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História Abracadabra - Os capricornianos.


Escrita por: ldzeppelin

Notas do Autor


Sem nada pra por nas notas iniciais, queria dizer q comprei um shampoo mt cheiroso

Capítulo 5 - Os capricornianos.


Fanfic / Fanfiction Abracadabra - Os capricornianos.

Donatella Baldwin – Abracadabra –.

                                             14 de Janeiro. 1969 | 18:57  p.m | Los Angeles, Estados Unidos.

Meu estômago roncava, mas a preguiça me dominava, e eu realmente não queria levantar para buscar algo para comer. Ou para ver que horas eram. Ou para abrir os olhos. Eu estava sonolenta demais.

Sentia como se um milhão de elefantes cor de rosa com bolinhas azuis tivessem passado por cima do meu corpo.  Mesmo assim, me levantei. Não fiz questão alguma de trocar de roupa, já que eu estava em “família”.

Havíamos chegado em Los Angeles há pouco tempo, e eu já havia me enfiado no quarto para dormir horrores. Vestindo apenas uma blusa escrita “Who The Fuck Is Mick Jagger?” eu saí do meu quarto de hotel, segundo para o de Alex. Tínhamos mania de tomarmos o café da manhã juntos, e seria terrível tomar fora do quarto. Então, ela deu a ideia de nos reunirmos no dela.

Já era normal ser a última a acordar. Não que eu sempre acordasse tarde, é que Alex ultimamente havia desistido de me acordar, então ela fazia todo o resto da banda levantar, e me deixava dormindo. Isso me deixava louca. Alex estava me deixando louca.

– Espero que não tenha se importado, Abra. Não tinha outros quartos, e Nanny teve de ficar com você mesmo. – Ryan disse enquanto comia seus biscoitos.

– Não há problema algum, Ryan. Nanny é uma ótima companheira de quarto. – disse sorrindo de orelha á orelha, enquanto entrava no quarto como uma gazela saltitante. Eu ao menos lembrava que Nanny havia dormido comigo.

– Abra não te atacou? Uma vez eu dormi com ela, e ela se enroscou no meu pescoço durante á noite e... – Storm começou. E nem terminou, já que ao passar por ele, dei um tapa em sua cabeça.

Porra! Storm tem sempre que acabar com a graça das coisas contando alguma história vergonhosa minha. Eu não poderia ter arranjado outra banda? Será que dá tempo de dividir os holofotes com George Harrison e ser a quinta besourinha?

Sentei-me no em uma cadeira alta, em frente ao balcão – um pouco atrás da mesa onde o resto, inclusive Jimmy, estavam –. Catei algumas frutas, e comecei a comer.

Não prestava atenção na conversa deles, até que ela foi dirigida á mim.

– Aqui não tem aqueles iogurtes horrorosos que a Abracadabra gosta de tomar. Eu me lembro de uma vez, que ela quase me bateu porque eu decidi tomar umzinho. – Storm quase gritava.

Larguei minha banana pela metade em cima do balcão, e virei para ele com meu melhor olhar mortal. Mas o pior: era verdade.

Era um belo dia após uma ressaca daquelas. A festa de aniversário de Storm no ano anterior havia sido completamente louca.

Minha cabeça pesava, mas obviamente, corri para a cozinha.

Abri a geladeira, vendo todos os alimentos naturais que eu comia pela manhã. Mas, consequentemente, pela noite de ontem, eu estava um pouco enjoada. Optei por um iogurte e uma fruta apenas. Sentei-me no balcão e comecei a comer.

– Bom dia. – ouvi a voz de Storm. Ele estava péssimo.

– Você está horroroso. – disse o olhando de cima a baixo, e voltando a atenção para minha comida.

– E você está linda com esse cabelo de vassoura e a blusa do Richards. – falou revirando os olhos e abrindo a geladeira. – Vou tomar um desses seus iogurtes horrorosos e sem gosto. – disse.

– Você vai tomar no seu rabo, isso sim. Não toque na minha comida. – falei. Eu odiava quando Storm ou Luke pegavam minhas comidas naturais. A única com quem eu aceitava dividir era Nanny.

– Egoísta. – ele disse pegando um pedaço de pizza velho.

– Para quem come essas coisas, não darei meu iogurte mesmo. Você não sabe apreciar o quê há de melhor. – reclamei.

– Você é chata demais! Custa deixar-me tomar o iogurte? É só um iogurte! – ele fez birra. Storm de ressaca conseguia ser pior do que eu mesma.

– Toma a porra do iogurte e não fala mais comigo! Que saco! – gritei.

– Não grita, menina! Tem gente dormindo ali na sala. – ele revirou os olhos.

– Nem percebi. Juro por tudo que há de mais sagrado que não vi um bando de marmanjo babando no meu tapete. – disse irônica.

– Você tá chata hoje... Está naqueles dias? – Storm disse fazendo uma voz feminina.

– Peter, cale a boca. – disse respirando fundo. Storm abraçou-me voltando para a sala.

Bom, ele estava certo. Se existia algo sagrado neste mundo onde o mal se profana, era o meu iogurte! Peter Storm, seu danado.

– Pode parar de exagerar? Eu quase te bati coisa nenhuma. Só não acho necessário você tomar algo tão caro, maravilhoso, e delicioso, sem saber apreciar. – dei de ombros voltando a prestar atenção em minha banana.

– Mas para Keith Richards você deu. – ele disse rápido e Luke riu alto. Larguei minha banana novamente, e voltei a olhar para ele com seriedade.

– Keith afanou meu iogurte. Você sabe como essa história me irrita, então, por favor... Calado!

– Vocês conhecem os Stones? – Richard Cole perguntou interessado, enquanto mexia em seu chá forte.

– Longa história. – murmurei voltando a comer.

– Sim! São nossos amigos. Abra que o diga! – Luke disse rindo. Bufei reprimindo a vontade de largar minha banana de vez.

– Nos conhecemos no ano passado. Então eles foram para minha festa de aniversário e foi uma loucura só. Keith Richards virou um grande, grande amigo da Abra... – Storm disse rindo. Ele estava querendo me provocar.

– Amigo. Um grande amigo. – dei ênfase no amigo.

– Bom, isso é bom. – Robert se pronunciou pela primeira vez no dia. Levantou-se para colocar sua xícara de chá na pia, e passou por mim dando um beijo no topo da minha cabeça.

– Bom? – Nanny perguntou com uma sobrancelha levantada. – Sempre quis que ela tivesse algo com ele.

– Claro, você vive de caso com Brian Jones. Óbvio que acharia o máximo sua amiga pegar o amigo de banda dele. – Luke disse irritado, e eu gargalhei pela primeira vez ao dia.

O silêncio na mesa foi notável ao ouvir minha gargalhada alta e escandalosa. Será que eu ronquei rindo? Isso acontecia de vez em quando. Mas eu questão de segundos, todos riram comigo.

– Eu até discutiria com você, Luke. Mas vou para o meu quarto me arrumar, só temos dois dias aqui e eu quero conhecer um pouco da cidade. – Nanny disse se levantando.

– Ouvi dizer que a louça fica por conta da Alex. – disse levantando as mãos.

– Donatella Noel Baldwin, você não provoca a minha paciência. – Alex se levantou também, de cara fechada. Gargalhei novamente, levantando rápido do balcão, correndo para o meu quarto.

Eu não estragaria meu tempo lavando louça.

Entrei no quarto onde eu estava hospedada, e comecei a procurar por uma roupa, para conhecer a cidade junto com Nanny. Senti uma presença bem atrás de mim, e me virei para assistir Jimmy escorado na porta. Nanny estava no banho, então meu coração quase saiu pela mão quando vi aquela criatura cabeluda parada ali.

– Tem algo mesmo com Keith Richards? – ele mantinha uma expressão curiosa no rosto.

– Digamos que você conjugou o verbo de maneira incorreta. Já foi, e foi um erro. E outra, você é fofoqueiro assim sempre? – perguntei irritada.

A primeira impressão era algo que custava a sair da minha mente. Eu já havia colocado na minha cabeça que Jimmy Page era um palhaço, e seria difícil mudar isso.

– Desculpa, ok? Eu não quis te ofender ou algo assim. Eu só estava curioso e... Olha, podemos sair hoje? Eu já vim á Los Angeles, e conheço uns lugares legais. Posso te levar. – suspirei fundo e encarei seus olhos sinceros.

– Tudo bem, Page. – parei em sua frente dando um sorriso fraco. – Podemos passear.

Jimmy parecia ter 1,80. Era claro como ele me engolia em questão de altura. Quase distendi meu pescoço ao olhar tentar olhar para o seu rosto. Jimmy sorriu fraco e saiu do quarto, ao mesmo tempo que Nanny saiu do banheiro.

– Quem estava aqui? – ela perguntou enrolando uma toalha em seu cabelo.

– Jimmy. – dei de ombros e ela arregalou os olhos.

– Uau, broto! E o que ele queria? – ela perguntou visivelmente interessada.

– Me chamou para sair, mas como eu já vou com você...

– Você é louca? Eu saio com o Storm, com o Luke, eu não sei! Mas você vai sair com o Jimmy. – ela disse e fechou a porta do closet do quarto. Revirei os olhos pegando um toalha e indo para o banho.

                                                 14 de Janeiro. 1969 | 22:45  p.m | Los Angeles, Estados Unidos.

Eu estava pronta para arrumar uma confusão. Não uma confusão ruim, e sim uma confusão das boas. Estava com Nanny, Luke, Ryan e o Led Zeppelin dentro de uma limusine passeando pela Sunset Strip. Estávamos á caminho da famosa boate Whisky A Go Go. Eu não vou negar que todos no carro já estavam altos, e mesmo que eu tivesse bebido como um camelo, eu parecia sóbria. Bebidas nunca faziam efeito em mim.

– Esse lugar é incrível! – Nanny gritou pendurada no pescoço de Bonzo.

– Incrível é essa sua saliência! – Luke respondeu emburrado.

Com todas as minhas forças, lutei para não rir, e virei meu rosto para a janela do carro. Eu sabia que Luke sentia algo por Nanny. Ele só não admitia. Jimmy, que estava ao meu lado, passou o braço pelo meu ombro, e eu simplesmente deixei. Eu estava muito eufórica com todas as luzes da Sunset Strip para brigar com Jimmy.

– Esse lugar é maravilhoso. – disse animada.

– Eu tenho que concordar. – ele disse.

O carro não demorou a chegar á boate. Quando chegamos, esperei Luke sair do carro pela outra porta, e abrir a minha para mim. Saí do carro respirando o maravilhoso ar da noite. Los Angeles era mais quente que a minha querida Londres, mas mesmo assim, não estava tão quente.

Olhei para cima vendo Whisky A Go Go brilhar em letras garrafais estampadas em cima da boate. Sorri para mim mesma, e entrelacei meus braços com o de Luke, andando até a porta.

Eu sabia da norma dos Estados Unidos, de que só era permitido beber após os vinte e um anos. O que me impressionou foi que ninguém ao menos se importou em perguntar quantos anos eu tinha. Entramos na boate enquanto uma música que eu não sabia identificar tocava freneticamente pelos amplificadores de uma banda que estava no palco.

Fui pulando com Luke até o bar, e pedimos uma dose de qualquer coisa. Deixei por conta dele.

– Lady Abra pelos lados de Los Angeles? – ouvi uma voz conhecida atrás de mim.

– Bowie! – gritei o abraçando. – O que faz aqui?

– Estou aqui para visitar meu amigo, Iggy. Quero que o conheça. Ele deve estar por ai. O que você faz aqui?

– Minha primeira turnê, sugar. Estou com o Led Zeppelin.

– Você está brincando? Conheço algum dos caras, por nome. Isso é demais, sua primeira turnê. Eu sabia que você iria longe, sugar. – ele disse abraçando-me.

Um homem pulou em Bowie por trás, e quase nos derrubou.

– David! Eu me perdi de você. – ele gritou extremamente bêbado.

– Iggy! Quero te apresentar minha grande amiga, Lady Abracadabra.

– Uau! Amigo da guitarrista da Follow The Focus. – ele disse fazendo uma voz engraçada. – Prazer, Lady Abracadabra. Sou um grande fã. – ele beijou minha mão, fazendo-me rir.

– É um prazer também, Sr. Iggy Pop. – entrei na brincadeira.

– Então ela me conhece? – ele perguntou animado para Bowie.

– Parece que sim. – Bowie deu de ombro. – Como vai o Mick?

– Sabe que faz tempo que não o vejo?

– E você e o Keith? – ele perguntou malicioso.

– Ai, não me lembra disso... – ri alto. – Não temos nada, eu juro.

– ...E queríamos agradecer a presença de três integrantes da banda Follow The Focus hoje, aqui na Whisky A Go Go! – ouvi alguém falar no microfone. Eita porra. Follow The Focus? – Eles entraram em turnê aqui na América hoje, então palmas!

Cacei Luke e Nanny com os olhos, e os achei sentados em uma mesa com Ryan e o Led Zeppelin. Havia garotas em volta deles, e eu me irritei especialmente com uma que estava quase no colo de Jimmy. Não me culpem. Culpem o meu terrível senso de egoísmo e possessão quando se tratava de pessoas.

Andei até eles – não antes de me despedir de Bowie e Iggy –, e me sentei ao lado de Jimmy com a cara fechada, esperando o que o “apresentador” iria falar por fim.

– E eu gostaria de pedir uma apresentação. Seria muito?

O estrondo foi total. Olhei para Ryan e ele levantou as mãos como se dissesse “decida”. Eu até queria, mas seria impossível tocar sem o vocalista e o baterista. Storm estava um porre. Brigava comigo por tudo e me provocava também. Ele e Luke eram meus parceiros de sair, Roger eu até entendia querer ficar no hotel. Mas... Logo o Peter Storm? Meu melhor amigo, Peter Edward Storm?

Levantei da cadeira onde eu estava, e segui até o palco, sendo ovacionada. Dei língua sorrindo, enquanto ouvia todos baterem palmas. Até que dava para se acostumar.

– Eu gostaria muito de apresentar, mas... – eles fizeram um coro de “ah” como lamento, incluindo o então apresentador. – Está faltando o vocalista e o baterista, e bem, acho que eles fazem falta. – a plateia riu. – Mas não seja por isso. Quero palmas para o Led Zeppelin que está aqui.

A plateia aplaudia meio contrariada, enquanto Jimmy murmurava um “o que você está fazendo” e Peter Grant sorria para mim como incentivo.

– E eu gostaria de dizer que eles vão se apresentar agora. – terminei.

Desci do palco e voltei até a mesa, sentando no mesmo lugar que eu estava.

– Isso é sério? – Jimmy perguntou sério. Sorri.

– Mais do que nunca, bonitinho. Quero ver se você é bom mesmo.

Sem mais discussões, Jimmy, Robert, Bonzo e John Paul foram praticamente empurrados por Richard e Peter para o palco. Para uma banda no começo, qualquer apresentação em um lugar novo era publicidade.

Sorri quando, após eles se ajeitarem com os instrumentos, ouvi os acordes de Dazed And Confused. Era como se algo tivesse me hipnotizado.

A voz de Robert era completamente sexy, e a habilidade de John Paul com o baixo, e de Bonzo com a bateria era notável. Mas era ele que me hipnotizava. Jimmy tocava sua guitarra com destreza enquanto seus lábios mantinham um biquinho maravilhoso.

– Não baba. – Nanny sussurrou no meu ouvido.

– Vai se foder, Nancy. – resmunguei cruzando os braços.

Ela estava certa. Eu tinha que tomar cuidado para acabar não babando. Jimmy tocava sua guitarra como se fosse o corpo delicado de uma moça. Sua ligação com Robert era notável, á medida que ele tocava sua guitarra e Plant acompanhava com gemidos. Jesus. Essa seria a noite que eu iria me matar por estar desejando um cara que eu quase bati horas antes de me encontrar em tal situação. Eu não poderia achar um príncipe? Um príncipe como Charlie Watts era com Shirley?

Quando a apresentação acabou, eu acordei dos meus pensamentos terríveis com o guitarrista maldito, e levei um susto com as palmas. Sorri fraco e me dei por vencida, batendo palmas também. Era quase impossível de se acreditar no talento daqueles quatro. Quem diria que ao vivo seria melhor ainda que no disco?

– Gostou, amor? – eu estava tão distraída que não vi Jimmy se abaixar atrás de mim. Só percebi quando sua voz fina, porém rouca, perguntou no meu ouvido tal frase com uma pitada de arrogância, me fazendo pular de susto.

– Não foi tão ruim. – resmunguei. Ouvi sua risada atrás de mim.

– Quer dar uma volta? – ele perguntou se escorando na minha cadeira.

– Nem pense em recusar. – Nanny sussurrou entre dentes no meu ouvido antes de se levantar para parabenizar Bonzo.

– Tudo bem. Vamos dar uma volta.

Eu não sabia se iria me arrepender daquilo. Mas sempre procurei não pensar no depois. Jimmy não iria me estuprar ou algo do tipo. Ele parecia um mosquito de cabelos. Se ele tentasse algo, era um homem morto.

Saímos da boate juntos, e começamos a andar pelas ruas movimentadas e luminosas da Sunset Strip. Por um momento, pude esquecer completamente da suposta raiva que eu sentia dele. Tudo estava apenas começando. Eu planejava como uma vilã de filmes de criança, ter o mundo em minhas mãos. Mas para levar á ele, minha música de uma maneira divertida, inspiradora, e com a proposta da felicidade.

– Aqui não é bonito? – ele perguntou.

– Esse lugar é lindo, Jimmy. Sabia que é a primeira vez que eu vim á Los Angeles? – perguntei entrelaçando seu braço com o meu. Eu tinha mania de andar assim com todos.

– Eu já vim aqui com a banda que eu tinha antigamente. – ele disse.

– Qual era o nome dela? – eu perguntei. Óbvio que eu sabia, já que eu tinha feito uma busca com Storm sobre Jimmy enquanto eu me arrumava para essa noite. Mas eu queria testá-lo.

– The Yardbirds. Época boa. Conhece Jeff Beck? – assenti com a cabeça. – Tocou comigo. Conhece Eric Clapton?

– Meu amigo. – afirmei.

– Conhece o Clapton? – ele perguntou de olhos arregalados. Eu assenti rindo. – Tocou comigo. – deu de ombros.

– Você tocou com o Elvis também? – revirei os olhos.

– Ainda não. – ele sorriu. – Temos que ter um plano. Fazer algo. Não podemos rodar que nem dois bobos por essa rua. Com meu cabelo despenteando, é risco de acharem que somos mendigos. – eu ri alto.

– Que somos não, bonitinho. Que você é um mendigo que está levando uma casta e bela donzela britânica para o mau caminho. – falei.

– Ainda não. – ele falou novamente.

– E pretende fazer isso? – perguntei olhando um belo carro de luxo passando pelo quebra molas da rua.

– Talvez. – ele sorriu. – Eu me lembro de lá na frente ter um lugar que vende Tacos. Já comeu Tacos?

– Nunca. É gostoso? – perguntei curiosa.

– Você me dirá. Eu vou te levar pra comer lá.

– Você tá sabendo que isso não é um encontro, não tá? – perguntei debochada.

– E por que não seria? Estamos andando pela Califórnia de braços dados, e eu vou te levar para comer Tacos pela primeira vez. Isso é um encontro, definitivamente.

– Não é um encontro porque você não me chamou pra sair. Simples. – dei de ombros.

– Não seja por isso, Abracadabra. – ele desmanchou o nó que fizemos com os braços parando em minha frente. – Quer sair comigo? – eu gargalhei com a forma romântica que ele pronunciou a frase, e assenti com a cabeça.

– Quero sim, Jimmy Page. – respondi e voltamos a andar. – Seu cabelo faz com que você pareça um maníaco. Qual shampoo você passa?

– Estamos em um encontro e você pergunta sobre o meu shampoo? – ele perguntou rindo.

– É o que parece.

– Você é divertida. E eu uso Pantene. – levei minha mão até meu queixo, e o cocei como se estivesse pensando.

– Eu vou dar um trato nesse seu cabelo.

– Está pensando em passar mais tempo comigo? – ele perguntou risonho.

– Já não vou mais dar trato. – revirei os olhos emburrada, fazendo Jimmy rir.

Chegamos ao tal lugar, e Jimmy fez questão de pedir os Tacos. Eu nunca havia comido isso, mas eu esperava que fosse bom. Eu estava morrendo de fome.

– Já que estamos em um encontro, você deveria falar sobre você. – Jimmy disse.

– Está mesmo interessado? – perguntei entediada.

– Seu nome não deve ser Abracadabra, deve? – ele perguntou. Sorri.

– Donatella. Donatella Noel Baldwin. – falei.

– Que nome diferente. Bem bonito. Nunca conheci nenhuma Donatella.

– Sou única. – rimos. – É italiano. Minha mãe é de lá.

– Isso é demais. O nome dela é chique assim também?

– Patricia Santini. É chique?

– Acho que temos muito em comum. Minha mãe também se chama Patricia.

– Nossa! Somos almas gêmeas. – fui irônica.

Os Tacos chegaram, e não me surpreendi quando vi que gostei. Eu nunca tive graça para comer, uma vez que eu gostava de comer tudo. Depois de racharmos a conta – ele ganhou ponto comigo por me deixar pagar também –, continuamos a andar pela rua.

– Não tem nenhum parque por aqui? O céu está tão estrelado... – perguntei e os olhos de Jimmy se arregalaram á medida que seu bico se transformava em um sorriso.

– Tem sim. Podemos ir, se você quiser. – sorri o encorajando.

Não trocamos mais uma palavra até chegar ao tal parque. Ao chegar á grama, eu tirei os saltos que eu estava e me joguei no chão úmido pelo sereno. Jimmy deitou ao meu lado, e apoiou sua cabeça em suas mãos.

– O céu está bonito mesmo. – ele murmurou.

– Vê aquela estrela? – apontei. Ele assentiu. – É a Sirius. A mais bonita, e mais luminosa.

– Você gosta de astronomia então? – ele se virou para mim.

– Astronomia e astrologia. Eu amo estudar sobre. – virei para ele também.

– Mais uma coisa em comum então, Donatella. – ri quando ele disse meu nome. – Qual é o seu signo?

– Leão. Qual é o seu?

– Acho que não temos algo em comum dessa vez. Eu já imaginava. Sou capricorniano. – eu ri fraco.

– Não temos nada em comum mesmo. Pessoas de capricórnio me irritam, sabia? – perguntei.

– Sabia. Você quase me bateu ontem, esqueceu?

– Não. Desculpa por isso.

– Tudo bem. Leoninas... – ele disse debochado.

– Eu não quero você falando mal do meu signo, Page. Eu posso passar horas falando sobre como eu tenho raiva de capricornianos.

– Agora eu tenho uma missão então. – o olhei confusa e ele concluiu. – Te fazer gostar do meu signo. Quero que você me conheça melhor.

– O que quer dizer com isso? – perguntei.

– Quer ir á praia comigo amanhã antes do show? – eu ri.

– Desculpa, mas você não parece que gosta de praia.

– Não tem muito o que se fazer em Los Angeles, a não ser ir a praia. Pode facilitar meu lado e aceitar o convite? – ele riu também.

– Tudo bem. Amanhã vamos á praia.

Ficamos calados, olhando as estrelas por um tempo. Pelo menos foi o que eu pensei. Quando virei para o lado, Jimmy estava me observando.

– Outra coisa em comum. – ele disse.

– O que?

– Nossos olhos são verdes. – ele sorriu meigo.

– Você tá reparando no meu olho? – eu ri envergonhada.

– Claro. Posso te dizer uma coisa? – ele perguntou.

– Claro que pode.

– Estou com vontade de te beijar. – sussurrou.

– Por Deus! – ri fraco exclamando. – Não é que temos uma coisa em comum?

Continuamos mandando nossos olhares conectados por mais alguns segundos, até Jimmy quebrar o contato com sua mão áspera em minhas bochechas. Meu rosto se iluminou ao ver sua outra mão se encontrar com o chão, e seu corpo vindo para cima do meu.

Em questão de segundos, seus lábios se encontraram com o meu, e eu reprimi um sorriso quase que instantâneo. Eu me recusava a me sentir daquela maneira. Jimmy apoiou seus cotovelos no chão e segurou meu rosto com as duas mãos, intensificando o beijo. Eu aproveitava para dar algumas mordidas em seu lábio inferior durante o beijo, e percebi que Jimmy gostava quando ele deu um pequeno sorriso em retribuição.

Seu corpo se encaixou entre as minhas pernas, e eu senti sua crescente ereção. Eu poderia sentir vontade de rir, mas diferente de Keith, ele me fazia sentir de uma maneira estranha. Eu quase poderia dizer que era um desejo insaciável.

Suas mãos desceram para minha cintura, enquanto eu acariciei seu rosto. O beijo desacelerava-se, á medida que um sorriso crescia no rosto de Jimmy.

– Espero que eu não tenha desvirtuado a donzela britânica. – ele sorriu.

– Acredito que não, cavaleiro britânico. – respondi risonha.

– Mudou de opinião sobre os capricornianos?

– Hum... – fingi pensar. – Vou precisar de mais desses pra mudar completamente. – dei-lhe um selinho.


Notas Finais


O próximo capítulo não tá nem no meio. Vou tentar correr com ele, e postar amanhã! Segunda vai ser o dia da desgraça... Vou saber se passei ou não


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