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História ABO Originals - Denúncias e outras soluções


Escrita por: iluvlarry

Capítulo 28 - Denúncias e outras soluções


"E-eu... Eu acho que eu acabei de ser... Assediado?" 

Louis fala com incerteza e foca seus olhos marejados em Harry, como se tivesse sido uma pergunta. O alfa não sabe o que aconteceu, e preocupação é pouco para o que ele sente. O sentimento de impotência novamente se apodera de si. Será possível que Harry é um alfa tão ruim que Louis sempre fica triste por algo e ele nunca consegue impedir nada? 

"O que aconteceu, Lou? O que fizeram para você?" Ele questiona puxando o ômega para um abraço e limpando em seguida as poucas lágrimas que escorriam em seu rosto.

Harry tem que controlar a si mesmo e se esforçar bastante para lidar com Louis primeiro e seus problemas depois. É difícil para ele, ver novamente Louis em prantos por algo que ele não pôde evitar. O ômega parece pequeno e indefeso, quebrado e atordoado. E ele tinha jurado para si mesmo que nunca mais algo assim aconteceria, que ele protegeria o ômega e lá está ele novamente: falhando.

"E-eu, eu estava dormindo..." Louis começa ainda perdido nas palavras, mas se sentindo melhor ao que Harry está com ele e Charles está bem longe com todas as suas palavras nojentas e sugestivas. "E sabe, eu tenho feito isso bastante ultimamente, e eu sei que eu não estou indo bem, mas eu estou tão cansado!' Tomlinson justifica-se e Harry realmente não entende o porquê dele estar falando todas essas coisas.

"Quem te assediou, Louis? Foi assédio moral ou...?" Harry o cortou querendo saber logo o que houve, e incapaz de dizer assédio sexual, simplesmente porque era muito pesado. E ele esperava que não tivesse sido, de qualquer forma qualquer tipo de assédio era ruim, mas lhe daria menos raiva se não houvesse alguém desejando fisicamente seu ômega.

"Não, eu, não." Louis dizia confusamente, decidindo ignorar a pergunta de Harry e seguir seu raciocínio. "Eu estava dormindo, então eu acordei com alguém tocando meu rosto." Conseguiu falar finalmente, Harry se calou e decidiu deixá-lo contar o que fosse antes de perguntar mais coisas. "E eu me assustei, era meu professor e a sala estava vazia. Ele não... Ele não fez nada, ele só... Tocou meu rosto e ombro e disse algumas coisas..."

"Só?" Harry questionou desacreditado, Louis não estaria assim se fosse apenas isso. "Você disse que ele te assediou. O que ele disse? O que ele fez? Quem é ele?". Tudo que Harry precisava era um nome e então poderia resolver tudo.

"Não... Eu... Olha, Harry, é verdade o que ele disse, eu estou indo bem mal nas aulas e eu sou bolsista, então ele veio conversar sobre isso. Mas, o jeito que ele estava falando... Eu-. Eu não tenho como provar nada!" Tomlinson concluiu frustadamente. Ele nem sabia mais sobre o que estava falando. Ele sabia que tinha sido um assédio sexual, que o professor Charles estava obviamente  o convidando para ir para cama em troca de uma nota alta, mas como ele provaria aquilo? 

"Hey, Louis!" Harry levantou seu rosto, encarando diretamente os olhos azuis perdidos. "Eu acredito em você. Você não precisa me provar nada, se você está dizendo é porque é verdade." Louis buscou a mão do alfa e entrelaçou seus dedos.

"Ele veio me oferecer ajuda com as notas." Tomlinson revirou os olhos enojado. "Disse que elas estão caindo e que eu sou uma decepção, pois costumava ser o melhor aluno da sala, tanto que tenho uma bolsa de estudos... E eu posso perdê-la, sabe? Se continuar desse jeito. Então ele disse que seria um prazer me ajudar." Explicou melhor, com a voz baixando ao que cada palavra o fazia lembrar do que tinha acontecido momentos antes. Louis sentia raiva de si mesmo agora, deveria ter gritado, dado um tapa no professor ou algo do tipo. Qualquer coisa que não o fizesse parecer estar considerando a proposta.

Harry ainda segurava a mão de Louis, e talvez fosse só isso — e o fato de não saber ainda quem é o tal professor — que evitasse que ele fosse atrás do mesmo e lhe socasse. 

"Ele te tocou? Ele fez mais alguma coisa?" Harry o observava com cuidado. 

Hoje era um dia que em o alfa original já estava mais fora de si do que o comum, toda a raiva que até então ele estava nutrindo por conta do ciúmes que sentia de Louis com Zayn estava agora direcionada para o tal professor que ousou insinuar coisas para seu ômega. Era repugnante que uma figura de autoridade dentro da instituição usasse disso para obter vantagem sobre os alunos. Era simplesmente nojento.

Louis obviamente não cairia nessa, mas Harry ainda estava triste por todos os outros alunos que devem já ter passado por isso e até cedido, apenas por uma simples nota.

"Não... Quer dizer, apenas meu rosto e meu ombro, mas ele estava muito próximo." Afirmou ainda com nojo, porém sentindo como se só isso não fosse o suficiente. Outras pessoas poderiam dizer que ele estava inventando ou tentando piorar algo que nem foi tão grave assim. "Eu não sei se ele ia tentar algo. Você ligou e ele saiu da sala." Justificou-se, mesmo que não fosse necessário, Harry já achava aquilo grave o suficiente.

"Qual o nome dele?"

"Charles.... Charles Ludwig, se não me engano, é meu professor de Percepção Musical."

"A gente tem que denunciar ele. Agora." Harry tentou arrastar Louis para fora da sala. Ele estava indignado e tentando ser racional. Seu lado agressivo já estava em crise, e esse professor estava em sua lista negra, junto à Tyler e seus amigos cujo nome ele ainda não sabe.

"Não!" Louis paralisou no lugar, olhando para Harry como se ele fosse louco.

"Como não, Louis? Seu professor acabou de te assediar! Isso é crime! Ele deve ser punido, expulso!" Harry rebateu gravemente, não era como se ele estivesse irritado com Louis, mas era difícil manter um tom de voz normal quando se sente tanta raiva.

"E ninguém vai acreditar em mim! Harry..." Louis colocou sua mão sobre o rosto do alfa, mais uma das suas tentativas de acalmar por meio de um toque. "Eu não tenho nenhuma prova. Vai ser minha palavra contra a dele. E eu sou só o aluno bolsista com notas decadentes."

"E ele é um tarado aproveitador." Harry continuava tão bravo quanto antes.

"Que trabalha aqui há anos! Vai ser fácil para ele virar o jogo à seu favor. É só falar que eu que quis alguma coisa e ele recusou, então estou denunciando só para prejudica-lo." Louis concluiu, triste com o quão verdadeira era sua afirmação.

Não havia justiça, e se havia era rara e necessitava de muita provas.

Ele estava obviamente em desvantagem. E mesmo que acusasse o professor, ainda sim, a situação contada parecia muito fraca. A diretoria poderia tentar apaziguar a situação dizendo que foi apenas um mal entendido. Que Louis interpretou de maneira errônea as intenções do professor, que só queria ajudar.

Harry respirou fundo e tentou se concentrar nas palavras de Louis. O ômega tinha razão. Harry estava acostumado a ter vantagens em quase tudo apenas por seu status e situação financeira, e ele sabe que as chances são mínimas entre um professor que trabalha há anos na instituição e um aluno bolsista sem provas.

Isso não diminui sua raiva, só aumenta. Ele tenta se acalmar para conversar melhor com Louis e achar uma solução, mas sua indignação só cresce. Ele odeia os privilégios sociais que existem, mesmo sendo beneficiado pelos mesmos.

E isso lhe dá alguma ideia, Louis pode até não ter muita força em suas palavras, mas Harry certamente tem.

"Ainda acho válido fazer uma denúncia. Eu aposto que se ele fez isso com você então já deve ter feito isso com outros alunos. Talvez haja outras denúncias já feitas, ou alunos que, se souberem que alguém finalmente denunciou, resolvam denunciar também." O alfa insistiu.

"Mas, ah, Harry..." Tomlinson estava perdido. Ele não sabia se valia a pena denunciar sabendo que provavelmente o ignorariam. Às vezes as pessoas até sabem que é verdade, mas por falta de provas — ou por outros motivos — elas apenas fecham os olhos e não fazem nada. "Eu sou bolsista e-".

"E isso não importa!" Styles o cortou. "Você e a sua palavra tem tanto valor quanto a de qualquer outro estudante, pagante ou não."

"Você sabe que não é bem assim." O ômega rebateu, descrente.

"O que você sugere, então? Vamos deixar ele falar essas merdas e fazer algo pior até conseguir alguma prova?" Talvez Harry esteja ficando um pouco irritado com Louis também.

"Não!" Tomlinson rebateu também um pouco alterado. Ele estava perdido e Harry estava bravo, não sabia como os dois poderiam tomar alguma decisão decente desse jeito.

"Você tem que denunciar, Louis. Não pode deixar esse tipo de coisa para lá."

"Eles nem vão acreditar, vai acabar sobrando pra mim ainda..." Louis reclamou incerto. Ele sabia que Harry tinha alguma razão, mas ele já estava acostumado à coisas ruins acontecerem com ele e ficar por isso mesmo.

"Não vai te acontecer nada!" Harry exclamou um pouco bravo demais. Ele não podia acreditar que Louis estava considerando não fazer nada. "Louis, você tem que falar!"

Tomlinson estava um pouco impressionado com Harry e toda sua voz alterada e olhos raivosos. Os sentimentos ruins não eram para com ele, mas era ele que estava ali, presenciando. E era ruim, muito ruim.

"E-eu..." Louis sentia-se mal pelo jeito que Harry estava alterado e preocupado, mas ele não queria se sentir pressionado à nada. "Se eu soubesse que você ficaria assim eu nem teria fal-"

"Não!" Harry o cortou novamente, olhos raivosos e descrentes. "Nem completa essa sua frase! Você não pode simplesmente não contar algo assim para mim! Louis, o que esse cara fez é crime! Voc-você não pode se calar sobre algo assim! Você tem que contar! Para mim, para Niall, para um responsável, qualquer um. Não pode enfrentar isso calado. Não pode omitir." Harry começou a falar rápido demais, o coração já acelerado em raiva e medo. Medo do que poderia acontecer se ele não soubesse dessas coisas.

Se ele nunca percebesse. Se ele deixasse algo assim acontecer debaixo de seu nariz sem ao menos perceber. E então um dia descobrir quando encontrasse Louis chorando e quebrado demais pelas coisas terem passado do limite. Como já havia acontecido antes. Ele não permitiria que ninguém mais tocasse de forma inapropriada em seu ômega.

Louis não costumava fazer isso, abaixar a cabeça e concordar, mas dessa vez ele sabia que a única coisa que o impedia de concordar totalmente com Harry era insegurança.

Ele sabia que o que Charles tinha feito era ruim. Ele não confiava mais no professor e em ficar perto do mesmo. Ele não sabia até onde o alfa poderia ir, e que vantagens ele poderia tirar de si à força. Talvez Charles fosse do tipo sutil, talvez ele cantasse os alunos e apenas fosse adiante com os que o procurasse. Mas talvez ele forçasse as coisas. Louis não sabia e não queria descobrir.

E ao mesmo tempo, ele tinha consciência de que sua palavra não valia muito. Harry obviamente acreditava nele. Porém, só palavras não seriam suficientes para prejudicar Charles.

"Tudo bem, tudo bem." Ele concordou mansamente, tentando acalmar Harry que parecia mais abalado do que si com a situação. "Eu não vou omitir nada. Só, por favor, n-não me faz falar nada hoje... Amanhã a gente vê isso. Deixa eu pensar melhor no que eu vou falar." Louis pediu ao alfa, tentando enrolar um pouco e ganhar tempo. Talvez de cabeça fria Harry visse que não havia nada à ser feito, por enquanto.

Harry sentia-se menos pior com Louis o tocando, segurou firmemente ambas as mãos de seu ômega e manteve o olhar fixo. "Pode ser... Eu não estou tentando te forçar à nada." Explicou-se. "Mas coisas assim não podem ficar impunes! Hoje mesmo eu vou procurar saber se já houveram denúncias contra esse professor. Eu vou investigar a vida dele inteira e eu te prometo que ele não vai mais trabalhar aqui." Puxou Louis para um breve selinho. "Você não vai ter que lidar com gente assim nunca mais.".

Louis suspirou tristemente e concordou. Harry estava prometendo algo fora de seu alcance, mas o ômega não ligava. Era na verdade muito bom ter alguém se preocupando, mesmo que Tomlinson achasse um pouco exagerado toda a raiva de Harry.

Ele não entendia como aquilo realmente afetava o alfa. Ele estava tão perdido em si mesmo que não conseguia ver o quadro completo, apenas pegava metade das reações de Harry e mal sabia lidar com elas.

Não sabia o quão difícil era lidar com toda a raiva, ciúmes, medo e amor. Dez vezes pior do que o normal. Martelando vinte e quatro horas em seus pensamentos.

E Harry levava suas promessas à sério. Tanto as que fazia à si mesmo quanto à que fazia em voz alta para Louis.

Charles tinha seus dias contados naquela instituição, por bem ou por mal ele deixaria o cargo.

*

Zayn estava quase desistindo sobre encontrar seus amigos, mas Niall Horan era uma daquelas pessoas que se destacavam na multidão. Talvez fosse pelo cabelo loiro descolorido, ou sua total forma de ômega que atraía olhares quando ele passava sozinho — olhares esses que ele nem notava. E Malik teve que fazer uma pequena corrida até alcançar o ômega.

Só porque era divertido, e ele queria muito ver a reação de Niall, ele diminuiu o ritmo da corridinha quando alcançou o loiro. Horan estava distraído, fone em um ouvido e o celular em uma mão, a playlist no aleatório e ele caçando as músicas mesmo assim. Quase morreu do coração quando Zayn agarrou sua cintura e o puxou para trás com tudo, encaixando seus corpos e tampando sua boca com a mão esquerda.

O ômega quase derrubou o próprio celular, enquanto tentava dar uma cotovelada em quem quer que estivesse o segurando, mas Zayn o soltou antes, rindo do susto do amigo.

"Zayn!" O loiro soltou indignado, o rosto vermelho e o coração acelerado. "Porra! Você quase me matou!" Ele reclamou enquanto arrancava o fone de ouvido e colocava no bolso junto ao celular.

"Desculpe, não resisti." O beta riu e apertou a bochecha do amigo, que continuava com uma feição irritada.

E Niall estava se segurando, mas brotar lágrimas em seus olhos era inevitável. Ele realmente achou que alguém ruim estivesse o agarrando e ele fosse ser abusado.

"Ei, Ni, não, não chora!" Zayn se apressou à limpar as lágrimas que nem haviam caído ainda e abraçar o ômega.

"E-eu achei... Eu achei que era-... Porra, não faz isso comigo." Niall pediu enxugando os olhos e rindo fraco. Seu coração estava voltando ao ritmo normal e o susto havia passado. "Você é um babaca!".

"Eu seeeei! Me perdoa?" Zayn juntou suas mãos e ameaçou ajoelhar, Niall o segurou rindo e o impediu.

"Para de cena, seu trouxa." O irlandês riu ainda com o rosto avermelhado, mas agora com a expressão totalmente tranquila e sorridente.

"Você tem que andar menos distraído." Malik envolveu seu braço sobre o ombro do amigo e voltou à andar. "Uns cinco caras te secaram pelo caminho e você nem percebeu."

"Isso não é verdade!" O ômega corou com o comentário.

"É sim. Eu pude ver claramente enquanto corria atrás de você. Você anda rápido, à propósito, e deveria tomar mais cuidado." Disse com uma feição culpada. Ele quase fez Niall chorar por uma brincadeira, mas poderia ter sido real e isso é o pior.

"Urgh, você parece o Louis!" Niall fez uma careta mostrando a língua. "E-eu ia te dar uma cotovelada e depois chutar entre suas pernas. E correr bem rápido, você não iria me pegar." Deu de ombros, confiantemente.

E Zayn riu, porque até parece. Niall provavelmente iria entrar em pânico e chorar. Mas tudo bem, pelo menos a tentativa de cotovelada foi boa.

"Por falar no Lou, cadê ele?" Questionou enquanto percebeu que andavam até o carro do loiro.

"Hm, eu não sei... Não tivemos as últimas aulas juntos hoje. E sei lá, ele deve estar com Harry ou já ter ido para o sebo." Falou sem dar muita importância.

Niall e Louis eram bem amigos, mas ambos tinham suas rotinas, e não ficavam vinte e quatro horas cientes dos passos um do outro. E depois que Harry apareceu, Niall apenas chutava que Louis deveria estar com o alfa original. Já era parte da rotina do amigo, afinal.

"Urgh, Harry." Zayn imitou a careta que o irlandês havia feito. "Ele me odeia, e eu acho que poderia ser mútuo, se eu não soubesse que ele meio que faz bem pro Lou."

Niall arqueou as sobrancelhas. Tudo bem, Harry não parecia gostar muito de Zayn, mas ódio era uma palavra tão forte. "Ele não te odeia..."

"Só parece que quer me matar!" O beta reclamou. "Eu estava indo para sala hoje depois do intervalo e quando olhei para trás ele estava me encarando, da mesma forma que psicopatas encaram suas futuras vítimas." Brincou.

Niall riu. "Você é tão exagerado!"

"É sério, acho que ele só não quebrou minha cara ainda por causa do Lou..." Deu de ombros como se apanhar de Harry não fosse tão ruim.

"Ele não te bateria!" Niall exclamou em defesa. Seria péssimo se Harry fizesse algo assim. Ele era super amável com Louis e Niall não podia imaginar o alfa original batendo no melhor amigo do garoto.

"Não tenho tanta certeza disso." Respondeu com indiferença. Ele não tinha medo de Harry, não de verdade. "Ele parece querer me afastar de Louis. Ele já me disse que não gosta de mim, mas azar o dele se quiser competir."

"Competir?" Niall franziu o cenho. "Ele não tem que brigar pela atenção do Lou..."

"Eu sei que não. Mas talvez ele não saiba disso ainda."

"Bem, talvez eu devesse alertá-lo então..." Niall considerou preocupadamente. "Até porque ele não tem chance se fizer Louis escolher entre você e ele..." Niall concluiu um pouco dividido.

Ele acreditava nas próprias palavras, mas era uma situação péssima. Louis não abandonaria Zayn por ninguém, e Harry corria o risco de perde-lo se o forçasse à isso. Mas ao mesmo tempo, Niall sabia que seria péssimo para Louis ter que ficar sem Harry. Ele podia não admitir ainda, mas Styles era tão importante quanto seus amigos.

"Eu sei!" Zayn sorriu orgulhoso.

Ele estava ali à mais tempo. Ele conhecia Louis melhor. E o beta sabia que o amigo nunca o trocaria.

"Zayn!" Niall parou e o olhou indignado. "Não o faça competir só porque sabe que vai ganhar. Não é justo com Louis, ficar no meio da briga de vocês dois."

"Eu não vou fazer nada!" O beta riu levantando seus braços em rendição. "Ele que está sendo idiota implicando comigo, eu não tenho feito nada."

"Bom mesmo! Já é difícil os dois lidarem um com outro, se envolver mais gente, socorro, não sei no que vai dar."

"Por que difícil? Harry está passando dos limites?" Há um tom de preocupação sobressaltando em seu tom suave.

"Não que eu saiba. Só é difícil por envolver Louis, fala sério, não é a coisa mais fácil do mundo lidar com ele. Principalmente quando se espera que um ômega aja de um jeito e ele é o oposto."

"Bem, se Harry for um maníaco por controle, o que eu acho que ele é, então ele talvez estrague tudo. E eu não acho que seja culpa do Lou por não aceitar certas merdas."

"Você só está com raiva dele porque ele não gosta de você." Niall diz debochadamente, Zayn revira os olhos. "Eles são bons juntos. Eu acho que os dois se ajudam..."

"Eu espero que sim. Louis merece alguém decente." O beta encerra o assunto e dá um beijo na testa de Niall. "Te vejo por aí, loiro! E dirija com cuidado! Não quero que ninguém seja atropelado."

"Vai se ferrar!" Niall grita e ri, achando que Zayn diria alguma coisa fofa, do tipo não quero que você se machuque, mas ele apenas critica as habilidades de direção do loiro, que repetiu duas vezes na prova de carro.

De qualquer maneira, o loiro abre seu carro e dirige com atenção redobrada.

*

Harry acompanha Louis em um almoço rápido antes do trabalho e nenhum deles fala sobre o ocorrido. O assunto parece morrer temporariamente, mas ele está bem vivo na mente de Harry.

Ele deixa Louis em seu trabalho e o beija suavemente. Ele sente que a raiva está o afastando do ômega e o tornando rude demais, mas não consegue evitar. Ele tem tanto medo de perder Louis que se machuca sozinho só de pensar nisso. Mas ele continua pressionando e agindo por impulso algumas vezes em nome do que acha certo.

Ele odeia Charles sem nem o conhecer, somente por fazer com que o alfa passe por isso.

Mas ele vai pagar, e isso é o que mantém Harry sem explodir.

À tarde ele tem que ir para a empresa de sua família, mas sua mente está muito longe. Harry pega o número do advogado que sua família costumava ter em Nova York e faz uma ligação. Com mais calma do que de manhã, ele explica a situação para Isaac, seu advogado, e se decepciona um pouco ao perceber que Louis tinha razão.

Louis poderia até denunciar o professor, mas sem provas não daria em nada. Talvez Charles tivesse de manter sua distância para evitar reincidência na reclamação. Mas poderia haver perseguição da parte do alfa com o aluno, indiretamente ou fora do ambiente universitário. Mesmo advogando em Nova York e não em Londres, Isaac lembrou Harry que as leis em todos os países eram bem fracas em relação à alfas. Eles tinham privilégios e eram unidos, derrubar um sendo ômega era difícil. Talvez Louis tivesse vantagem se Harry usasse de seu status e influência para pressionar a direção da universidade, mas tudo era muito incerto quando não se tinha provas.

Harry odiava tudo aquilo, e esperava sinceramente que Louis não se importasse por Harry decidir resolver as coisas de seu jeito.

Ele tinha falado com o ômega, tentado o convencer à fazer uma denúncia e seguir por meios legais para expulsar o professor, mas não teve sucesso. E talvez a denúncia nem desse resultado. Mas Harry sabia algo que funcionaria.

E ele não se importaria de fazer aquilo. Seu lado primitivo estava chorando de ansiedade por isso. Ele precisava socar Charles pelo menos uma vez. Questão de honra.

E sua tarde no trabalho se estendeu até a noite em uma pesquisa profunda sobre Charles Ludwig. Não foi muito difícil encontrar, na internet mesmo, algumas informações básicas sobre o alfa. Mas o resto Harry teve de fazer por outros meios.

Ele não viu Louis naquela noite, estava muito ocupado planejando sua solução. E Tomlinson ficou um pouco chateado, porque o alfa parecia distante, mas se distraiu passando a noite estudando.

A manhã seguinte na universidade foi um porre. A hora parecia não passar e fingir que estava tudo bem para Louis era difícil.

"Você deveria me mostrar quem é ele..." Harry pediu aleatoriamente, quando tinha Louis com as pernas jogadas em cima das suas, devorando um donut e falando sobre música.

O ômega fechou a expressão e suspirou.

"Eu acho que a gente pode esquecer esse assunto por um tempo. Se ele fizer mais alguma coisa eu juro que falo até com o reitor." Fez biquinho e tentou fazer Harry rir, mas ele estava impossível.

"Só preciso saber quem é, Lou..." Harry pediu em um tom manso e Louis concordou, só para que ele o deixasse em paz sobre aquilo. Ele queria o Harry tranquilo de volta, mas enquanto o alfa não resolvesse as coisas ele não ficaria numa boa.

Louis foi com Harry até um quadro geral de aulas, era um quadro enorme, mas super útil quando precisava-se saber em que sala alguém está. Entre muitos números Louis localizou a próxima sala em que Charles daria aula e levou o alfa original até lá.

Harry pôde ver o homem de mais ou menos quarenta anos todo sorridente e simpático.

"Ele é casado!" Harry murmurou indignado ao reparar no anel na mão do professor.

Louis se surpreendeu com a notícia, porque bem, ele não sabia nada sobre Charles, e isso o fazia mais nojento ainda.

Harry agiu normalmente com Louis após isso. E o dia deles foi tranquilo. Almoçaram juntos, trocaram alguns beijos, conversaram sobre coisas bobas e Harry seguiu a rotina de dar carona para Louis até o trabalho. E depois foi para o seu...

Mas Harry só passou na empresa para voltar à pesquisar. Graças à uns bons contatos e alguma quantia de dinheiro ele tinha um endereço e um professor para visitar.

Vigiou Charles e sua rotina naquele dia. A hora que ele chegou na casa cujo Harry tinha conseguido o endereço. O carro que ele utilizava e o quão distraído o alfa era.

Até porque alfas não tem medo se quase nada.

Styles quis agir por impulso, apertar a campainha e socar o rosto do desgraçado assim que ele abrisse a porta.

Mas não o fez.

Ao invés disso demorou mais dois dias observando Charles, remoendo sua raiva. Precisava pega-lo sozinho. E teve que dar um tiro no escuro quando resolveu que não se importava em se expor.

Ficou esperando Charles em frente à garagem de sua casa. A esposa provavelmente estava dentro da mesma, dormindo tranquilamente enquanto o marido chegava tarde.

O portão continha um cadeado extra, colocado por Harry, e Charles teve dificuldade para abrir o mesmo, logo percebendo a tranca extra. Gastou preciosos minutos tentando em vão todas suas chaves, estranhando o cadeado extra, mas nunca imaginando o propósito do mesmo.

Só percebeu que não estava mais sozinho quando teve sua cabeça fortemente batida contra o portão. As chaves caíram de sua mão e a pancada havia sido tão forte que sua testa sangrava.

Tinha sido pego desprevenido, mas era um alfa e achava que aquilo era um assalto. Por instinto tentou reagir.

Porém Harry já esperava por isso e era bem mais forte do que o professor.

Jogou o mesmo de cara no chão, e imobilizou seus braços.

"Se você tentar gritar é um homem morto." Harry falou em seu ouvido. O alfa no chão rosnou e tentou se mexer, foi em vão e a única coisa que conseguiu fazer foi apenas questionar em um tom controlado: "O que você quer?".

Harry riu, se divertindo com a situação. Bateu a cabeça de Charles novamente contra o chão. O nariz e a boca tinha sido ralados e pressionados com força contra o chão áspero. Doía para caralho e o homem mais velho estava começando a se desesperar, a pose de machão se esvaindo ao que ele estava totalmente dominado e sendo brutalmente machucado.

"O que eu quero, huh? Ah, professor! Só uma ajudinha sua. Sei que vai ser um prazer para você fazer isso..." Harry riu sarcasticamente.

Charles tentou mais uma vez se livrar das mãos que o seguravam, mas quanto mais se mexia mais apanhava. Harry tentava lembrar de não bater muito forte na cabeça à ponto de desmaiar o professor, mas se divertia além da conta ao que extravasava toda sua raiva.

"Eu não quero nunca mais ver sua fodida cara, Charles. Eu quero que você se demita ou peça transferência para a puta que pariu, mas nunca mais pise naquela universidade. Tá me entendendo?"

Styles levantou o rosto do homem, segurando-o em seguida pelo pescoço, quase o sufocando, e deixando que o alfa tente em vão puxar seu braço para longe de seu pescoço.

"Eu posso acabar com sua vida de merda tão facilmente..." Harry sorriu enquanto apertava com mais força o pescoço do homem, o asfixiando e olhando bem para o rosto sangrando e em pânico. "Mas eu estou te dando uma escolha... Você pode simplesmente se mudar de Londres, sumir no mundo e continuar com sua vida miserável em qualquer outro lugar."

Afrouxou um pouco o aperto, deixando que Charles respirasse ofegantemente. Lágrimas, sangue e desespero banhavam o rosto do homem. Era deprimente.

"Eu sei onde você mora e sei onde trabalha. Você tem um dia para sumir senão eu volto e termino isso."

Harry levanta e o chuta bem no meio das pernas. O homem grita e se contorcer de dor.

"Você está avisado... E por favor, mantenha esse pau dentro das calças. Ninguém quer essa merda."


Notas Finais


Hiya, capítulo novo, ansiosa por feedback, e desculpem a demora, tentei fazer algo legal e levou algum tempo.
Eu não sou uma pessoa violenta e não sei se essa ultima cena ficou ok, mas escrever algo que não estou acostumada é um desafio, e to tentando gentii
Espero que gostem e me respondammmm hehe

Btw, obrigada por todos os favoritos e comentários. Adoro vocês 💕😘

▶ Harry foi muito radical em suas ações e no quão sério ele levou a situação?

▶ Como está a visão de Louis sobre Harry e tudo que os envolve?

▶ Talvez esse capítulo tenha mostrado uma outra faceta de Zayn. Alguém acha que ele faz de propósito e pode se tornar um problema real?

Obs: eu sou contra violência, mas essa fic é um universo alternativo que eu misturo com a realidade, e sejamos sincero, mt gente resolve as coisas na porrada. Não que eu incentive isso, mas pra fic funcionou assim. Enfim, o tema desse capítulo é bem importante e sério, e se vocês na vida real passarem por uma situação de assédio (moral ou sexual) falem com alguém!!!! Essas coisas são mt sérias, principalmente em ambiente de trabalho e escola, tomem as devidas providências e não deixe ninguém ficar impune. Se cuidem 💙💚 pff

Eu espero que vocês realmente respondam as perguntas para eu saber como está a visão de cada personagem.
Pode parecer confuso às vezes, mas todo capítulo eu tento reforçar a personalidade que eu já tinha definido para cada um. Também mostras os motivos para agir de tal jeito e as mudanças.

O Zayn tem seus motivos, ser beta é algo que o atinge sim e isso influencia no jeito que ele age as vezes. (Saber que Louis o escolheria, mesmo competindo com um alfa, o deixa confiante e feliz pq ele ouviu a vida toda que betas não tem chance alguma de ganhar nada contra alfas, mas é uma batalha boba e sem nexo). Alguém tem um ponto de vista parecido?

Bjos até a próxima, e me deixem saber o que vcs pensam!!!! 💚💙


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