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História Abelha Rainha - Capítulo 1


Escrita por: Fuki

Notas do Autor


Oi Pessoal, tudo bem? É a primeira história que eu posto aqui, fiquem a vontade para comentar e falar suas opiniões!

Capítulo 1 - Capítulo 1


 

Minhas mãos já estavam suando dentro da luva roxa, mas se eu tirasse, meus dedos iriam congelar. A neve caia sobre a grama, pintado-a de branco. É muito raro termos um dia quente aqui em Peticcan, norte do Canadá. Esse milagre acontece umas três vezes no ano.

                Gary estava sentado ao meu lado no banco gelado. Nossas mãos estavam entrelaçadas, mas não era possível sentir nenhum calor. Ele nunca me passará isso. Talvez em alguns amassos na sala de limpeza, na biblioteca, mas meu coração nunca bateu mais forte por causa dele. Ele é status, o cara mais bonito do Internato. Seria até contraditório se eu não ficasse com ele, afinal eu sou a mais popular, mais bonita, mais admirada. As pessoas já esperam que nosso relacionamento seja perfeito, milhares delas se inspiram em nós.

                – Vamos entrar? Não estou mais aguentando esse frio do inferno. – disse Gary.

                 Ele pode ser o mais gato, com o melhor corpo, mas definitivamente não tem o melhor raciocínio.

                 – Vamos então. – falei. Me levantei do banco, minhas botas marcavam pegadas até a entrada do Internato. Gary estava do meu lado, e ao abrir a porta, demos as mãos novamente. Ambos sabíamos que era importante zelar nosso relacionamento, e mostrar aos outros que somos realmente perfeitos.

                No fundo eu sei que isso tudo é uma farsa. Ele também sabe, mas nunca tocamos no assunto. Também nunca dormi com ele, só chegamos no nível de tirar a roupa um do outro. Não que eu não queria transar com ele, afinal ele é um pedaço do mal caminho, com seus olhos azuis como o mar do Caribe, cabelo loiro sempre bem arrumado e seu abdômen definido. Mas por incrível que pareça, eu estou esperando o momento certo.

                Mas eu tenho a sensação de que ele me usa como objeto, só para manter sua popularidade acima e também poder ter alguém para beijar. Porém eu e ele não somos diferentes. Só estou com ele por causa disso.

                Vários olhares se dirigiram para mim e ele. Andamos até o fundo do corredor principal, com cochichos e comentários sobre nós. “Eles são perfeitos!”,  “Melhor casal”, “Queria ser como eles”. Já me acostumei.

                Encontrei  Andy e Petra no final do corredor principal, junto com um grupo de garotos do time de hóquei. Lancei um olhar para elas, fiz um gesto para eles se afastarem com as mãos e depois dei um selinho no Gary.  Continuei andando, em direção as escadas que levam para o dormitório feminino, Andy do meu lado direito e Petra do esquerdo.

 – Preciso trocar de roupa, agora é aula de Educação Física. – alertei minhas melhores amigas.

Nós três somos as mais importantes do time das líderes de torcida, e durante a educação física, treinamos e montamos nossas coreografias. Esse é o segundo dia de aula, e estamos no segundo ano do Ensino Médio. Já colocamos a lista de quem quiser participar do nosso time no mural da secretaria, e quem quiser é só se alistar.

 – Quando que vamos fazer a seletiva? – perguntou Petra.

 – Sábado de manhã – respondi.

Petra e Andy merecem andar comigo, fazer parte da minha turma. Petra é uma morena alta, com cabelos longos e lisos, tem olhos verdes e é o sarcasmo em pessoa. Seus pais são apresentadores de tv, e ganham muito dinheiro devido a isso.

Andy já é um pouco mais reservada, mas não deixa de ser ousada. Tem um cabelo no ombro, castanho claro, assim como seus olhos. Seu olhar é desafiador, e muitos pensam que é uma menina indefesa. É isso o que eu gosto nela. Parece que não sabe fazer nada, uma garota ignorante e inocente, mas é o contrário disso. Pessoa mais maliciosa que ela? Não há. O pai dela mora na Europa, e ela mora sozinha com a mãe, que vive levando homens para casa.

 – Vocês viram o novo uniforme das líderes de torcida? – perguntou Andy animada. – é um Cropped roxo com detalhes pretos, e a saia do mesmo estilo da do ano passado, só que preta.

 Depois de discutir sobre os novos uniformes escolares, e de subir a grande escadaria para chegar nos quartos, entrei no meu dormitóio – cada aluno tem um quarto próprio – e em cima da minha cama, o uniforme das líderes de torcida estava dobrado. As faxineiras do Internato entravam no nosso quarto – algumas vezes – para deixar coisas desse tipo. Arrumavam nossas roupas de cama e toalhas.

Fechei a porta e comecei a me despir. Havia um espelho atrás da porta, e comecei a olhar meu corpo. Estava usando um conjunto de roupas intimas rendado, cor vinho. Há mais ou menos cinco meses, eu tinha viajado com meus pais para a Austrália, e lá fiz uma tatuagem de um quadrado com o número 3 dentro. O quadrado era devido a minha família, eu, mamãe, papai e Cristina, uma governanta que me acompanha desde que eu nasci. Quando entrei no Internato, só pude reencontrar eles nos feriados. O 3 é por causa dos cachorros que tenho em casa, Rick, Bella e Wong.

O cropped tinha ficado bom em mim, minha barriga aparecia, mas eu me orgulhava dela. Eu me orgulhava de todo o meu corpo, magra mas com belas curvas. A saia batia na metade da minha coxa, deixando uma boa parte delas exposta, mas eu gostava disso. De chamar atenção.

 – Rain? – chamou uma voz depois de bater três vezes na porta. Abri a porta e encontrei Andy. – ficou ótimo, não é? É um dos melhores uniformes que eu já vesti! – exclamou animada. Além de bonita, Andy tinha um corpão ela, tinha mais peito do que e a Petra juntas.

– Sim – respondi com animo. – temos que fazer um grande aquecimento, e manter as garotas sempre ocupadas. Hoje o dia está muito frio para sair assim por ai, por mais que eu esteja um arraso. – lancei uma piscada para ela. Andy riu do comentário e fez um sinal afirmativo com a cabeça.

Petra se juntou a nós poucos minutos depois, e descemos juntas – como sempre – para a quadra interna. O piso era de madeira, as arquibancadas alternadas em vermelho e azul, as paredes grandes e brancas. Algumas janelas estavam embaçadas, e lá fora a neve ainda caia.

Depois da aula de Educação Física meu horário indicava Inglês Avançado, Trigonometria e para acabar o dia Química Avançada. Mas como eu era uma ótima aluna e com uma memória fotográfica incrível, decidi cabular a aula de Inglês. Por que?

Pelo simples motivo de não querer. Subi para o meu quarto e coloquei a roupa que eu vestia antes, e me joguei na cama. E adormeci, como uma princesa.

Fui acordada pela gritaria no corredor dos dormitórios, olhei para meu relógio em cima do criado mudo, que marcava 18:24. Caramba, dormi a tarde inteira.

Me levantei num pulo, arrumei meu cabelo e calcei um chinelo, e abri a porta. Dei de cara com uma menina que fazia Atualidades comigo nas terças. Revirei os olhos pra ela e andei até a outra ponta do corredor, aonde ficava os quartos de Andy e Petra. O que estava acontecendo para as meninas estarem tão eufóricas desse jeito?

A porta do quarto da Petra estava aberta, então entrei. Seu quarto era do mesmo tamanho que o meu, mas parecia completamente diferente. O seu jogo de cama era roxo, as cortinas pretas estavam fechadas, no centro do quarto havia um tapete redondo cinza, provavelmente da Índia. Petra estava sentada na frente da sua penteadeira, passando a mão entre os fios de cabelo morenos. Ela tinha um gosto muito diferente do meu e da Andy, gostamos de coisas mais refinadas.

– Você não sabe do babado! – quase gritou quando me viu.

– Claro que não, dormi depois da aula de Educação Física. – respondi seca. Odeio quando as pessoas fazem esse tipo de comentário. – o que aconteceu? Todas estão energéticas.

Petra já estava acostumada com meu mal-humor, então continuou falando:

– Temos um novo professor de Filosofia. – falou abrindo um grande sorriso.

– Ele é lindo, Rain! – exclamou Andy entrando no quarto. Da onde aquela menina surgiu? – alto, cabelo moreno e olhos castanhos, que parecem ter uma profundidade tão grande... sem contar naqueles braços fortes. – ela se jogou na cama da Petra.

– Mas ele tem que dar aula de terno, nenhum professor aqui pode dar aula sem estar com uma roupa formal – falei me sentando ao lado da perna da Andy.

– É que eu tive a oportunidade de segurar o braço dele – comentou Andy com uma risada forçada.

– Na verdade, ela pulou para cima dele mesmo. – falou Petra rindo.

 – Ele é simplesmente incrível! – gritou uma garota do corredor. Ri com o comentário alto, impossível termos um professor assim aqui. Não há nenhuma professora bonita, a diretora não deixa com receio de que os meninos fiquem com o desejo de segundas intenções. Ela não nos deixaria passar vontade, deixaria?

 – Rain Coller – chamou alguém do lado de fora do quarto. Sai e dei de cara com Debbie, a inspetora do andar das meninas. – a diretora está te esperando na sala dela.

Por mais que quisesse, Debbie não consegue ficar séria por muito tempo, só tenho que agradecer ela ainda estar aqui. Graças à ela, Gary consegue entrar no meu quarto para alguns beijos mais quentes.

 – Estou indo.

O que a diretora queria? Será ela vai me dar uma advertência por ter cabulado as aulas? Uma suspensão? Não, isso não seria bom para a escola. Talvez só uma advertência verbal, assim espero.

Descendo as escadas para o corredor principal, alguns garotos conhecidos como “nerds” – óculos fundo de garrafa, cabelo puxado em um topete com muito exagero de gel e sempre com notas perfeitos – estavam discutindo algo sobre o jornal escolar. Segui até o fim do corredor, parando em frente a sala da diretora. Bati três vezes na porta e depois uma voz rouca respondeu:

 – Entre.

A primeira coisa que se vê é sem dúvidas a sua escrivaninha. Um móvel antigo, mas em bom estado, com vários papeis e documentos – todos em seus devidos lugares. Havia um porta-retrato, com a foto de uma garotinha de uns sete anos. Deve ser sua filha.

A diretora estava sentada em sua grande cadeira de couro, com uma expressão séria. É difícil vê-la sorrindo, são momentos raros. Seu óculos estava na ponta do nariz.

 – Diretora Gayve – cumprimentei-a com um dos meus melhores sorrisos.

 – Senhorita Coller, nos encontramos novamente. – disse. Seu olhar era desafiante e sarcástico ao mesmo tempo, não era possível descobrir o que se passava pela sua cabeça.

O que ela disse me fez voltar no tempo, me lembrando da última vez que estive ali. Eu estava usando um shorts inadequado durante a janta, o que me fez parar na diretoria pela primeira vez.

 – Fico me perguntando o que há de tão interessante no seu quarto, minha querida.

 Há minha cama, querida.

 – A rotina de hoje me deixou exausta, Sra. Gayve. – e era verdade. Aquecer as garotas e passar por tediosas aulas não era nada confortável para mim. – isso não irá se repetir, lhe asseguro.

 – É bom que isso realmente não aconteça, belo seu bem e do seu currículo. – ela me lançou um olhar fuzilante. Aquela mulher me assustava as vezes, mas uma Abelha Rainha não pode ter medo de uma simples governante.

Ao invés de desviar seu olhar, continuei encarando-a.

 – E se isso se voltar a repetir, infelizmente terei que convida-lá para se retirar do Internato. Estamos entendidas?

– Claro.

A diretora fez um gesto com a mão, me indicando a porta. Comecei a caminhar, girei a maçaneta e abri a porta. BANG!

Quando me dei conta, estava caída no chão do corredor. A posta da sala da diretora estava aberta, e eu estava bem na entrada. A mesma se levantou, e então olhei melhor para a cena.

Eu tinha abrido a porta, e trombado com alguém no corredor. A pessoa estava sentada também, e vestia uma camisa social e uma calça preta. Quando levantou a cabeça, vi seu rosto.

Caramba.

Nossos olhares se cruzaram, mas nem pude desfrutar daquele momento. A Sra. Gayve correu para o homem, e ajudou- o a se levantar. Ele murmurou algo para a diretora, que se afastou dele, e então ele me estendeu a mão. Como uma dama, não recusei. Me levantei rapidamente, e tentei controlar meus pensamentos.

Eu sai da sala da diretora, me debati contra esse gato. E que homem! Deve ser vinte centímetros mais alto que eu, seus ombros são largos o que o deixava ainda mais bonito. Seus cabelo moreno estava bem arrumado, e seus olhos me lembravam um marrom profundo. Seus braços também eram muito fortes e...

Meu Deus, é o professor de Filosofia! 


Notas Finais


E ai, gostaram? Não se esqueçam de comentar, por favor. Obrigada desde já!
Beijinhos de luz!


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