpa! Desculpa! –Sasuke soltou com os olhos arregalados.

-Ela vai morrer, Teme! –Naruto começou a assoprar no meu rosto, o que me fez olha-lo com o cenho franzido. Que porra ele tá fazendo?

-V-vocês nunca viram uma dama chorar? –Eu funguei, tentando respirar mais devagar.

-Eles não sabem reagir muito bem com essas coisas. –Gaara deu ombros.

-Ele chorou vendo Crepúsculo! –Sasuke apontou para o ruivo que engasgou de repente, para logo endireitar as costas no banco.

-Tinha um cisco no meu olho. –Logo pigarreou.- Tenho olhos sensíveis.

-Engraçado, você também chorou um monte em Sempre ao seu lado. –O moreno riu da cara dele.

-Você não chorou? –Me assustei. –Que tipo de monstro não chora quando um cachorrinho morre!? Ele morreu esperando o dono dele!!

-É surreal o filme…

-Se falar isso perto da Sakura, ela vai fazer você ver o filme até chorar. –Ri lembrando dela fazendo Neji assistir mil filmes que o cachorro morria, só pra ele chorar. –Ela fez isso com Neji. No fim ele chorou porque não aguentava mais, mas Sakura supôs que foi pelo filme. Nunca contem isso pra ela.

-Com prazer. –Ouvi Sasuke e Gaara resmungarem e Naruto gargalhar. Que que tá acontecendo? Quando eu parei de chorar?

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Sakura pov’s on:

                Era um pesadelo na Terra. Todos estavam em volta de mim, como se esperassem que eu fugisse. Porém…Eu já estava preparada pra isso. Dois anos atrás, quando ele começou a gravar, eu sabia que um dia algo parecido aconteceria. No fundo, eu me sentia destruída, mas aprendi a atuar muito bem com o tempo.

-Sakura…-Encontrei o olhar de Sasuke e me senti mais suja ainda. Ele tinha visto o vídeo? Ele me viu…-Tem uma história por trás disso, não tem?

-Sasuke…-Gaara ia o repreender, mas eu assenti, atraindo o olhar de todos para mim.

Estávamos sentados na praça em frente à sorveteria. As árvores se mexiam com a brisa leve que passava. O clima estava bom para não ter nenhum problema hoje. Sentia as lágrimas saindo sem eu nem ter começado…Eu iria contar tudo. Sabia que ninguém iria me interromper, mas eu precisava contar para alguém que não fosse Ino ou Hinata. Precisava acreditar que aquilo, infelizmente, acontecia e que eu precisava de apoio.

-Aquele…era Koji, meu… padrasto. –Olhei para ver a reação deles e via que Naruto e Gaara estavam assustados, mas Sasuke… Sasuke não estava demonstrando nada e, não sabia se aquilo era uma máscara para não mostrar o quão repugnante ele achava que eu era ou se ele apenas não ligava. –Quando ele se mudou para casa, minha mãe deixou bem claro que eu teria que ser boazinha com ele, pois ele passaria o dia comigo, já que ele trabalhava em casa e minha mãe não…Eu não achei que seria um problema. Até a primeira noite. Eu não contei pra minha mãe, pois ele me ameaçou dizendo que iria falar que eu quem havia me jogado para cima dele. Passei algumas semanas fugindo para dormir na casa de Ino ou Hinata e só voltava para casa quando minha mãe já tinha chegado.

Sentia minhas lágrimas descendo pelo meu rosto, como se carregassem todas as memorias. As lembranças de todos me perguntando se eu estava com algum problema em casa para dormir fora tanto assim. Minha mãe nunca desconfiara de nada?

“Mas ele surgiu com uma história um tempo depois que eu estava usando drogas pesadas para minha mãe e disse que era melhor que ele ficasse de olho em mim. E foi quando ele começou a gravar tudo, como uma forma de ficar de olho em mim. Eu chorava, implorava para que ele parasse com aquilo, porque eu não aguentava mais, mas ele me castigava toda vez que eu chorava. Me batia forte, já chegou a deslocar meu maxilar. E foi quando eu contei para Ino e Hinata. Ela eram as únicas que percebiam que algo estava estranho comigo. Eu não saia mais com caras, porque quando eu comecei, ele fazia pior. Era humilhante, sujo e doía tanto de tantas formas que…eu tentei me matar. Tentei me enforcar, mas ele me salvou e saiu como herói da história! Que ironia. E eu saí como a garota problemática. Então decidi que iria pra longe, custasse o que custasse. Ino e Hinata vieram comigo e eu tenho medo todos os dias de algo pior. Um vídeo?”

Eu ri nervosa. Ninguém falava nada, então eu olhei para baixo, remexendo a grama com um graveto que eu havia achado.

-Um vídeo não é nada. E daí que as pessoas saibam que eu nojenta desse jeito. –Dei os ombros. Não era como se fosse uma ideia nova para mim mesmo.

-Você não é nada disso, Sakura. –Naruto levantou meu queixo, me fazendo olhar para ele. Ele estava sério, o que fazia com que seus olhos azuis tomassem uma cor mais escura do que normalmente eram.

-Você não tem culpa de nada. –Gaara afirmou. Enquanto Ino e Hinata vinham me abraçar, já chorando também. São muitos problemas os quais já enfrentamos todas juntas. Por um tempo, fiquei com medo de que ele quisesse uma das duas também, então parei de sair com elas além da escola, até o dia da bendita festa. –Ele é o único culpado.

Sorri minimamente e olhei para Sasuke, que encarava a grama. Torci a boca. Se ele queria alguma coisa comigo, como as meninas insinuavam, agora não queria mais. Não era uma reação inesperada. Não por mim, claro. Tive 4 anos pra poder criar todas as situações possíveis sobre esse assunto e nenhum dele acabou bem.

-Sasuke, por que não pega meu carro e leva Sakura pra casa? –Gaara mais mandou do que ofereceu. Por que? Eu estava perfeitamente bem.

-Por que eu? –Ele resmungou e eu, como eu já estava chorando, chorei mais ainda. Foi como se ele tivesse pisado em mim até meu peito afundar.

-Não precisa, Sasuke. –Eu me levantei, magoada. –Eu não preciso da sua ajuda.

-Mas não foi…-Ele me seguiu até a calçada, mas eu o parei com as mãos.

-Não.

-Hey!-Ele puxou meu pulso e eu me assustei levemente com seu olhar. –Para de fugir de mim, garota!

Abri a boca para reclamar que odiava quando me chamavam de garota, mas ele me puxou para um abraço forte o suficiente para eu não escapasse. Senti meu corpo ficando quente de vergonha, enquanto minha cabeça estava em seu peito, já que ele era mais alto que eu.

-O que está fazendo? –Resmunguei depois de alguns segundos. Ele me apertou mais quando eu tentei sair do abraço.

-Eu não sei o que dizer. –Ele se afastou para me olhar e reparei que seus olhos estavam marejados. Sorri abobada com o rosto dele. Ele era lindo até vermelho e chorando.

-Eu só fico feliz que você não sinta nojo de mim…

-Sakura…-Ele pousou a mão no topo da minha cabeça, e se abaixando para ficar do meu tamanho. Não sou tão baixinha, gente. Ele só abaixou um pouco, tá? –Aquela não era você. Você é essa aqui, na minha frente, que ficou tão envergonhada de pensar que tinha dormido comigo, que não queria entrar na mesma lanchonete que eu ou ficar na mesma sala que eu.

-Não tinha motivo pra você me levar pra sua casa se não fosse pra…isso! –Me defendi, rindo. –Vamos pra minha casa? Não quero nem pensar no que vou fazer amanhã.

Ele riu e olhou para trás acenando para os quatro que estavam se levantando agora e indo em direção à sorveteria.

-Você não vai estar sozinha, se isso ajuda. Você tem eles. –Ele olhou para mim. Franzi minha sobrancelha confusa. –Eu posso te dar alguns minutos da minha agenda ocupada, mas só isso.

-Você é muito convencido pra um ser só. –Eu ri alto, chamando a atenção dos nossos amigos. Olhei para ele e depois para Sasuke. Sorri alegre. –Sabe, a vida tem muitas coincidências. Vocês estavam na nossa primeira noite em Konoha. Estudam na mesma faculdade… Estavam lá quando precisávamos.

-Coincidências ou destino? –Ele ponderou, dando os ombros no fim. –Acho que nunca saberemos.