História Abandonada?! - Lilith.

― Assunto de família. ― falei simplesmente.

(...)

― Quer contar a sua história..? ― perguntou Sam, depois da conversa anterior nós não nos falamos nem sequer uma palavra, agora já era noite e ele queria conversa, uma coisa não muito legal.

― Acho desnecessário ― Falei seca ainda de cabeça baixa.

― Não tem necessidade de te lembrar do combinado, ou tem? ― Dean falou frio. O olhei incrédula negando com a cabeça.

― Dean se acalme. ― Disse Sam.

― Eu.. tinha nove anos quando aconteceu, minha mãe nunca teve aquele amor incondicional, que uma mãe pode oferecer a um filho,― minha visão estava ficando embaçada por conta das pré-lágrimas, eu estava ficando emocionada e abalada com a dor de nunca ter o amor de uma mãe.― ela sempre disse que eu era filha de um demônio, já meu pai dizia que eu era de num anjo. ― eu rir amargamente com a lembrança.  ― meu pai me convidou para um passeio, passamos a tarde num parque de diversões, foi o dia mas magico de toda a minha infância, sem a minha mãe, só eu e ele, e depois de entrarmos no carro ele entrou em uma estrada de terra, era o caminho de uma das fazendas centralizadas da cidade, entramos na fazenda e ele me levou diretamente ao celeiro onde tinha um homem nos esperando, ele apenas se ajoelhou na minha frente e disse a típica frase de abandono “ eu irei voltar pra te buscar querida “ ― dei uma risada anasalada, os meninos ainda me encaravam sério, ele realmente são totalmente diferentes quando o assunto é família― eu gritava enquanto ele voltava ao carro, corri na direção do veiculo e levei um puxão de cabelo, e fui arrastada para dentro do celeiro onde tinha um ninho de vampiro, eu era o alimento, antes eu não sabia, mas eu era o fruto de um chantagem. ― Dei uma pausa respirei profundamente. ― meu pai sempre dizia que se eu estivesse em perigo era só clamar por Deus e ele viria ao meu socorro. ― Dei uma risada anasalada e respirando fundo tentando segurar as lagrimas, mas não adiantou elas começaram a rolar pelo meu rosto. ― Eu chorava, gritava, pedia para Deus ter piedade, misericórdia mas nada adiantava até o dia em que o lado negro que minha mãe disse que iria mergulhar apareceu, em uma poça d’água vi meu olhos totalmente negros me soltei das cordas em que me amarravam e sair decapitando mulheres, homens. E quando chegou na vez do cara que puxou meus cabelos, uma mão tocou meu ombro e quando meu virei, era um homem com cara de pastel num sobretudo, ele tocou minha cabeça e eu vi uma luz, e apaguei. Fim.― terminei a tortura, mais sabia que eles tinham perguntas.

― Como assim seu pai sofria chantagem..? ― perguntou Sam.

― Ela é uma hibrida. ― Falou Dean me olhando com um solhar sombrio, sua mão direita tremia freneticamente. ― Qual é a sua mistura? ― perguntou por fim. Virei a cabeça pro lado oposto dos deles, não tinha certeza se iria contar, mas precisavam de confiança.

― Anjo com demônio . ― meu corpo se enrijeceu, não era eu quem tinha respondido os garotos, meu coração se apertou e a coragem de olhar não me vinha no momento, alguém tocou meu queixo e puxou para olha-lo mas automaticamente eu  fechei os olhos não estava preparada pra isso, era incrível a capacidade do meu corpo fraquejar na hora que eu mais precisava demostrar confiança. ―Abra os olhos. ― e com essa frase seca, eu retomei a minha postura, dei um tapa forte em sua mão e ele me soltou, O olhei com um olhar de desprezo. ― Eu senti a sua falta Harlley. ― e me deu um abraço o qual não foi retribuído, eu estava calada, não conseguia pronunciar nem meu próprio nome. ― Oque aconteceu na sua perna?― assumiu um tom preocupado e logo em seguida eu senti um alivio, ele acabou de me curar. ― Não vai comprimentar seu pai?― ah não, oh não.

― Vamos deixa-los sozinhos. ― falou Sam, enquanto era seguido por Dean até a porta.

― NÃO!― eles me olharam surpresos. ― fiquem. ― falei firme.

― Eu escutei a oração de Sam, e vim. ― explicou.  Abrir a boca como se disse “ você ira se foder na minha mão “

― “ Escutei a oração de sam e vim” ― Debochei― e as minhas orações? Você escutou ou desligou a porra da sua estação angelical?― gritei agressiva mesmo.

― Halley eu posso explicar!―se exaltou ele.

― Ok, então me explica. Porque você sumiu por cinco anos, CINCO ANOS! Me abandou! VOCÊ JUROU! VOCÊ JUROU QUE NÃO FARIA A MESMA COISA QUE AQUELE CANALHA FEZ COMIGO, MAS EAI? OQUE FOI QUE VOCÊ FEZ? NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE FOI EMBORA. ― dei um tempo pra recuperar o folego, eu estava abalada, destruída sentimentalmente como psicologicamente, cara, eu o considerava um pai e ele sabia oque eu tinha passado por conta do abandono quando eu era uma criança, olhei pra Castiel e ele estava com o olhar fixo na parede ― OQUE ELE SÃO PARA VOCÊ?― gritei apontando pros garotos que ainda estavam assistindo a nossa discução. Ele abaixou a cabeça e a ergueu olhando pra me, com um ar superior.

― São minha... familia ― ele falou baixo o suficiente mais eu escutei com a maior clareza, aquilo com toda a certeza do mundo me atingiu com tudo, essa dor que estou sentindo não se compara com a do tiro, não se compara com nada.  

― Se eles são sua família.. oque eu era pra você ?― falei com a voz embargada. E logo em seguida varias lagrimas estavam escorrendo pelo meu rosto. ― RESPONDE. OQUE EU ERA PRA VOCÊ?

― Cast, cara é melhor você ir embora― Dean interveio.

― NÃO, ELE NÃO VAI EMBORA―gritei me virando pra Castiel― e isso não é assunto seu.― Falei pra Dean, com a expressão de frieza que ninguém nunca tinha arrancado de min. Ele levantou as mãos em sinal de rendição.― Castiel, eu ainda estou esperando a resposta.

― Oque aconteceu com o pai?―ele perguntou, eu até então não estava entendendo aonde ele queria chegar.

― Nenhum de vocês foram meu pais, até porque um Pai não abandona os seus filhos, um pai não os deixam numa casa vazia com um demônio, Sou filha de Azazel. ― Todos naquela sala arregalaram os olhos, eu não estava surpresa pois achei Azazel depois de 1 anos que Castiel me abandonou.

― e porque eu não sinto a sua presença angelical? Foi com uma humana? Céus isso é impossível. ― ele realmente estava surpreso

― Está enganado, minha mãe não é uma humana. ― falei simplesmente.

― você sabe ao menos o nome dela?― Dean perguntou. Eu apenas confirmei com a cabeça.

― Lilith ― Respondi por fim.