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História Abracadabra - Quando as gatas saem...


Escrita por: ldzeppelin

Notas do Autor


Gente! Eu disse que postaria até ontem, mas passei o feriado rolando de cólica, e ainda não tinha revisado o capítulo.
Estou pensando em revisar a fanfic inteira, e ver alguns errinhos bobos de português. Por isso, dou o prazo de uma semana para postar o próximo capítulo.
Boa leitura!

Capítulo 15 - Quando as gatas saem...


Fanfic / Fanfiction Abracadabra - Quando as gatas saem...

Jimmy Page.

                                                               9 de Janeiro. 1970 | 23:47| Londres, Inglaterra.

Era a festa de aniversário mais sem graça que já tive. Havia mulheres? Havia. Havia bebida? Também. Música alta? Checado. E drogas? Aos montes. Qual era o problema? Abracadabra estava em outro continente.

Para a “surpresa” de todos, Red Light foi um sucesso estrondoso. Em menos de cinco dias, havia batido recordes. Críticas maravilhosas, fãs histéricos, estádios lotados, e um namorado abandonado.

Estava encostado no balcão, tomando um copo de whisky, quando vi Daltrey se aproximando de mim com sua namorada a tira colo, e mais uma menina loira.

Automaticamente lembrei de Abra a chamando de “girafona loira” e sorri para mim mesmo. Ela apenas não existia.

– Page! – ele disse. – Meus parabéns, cara! Toda a iluminação deste mundo para você, hoje. – ele sorriu me abraçando.

– Obrigada, parceiro. – sorri fraco.

– Parabéns, Jimmy. – Heather me abraçou também. Ela estava incrivelmente animada. – Essa é minha amiga, Charlotte Martin. Queria que a conhecesse. Ela é francesa, e é modelo.

Não pude negar que Charlotte era bonita. Alta, esbelta, loira, e com olhos azuis. Era o tipo de mulher que você tinha que olhar duas vezes. Sorri para ela, que me abraçou felicitando-me pelo meu dia.

Passei o resto da festa conversando com Charlotte. Ela não era uma companhia tão má. Aliás, nada má. Ela era inteligente, e entendia muito sobre o meio musical. Acho até que já havia a visto alguns anos atrás andando com Eric Clapton. Não exagerei na bebida, eu não queria fazer besteira. Só queria poder encontrar Abra logo.

Donatella Noel Baldwin – Abracadabra.

                                                                        10 de Junho. 1970 | 12:37| Cannes, França.

Finalmente havia chegado a hora de pausa na turnê. Eu estava feliz apenas por poder ver Jimmy, porque eu estava adorando aquela rotina maluca de show-festa-show-festa. Mas obviamente, eu sentia falta do meu guitarrista.

Como eu havia prometido, aluguei uma casa em Cannes e fomos passar quase dois meses juntinhos aproveitando tudo que o país mais romântico do mundo podia nos oferecer.

Havíamos acabado de chegar na bela mansão em que estávamos hospedados, e já estávamos exaustos, nus, deitados na cama com cigarros nas mãos.

– Eu estou tão orgulhoso de você... – ele murmurou. Senti meus olhos acenderem um brilho especial.

– Obrigada. – eu sorri deitando em seu peitoral. – Foi muito divertido.

– Melhor do que estar comigo? – ele perguntou fazendo drama. Eu ri.

– Claro que não, seu dramático. Não há nada melhor do que estar com você.

– Mas me conte como...

Nossa conversa foi interrompida pelo telefone da casa tocando. Eu me enrolei no lençol, rindo da cara de frustração de Jim, e fui até a sala correndo atender.

Alô?

Abra? – ouvi uma voz doce e feminina do outro lado da linha.

Pattie! – exclamei animada. – Como conseguiu esse número?

Falei com a telefonista do condomínio que você está, e ela me passou para esta linha. Lembra que você disse o nome quando eu estava pensando em passar um tempo ai com George? – ela disse.

Sim, claro! Estou muito feliz por ter ligado, e estou com saudade. Como você está?

Estou bem. Infelizmente não vou poder ir para ai com George. Depois do término dos Beatles ele entrou em um projeto para um novo álbum e está ocupadíssimo. – ela disse cabisbaixa.

O término dos Beatles havia sido o fim do mundo para mim. Eu chorei pelo mês de abril inteiro, em todos os shows eu fazia um apelo aos meus reis besourinhos, e nada havia adiantado. Me restava sentar, e chorar.

Então o que você anda fazendo?

Era sobre isso que eu gostaria de falar. Eu vou para França depois de amanhã, e se não for muito incomodo para você e Jimmy, eu queria passar ai e conversar com você sobre... Aquele assunto.

“Aquele assunto” seria Eric Clapton.

Tudo bem. Sem problema algum. O endereço do condomínio está com Alex, você pega com ela?

– Pego sim.

E quando estiver na portaria, peça para me ligarem, e eu autorizo sua entrada.

– Que chique! – rimos. – Até depois de amanhã então, amiga. Mil beijos!

Até, amor. Nós vemos em breve, beijos.

Voltei para o quarto dando pulinhos e largando o lençol no chão. Jimmy ainda estava deitado, porém, estava com um livro na mão. Julguei ser de poesias.

– Quem era? – ele perguntou largando o livro e me puxando para deitar ao seu lado.

– Pattie Boyd. Precisamos conversar sobre assuntos femininos, e ela virá aqui em dois dias.

– Assuntos femininos? Deus! Até em nossas pequenas férias as pessoas não te deixam em paz. – ele resmungou e eu ri batendo de leve em seu braço.

– São coisas importantes. E, ah... Você terá que sair. Precisamos de privacidade, sabe como é. – dei de ombros.

– Além de me ignorar, vai me expulsar? Estou até com medo desses assuntos agora. – ele disse com a voz falsamente trêmula.

– Gosh, o quão falso você é? – revirei os olhos. – É apenas uma tarde, e uma noite. Você passa a manhã conosco, e deixa a tarde e a noite para nós duas. Você pode ir a alguma festa.

– E a senhorita sugere alguma festa?

– Sim! Rod Stewart está aqui na França. Vou entrar em contato com ele, provavelmente terá festa no final de semana.

– Parou de ser ciumenta, é? Me deixando ir para festas sozinhos. – ele sorriu acariciando meu cabelo.

– Qual é, Jim. – resmunguei. – Namoramos há um ano e meio, está mais do que na hora de eu confiar em você. – sorri.

– Tem razão... Só de pensar em quantas festas você foi sem mim nessa turnê... – ele não tardou em começar a beijar meu pescoço. – Tantos gaviões olhando para o meu pequeno e indefeso pássaro...

– Não tão indefeso. – suspirei.

– Não tão indefeso. – ele repetiu.

– Não está com fome? – perguntei distraída.

– Fome? – ele perguntou levantando a cabeça. – De você, sim, estou. Obrigada, Miss Donatella.

– Soa bem, Miss Donatella. – eu sorri.

– Miss Donatella, permite que eu a tenha durante dois dias seguidos nesta cama antes que a Lady Harrison atrapalhe nossos planos? – ele perguntou e eu ri.

– Permito, Mr. Page. – ele sorriu.

– Donatella Page soa bem, não acha? – ele perguntou e eu assenti devagar, quase estática e milagrosamente corada.

– Lady Page. – balbuciei. – Soa mais bonito ainda.

Lady Page. Minha pequena senhora. – ele sorriu contra meus lábios.

Troquei as posições sentando no colo de Jimmy, sentindo a protuberância por baixo de mim. Mordi os lábios observando o homem á minha frente: completamente delicioso. Lábios desenhados e vermelhos, nariz perfeito, olhos verdes que exalavam luxúria, cabelos negros e cachos perfeitos.

Just like a baby. – murmurei.

E lá iríamos nós para mais uma sessão incansável de amor.

                                                                          12 de Junho. 1970 | 08:55| Cannes, França.

Eu havia acordado impressionantemente cedo. Forcei os olhos me espreguiçando, e estiquei as mãos até o outro lado da cama caçando Jimmy. Nada dele.

Sete. Sete foi o número de vezes que eu pedi a Deus que Jimmy não estivesse na cozinha preparando mais um de seus cafés da manhã horrorosos.

Meu humor de manhã cedo não era dos melhores, e ser obrigada a comer uma torrada queimada com uma gororoba esquisita que só ele sabia fazer não aumentava meu humor. Aliás, diminuía-o.

Fui até o banheiro lavando o rosto, e escovando meus dentes. Coloquei uma blusa preta simples de Jimmy e desci as escadas até a cozinha. Arregalei os olhos assim que encontrei Jimmy de samba canção, arrumando uma mesa perfeita de café da manhã. Torradas não queimadas, geleias mil, mel, pãezinhos franceses, sucos, e o mais importante: três potes do meu sagrado iogurte matinal.

– Se eu estou sonhando, não me belisquem. – murmurei encantada, descendo o último lance de escada.

– Bom dia também, gatinha. – ele disse e eu voei em seu pescoço o abraçando, e o enchendo de beijos.

– Não acredito que você foi útil! – disse alegre. – Que mesa linda, obrigada, meu amor. – selei seus lábios repetidamente. – Muito bom dia.

– Gostou? Fui bem útil, eu sei. – ele sorriu e eu vi algo suspeito na mesa. Um cartão do condomínio.

– Foi útil pedindo o café da manhã do condomínio, não é, James? – revirei os olhos e sentei na mesa.

– Você não achou que eu iria saber fazer tudo isso, achou? – ele sentou-se ao meu lado.

– Não, meu amor. – eu ri. – Isso nem passou pela minha cabeça.

Tomamos nosso café, e eu arrumei a cozinha inteira depois, deixando Jimmy descansar do lado de fora da casa. Após tudo arrumado, tomei um banho e coloquei uma roupa que prestasse. Algo como um vestido florido básico. Estava perto da hora de Pattie chegar, e eu queria recebê-la decentemente.

Saí do banho e fui até o quintal da casa, vendo Jimmy fumando deitado em uma espreguiçadeira.

– Vá tomar um banho, Jim. Pattie já deve estar chegando, e eu não quero que ela encontre você parecendo um mendigo. Ah, e penteia o cabelo, por favor. – disse e ele revirou os olhos.

Entrei em casa novamente seguida por ele, e o telefone tocou.

Miss. Baldwin? – era a voz do porteiro.

Sim? – perguntei.

Há uma senhora chamada Pattie Harrison aqui, devo autorizar a entrar?

– Ah sim, por favor.

Tudo bem.

Fui até o portão de casa para esperá-la, e logo, de um táxi, saiu a estonteante Pattie. Alta, cabelos loiros, olhos grandes e azuis. Eu amava George tanto, mas ele estava sendo tão burro em deixar aquela mulher escapar. Por outro lado, Eric era esperto. Só podia ser meu amigo...

– Olá! – sorri a abraçando.

– Você está tão linda. – ela disse.

– Oh, olha quem diz! Vamos entrando.

Levei-a para a sala de estar, e ela deixou sua bolsa sobre a mesa, sentando-se ao sofá junto a mim.

– Jimmy está por ai? – ela perguntou.

– Sim, está tomando banho. Mas logo, logo vai para casa de Rod Stewart e só deve voltar de madrugada.

– Entendo. É que aquele assunto é um tanto sigiloso por enquanto. – ela sussurrou.

– Por enquanto? Pretende levar adiante? Deus, precisamos conversar o mais rápido possível! – disse desesperada e ela riu.

Em pouco tempo, Jimmy desceu as escadas arrumado, e cumprimentou Pattie. Depois de se despedir de nós duas, ele foi direto para casa de Rod.

– Agora você pode me contar. – disse acendendo um cigarro.

– Eric fez uma música para mim. – ela disse e eu quase deixei o cigarro escapar da minha boca. – E ela fala sobre um amor impossível e... Todos vão saber que é para mim, Abra! Logo ela será lançada. Eu não sei mais o que faço.

– Pattie. – suspirei. – Você sente algo por ele?

– Eu... Acho que sinto.

– Achar não!

– Eu sinto. – ela disse com certeza.

– E esse sentimento é maior do que o sentimento que você cultiva por George? – perguntei e ela ficou um tempo pensando.

– Eu acho que não.

– Pattie!

– Não, não é.

– Então você tem a resposta. Diga não às investidas de Eric.

Jimmy Page.

                                                                   12 de Junho. 1970 | 23:17| Cannes, França.

Eu estava fodidamente bêbado. Talvez como eu nunca estivesse antes. Havia ultrapassado na bebida, pois havia acabado de terminar com Rod uma música que eu e Percy havíamos começado. Se chamava That’s The Way, e era feita para nossas meninas. Maureen, Mo, Pat e Abra.

Eu estava contando poucos minutos, e iria dar um jeito de ir para casa e pedir para Abra cuidar de mim, quando de repente, uma loira que eu jurava que conhecia de algum lugar, veio até a mim.

– Jimmy? – ela perguntou.

– Sim?

– Não lembra de mim? – ela perguntou sorrindo. – Sou eu, Charlotte.

Charlotte Martin, sim! A loira francesa do meu aniversário. Esqueci momentaneamente os minutos que eu contava para ir embora, e passei a manter uma conversa embolada com ela.

– Você não me parece bem. – ela sorriu. – Venha!

Charlotte me levou até um quarto e me fez sentar na cama. Ela se sentou ao meu lado.

– Está sozinho aqui? – ela perguntou e eu assenti com a cabeça. – Podíamos passar um tempo neste quarto. – ela disse e eu assenti com a cabeça.

Estar bêbado não é desculpa alguma para fazer qualquer besteira, mas nesse caso, tive que colocar a culpa na bebida. Quando dei por mim, eu estava dentro de Charlotte, com ela gemendo repetidamente meu nome, e dizendo “estou chegando”. Na mesma hora eu tive de parar.

Senti nojo de mim, e por pouco não botei tudo que eu havia bebido para fora. Nojo do que eu estava fazendo. Senti lágrimas se acumularem em meus olhos, e raiva de mim mesmo. Eu havia traído Abracadabra, enquanto ela estava tendo um tipo de “festa do pijama” com uma mulher casada. Que tipo de pessoa eu era? Eu aposto que ela tinha me respeitado durante toda a turnê, porque eu confiava nela. E ela confiava em mim.

Eu me retirei de Charlotte rapidamente, e vesti minhas roupas.

– Me desculpe. – foi o que eu disse para Charlotte antes de deixá-la sozinha e nua no quarto, finalmente podendo despejar todas as lágrimas a vontade.


Notas Finais


Acabou-se a pazzzzzzzzz,
e barracos virão por ai
beijos de luz
Para quem gosta de ouvir músicas antigas, aqui jaz as músicas que com toda minha licença poética, peguei para compor o álbum Red Light de minha banda fictícia.

1. https://www.youtube.com/watch?v=Xt74kDx7KSo
2. https://www.youtube.com/watch?v=BhDyN_EzzBw
3. https://www.youtube.com/watch?v=rXroh3q_ezg
4. https://www.youtube.com/watch?v=qFhM1XZsh6o
5. https://www.youtube.com/watch?v=rNba2ZQ3JOs
6. https://www.youtube.com/watch?v=-ynFqrrZukk
7. https://www.youtube.com/watch?v=gtjuWZwiAuE
8. https://www.youtube.com/watch?v=tjBkvZnIrEs
9. https://www.youtube.com/watch?v=q3oBEcGAFqo


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