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História Abracadabra - Vida de Casados.


Escrita por: ldzeppelin

Notas do Autor


Sim, eu estou aqui.
Sim, me desculpem pela demora.
Aconteceu um milhão de coisas nesse período que fiquei sem postar, desde problemas de saúde, até novos relacionamentos. Mas agora tudo está se encaixando, e estou podendo escrever minha querida Abracadabra novamente.
Novamente, peço perdão!

Capítulo 20 - Vida de Casados.


Donatella Noel Page – Abracadabra.

                                                                 08 de Abril. 1971 | 11:47|Londres, Inglaterra.

– Você tem que ver, Jim! Tudo está maravilhoso, a casa está ficando do jeitinho que eu sempre quis. – disse animada para Jimmy, que estava deitado em sua cama ao meu lado.

– Podíamos passar lá agora. Você não disse que precisaria de ajuda para arrumar certas coisas?

– Seria maravilhoso. – respondi com animação.

O telefone passou a tocar, e Jimmy se levantou.

Eu estava maravilhada com tudo que estava acontecendo. A nossa vida de casados estava perfeita. No terreno que eu havia comprado, foi feita minha casa dos sonhos. Toda a estrutura tinha sido montada rapidamente em dois meses, e eu estava terminando os detalhes finais. Eu estava arrumando do meu jeito, e Jimmy só assinava em baixo. No meio de tudo, só havia um problema.

Logo ele voltou para o quarto com uma expressão estranha.

– Abra. – sua voz vacilou, e ele pigarreou antes de continuar. –Charlotte vai precisar de mim agora. Scarlet está chorando sem parar.

Esse era o problema. A pequena Scarlet Page e sua mamãe Charlotte Martin. Desde o nascimento de Scarlet, Jimmy não parava em casa. Scarlet precisava disso, Scarlet precisava daquilo, Scarlet está com cólica. Era disso que eu tinha medo. A falta de atenção era algo constante para mim. Eu era uma recém casada que não recebia quase atenção alguma.

Eu relevava algumas vezes, mas em momentos como aquele, com Scarlet apenas chorando e Charlotte querendo a ajuda do meu marido, eu surtava. Para evitar mais um estresse em curto período, apenas revirei os olhos calçando meus sapatos, pegando minha bolsa, e seguindo até o local mais próximo: a casa de Nanny McDermott.

– Vamos revisar: você está com ciúme do Jimmy com a filha dele. – Nanny disse enquanto despejava chá em uma xícara para mim.

– Não é bem ciúme da filha. Eu só acho que tem horas que Charlotte pode se virar sozinha. Daqui a pouco se Scarlet estiver com prisão de ventre, ela vai chamar Jimmy esperando que ele faça uma bruxaria para o negócio sair de dentro dela.

– Com negócio você quer dizer o co... – Pattie, a até então Lady Harrison que também estava lá, ia dizendo.

– Eu estou tomando chá, Patricia! Me admira você, toma metida a dama falar essas besteiras. – resmunguei bebericando o líquido da minha xícara. – A conclusão final é: eu não estou com um pressentimento bom com essa história. Pra ser sincera, não estou gostando nadinha disso.

– Então dá um jeito. – Nanny se sentou também. – Você agora é casada, Abra. Se algo não te agrada, você tem que dizer.

– Mas... Eu acho que também não seria justo com ele, sabe? Eu tenho que mostrar confiança nele. Por mais que eu não goste, é a filha de Jimmy. E eu também vivo enfurnada na casa de Storm com Luke, e ele não reclama.

– Vai que ele sente ciúme e não conta?! – Pattie sugeriu.

– Pode ser isso. – Nanny concordou.

– Então eu vou fazer o mesmo. Vou sentir ciúme e não contar. Caso mais alguma coisa aconteça, eu solto os cachorros. – coloquei a xícara na mesa decidida.

– Essa é a Donatella que eu conheço! – Nanny disse com orgulho, fazendo-me rir.

– Em falar em conhecer, querem conhecer minha nova casa? Eu ficaria lisonjeada em mostrar. Preciso arrumar algumas coisinhas, comprar uns móveis e preciso de ajuda mesmo.

– É claro. – Pattie sorriu.

Assim seguimos para os arredores de Bibury, a mais ou menos uma hora de Londres. Fomos em meu mais novo carro. Ficamos um tempo na casa, anotamos algumas coisas que precisaríamos, voltamos para a cidade, compramos, e voltamos para a casa. Ela estava completamente pronta, só faltava levar minhas roupas, e comprar coisas mínimas. Eu e Jimmy havíamos gastado uma nota ali.

Finalmente eu, Pattie, e Nanny estávamos sentadas no sofá da área externa da casa em que fiz questão de deixar bem bonitinha para receber meus amigos. Na realidade, aquela era apenas uma dentre as outras ares de recepção da casa.

– Você vai voltar para Londres hoje? – Nanny perguntou acendendo um cigarro.

– Tenho que voltar. Mas não sei se vou ficar na casa de Jimmy, provável que eu dê um gelo nele. Ou não. Primeiro vou passar na gravadora, Alex disse que queria falar conosco.

– E você só me avisa agora? – Nanny. A escandalosa.

– Faria diferença eu te avisar antes? – revirei os olhos.

– Bom, não. Mas eu gostaria. Me sinto uma boneca em suas mãos, Donatella. – ela dramatizou e eu ri.

– Eu posso ir com vocês? Minha situação em casa também não está das melhores. – Pattie disse fazendo careta e eu assenti.

– Pode dormir na mansão se quiser. Abra virou mulher séria, e casada, mas o resto da banda não. A casa estará sempre aberta. – Nanny sorriu.

– O mundo está de pernas para o ar. Você a irresponsável e eu a mulher séria. – resmunguei.

– Vamos ver por quanto tempo, não é? – ela debochou.

Seguimos mais uma vez para Londres, e o dia já chegava ao seu fim. Podíamos ver os singelos raios laranjas dentre as nuvens cinzas típicas da nossa tão querida Grã-Bretanha. Não paramos em lugar algum, fomos direto para o estúdio onde Alex provavelmente nos esperava.

Com provavelmente, eu digo com certeza. Luke, Peter e Roger estavam escorados um nos outros. Ryan assobiava enquanto rodada um pequeno disco na mão, e Alex nos olhava com impaciência.

– Velhos hábitos nunca morrem, não é, Abracadabra? – ela resmungou. Provavelmente estávamos atrasadas.

– Que frase bonita. – ironizei.

– Pois bem, eu e Ryan temos ótimas notícias para vocês. Na verdade, as melhores possíveis. Além de vocês darem início às gravações do próximo álbum com as letras que vocês têm, faremos um show com as novas e as antigas músicas. O show terá o nome de Venus Tour. E a melhor parte: será um show grátis em Los Angeles para promover o álbum, que pelos meus cálculos, passará de quinhentas mil pessoas. Felizes? – Alex sorriu.

Os cinco estavam embasbacados. Será que realmente passaria de quinhentas mil pessoas? Tínhamos realmente poder para isso? Por incrível que pareça, naquele momento eu duvidava.

O silêncio reinou na sala até Luke balbuciar.

– Se continuarmos desse jeito os Beatles perdem o posto de queridinhos.

E foi pura gritaria após isso. De Nanny por felicidade, de Peter por risadas, de mim por tentar bater em Luke por ter tocado no nome dos meus santos, e de Roger por tentar apartar a briga. Tudo estava como era antes. Ufa.

Após deixar Nanny em casa, perguntei se Pattie gostaria que eu a deixasse na casa de Eric, mas ela negou. Não insisti, apenas a levei para a casa de George novamente, e segui para a casa de Eric. Eu precisava saber o que estava acontecendo para Pattie evitar falar sobre o mesmo.

Bati repetidas vezes na enorme porta de madeira escocesa de Eric, e em pouco tempo uma figura um pouco mais magra, trêmula, e com uma feição triste abriu a porta. Não podia ser Eric Clapton.

– Quem é você, e o que fez com meu amigo? – perguntei séria. Ele deu um leve sorriso, e por fim respondeu:

– Pattie Boyd quem fez isso.

– Posso entrar? – perguntei e ele assentiu dando espaço para eu passar.

Eric vestia calças largas quadriculas, estava sem camisa, e em suas mãos havia uma garrafa de vodka, e um cigarro. Que típico. Pensei.

Sentei-me em seu sofá sem cerimônia alguma, e larguei minha bolsa por lá mesmo. Cruzei os braços esperando uma explicação. Eric então se sentou também e desatou a contar o que havia acontecido.

– Ela me negou, Abra. Disse que não ficaria comigo, e sim com George. Eu disse que se ela não me desse uma chance, eu usaria cocaína. Ela não ligou. Ela não se importou. Ela preferiu ficar com ele.

O que mais me assustou foi ouvir Eric proferir palavras tão difíceis sem ao menos esboçar uma expressão se quer. Ele parecia frio, quieto, distante. Toquei seu rosto com leveza, e o olhei nos olhos.

– Você precisa de uma mulher ao seu lado para ser feliz? Eric, ninguém em sã consciência se deixa morrer por amor. Se você tem dá consciência a si mesmo, sou eu quem dará. Vamos produzir uma música juntos, e você participará de um show que irei fazer. Coisa básica. Só para mais de quinhentas mil pessoas.

Ele sorriu.

                                                                09 de Abril. 1971 | 15:15|Londres, Inglaterra.

Naquele dia eu havia acordado morta de dor de cabeça com Nanny babando ao meu lado. Decidi que não iria voltar para casa de Jimmy, e dormi pela mansão mesmo. Dormir com Nanny sempre fora um problema, já que ela: roncava, babava, batia, falava dormindo, e todos os outros problemas noturnos e inoportunos que uma pessoa pode ter. Fomos para o estúdio juntas ensaiar e criar melodia para algumas letras, e criar letras para algumas melodias na parte do começo da tarde. E às 15:00 eu havia seguido para minha casa em Bibury.

E nada de James Page.

Abri os grandes portões como de costume, e assim que entrei com o carro, os fechei para subir a ladeira que levara até a casa em segurança. Estranhei sair do carro e achar a porta da frente aberta. Fiquei entre entrar no carro e sair voada, e entrar na minha casa e espancar o suspeito com uma vassoura. Fiquei com a segunda opção.

Crianças, o que a era hippie não faz?

Pois eu entrei. Deparei-me com a casa completamente arrumada, não faltava nada. Tudo estava do jeitinho que eu sempre havia sonhado. Todos os objetos de decoração quê faltavam estavam em seus devidos lugares. Isso só podia ser arte de uma pessoa.

Segui até o quarto que estava marcado como meu, e entrando vi a criatura de pele branca e cabelos negros deitado na cama apenas de chapéu, e com uma bengala.

– Para você, Mrs. Page. – ele sorriu.

Era impossível ficar com raiva do meu marido por muito tempo. Agora sim a vida de casados havia se iniciado. E como havia se iniciado.


Notas Finais


Tentarei postar o próximo capítulo o mais rápido o possível, eu prometo. <3


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