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História A wounded lion - Um leão ferido - Um segredo revelado


Escrita por: Gmaybeawriter

Notas do Autor


Pretendo que este seja o penúltimo capítulo dessa história. Espero poder satisfazer as vontades de todos com os últimos desdobramentos da trama de Jaime e Visenya. Boa leitura!

Capítulo 3 - Um segredo revelado


Os dias se passaram, todos iguais. Ivan havia desistido de descobrir o motivo pelo qual eu pegara sua carroça, e as coisas aos poucos iam voltando à normalidade. O tempo todo, sem cessar um minuto sequer, eu pensava em Jaime. Rezava a todos os deuses, pedindo que ele estivesse bem. Por mais que nosso tempo juntos tenha sido mínimo, eu sentia por ele algo que nunca havia sentido por ninguém. Era como se um pedaço que sempre faltara tivesse se encaixado no quebra cabeça por algumas horas e depois sido arrancado, levando consigo mais do que trouxera.  Eu não era isso para ele. Jaime era completa e inteiramente apaixonado pela irmã. Ela estava morta, eu sabia, mas nunca iria deixar o coração dele; sempre haveria a sombra de Cersei em sua vida. Ele poderia se divertir com outras, beijar outras, como fizera comigo; mas ele só amaria uma. E essa uma jamais seria eu.

   Passei a treinar mais e mais, mesmo que não acreditasse que usaria uma espada novamente. A parte emocionante de minha história já havia passado. Eu continuaria trabalhando com Ivan, talvez me casaria com um comerciante qualquer com quem eu teria alguns filhos tão miseráveis quanto eu. “Não! ”, a voz gritou dentro de mim. “Você pode mais. Você é mais! ”.

   — Essa crença de que sou diferente é uma besteira. — murmurei, enquanto golpeava uma árvore — Eu sou só uma garota comum de um lugar comum.

   Arbustos se mexeram. Olhei ao meu redor. Tudo era silêncio e sombras, mas havia algo ali. Segurei firmemente minha espada, e me coloquei em posição de defesa, as costas quase contra o tronco da árvore. De repente, uma rede caiu sobre mim, e me vi completamente imobilizada. Um vulto saiu de trás dos arbustos, e outro pulou da copa da árvore e aterrisou perfeitamente no chão ao meu lado.

   — É essa a putinha do Regicida? — uma voz áspera e zombeteira perguntou.

   — Ela mesmo. Visenya, não é? — o outro se agachou e olhou para o meu rosto — Ele soube escolher bem.

   Tentei em vão me libertar da pesada rede que estava sobre mim. Minha espada estava longe demais. Eu estava completamente indefesa.

   — Vocês estão enganados. Eu não conheço nenhum regicida! — bradei.

   — Não ouse mentir, sua vadia! — o homem da voz áspera me chutou, e uma dor aguda tomou conta das minhas costelas — Vocês mataram Ralph e Jack juntos. Acha que não sabemos? Encontramos as covas rasas em que vocês os enterraram, naquela merda de bosque. Ralph era meu irmão, sua prostituta!

   Ele me chutou, duas, três, quatro vezes. O outro homem observava silencioso, até que ergueu a mão e os chutes cessaram.

   — Nos conte onde está o Regicida, e nós deixaremos você ir.

   — Eu não sei onde está nenhum regicida. Eu só trabalho em uma taverna, só isso. — choraminguei, minhas costelas enviavam pontadas de dor para todo o meu corpo.

   — Ora docinho, nós sabemos exatamente quem você é. Na verdade, sabemos mais do que você imagina. — o homem que estava agachado sorriu.

   — Teremos recompensa em dobro se entregarmos você e Jaime Lannister para a Rainha de Westeros, sua vadiazinha. — o homem da voz áspera sorriu, deliciado — Já que você não sabe para onde ele foi, levaremos você conosco. Talvez sirva de isca caso encontremos o rastro dele.

   — Não! — gritei, mas não pude dizer mais nada. Com um soco, o homem da voz áspera me calou. Tudo ficou escuro. Eu estava viva, podia sentir e ouvir, mas não conseguia me mexer. Eu não sei quanto tempo se passou. Minutos, horas, dias. Eu sabia que estava sendo transportada em um cavalo, podia sentir seu galopar. Consegui por fim abrir meus olhos, e percebi que estava presa com cordas à garupa. O Homem que me carregava era o que me desacordara; estávamos em uma estrada estreita, rodeada por alguns coqueiros. Eu nunca havia visto uma vegetação como aquela. Não estávamos mais em Braavos.

   — Ela acordou. — o homem que estava no outro cavalo falou, se aproximando — Pensei que Marvo havia matado você.

   — Ela só ficou assim por dois dias, Stefano. Se eu quisesse matá-la não teria dado um soco tão fraco assim.

   — Onde estamos? — sussurrei. Minha garganta estava seca, a dor nas costelas era insuportável.

   — Pentos. — Stefano respondeu calmamente — Seu Regicida foi visto por aqui. Talvez se ele souber que estamos com a garotinha dele...

   — Eu não sou nada para Jaime Lannister. Vocês estão cometendo um erro.

   — Não, não estamos. Você é um bônus para nós, e um presentinho para a Mãe de Dragões. — Marvo falou, a voz áspera sempre irônica.

   — Vocês pegaram a garota errada. Eu não tenho valor algum para Daenerys Targaryen!

   — Como não? Seu pai a perseguiu e mandou assassinos atrás dela desde que a Rainha era uma criança. O mínimo que ela pode fazer é matar você e acabar para sempre com a linhagem do Usurpador, mesmo que seja bastarda.

  Meu sangue gelou em minhas veias. Havia algo errado, algum mal-entendido.

   — De repente você ficou muito calada, garota. — ralhou Marvo. Stefano olhou para o meu rosto, e um vislumbre de entendimento passou por seus olhos.

   — Ela não sabia, Marvo. Ela não sabia que é filha de Robert Baratheon.

XXX

   Eu não disse mais nada, nem Marvo ou Stefano. Só conseguia pensar em uma razão para minha mãe mentir assim para mim. Ela podia querer me proteger, mas de nada adiantou. Mesmo sem saber de quem era filha, lá estava eu, amarrada na garupa de um cavalo sendo levada para atrair Jaime para uma armadilha, na qual no fim os dois seriam mortos.  Uma parte de mim começou a juntar todas as peças sobre minha vida. Minha mãe era uma linda mulher, provavelmente uma das amantes do rei. Em todas as histórias que falava sobre o Rei Robert, ela fazia questão de ressaltar o quão forte e maravilhoso ele era, o quão generoso e corajoso ele havia sido. Eu jamais havia passado fome, não antes de minha mãe morrer. Sempre tínhamos boa comida, boas roupas, bons livros. Como eu nunca havia raciocinado isso antes? Me senti uma idiota. Tudo estivera ao alcance dos meus olhos, mas eu não fui capaz de enxergar.

   — Vamos passar a noite nessa estalagem. Não ouse tentar fugir, ou não conterei Marvo. — Stefano sussurrou, enquanto apeava de seu cavalo e entrava na cabana. Marvo me desamarrou e me colocou no chão, no qual desabei. Minhas costelas doíam tremendamente, deveriam estar quebradas.

   — Sua sorte é que você vale algo. — Marvo disse, entredentes, enquanto me pegava no colo e levava para dentro da estalagem.

   Durante o jantar, fiquei trancada no quarto. Stefano levara uma tigela de sopa rala para mim, que bebi avidamente. Meus pensamentos brotavam aos montes, minha cabeça doía, a febre tomava conta do meu corpo. No outro dia, partimos logo cedo. Minhas costelas ainda doíam, e a febre ainda queimava, mas Marvo não me amarrara mais em sua sela como um saco de batatas. Quando o meio do dia chegou, eles pararam para comer algo.

   — Preciso me aliviar. — Marvo anunciou, e adentrou os arbustos que ladeavam a estrada. Alguns minutos se passaram, e ele não voltou. Stefano estava impaciente, a pista mais recente de Jaime indicava que ele estava perto.

   — Aquele idiota deve ter se perdido. Vou procurá-lo. — dizendo isso, me amarrou em uma árvore e se foi.

   Eu só conseguia pensar em como Jaime iria escapar daqueles dois. Eles haviam me capturado totalmente desprevenida, e me usando como isca fariam Jaime baixar completamente sua guarda. Eu precisava dar um jeito de fugir. Com uma das mãos, encontrei uma pedra e comecei a friccioná-la fracamente contra a corda que prendia meus pulsos. Stefano e Marvo logo voltariam, e se me encontrassem tentando fugir eu perderia mais algumas costelas. Os arbustos começaram a se mexer, e lancei a pedra para longe. Meu intento falhara miseravelmente. Olhei para estrada, fingindo divagar em meus pensamentos.

   — Eu disse que você não estaria segura, garota. Você é muito teimosa. — minha garganta se fechou. Eu não podia acreditar. Vagarosamente, olhei para o homem à minha frente. Jaime Lannister estava sujo e maltrapilho. Seu ombro tinha um corte que sangrava abundantemente, mas seu sorriso era o mesmo da última vez em que eu o havia visto há meses atrás.

   — Jaime... — murmurei. Depois, tudo ficou escuro.



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