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História ABO Originals - Mensagens


Escrita por: iluvlarry

Capítulo 26 - Mensagens


Era um pouco raro, na verdade, mas ainda ocorria como se fosse a coisa mais real do mundo. Louis tinha esses pesadelos, que mais pareciam lembranças, e o faziam acordar de madrugada totalmente em pânico, e o pânico maior era quando ele percebia que estava acordado. Que ainda estava respirando, o que ele desejava parar de fazer às vezes, e infelizmente se encontrava sozinho, no escuro e descoberto às quatro horas da manhã de um dia de semana qualquer.

Ter pesadelos com toques inapropriados de alfas era comum, obviamente era ruim, mas não se comparava aos seus pesadelos de órfão.

As imagens alternavam, porém o foco era sempre no bebezinho de olhos azuis tendo a garganta cortada. Gritos, discussões, choro, tudo se misturava. Sangue jorrava e então tudo fica claro. Como se tivesse encontrado a tal luz.

O ômega nunca soube dizer se aquilo era apenas uma invenção de sua mente perturbada ou algum tipo de lembrança. A cicatriz em seu pescoço lhe deixava dúvidas, mas ele era novo demais para se lembrar de algo assim.

De qualquer forma aquilo sempre vinha acompanhando do sentimento de rejeição.

Ele ignorava o fato de não ter pais, pois o lugar onde viveu era repleto de crianças na mesma situação. Ser órfão não era diferente. E ele teve problemas piores para lidar do que pessoas que ele nem conhece tentando o matar e o descartando.

Costumava desejar que tivessem tido sucesso na única tentativa.

A sociedade diz que família é a coisa mais importante que existe. Toda aquela história mágica de alfas e ômegas pertencerem uns aos outros, toda a ideologia de amor, união e bebês. Bebês desejados e amados incondicionalmente. Louis não acreditava em nada daquilo, ele não queria ser do tipo que diz que algo não existe apenas porque não aconteceu com ele, entretanto crer que família é a coisa mais importante era dificílimo quando se vinha de um orfanato.

Nem todo mundo é amado. Nem todo mundo é desejado. Nem todo mundo vai encontrar a alma gêmea. Nem todo mundo vai ser feliz.

E tudo bem.

Era o que ele dizia à si mesmo.

Mesmo que ele não tenha o que Niall e Zayn tem, uma família com amor incondicional, mesmo que ele talvez não tenha uma alma gêmea, mesmo que nada dê certo no futuro, como não tem dado certo desde que ele nasceu, mesmo assim tudo bem. A ideia moldada de que essas coisas são felicidade é só uma invenção.

Ele já viu seus amigos, mesmo sem terem os problemas que ele tem, se sentirem realmente tristes. Tudo é momentâneo. E todos nós temos nossas fases boas e ruins. Às vezes mais fases ruins do que boas, mas as boas sempre terão um peso maior.

E é por isso que ele levanta da cama, ainda no escuro e todo suado por conta do sonho horrível, e repete mentalmente que "já passou", foi só um sonho ruim. Não é o primeiro e provavelmente também não será o último, mas ele não vai sofrer por isso.

Se dirige ao banheiro, toma um bom banho e aproveita a água quente caindo de forma relaxante para refletir.

Ele estava se sentindo melhor, mesmo sozinho após um pesadelo de madrugada, estava educando a própria mente de forma que aquilo não o afundasse e sorriu orgulhoso de si mesmo. No passado, um sonho assim o faria chorar por horas. Não pela angústia de ter o pescoço cortado ou pelos sons perturbadores que acompanhavam a cena, mas por se sentir solitário, rejeitado e um total desperdício de espaço. Choraria e questionaria o que fez de tão errado para não merecer no mínimo uma família que o quisesse.

Alfas e ômegas amam seus filhos com todo o coração, então porque havia tantas crianças abandonadas?

Louis sempre se perguntou isso, com certa mágoa, descrendo do tal amor incondicional. Só que havia mil possibilidades, a gravidez poderia ter sido forçada, o romance poderia ter sido proibido, os pais poderiam ter morrido, etc. Eram inúmeras possibilidades e a única certeza era que a criança não tinha culpa nenhuma.

Que ele não tinha nenhuma culpa.

Que as coisas acontecem por motivos desconhecidos, que a verdade talvez nunca seja revelada, e que ela não importa tanto assim, até porque nada altera o passado.

E ele não poderia mudar nada do que aconteceu, mas poderia tentar mudar o jeito que se sente sobre tudo.

Era o que tentava fazer, e estava conseguindo.

Após o banho colocou roupas confortáveis e fez um chá, sentando-se confortavelmente no sofá, apenas a luz do celular iluminando a sala. O aparelho brilhava com "04:58 a.m.", era tarde — ou quem sabe — cedo demais para perturbar alguém com mensagens ou ligações, mas seu dedo coçava para digitar algo, falar com alguém e sentir que não estava sozinho.

Esperou o relógio arredondar para cinco horas em ponto. Não pensou muito em quem perturbar e já abriu a conversa com Harry, rindo levemente ao lembrar das mensagens do alfa no dia após o encontro, foi uma atrás da outra, e era engraçado por ele estar preocupado e praticamente falando sozinho, mas também era fofo e desajeitado, exatamente como o alfa era.

Resolveu que mandaria várias mensagens, como quem não espera realmente uma resposta, só torceu para que Harry não acordasse por sua causa e se caso acordasse não ficasse irritado.

Pensou um pouquinho mais e percebeu que se fosse ao contrário ele acharia fofo e sorriria por acordar com mensagens de alguém que se importa. Bem, seria um teste também, se Harry achasse isso ruim então ele seria alguém que não merece suas mensagens — muito menos seus beijos, tempo e atenção.

05:02am. "Chá parece mil vezes mais gostoso de madrugada"

Foi sua primeira mensagem, totalmente aleatória, o que o fez se sentir mal assim que clicou o botão enviar. Harry talvez acorde para ler sobre chá (?). Não era a melhor das mensagens.

Tentou consertar.

05:02am. "Acho que é porque está muito frio..."

Quis jogar o celular na parede e fingir que não existia, não eram mensagens tão fofas assim. Era na verdade bem idiota e ele realmente esperava que Harry não acordasse por causa delas.

05:03am. "Ok, desculpe! Isso foi aleatório."

05:03am. "Bem, eu sou aleatório."

Os dedos pareciam dançar sobre a tela do celular, toda sua concentração estava na tela e numa possível resposta caso o alfa acordasse.

Esperou, esperou e nenhuma resposta veio. Respirou em alívio, mas ainda sim as mensagens pareciam péssimas.

05:05am. "É só que eu estou sozinho e totalmente sem sono."

05:05am. "E acabei pensando em você, então... Bom dia! (eu realmente espero que você não acorde por causa dessas mensagens idiotas) Mas eu gostaria que hoje você viesse mais cedo. Podemos tomar café da manhã, eu mesmo faço para compensar o incômodo..."

05:07am. "Na verdade, estou vendo que você dorme igual pedra e não consegui te acordar."

05:07am. "Poderia ser importante!"

05:07am. "Brincadeira, se fosse importante eu ligaria."

05:08am. "Vou te deixar dormir em paz. Foi uma conversa muito produtiva. Já me arrependi pelo tanto de mensagem que você vai ver de manhã, mas o convite para o café está de pé. Vou te esperar acordado e preparar tudo xx bons sonhos"

Bloqueou o aparelho e respirou fundo, sentia-se um tolo. Será que ele pareceu muito bobo mandando coisas aleatórias de madrugada? Resolveu deixar isso para lá e ir para a cozinha, tentaria fazer um café da manhã decente, e precisaria do tempo que tinha livre, afinal ele só tentava cozinhar seguindo receitas.

Torcia também para que Harry viesse para o café, ele estava se esforçando e panquecas não eram tão simples assim de se fazer.

*

Enquanto os sonhos de Louis eram pesadelos os de Harry pareciam o paraíso.

O paraíso era molhado e apertado.

O alfa se sentia um pouco mal pelos pensamentos impróprios, sabendo do que já aconteceu com Louis. Mas era graças aos sonhos molhados e a satisfação por conta própria que ele conseguia ter tanto auto controle quando as coisas começavam a esquentar e Louis decidia parar.

No sonho Louis não parava nada. Ele queria tanto quanto Harry e seu rosto de prazer era a visão mais linda do mundo.

Apesar do sonho estar bom e a mão esquerda fazer um bom trabalho, o alfa não estava conseguindo se concentrar por causa do celular que não parava de acender e apagar a luz de notificação. Não havia barulho, mas o sinal luminoso já o incomodava o suficiente. Era algo que o trazia à realidade, era só sua mão e seu ômega não estava ali.

Antes mesmo de usar a mão livre para pegar o aparelho e desliga-lo, Harry amaldiçoou qualquer que fosse a notificação que o tirou de seu momento íntimo. Se arrependendo de imediato quando percebeu que as notificações eram de mensagens não lidas de Lou, mine.

Parou o que estava fazendo e se virou totalmente na cama, agora de barriga para baixo e forçando a vista na tela luminosa.

Haviam oito mensagens não lidas de Louis. 

Sentiu seu coração disparar e olhou o relógio e os horários das mensagens, eram recentes, tinham sido enviadas ainda de madrugada, alguns minutos antes.

Preocupação e culpa o invadiram. Seu ômega estava tentando entrar em contato enquanto Harry estava muito ocupado tendo contato consigo mesmo. Era inusitado receber mensagens de madrugada, então logo presumiu que fosse algo importante.

Abriu rapidamente as mensagens, franzindo o cenho quando percebeu que a primeira falava sobre chá...

Leu rapidamente todas as mensagens, certificando-se de que nada grave havia acontecido, e então relendo-as com calma.

Louis lhe enviou mensagens por puro tédio, aparentemente. O sorriso do alfa alargou. Louis também pensava nele de madrugada quando estava sem sono.

Aquilo o fez realmente feliz.

05:27am. "Também estou pensando em você."  Enviou sem nem pensar, querendo mostrar que se importava.

E era verdade, Louis não saia de sua mente por um segundo sequer, e coincidentemente naquele exato momento Harry estava pensando no ômega. De uma maneira bem íntima, mas ainda sim era pensar.

Sentiu-se culpado de verdade pelas mensagens das 05:07am, que diziam que poderia ter sido algo importante e o alfa demorou a ver.

Queria estar vinte e quatro horas disponível, mas era complicado, mesmo sendo um alfa original ele continuava sendo apenas um alfa que está apaixonado mas não tem uma ligação de alma com seu ômega para sentir mesmo distante quando o outro está em apuros. O que só o lembrava de como ele ainda não era realmente seu.

05:28am. "As mensagens não foram idiotas. E você tem razão, poderia ser importante, desculpe demorar a responder. Se algo acontecer não hesite em me ligar, prometo que atendo."

05:28am. "Vou mais cedo para o café xx"

Depois de responder as mensagens Harry não teve muita opção, foi terminar o que estava fazendo antes das mensagens enquanto tomava banho e foi logo para o apartamento do ômega.

Era por volta das seis da manhã quando chegou no apartamento. 

Mesmo já acostumado com o local ele ainda continuava indignado por ser um lugar tão ruim, o prédio era simplesmente deprimente, e Harry realmente nunca se imaginou frequentando algo assim. Era até estranho o contraste que seu carro de luxo tinha com a rua e o edifício. Ele parecia não pertencer ali, e Louis também parecia não pertencer. Em sua mente era totalmente errado que o ômega vivesse tão mal, mas não havia nada que ele pudesse fazer, por enquanto.

O tal porteiro, John, não se encontrava no local, o que só irritou mais Harry, a segurança do edifício era ridícula. Era tão fácil alguém entrar ali e roubar, ou aprontar algo pior. Aquilo o preocupava bastante, ele não tinha ideia de como era para Louis quando o ômega estava em heat, porque o local era tão precário que se algum alfa quisesse invadir o apartamento não teria dificuldades. 

Até então, pois agora Harry não sairia de perto de seu ômega, e nada de ruim aconteceria à ele, novamente.

Ignorou os pensamentos ruins e as preocupações e se forçou a ficar feliz por poder passar um tempo à mais com Louis antes das aulas.

Quando Tomlinson ouviu alguém bater na porta até se assustou. Estava totalmente concentrado tentando preparar um café da manhã decente, e infelizmente estava falhando lindamente. Seu projeto de panqueca não tinha dado tão certo assim, então o máximo que ele tinha feito era preparar chá e pãezinhos. Até seu café da manhã não chegava aos pés do café da manhã do alfa, o que era realmente irritante, Harry era tão melhor do que ele que o fazia questionar porquê do alfa ainda se importar com ele.

E ele tinha passado um tempo sorrindo como bobo para a mensagem do alfa, "também estou pensando em você", Louis não percebia, mas estava agindo como um ômega apaixonado.

Entretanto não era como se ele pudesse reconhecer um sentimento que nunca conheceu.

Largou as coisas na cozinha e foi abrir a porta, destrancando a mesma e tentando correr novamente para o cozinha por conta do fogo que estava aceso, mas não saiu do lugar ao que Harry o puxou para um beijo.

"Hey, calma..." O alfa murmurou após beijar rapidamente os lábios do mais velho, Louis sustentou um olhar que o alfa não soube identificar, parecia de admiração, mas ele não tinha certeza.

"Bom dia..." Louis o puxou pela nuca e grudou seu lábios novamente, dessa vez em um beijo um pouco mais demorado e suave. Soltou os lábios do maior e se afastou um pouco, indicando a cozinha com a cabeça. "Entra, tem coisas no fogão... Eu estou tentando não explodir tudo!" Sorriu.

Harry levou alguns segundos o admirando, o ômega já estava vestido aparentemente para as aulas, mas sua blusa cor vinho de mangas compridas precisaria ser trocada pois o ômega se sujou tentando cozinhar. Styles fechou a porta e seguiu para a cozinha, observando o ambiente e rindo levemente de como Louis era atrapalhado. De qualquer forma era realmente fofo que ele se propôs à fazer  o café da manhã para os dois, mesmo que não fosse bom naquilo.

"Eu realmente não sei o que deu errado, tipo, eu totalmente segui a receita e mesmo assim minhas panquecas parecem- argh! Eu nem sei o que elas parecem!" O ômega reclamou encostado no fogão, alternando o olhar entre a receita aberta no celular e a frigideira à sua frente. Harry riu e se aproximou, pegando o celular para ler a tal receita. Ele não costumava usar receitas, desde que já estava acostumado a cozinhar e fazia tudo de cabeça, mas lendo poderia tentar adivinhar onde estava o erro.

Mesmo um pouco contrariado — e talvez triste consigo mesmo — Louis deixou Harry assumir o fogão e se preocupou com outras coisas, como arrumar a mesa, que era na verdade o balcão.

Styles era realmente metido, e se não fosse desperdício de comida Louis tacaria um pãozinho nele por jogar as panquecas ao ar enquanto as preparava. Porém apenas lançou um olhar de desprezo e mostrou a língua.

O café da manhã foi ótimo e o tempo passava realmente rápido quando estavam juntos, faltava apenas meia hora para o horário da aula, então os dois já tinham arrumado toda a cozinha e Louis já havia trocado de roupa, estavam apenas matando um pouco do tempo no sofá, trocando alguns beijos, pois ambos sentiam uma necessidade absurda de se tocarem constantemente e se beijarem.

Harry tinha sua mão na nuca do ômega, enquanto o mesmo tinha ambas pernas jogadas sobre seu colo, o beijo já estava mais quente do que deveria. Era fácil passar do limite quando se tratava do dois, mas a aura de luxuria foi cortada pelo toque do celular de Louis. Harry bufou audivelmente, será possível que seus melhores momentos seriam sempre interrompidos? Tomlinson se inclinou, ainda sem sair dos braços do alfa, e pegou seu celular. Era Zayn e ele sorriu para a tela, atendendo de imediato. 

"Hey, Z!" sorriu enquanto falava e Harry revirou os olhos em descrença. Ele morria de ciúmes de Zayn e o beta continuava o atrapalhando. Voltou a tentar beijar Louis, que tentava conversar com o beta, e acabava quebrando os beijos e murmurando respostas, se desconcentrando um pouco pelo jeito que Harry o apertava e beijava seu pescoço, ignorando totalmente o fato dele estar em uma ligação.

"Er... Chuva? Nem vi... Não, não..." O ômega se esforçava para prestar atenção na conversa, mas era difícil quando Harry não parava quieto, sentiu quando o alfa marcou seu pescoço com um chupão e não pôde evitar o barulho involuntário que sua garganta fez. "Harry!" Louis afastou um pouco o celular e olhou indignado para o alfa, logo colocando uma mão sobre o futuro roxo em seu pescoço. Styles sorriu como uma criança que acaba de aprontar e grudou seus lábios no do menor, beijando-o com volúpia. Louis tentou se afastar ao lembrar que o amigo ainda estava na linha. "Espera um pouco!" Murmurou atordoado, Harry tirava toda sua concentração.

"Desliga isso!" Harry tirou o celular da mão do ômega, quase jogando-o longe para poder ter Louis só para si, mas o ômega pegou o aparelho novamente. "Ei! Zayn ainda está na linha!" levou o celular à orelha e se desculpou com o amigo.

E Harry podia ser bem insistente, mas como aquilo não estava funcionando e ele estava realmente irritado por Louis continuar a ligação ao invés dos beijos, simplesmente tirou as pernas do ômega de cima de si e levantou. Tomlinson que até então estava confortável na posição estranhou a mudança repentina, lançando um olhar interrogativo para Harry que simplesmente o ignorou. O alfa caçou sua carteira e chaves e o ômega se apressou para desligar a ligação.

"Não, tudo bem, obrigado, mas não precisa... Te vejo depois, tchau.". Disse um pouco apressado para poder descobrir se aquilo realmente tinha irritado Harry, para Louis seria bobeira se realmente tivesse.

O alfa virou quando percebeu que a ligação tinha terminado e forçou um sorriso. "Vamos?" Ergueu a chave do carro.

Louis enfiou o celular no bolso da calça e se aproximou do alfa, analisando sua expressão. "Você está bravo?" Questionou com a sobrancelha arqueada.

Harry riu e balançou a cabeça em negação. Era inacreditável que o ômega realmente estivesse perguntando isso. "Vamos nos atrasar...". Desviou do assunto, tentando manter a calma.

Louis fechou um pouco a expressão, sacando exatamente o que Harry estava fazendo. "Você realmente está bravo? Por causa de uma... ligação?"

E mesmo que o alfa tentasse se controlar, ter os sentimentos julgados não era a melhor coisa para um alfa original. Não era compreensível para si que o ômega não o entendesse. Tudo que Harry sentia era dez vezes pior, então não, ele não estava bravo apenas por uma simples ligação. E em sua mente Louis deveria saber disso, saber o quanto Harry detesta Zayn e o quer longe.

"Não, Louis. Eu não estou bravo." Falou com o máximo de calma que conseguiu, mesmo que fosse obviamente mentira. " Vamos?" Balançou a chave novamente, já se preparando para sair do apartamento.

Tomlinson não sabia bem como lidar com aquilo. Esse era um lado até então desconhecido do alfa. Ele podia facilmente perceber que Harry estava se esforçando para pegar leve, aquela pequena conversa tinha potencial para virar uma briga, e mesmo que a intenção de Louis não fosse causar uma briga, seu gênio forte não lhe deixava segurar a língua.

"Fala sério!" Riu em descrença. "Ele só ligou para oferecer uma carona. Não tem motivo nenhum para você agir assim."

E bem, se seria melhor ou não ter deixado o assunto morrer, agora era tarde demais.

O alfa apertou com uma força desnecessária a chave que segurava, e mordeu o lábio inferior com força enquanto tentava controlar o ciúmes e a irritação. Brigar com Louis era uma das últimas coisas que ele queria, então ele se esforçaria além do limite para que isso não acontecesse.

"Tudo bem." Respirou fundo enquanto encarava Louis, ambos com expressões duras, prontos para discutir e defender seu ponto de vista. "Eu não tenho motivo nenhum para me irritar com isso. Ok, entendi. Agora será que dá para gente descer logo e ir para a Universidade?"

O ômega via claramente o quão irritado o alfa estava e como ele estava se esforçando para não discutir. E aquilo não levaria à nada, o que deixava Louis frustado porque mesmo sendo, até então, uma briga contida, o clima entre eles tinha sido totalmente arruinado. Sem saber muito bem o que fazer para melhorar as coisas, Tomlinson optou por tentar uma técnica que tinha lido em algum lugar, algo como tocar a pessoa com quem você está discutindo para que o contato físico acalmasse os nervos. Ele não tinha ideia se aquilo funcionava ou só piorava as coisas, mas acabou fazendo mesmo assim.

Se aproximou do alfa com calma e tocou delicadamente seu braço. "Harry..." Chamou-o docemente, estava torcendo para que ele tivesse algum efeito sobre o alfa. Harry apenas olhou para a mão do ômega e então para seu rosto bonito, respirando fundo e mantendo a calma. Parecia um teste de paciência, mas ele até que estava indo bem. Harry arqueou as sobrancelhas em resposta, preferindo ficar calado à falar besteira. "É sério, não precisa agir assim." Louis continuou e talvez fosse melhor se ele tivesse feito o mesmo que Harry. Desceu sua mão pelo braço do maior e tentou pegar em sua mão, mas o alfa se afastou.

"Vamos." Harry falou em um tom controlado, e foi em direção a porta, deixando Louis sem saber o que fazer, e o ômega nem achava que ele tinha que fazer algo, até porque Harry tinha se irritado sozinho e se o clima estava chato a culpa era dele.

Tomlinson pegou suas coisas e trancou o apartamento enquanto Harry já o esperava no elevador, uma expressão séria no rosto e o cenho franzido o deixando com cara de mal. Louis estava apenas revirando os olhos mentalmente para a atitude do outro, sem entender para quê todo aquele estresse desnecessário. Tinha sido apenas uma ligação. Entrou em silêncio no elevador, e os dois permaneceram calados o caminho inteiro até à Uni.

Era extremamente estranho e desconfortável ficar no carro sem música e sem conversa, um silêncio enlouquecedor pesando no automóvel ao que o alfa dirigia concentrado e o ômega olhava pela janela.

Quando finalmente chegaram Louis queria saltar do carro antes mesmo de Harry estacioná-lo. A situação estava tão desconfortável e frustante que ele não sabia como agir. A única coisa que conseguia pensar era que merda tinha acabado de acontecer para as coisas irem de super boas para aquilo... Já Harry tinha passado o caminho todo tentando se acalmar, o ciúmes o corroía, e ele não estava acostumado a querer brigar e ter que segurar seus impulsos. Ele sempre acabava discutindo e falando tudo o que pensava, porém com Louis era diferente, ele não podia arriscar estragar tudo por besteira.  

O alfa percebeu que mal tinha estacionado e Louis já havia retirado o cinto de segurança e tinha sua mão sobre o puxador da porta, pronto para sair pela mesma e fugir. Por instinto, e também se sentindo mal só em pensar em deixar esse clima pendurar quando se afastassem, Harry o segurou.

O menor soltou a porta e olhou para a mão do alfa em seu braço, e então para Harry que tinha uma expressão culpada.

"Lou..." Styles chamou de forma manhosa, nem parecia o mesmo alfa sério de minutos atrás. Segurou o ômega pela nuca e aproximou seus rostos devagar, com receio de que ele se afastasse, mas deixando essa possibilidade.

Tomlinson permitiu a aproximação, relaxando um pouco por ter o Harry amável que conhecia de volta.

Como palavras estragavam as coisas e beijos não, Harry pressionou seus lábios no do ômega, sem falar nada. Esse beijo era como um pedido de desculpas e um pedido de que tudo volte ao normal. Louis o beijou de volta, o que ele considerou como desculpas aceitas.

***

You can't save people, you can only love them // você não pode salvar as pessoas, você só pode ama-las.

***


Notas Finais


Hiya! 💙💚 Voltei cedo??

Gente, capítulo razoalvemente curto pq eu queria muito atualizar ainda hoje! Tá um capítulo fofo / ceninha de d.r. hahaha só pra ver como vocês reagem, pq estou tramando uma briga feia para eles muahhahhhh kkkk

E não se preocupem, não esqueci do resto dos personagens, capítulo que vem eles dão o ar da graça kkk

Btw, adorei os comentários do capítulo anterior, achei engraçado todos dizendo que ia dar merda o H desligar o celular, ou o selinho, mas sabe, tem várias coisas que acontecem que as pessoas nunca descobrem. Imaginem só qnts coisas já fizeram na suas costas e tu nem desconfia? Kkk maldade, sei, mas tipo, tem coisa boba que nem dá nada, mas como vocês vem cada aspecto da história, mesmo que os personagens não saibam, vocês sabem!!!

Espero que gostem do capítulo!
Obrigado por todos os comentários e favoritos :)

Xoxo, see u soon babiesss


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