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História A Vida Nos Transforma! (Imagine Clarke e Octavia)! - Somos nós os selvagens!


Escrita por: shipimpossivel

Notas do Autor


Boa tarde e boa leitura!

Capítulo 3 - Somos nós os selvagens!


Pov. Octávia.

 

Fico olhando a postura protetora da loira com relação a pequena garota. Uma criança não é uma ameaça. Mas Clarke estava realmente disposta a me enfrentar por ela. Interessante.

- Não tem o que temer criança.

Minha voz sai calma e firme. Coloco minhas espadas em suas bainhas e endireito minha postura. A pequena me fita curiosa. A mais velha relutante guarda sua Glock no cós da calça.

- Acho melhor me seguirem, como eu disse. Você tem muita coisa para responder Clarke.

Ela parece pensar um pouco e então concorda. Vejo falar algo para a garotinha que assente com a cabeça.

- Depois de você Comandante.

Sua voz sai sem emoção nenhuma. Eu me viro de costas e ando devagar pelo caminho que vim. Penso que por mais que em muitas das vezes eu não tenha concordado com as decisões de Clarke, ainda mais as que tomava quando estava com Lexa eu não poderia negar que parte de mim estava feliz por vê-la. Por mais que em um dos seus últimos atos antes de sair do bunker tenha sido me deixar para trás.

A loira sempre fez o que acreditou que era melhor para todos e talvez só agora eu entendesse isso. Eu mesma tinha inúmeras decisões que precisava tomar que não me deixava nem um pouco feliz e mais de uma vez nesses seis anos me peguei pensando que era ela quem devia estar no comando. A garota parecia sempre saber o que fazer e ainda parecia tão forte apesar de todos os efeitos que as decisões difíceis traziam.

A grande comandante da morte estava diferente, seus cabelos mais curtos e tinha um semblante mais calmo. Apesar de o constante franzir de cenho. O pouco que pude ver entre ela e a pequena garota ficou claro que tinham construído uma relação fraterna forte. Ninguém falou nada no caminho e quando chegamos na entrada do bunker consegui ver Indra e Kane.

Ambos pararam de falar a nos avistar. Seus olhos correram para a loira que caminhava logo atrás de mim. Kane correu até ela e abraçou forte. A general que não era de expressar muitos sentimentos, se aproximou e ofereceu a mão a garota dos olhos azuis que ignorou a mão da mais velha e abraçou.

- É tão bom vê-los de novo.

Ela sorria. Eu junto às sobrancelhas tentando lembrar quando foi que vi Clarke sorrir e não consegui encontrar nenhuma vez. Bom teve aquela vez que a encontramos depois que fugiu de Mount Weather, mas dessa vez era diferente.

- Essa é Maddie, nos encontramos há algum tempo. Clarke fala mostrando a pequena garota que observava tudo com atenção.

Indra só acenou com a cabeça enquanto Kane se abaixou e falou com a pequena.

- Heda podemos falar?

A general me olha e eu concordo com a cabeça. Distanciamos-nos um pouco dos outros três que conversam animados.

- Qual o problema?

- Wanheda

- O que tem ela?

- Como está aqui? Eles conseguiram voltar do céu? E quem é a garota?

- Não sei Indra, Clarke ainda não me falou como está aqui. Por isso eu a trouxe.

- Heda, não deixe que a vejam, não quando ainda não tem respostas. Wanheda tem grande influencia sobre nosso povo e isso poderá causar algum tumulto.

- Está me pedindo para que a deixe aqui fora?

- Ela estava aqui fora.

Fico pensando no que ela está me pedindo e qual o motivo. Realmente Clarke tinha conquistado um posto de confiança entre os que vieram do céu e os terráqueos acreditavam que ela era de fato a comandante da morte.

- Então vamos obter respostas. Falo séria e caminho em direção ao pequeno trio. Observo um pouco antes de falar:

- Clarke, precisamos saber algumas coisas antes de descermos com você e com a garota.

- O que você quer saber?

O semblante calmo se esvai diante dos meus olhos só para ser tomado por uma feição de determinação da parte dela. Kane se levanta e fica ao meu lado esquerdo esperando uma resposta.

- Como de fato está aqui e meu irmão e os outros não?

- Eu não fui para o espaço com eles.

Sua confissão faz com que Indra, Kane e eu nos olhemos em interrogação. Afinal se ela não foi para o espaço, como sobreviveu?

- Mas o seu irmão e os outros estão aqui, eles estão sendo prisioneiros da outra nave que pousou há alguns dias, não sei como isso aconteceu. Tentei todo esse tempo fazer contato com Bellamy e até tentei encontrar vocês, mas não consegui. Eu estava me preparando para partir com Maddie quando vi você entre as árvores.

Ela fala tudo de uma vez e um milhão de perguntas surge na minha cabeça, porém é Kane quem pergunta:

- Como assim eles são prisioneiros de outra nave?

- Eu não faço ideia de quem são, só consegui ler que é uma nave de prisioneiros, bem parecido quando vocês nos enviaram, poético não?

Ela diz as últimas palavras como se tivessem um gosto amargo e não tem como não compartilhar do mesmo sentimento que ela. Minha cabeça ainda zumbe em perguntas então decido perguntar:

- Por que não foi com eles?

- Houve um problema e eu tive que ficar para que eles conseguissem ir. É tudo que consigo arrancar dela, nem mesmo uma explicação de como estava viva.

- E você sobreviveu como?

Indra faz a pergunta que penso estar rondando a mente de todos nós.

- Clarke tem o sangue mágico como o meu.

A pequena garota agora responde e eu não tinha percebido que ela estava prestando atenção.

- Então o procedimento de Abby funcionou? Você é uma nightblood agora?

As perguntas de Kane são inúteis sendo que o fato dela estar aqui agora só provava que o procedimento tinha funcionado. Indra me lança um olhar em advertência o qual eu o ignoro. Eu e Clarke podíamos ter nossas diferenças, mas ainda assim éramos do mesmo povo. E como ela tinha dito meu irmão e os outros estavam sendo prisioneiros dessa nova nave, nós iríamos precisar dela.

- Pois bem, acredito que queria ver sua mãe. Digo e ela concorda com um movimento de cabeça.

Kane parece feliz com a minha decisão já não posso dizer o mesmo da minha direita. Ela endurece ainda mais a expressão ao seguir ao meu lado. A pequena Maddie não para de fazer perguntas, das quais Clarke faz questão de responder todas. No momento em que descemos a primeira escada meu coração já é esmagado pelo sentimento de aprisionamento. Respiro fundo mascarando todos os meus sentimos e receios. Desde que ganhei esse manto não podia mais me importar com que meu coração dizia.

 

Pov. Clarke.

 

Quando a grande porta foi aberta sou inundada de lembranças. Da minha mãe, dos meus amigos, do meu povo que já não era mais tão meu assim. Maddie está eufórica ao meu lado e me esforço para corresponder suas expectativas. Mas estar ali me trazia lembranças doloridas, como quando eu quase atirei em Bellamy. Pensar em Bellamy era de um modo doloroso e bom. Meu fiel amigo nunca me julgou pelas minhas decisões, mesmo quando não compartilhava do mesmo pensamento.

Octávia andava na frente, soberana. Quando as pessoas colocavam os olhos em mim havia pequenas e baixas discussões. Penso que querendo saber como estava ali. Somos guiados por Indra até uma sala já conhecida minha e no momento em que entro encontro os olhos aflitos da minha mãe. Ela parecia não acreditar no que via até que correu para mim. Os seus braços sufocantes me apertam em saudades e não consigo fazer mais nada que não seja retribuir.

- Eu sabia que nos encontraríamos novamente.

Suas palavras transbordando carinho e alivio chegam até meus ouvidos e consigo enfim respirar com calma. A nova comandante se posiciona na ponta de uma mesa que tinha sido colocada no local. Seu olhar está fixado nos meus movimentos. Talvez ela espere que eu faça alguma coisa para machucá-la, já que na ultima vez eu a tinha deixado para morrer fora do bunker.

- E quem é essa garotinha?

- Eu sou Maddie, e sou uma grande guerreia como Clarke.

A entusiasmada garota conta para minha mãe que sorri bondosamente para a menina. Estou prestando atenção na interação de Maddie com minha mãe, mas consigo perceber quando Indra se aproxima de Octavia dizendo algo em seu ouvido. A Blake assente em um movimento tão rápido que quase penso que não vi. Talvez quem vire comandante tenha que fazer gestos mais contidos. Afasto esse pensamento da minha mente, pois me lembrava Lexa.

- Muito bem, precisamos falar de algo mais importante agora. A jovem de forma autoritária diz e minha mãe e Kane se posicionam ao redor da mesa. Observo a cena, mas não digo nada.

- Com base no que Clarke disse, uma nave de prisioneiros pousou há poucos dias.

Minha mãe me olha de forma curiosa e eu não digo nada. Só abaixo a cabeça.

- Eles estão com meu irmão e os outros que foram para o espaço a procura de sobrevivência. A garota pigarreia antes de continuar – Vamos reunir o conselho em alguns minutos para discutir qual vai ser nosso modo de abordagem.

Minha mãe e Kane assentem e eu continuo sem dizer nada. Até que Octávia fala:

- Clarke, você também terá que participar da reunião.

Eu franzo o cenho e respondo:

- Me desculpe Comandante, mas não faço parte de nenhum conselho e queria mesmo não me envolver com isso.

Todos se mechem desconfortáveis e seus olhos queimam quando me fitam.

- Queria não se envolver nisso? Seus amigos Clarke, seus amigos estão aprisionados e você quer se abster? Quando em todos os momentos que precisou eles estavam lá por você. Meu irmão estava lá por você!

Sua fala é cheia de raiva e ela vem em minha direção, porém me mantenho firme.

- É por isso que agora eles terão você para salva-los. Não posso mais fazer isso, não consigo mais fazer isso. Não de novo.

Saio sem deixar ninguém contra argumentar e respiro fundo me encostando na parede. Só eu sabia o que era conviver com decisões que não podem mais voltar. Passei um ano de minha vida sozinha, tendo momentos em que quase deixei a sanidade me escapar. Depois veio Maddie o que me deu força para continuar, por ela. Não ia conseguir retroceder esse processo. Não era mais aquela Clarke que assumia essas responsabilidades. Eu agora era só a Clarke, sem ter que carregar o peso do mundo em meus ombros. Fecho os olhos e suspiro. Ao abri-los encontro um par dos mais castanhos e belos olhos me fitando de baixo para cima.

- Todo guerreiro tem medo Clarke.



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