História AaA - Entre beijos e Mordidas - Capítulo XIII - Bipolar

     Ele entrou naquela pequena passagem e eu fui atrás, a caverna era clara, feita inteiramente de diamante rosa bem claro, assemelhado a um espelho, Gumball olhou para sí mesmo através do diamante liso, se olhou de cima a baixo e franziu as sobrancelhas, sacudiu sua cabeça e seguiu seu caminho. Olhei para o mesmo local do que ele por um momento e depois segui adiante.

Ele parecia bem exausto, quer dizer, ele sempre está exausto, mas ele sempre esconde através de maquiagens e outros produtos, confesso que faz anos que não o vejo sem tudo aquilo e sinto pena do Ben. Esse é um dos vários motivos do qual não quero governar a Noitosfera, não quero ficar como ele, não aguentaria o tranco.

Passamos por todo aquele corredor rosa e saímos em uma especie de comercio, eu conhecia aquele lugar...

-Marshall, já pode parar de me seguir. - Meu coração gelou por um instante.

-Como sabia que estava te seguindo? - Sorri e fui até ele.

-Não sou burro. - Riu.

-O que veio fazer nesse lugar? Sabe que não pode vir sem proteção, aqui é dureza.

-Eu sei me virar.. E eu tenho você, não é mesmo?

-É, no momento sim.- Dei uma olhada em volta. -Vai ficar quantos dias aqui?

-Dois dias, o Ancião Negro não está disponível no momento, tudo que me resta é esperar. - Gumball olhou para o seu relógio. -Vamos andando? Está tarde para você, o sol já vai sair.

Fomos até uma pequena casa isolada que o tio do Ben construiu a muito tempo atrás. Benni não fala muito sobre o seu tio Gumbald, mas pelas pequenas coisas como ter uma casa em um lugar maligno como esse, creio que esse homem seja tão obscuro quanto o sobrinho.

-Se quiser tomar banho, tem algumas roupas do Yetti no armário, pode usar.

-Tem certeza que não tem problema em usar as roupas dele?- Perguntei um pouco incomodado. -Quer dizer, ele está morto, Gum.

-Exatamente, ele está morto! Não vai se incomodar.

              E ele ainda me chama de frio.

Nos acomodamos perto da lareira, Gumball estava sentado lendo um livro e eu estava ao seu lado sem fazer absolutamente nada, o tédio estava ficando cada vez maior. Lembrei do que minha mãe disse sobre o convite e resolvi entrega-lo agora.

-O que é isso? - Perguntou.

-Minha velha mandou te entregar, não faço ideia do que seja. - Dei a carta para ele.

Gumball fez uma cara de desapontado após ler a carta, suspirou, apoiou seu rosto em sua mão e jogou a carta para o fogo. Não entendi porquê ele ficou daquela forma.. Não conseguia parar de encara-lo, sim, eu estava preocupado, admito que estou preocupado desde que o vi.

-O que.. Foi aquilo com a Finn? - Perguntou cabisbaixo.

-O que foi aquilo com a Girl? - Retruquei fugindo da pergunta.

-Estávamos apenas dançando Marshall, ela brigou com o namorado, só estava tentando levantar o humor dela.

-"Namorado"? - Perguntei com os olhos arregalados. -Desde quando ela namora?

-Já faz um tempo, depois daquela turnê que fizemos, sabe?

-Ahh.. Eu pensei que vocês estavam tendo um lance na turnê.- Ri aliviado.

-Tivemos, foi a melhor madrugada da minha vida. - Ele disse enquanto sorria.
             

                                            Gumball P.O.V
 

-Tivemos, foi a melhor madrugada da minha vida. - Disse sorrindo com a intenção de provoca-lo.
 

-O que?- Olhei para o Marshall e o humor dele mudou instantaneamente.

-Ela é incrível Marshall, você tinha que ver. -Balancei a cabeça sorrindo, o humor dele ia de mal a pior. -Foi inesquecí-

-Cala a boca! - Alterou a sua voz.

-Calma Marshall, por que isso do nada? - Perguntei sonso.

-Está brincando comigo? - Marshall bateu com a mão no piso de madeira.

-Você vai quebrar o piso. - Disse sério. Apesar de gostar de provoca-lo, não toleraria um exagero desses a ponto de faze-lo quebrar o piso do meu tio.

-Eu vou quebrar a sua cara! - Ele levantou rapidamente.

Me levantei.

-Então quebre. - O desafiei com desdém.

Ele me pegou pela blusa e me ergueu até ficar em sua altura, seus olhos estavam negros, poderia sentir a sua raiva, tenho certeza que ele está se sentindo traído, mas não deveria, eu não tinha e nunca mais terei nada sério com o Marshall.

-Você é toxico! - Marshall disse com seus dentes trincados.

-Obrigado. -Sorri e ele me jogou no chão.

Marshall deu as costas e saiu com os passos pesados, admito que adorei a cena.. Até ele recolher suas coisas.

-Você vai sair!? - Perguntei preocupado, ele não respondeu. -Marsh, está sol, você vai torrar lá fora!

Ele parou e me olhou com desprezo.

-Prefiro torrar do que ficar de baixo do mesmo teto que você.

-Então eu finalmente te fiz ficar completamente puto? - Ri.

-Você finalmente conseguiu me fazer não querer sua companhia nem pintada de vermelho.

Meu coração parou quando ele disse aquilo, percebi que ele estava falando mais do que sério, percebi que ele preferia morrer ao estar comigo, isso me destruiu.