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História Abracadabra - Zoso. (Extra)


Escrita por: ldzeppelin

Notas do Autor


Então, esse capítulo é um bônus que eu quis colocar já que eu não iria comentar nada sobre essas mini férias do Jimmy e da Abra (já que ainda tem muita coisa para acontecer e a história se passa em anos). Mas decidi fazer esse extra pra vocês. Beijos, e boa leitura!

Capítulo 11 - Zoso. (Extra)


Donatella Noel Baldwin – Abracadabra.

                                                                   02 de Abril. 1969 | 21:46| Londres, Inglaterra.

Em “casa” finalmente. Larguei minhas malas no chão, já que desta vez, Jimmy havia feito que eu mesma as carregasse. Passei os olhos por todo o local e sorri. A casa de Jimmy era de fato do jeito que eu gostaria que a minha fosse. Com janelas de vidro para todos os lados, muitas plantas, muitos cristais e muitos e muitos livros. Ah, claro, sem esquecer os milhares de discos espalhados pela sala bagunçada.

– Não tive tempo de arrumar nada antes de partir para a turnê. – ele explicou sorrindo fraco.

– Tudo bem. – disse.

– Podemos tomar um banho quente. – ele sugeriu. – E depois fazemos o jantar.

– Eu faço o jantar, você diz. Depois do que sua mãe me disse sobre você na cozinha, eu acho melhor comandar o fogão. Por isso você é magro. – dei de ombros.

– Tão delicada... – ele revirou os olhos. – O banheiro é no andar de cima, segunda porta a esquerda.

Eu subi na frente e Jimmy atrás de mim. Estávamos visivelmente cansados. Nada mais justo que um bom banho. Entrei no pequeno cômodo e fui tirando minhas botas enquanto Jimmy enchia a banheira e colocava alguns sais. Tirei minhas roupas, e sentei a frente de Jimmy que já estava nu.

– Nossa... Como a água está quentinha. – disse me encostando em seu peitoral.

– O aquecedor daqui não é muito bom. – ele disse fazendo um carinho gostoso na minha cintura.

– Tudo bem. Eu meio que gosto de frio. Dá pra usar uns casacos legais, e usar coberta o dia inteiro. – ri fraco.

– Casacos legais... Você diz aquele seu casaco enorme com aquele desenho de gambá na frente? – ele perguntou.

– É uma bela gambá. – dei de ombros.

– Te conheço há mais ou menos quatro meses e ainda não sei nenhum fetiche seu. – ele disse e eu olhei para ele irônica.

– Você nunca perguntou. – eu dei de ombros.

– Quais são seus fetiches?

– Hum... Transar com roupas bem bonitas. Como um vestido longo, terno... Maquiagem, salto... Eu acho isso legal.

– E isso é legal.

– E transar em um lugar público, talvez.

– Sua tarada! – ele riu. – Em um lugar público? Você poderia ser presa.

– Você não gosta de emoção, James? – perguntei mexendo na água.

– Tudo bem. É outro bom fetiche. – ele falou.

– E os seus?

– É mais legal mostrar do que falar.

– Nossa, misterioso. – revirei os olhos e ele riu fraco.

Jimmy começou a morder de leve minha orelha. Passando de baixo, até a pontinha de cima com a língua, e depois passando o dente. Eu estava a ponto de rir como um porco, porque aquilo fazia cócegas. Deus, como fazia.

Eu tinha algum tipo de complexo de não conseguir ser sensual. Eu ria em momentos inoportunos, eu... Não, eu conseguia sim. Eu acho. Não sei. Ai Deus.

É natural e tão real se sentir confuso consigo mesmo. Uma garota de apenas dezessete anos, em uma banheira com um cara de vinte e cinco, cujo tem uma banda famosa de rock. Era tudo tão estranho quando eu parava para pensar. No automático, era real. Simples. Era o que tinha que ser. E talvez, eu devesse parar de pensar tanto.

– Por que tão quieta? – Jimmy perguntou beijando meu pescoço.

– Pensando...

– Em coisas boas?

– Talvez. – sorri fraco.

– Em nós dois?

– Talvez. – disse novamente e o olhei. – Será que você vai ter paciência comigo? Digo, eu não sou fácil de lidar, Jimmy.

– Eu estou aqui com você, não estou? E eu também não sou a melhor pessoa do planeta, e você gosta de mim. Eu acho.

– Eu gosto um pouco. – eu ri. – Tudo bem. Eu acho que vou fazer a comida.

– E eu darei um jeito no quarto. Tá uma bagunça.

Levantamos da banheira, nos secamos e Jimmy me emprestou uma camisa social com desenhos de lua e ele vestiu uma samba canção. No quarto dele, eu observava cada cantinho.

– Isso aqui tá um mafuá mesmo. – disse.

– Eu não sei da onde você tira tanta palavra nova. – ele disse.

– Sou culta. – ri cruzando os braços, e fui para a cozinha preparar algo.

Abri um armário... Apenas pães. Abri outro armário... Apenas potes. Jimmy era uma orquídea e se alimentava de ar e luz. Só podia.

Finalmente abri a geladeira e encontrei alguns legumes. Batatas, cenouras, ervilhas, repolhos... Jimmy deveria ser vegetariano. Decidi fazer bubble and squeak.

Fiz o purê de batatas, e quando pronto, coloquei a cenoura, o repolho, e a ervilha dentro – todos cozidos. Depois, os fritei e coloquei em um papel toalha para absorver a gordura. Eu poderia fazer uma sobremesa, mas eu estava muito cansada. O tempo de preparar a comida foi o tempo de Jimmy descer. Ele estava com o cabelo bagunçado e com a mesma samba canção de pouco antes.

– Amo bubble and squeak. – ele disse me abraçando por trás, enquanto eu colocava algumas rodelas no meu prato.

– Você é vegetariano? – perguntei curiosa.

– Eu evito carne ao máximo. – ele disse pegando um prato e fazendo o mesmo.

– Isso é legal. – dei de ombros.

Comemos em silêncio, e depois Jimmy me levou até sua sala, onde havia vários livros sobre astrologia. Não me contive, e peguei um para folhear. Enquanto isso, ele havia ligado a lareira, por conta do pouco frio que fazia na casa.

–Leão com ascendente em capricórnio. – eu murmurei passando rapidamente até a página desejada. – “É maduro, e assume qualquer responsabilidade sem receio. No amor, necessita que o aceitem, o valorizem, o amem. [...] Prima pela elegância... [...] Postura firme...” Sou eu.

– Onde está sua Vênus? – Jimmy perguntou.

– Virgem. Casa oito. – sorri fraco. Para qualquer um que entende de astrologia, sabe o quão significativo isso é.

– Nossa. Sou um cara de sorte. – ele riu.

– Gosto da sua maneira de pensar. Um tanto quanto suicida e masoquista. Sua Vênus, onde está? – foi minha vez de perguntar.

– Sagitário.

– Onde eu fui me meter? – perguntei para o teto fazendo Jimmy gargalhar.

– Podemos dar certo. Você sabe. – ele falou.

– Vou pagar pra ver, né. – sorri.

Jimmy subiu em cima de mim no sofá onde eu estava deitada, e colocou com cuidado o livro no chão. Apoiou sua cabaça em meu peitoral e eu acariciei seus cabelos.

– Sua casa é adorável, Jim. – eu murmurei observando os detalhes.

– Não pensa em ter sua própria casa? – ele perguntou.

– Penso. – assenti. – Gosto de privacidade... Ter as coisas do jeito que eu gosto. Porque na mansão, todos os dias metade dos músicos de Londres aparecem por lá para fazer bagunça. E em casa, Faith faz bagunça por uns dez. E tem o Pietro agora... – expliquei.

– Você poderia ficar aqui comigo por uns tempos. – ele sugeriu e eu ri.

– Eu posso pensar. Mas vou agilizar e comprar um terreno para construir uma casa. Não quero pronta. Quero que façam uma do jeitinho que eu quero.

– Deus... – ele riu. Aposto que havia revirado os olhinhos.

– O quê?

– Mimada. – ele riu novamente e foi minha vez de revirar os olhos.

– Você é muito bobo.

– Que xingamento! Nossa. Estou ofendido. – ele fez um falso drama, levantando a cabeça de meu peitoral, e me encarando.

– Então você vá à merda. – disse emburrada.

Jimmy aproveitou meu bico para me dar um selinho e engatar em um beijo mais profundo. Agarrei o seu cabelo enquanto entrelaçava as pernas em sua cintura.

– Quer ir para o quarto? – ele perguntou e eu me resumi a assentir.

Jimmy me pegou no colo com facilidade e subiu as escadas comigo enquanto eu dava mordidas leves em seu pescoço. Esta era a primeira vez que estaríamos completamente sozinhos, e deixava tudo mais interessante.

Ele me desceu de seu colo na hora de abrir a porta do quarto, e eu tomei partida entrando primeiro. Na hora, eu fiquei embasbacada. O quarto estava parcialmente escuro, iluminado apenas por algumas velas. Havia um incenso que julguei ser de patchouli, e uma caixa vermelha em cima da cama.

– O que é? – apontei para a caixa.

– Se deite. – ele disse. Que porra de petulância tinha Jimmy Page.

– Mas o que... – eu iria indagar. Iria porque não consegui ao menos terminar minha frase.

– Deita, Donatella. – não havia um pingo de humor em sua voz.

Donatella? Tudo bem. A coisa ficou esquisita a partir do momento que ele me chamou pelo nome, e não por Abra.  Assenti devagar colocando a caixa para o lado e com cuidado deitando-me na cama. Observei Jimmy andar pelo escuro até o outro lado e por um dos joelhos no colchão.

– Agora feche os olhos.

Resolvi não contestar e fechei meus olhos à contra gosto. Senti seu corpo se mover pela cama, até que ele estivesse entre as minhas coxas desabotoando sua própria camisa, que ele mesmo havia me emprestado.

Suas mãos frias dedilharam meu corpo nu como se dedilha uma guitarra. Sorri, mesmo com os olhos fechados relaxando minha expressão e vendo que nada de mal seria feito. Eu confiava em Jimmy.

Senti mais alguns movimentos, e logo após Jimmy deitou seu corpo também nu sobre o meu. Seus lábios encontraram os meus em um beijo calmo e romântico, do qual nunca havíamos experimentado. Quando ele afastou-se, inclinei minha cabeça um pouco mais para frente para tentar fazer com que o beijo continuasse. Sem sucesso, abri os olhos vendo Jimmy me olhar divertido através dos olhinhos verdes.

– Eu não mandei você fechar os olhos? – ele sussurrou.

– Mandou. – eu murmurei.

– Então fecha, garotinha. – ele riu fraco acariciando meu rosto.

Imediatamente eu fechei os olhos de novo, e reclamei ao sentir o corpo de Jimmy sair de cima do meu. Pelo barulho, ele estava abrindo a caixa. Pouco tempo depois, senti um pano no meu rosto, e revirei os olhos ao constatar que Jimmy havia me vendado.

– O que você pretende fazer? – perguntei.

Sem resposta. Maravilha.

Mais alguns segundos de silêncio e Jimmy pegou minhas duas mãos as juntando e prendeu com algo frio. Algemada? Isso não poderia ser sério. Decidi não falar nada para ver até aonde aquele brincadeira ridícula iria.

Arrependida. Eu estava arrependida. Deveria ter dito algo. Algo que fizesse tirar daquela cabecinha os pensamentos impróprios. Pois era tarde demais. Jimmy havia passado a língua pela minha intimidade me causando alguns calafrios.

Uma corrente elétrica subiu pela minha espinha até a minha boca saindo em forma de gemido. Imediatamente tentei agarrar seu cabelo e estiquei meu quadril para frente. Sexo oral. Para mim, algo inédito.

Eu tentava não pronunciar seu nome, e aumentar seu ego parcialmente frágil, mas era impossível. Deus, como era impossível. Eu poderia jurar que não sentia minhas pernas direito. Estavam esquisitas, formigando. E enquanto eu lutava mentalmente comigo mesma, o guitarrista trabalhava arduamente para o meu prazer. Como gosto de analogias, ele seria o funcionário do mês.

No momento que ele tirou a boca de lá, eu tentei me soltar novamente. Desta vez para dar na cara dele. Eu me sentia desesperada por mais, desesperada vê-lo, desesperada para tocá-lo.

Devagar eu senti suas mãos puxarem o nó de trás da minha cabeça e tirarem a venda. Arfei ao ver seus olhos tão escuros. E segundos depois, sorri. Não por achar fofo, não por achar romântico, e não por achar adorável. Por achar sexy. Por achar altamente atraente, intenso e perfurador. Que puta olhar Jimmy Page tinha.

– Eu poderia te torturar. Mas seria idiotice. Eu estaria me torturando junto. Você me enlouquece, garota. – foi o que ele disse antes de atacar meus lábios com fúria, desta vez.

Eu me sentia completa. Me sentia aquecida. Era daquilo que eu precisava. Era aquilo que eu procurava ter. Eu precisava me apaixonar, e ali estava eu. Completamente, e fodidamente, apaixonada.

Após Jimmy entrar com seu membro em mim, eu perdi completamente a noção da hora. Eu sei que estava escuro, estava frio, eu estava suada, e havíamos usado os brinquedinhos que havia em sua caixa vermelha. Digo, isso inclui chicotes, e até orelhas de gatinhos que eu prometi que ainda usaria para ele.

Lá estava eu, deitada no peitoral dele respirando forte pela boca, altamente cansada. Eu até levantaria e tomaria um banho, mas eu estava cansada demais. Era a vez de Jimmy fazer cafuné nos meus cabelos, e logo adormeci.

Jimmy Page.

                                                                   03 de Abril. 1969 | 11:01| Londres, Inglaterra.

Acordar sentindo o perfume da pessoa que você gosta deveria ser a oitava maravilha do mundo. Ela estava ali. Incrivelmente ela estava ali. Dormindo serena, indefesa, com a franjinha sobre sua testa, a boquinha rosa semiaberta e as pintinhas enfeitando seu rosto.

Ali estava Abracadabra, abraçada ao meu peitoral como se eu fosse um bichinho de pelúcia. Nua, com curvas de mulher. Ela era a criatura mais perfeita que já havia habitado a terra. Talvez o sistema solar também. Ou o universo inteiro. Donatella era nada mais, nada menos, que absolutamente perfeita.

Levantei com cuidado para não acordá-la, e fiz um café da manhã para nós dois. Cozinhei tudo sabendo que ela acordaria, reclamaria da comida, ficaria emburrada, e iria me mandar comprar um daqueles iogurtes esquisitos que ela adora.

E eu havia acertado. Lá estava ela, que havia se dado o trabalho de por uma blusa xadrez minha, enquanto eu cozinhava nu. A observei revirar os olhos e descer as escadas emburrada. Seu cabelo estava bagunçado, e eu amava ele daquela maneira.

– Bom dia. – arrisquei lhe dar um selinho. Ela olhou curiosa para o que eu fazia em cima da pia.

– O que é? – ela apontou e eu me senti ofendido.

– Como o que é? São torradas, Abra. – eu disse e ela arregalou os olhos.

– Você quer que eu morra envenenada! – ela constatou horrorizada e eu bufei voltando a passar geleia pela minha torrada só um pouco queimada.

– Isso tá preto, Jimmy! Eu não vou comer esse negócio. Parece que você assou um urubu. – ela cruzou os braços e eu gargalhei.

– É isso que tem para hoje. – dei de ombros.

– Eu não vou comer isso. Não vou mesmo. – ela fechou a cara. – Você deveria ter me chamado para fazer o café! Agora vou ficar com fo... Ah, não... – sua feição mudou completamente como se uma lâmpada se acendesse em cima da sua cabeça. – Na lojinha aqui da esquina vende o iogurte que eu gosto...

– E eu com isso? – perguntei. Senti seus bracinhos envolverem minha cintura por trás, e por segundos, me inebriei com seu perfume de baunilha.

– Compra pra mim...  – ela pediu dando beijos nas minhas costas.

Eu não disse?

– Custa comer minha torrada? – perguntei me virando para ela. Droga. Era impossível dizer não para os seus olhinhos verdes.

– Custa muito. – ela riu fraco.

Revirei os olhos pela milésima vez apenas naquela manhã, e fui buscar uma roupa para comprar o maldito iogurte da minha menina.


Notas Finais


Sobre o próximo capítulo: ainda não comecei a escrever, e ele vai ser um pouco mais pesado. Mas vou tentar postá-lo em uma semana (ou menos).


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