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História Abracadabra - Miss Pamela Des Barres.


Escrita por: ldzeppelin

Notas do Autor


O capítulo era para ser maior, mas eu queria postar logo... Então parte do que era pra acontecer nesse capítulo, vai pro próximo que virá enoooorme!!! Ah, e eu também disse que postaria o negócio dos personagens, mas como sou perfeccionista, ainda não me decidi completamente sobre quem é quem. Enfim, fiquem o capítulo!
Boa leitura.

Capítulo 7 - Miss Pamela Des Barres.


Fanfic / Fanfiction Abracadabra - Miss Pamela Des Barres.

Donatella Noel Baldwin – Abracadabra –.

                                                       16 de Janeiro. 1969 | 10:40 | São Francisco, Estados Unidos.

– Essa música não é boa? – perguntei animada. – É brasileira. Esse grupo faz sucesso por lá... Os Mutantes, eu acho. A cantora é linda.

– Quando você for ao Brasil de novo, bem que pode me levar. Não pode? – Luke perguntou. Assenti rindo.

– Panis Et Circenses. Temos que aprender a falar português pra fazer um cover dessa música. – falei.

Havíamos chegado a São Francisco há algumas horas. Estávamos em meu quarto de hotel, eu, Luke e Storm. Nanny havia saído e Roger andava cheio de segredinhos por ai. Aproveitamos para pegar alguns discos que estavam na minha mala, colocar para tocar, e tentar ter inspiração para compormos algumas coisas.

Claro, o plano foi por água a baixo.

Luke já estava jogado na minha cama de hotel com o baixo entre as mãos, enquanto Storm estava sentado no chão fumando um cigarro enquanto ouvíamos a banda brasileira Os Mutantes. Eu estava sentada em minha cama também, com a cabeça de Luke em meu colo. Minha guitarra estava ao meu lado.

– Abra. – Luke parou de fazer o que estava fazendo para me olhar. Olhei para baixo encarando seus olhinhos azuis curiosos.

– Sim? – perguntei.

– Como você e Jimmy estão? – ele perguntou. Storm levantou a cabeça e começou a prestar atenção na conversa.

– Como assim como nós estamos? – perguntei.

– Eu sei que rola alguma coisa entre vocês. Eu quero saber se ele te trata direito. – Luke disse.

– Confia nela. É mais fácil a Donatella abandonar a carreira do que deixar alguém pisar nela. – Storm murmurou.

– É isso que eu espero. – Luke disse. – Eu me preocupo com você. Não quero te ver sofrer por alguém, e se eu pudesse deixaria você se envolver apenas com algum médico rico e bem educado que nunca te magoasse.

– Não viva de aparências, Luke James Cooper. – sorri. – Talvez o médico bem educado seja um filho da puta. E o músico macabro uma pessoa legal.

– Ela está certa. – Storm sorriu.

– Nos tome como exemplo. – falei me ajeitando na cama. – Quando olham pra nós, pensam que somos presidiários. Olha a cara de maníaco do Peter. – apontei. – Mas somos pessoas legais, não somos?

– Somos sim. – Luke gargalhou.

– Jimmy também é legal. Mas não temos nada sério. Fica tranquilo. – falei.

– É que você tá diferente, e nisso eu concordo. – Storm falou. – Eu te conheço desde que você nasceu, e nunca te vi ficar sem graça por garoto algum.

– Vamos querer parar de falar da minha vida? – perguntei entediada.

– Você podia se casar comigo. – Luke deu de ombros e Storm quase se engasgou com a fumaça de seu cigarro. Eu gargalhei.

– Como é que é? – perguntei.

Eu vou fazer você viver comigo, fazer você ficar comigo, nós vamos viver juntos agora. – Luke disse eufórico me fazendo rir novamente, e fazendo Storm revirar os debochados olhos verdes.

– Diz isso de novo. – fiquei séria de repente.

– Eu vou fazer você viver comigo, fazer você ficar comigo, nós vamos viver juntos agora. – Luke disse estranhando meu pedido.

– Eu tenho um riff... E essa frase... Eu não sei. Depois tenho que mostrar uma coisa pra vocês. – falei.

– Está fazendo algo novo? – Storm perguntou visivelmente interessado.

– Acho que sim. Mas quero mostrar quando eu tiver uma boa base do que quero fazer. Tudo bem? – perguntei.

– Tudo ótimo. – ele concordou.

Continuamos a conversar sobre assuntos variados como sempre foi em nossa mansão. Aliás, conversávamos sobre ir a algum cartório e colocar um nome em nossa mansão como todo grande músico.

– Abra. – Ryan entrou no quarto sem bater, como sempre, e eu estava preparada para lhe dar um esporro daqueles. Se não fosse... Sua feição de preocupação.

– O que é?

– Tem uma menina loirinha lá em baixo. Ela quer ver o Jimmy. – ele falou.

Eu tinha certeza absoluta de duas coisas: que eu havia franzido o cenho e arqueado a sobrancelha enquanto Ryan completava a frase. Uma menina loirinha querendo ver o Jimmy? Eu poderia pensar que era alguma amiga, ou alguma prima, ou sei lá que merda! Mas idiota eu não era.

Mas ao mesmo tempo, eu era orgulhosa demais para admitir qualquer desconforto causado por uma pessoa que eu conhecia há alguns dias.

– E eu com isso? – perguntei.

– Eu não sei. Achei que gostaria de saber. Ele... Ainda não sabe. Eu vim aqui te dizer e... – ele dizia abaixando o tom de voz a cada palavra proferida.

– Já avisou, e mande-a subir. – falei levantando-me da cama. – Ela veio o ver, não é?

– E você vai para onde, Abracadabra? – ele perguntou ao me ver sair pela porta do quarto.

– Mande-a para o quarto dele. – mordi os lábios risonha.

Eu não lembrava de muita coisa da noite anterior com Jimmy. O pouco que eu sabia sobre o meu show, era o que Percy havia me dito: eu cismei que duendes estavam no quarto de Jimmy dançando uma música dos Beatles, e que eles queriam me dizer algum recado, mas eu não conseguia entender o sotaque irlandês. E depois, eu chorei agarrada á uma vassoura, dizendo que não era justo eu ter vinte dedos, enquanto existiam pessoas com dezenove.

Oh, Donatella Baldwin, tão sensível.

Eu até poderia jurar que nunca mais iria usar droga alguma. Mas eu sou sensível, e não mentirosa. Continuando, segui até o quarto de Jimmy e abri a porta devagar.

Ao contrário de Percy, Bonzo e Jonesy, ele estava por lá. O guitarrista estava sentado em sua cama, sem camisa, apenas com uma calça jeans extremamente apertada em suas pernas finas. Em suas mãos, um livro que eu não soube identificar o autor. Seu cabelo estava bagunçado, e fazia com que parecesse que Jimmy nunca tivesse visto um pente em sua vida. Sorri fraco ao olhar entre a porta entre aberta.

– Jimmy. – o chamei. Ele retirou seus olhinhos verdes puxados no livro, e os direcionou a mim.

– Entre, amor. – ele sorriu. Entrei completamente no quarto, e devagar me sentei ao seu lado na cama. – O que traz sua ilustre visita?

– Nada demais. – dei de ombros. – Eu estava de bobeira.

Era óbvio que havia algo demais! Que porra de menina loirinha era essa? Eu sempre fui extremamente ciumenta com meus amigos e afins. Todos eram meus. E se bobeasse, eu sentiria ciúmes até da tal menina e arranjaria uma confusão dizendo que ela era minha.

– Sentiu minha falta? – ele perguntou sorrindo.

– Se começar eu vou embora. – cruzei os braços revirando os olhos.

– Você não se cansa de brigar comigo não? – Jimmy perguntou rindo fraco, voltando a ler.

Eu não diria o real motivo por eu estar ali. Eu queria testá-lo. Saber qual seria a reação de Jimmy ao ver a “menina loirinha” em minha frente. Cutuquei minha própria unha, e voltei a olhá-lo.

– Não sei. – mordi meu dedo.  – Às vezes você é legal.

– Já é um bom começo. – ele largou o livro novamente, sentando-se mais perto de mim. – Não quer se deitar?

Jimmy estava atrás de mim. Aproximou-se mais para dizer a frase, soltando-a bem em meu ouvido. Permiti que meus pelos do corpo inteiro se arrepiassem com o ar que batia no meu pescoço.

Entortei meus lábios e deitei com calma em sua cama. Ele voltou a deitar-se, desta vez ao meu lado. Largou seu livro, e passou a me olhar. Posso dizer que de uma maneira no mínimo... Estranha.

– O que foi agora? – perguntei já irritada. Eu odiava guardar sentimentos, e por mais que mentir funcionasse nas peripécias que eu adorava me meter, quando se tratava de ciúmes, mentir era minha última opção. Eu era extremamente explosiva.

– Eu não posso mais te olhar? – uau. Jimmy realmente parecia ofendido. Irritar qualquer pessoa já havia passado de um hobby qualquer, e havia se tornado minha profissão, na qual eu tinha mestrado, e doutorado.

– Desculpa. Eu só queria ver se...

Minha frase foi interrompida por um brusco barulho de porta se abrindo. Dela, se revelou a tal menina loirinha. Olhos claros, cabelos lisos até os ombros como a maioria das meninas da época. Segurei-me para revirar os olhos. Ela era bonitinha, mas... Tão comum.

Ao ver-me, reprimi uma risada pela cara que a tal garota fez. O sorriso por ver Jimmy se desfez assim que seus olhos, talvez... Azuis? Caíram sobre mim.

– Jimmy...? – ela balbuciou.

Eu não sei qual foi a minha feição naquele momento, mas eu prendi o riso de tal maneira que eu soube que minhas bochechas haviam inflado. Oh, meu lorde. Por que me deste este maravilhoso dom de rir em horas inoportunas?

Miss P. – aquilo havia sido demais para mim. Miss P? P de Pig? Eu estava de frente com alguém dos Muppets? – O que faz aqui?

Toda a calma que Jimmy usava em sua voz quando se tratava de mim, havia ido embora. Sua voz se tornou sombria, e fúnebre. Ele se levantou e se sentou na cama, fiz o mesmo, ficando ao seu lado. Sua mão direita foi para a minha cintura, me enroscando próxima ao seu corpo.

– Quem é ela? – a Muppet perguntou.

– A pessoa sai entrando no quarto dos outros e ainda se acha no direito de interrogar... – murmurei.

Segurei um “te interessa?”.

– Minha garota. – Jimmy disse em alto e bom som.

Vamos recapitular. Eu era a garota dele agora? Eu não pertencia a ninguém. Absolutamente ninguém. Sempre fiz a linha “sou do mundo, e o mundo é meu”. Eu me recusava a entrar em uma relação em que a pessoa sentia que tinha posse sobre mim. Eu tinha posse sobre ela.

– Mas você... Você me disse! – os olhos dela estavam marejados. E por um milésimos de segundos eu senti pena. Ela nunca havia lido que não podia se confiar em um astro do rock? – Jimmy, precisamos conversar.

Pronto, a pena tinha ido embora. A menina havia se rebelado, batendo o pé no chão que tinha porque tinha que conversar com Jimmy.

– Eu não vou, Pamela. – parece que a Muppet tem nome, afinal. – Pode sair, por favor?

– Você está me mandando embora? – ela perguntou incrédula.

A pena havia voltado. Era notável ver como ela se importava com Jimmy. E eu não me importava nem um terço. Culpa da péssima mania de demorar séculos para confiar em qualquer um.

Eu, apesar da personalidade forte, e do jeito meio desmiolado, odiava ver alguém mal. Eu odiava fazer mal. Eu discutia, brigava, dava milhares de foras, mas no fundo, sabiam que eu estava brincando. Eu tinha um enorme coração de manteiga. Abaixei a cabeça, e me dirigi a Jimmy.

– Eu vou sair, e deixar os dois conversarem. – disse.

– Não. – Jimmy segurou com mais força minha cintura. – Você fica. Ela vai. Eu já disse que você é a minha garota agora.

– Como é que é? – eu perguntei tirando seu braço da minha cintura com força. – Você tá achando o quê? Que eu sou uma Fender e ela uma Les Paul? Que dependendo do dia, você escolhe e toca aquela que decidiu tocar? Me poupe, Jimmy! Conversa com a menina, e eu vou sair!

Levantei-me de sua cama, e passei pela garota, olhando-a de cima a baixo. Até que ela não era tão feia assim. Ela murmurou um “obrigada” cabisbaixa e eu revirei os olhos deixando-a sozinha no quarto com Jimmy.

Aquilo era o cúmulo. Bati a porta do quarto com força, e voltei ao meu. Expulsei Storm e Luke do meu quarto aos berros, e fui tomar um banho e colocar uma roupa qualquer.

Assim que eu estava saindo do meu quarto, dei de cara com Robert saindo do seu. Estranhei, pois eu tinha quase a certeza absoluta de que ele teria alguma “companhia” para sair e conhecer a cidade.

– Pensei que você estava com o Jimmy. – ele disse guardando a chave do quarto no bolso.

– Eu pensei que deveria estar. – dei de ombros.

– Como assim? – ele sorriu e eu imediatamente sorri também. Que puta efeito esse cara tinha.

– Ele está conversando com uma tal de Miss Piggy. P! Miss P, quero dizer. – eu falei um tanto quanto emburrada, fazendo Robert rir alto.

– Ele está com a Pamela, docinho? – ele perguntou e eu assenti. – Jimmy é louco de deixar uma garota como você sozinha por ai.

– Eu posso me cuidar sozinha, valeu? – revirei os olhos guardando minhas chaves também, e indo em direção ao elevador.

– Já eu, não. Pode me fazer companhia então? Eu não conheço nada da cidade. – ele me seguiu até o elevador.

– Eu também não, vamos conhecer juntos. – dei meu melhor sorriso.

Fomos até o saguão do hotel, onde deixamos um recado com a recepcionista para Alex, caso ela quisesse saber de mim, e não fizemos questão de pedir um carro. Preferimos andar pela cidade a pé.

– Então você não se incomoda de Jimmy estar com a Pamela nesse exato momento? – Robert puxou assunto.

– Eu deveria? Eu não tenho nada com ele. – cruzei os braços.

Estávamos andando lado a lado pelas ruas de São Francisco. O céu estava um pouco nublado, e para aquela manhã de inverno, fazia um clima ameno para o inverno, mas mesmo assim, não deixamos de usar casacos.

– Ele parece apreciar sua presença, docinho. – ele sorriu divertido.

– Se apreciasse ele estaria aqui, e não lá. – sorri debochada, fazendo Robert rir.

– Pamela gosta muito dele. – Robert afirmou. – Mas ele não gosta dela. Ela não entende.

– Se ele não gosta dela, o que ela viu nele? – perguntei curiosa. – Ninguém gosta de quem te trata mal.

– Você que pensa. As groupies não parecem pensar assim. – foi a vez dele dar de ombros.

– Uma groupie? Tá explicado. – revirei os olhos mais uma vez.

– Você parece com ciúmes. – eu parei no meio da rua, fazendo Robert parar também e me encarar.

– Eu não pareço, eu estou. Eu tenho ciúme de tudo. De todos. – suspirei voltando a andar.

– Mas vem cá, como você sabe que ele está com ela? – ele perguntou.

– Eu fui ao quarto dele, e ela entrou do nada... Ela deu um ataque de pelancas, e eu resolvi deixa-la conversar com ele, antes que eu batesse em alguém. – expliquei.

– Como uma pessoa do seu tamanho pode ser tão marrenta? – ele riu.

– Eu devo estar sendo uma chata, não é? – fiz uma careta com a língua, sorrindo logo em seguida. Ele fez que não com a cabeça.

– Eu gosto do seu jeito. Sempre falando as verdades, e não ligando se as pessoas vão gostar ou não. No mais, você é excêntrica e simpática. Conseguiu conquistar até Jonesy, que é mais tímido e contido.

– Para se não quem vai ficar tímida e contida sou eu. Não me dou com elogios. – eu gargalhei.

– Tudo bem.

O silêncio pairou no ar, e só podia escutar o barulho de nossos sapatos no chão e o vento balançando as folhas que estavam caídas pelo chão.

– Vai parar mesmo de me elogiar? – eu perguntei meio sem graça e ele gargalhou novamente.

– Você é de qual signo? – ele perguntou.

– Leão, por quê? – perguntei curiosa.

– Porque eu também sou de leão, docinho.  – ele sorriu. – Sabia. O seu ascendente deve ser diferente do meu.

– Você tem cara de quem tem ascendente em... Sagitário. – chutei.

– Acertou!

– Jura? – comemorei.

– Juro mesmo. É tão evidente assim? – ele perguntou.

– Um pouco. Meu ascendente é em capricórnio. – olhei para o chão.

– Evidente também. Uma hora você brilha como sol, e no próximo instante parece que uma nuvem te cobre e seu dia nubla. Capricornianos são terríveis.

– Acha que eu não sei? – eu ri. – Eu tento me controlar, mas é mais forte que eu.

– A moça leonina com ascendente em capricórnio me dá a honra de dividir um sorvete comigo? – ele perguntou apontando para uma sorveteria próxima.

– Ela dá sim. – eu sorri.

Eu havia passado o dia inteiro ao lado de Robert. Ele era muito divertido, e por uns instantes, eu tinha esquecido o incomodo que era saber que Pamela estava em um quarto com Jimmy, fazendo sei lá o que.

Aquilo estava passando dos limites. Eu não deveria me sentir daquela maneira por Jimmy. Deveria ser o mesmo ciúme que eu sentia dos rapazes da banda, de Mick, de Moonie, ou no máximo de Richards. Se bem que eu não sentia ciúmes de Keith, ele era uma praga. Uma praga casada.

Chegamos juntos a passagem de som, direto do nosso passeio. Chegando ao palco principal, onde os instrumentos e a banda estavam, não havia sinal da Miss Piggy. Robert estava andando atrás de mim, enquanto eu dava passos lentos fazendo questão de arrastar meu tênis branco sob o piso lisinho azul escuro.

Meus braços estavam cruzados, e um bico extremamente curioso havia se formado em meu rosto enquanto eu observava todos os cantos do palco, esperando encontrar resquícios da Muppet por lá. Nada.

Jimmy Page.

Lá estava ela. Sua presença era notável, não apenas pelo fato dela fazer questão de todos perceberem que ela estava ali fazendo um barulho irritante com seus sapatos, mas também pela áurea divertida que a circulava.

Nada era tão sério com ela por perto. Em seu rosto ruborizado, um biquinho em tom de descontento contracenava com seus olhos verdes curiosos rastejando lentamente por todo o espaço. Sorri fraco quando os dela encontraram-se com os meus. Dei-lhe um sorriso completo quando a vi desviar o olhar, completamente constrangida, quando viu que eu também a encarava.

Meu sorri se fechou assim que eu vi Robert atrás dele sorrindo como um idiota. Então era com ela que ele estava? Voltei a dedilhar minha guitarra, completamente entediado com o som do teclado de Nanny, que estava passando o som pela terceira vez a mando de Ryan.

Quando a passagem de som terminou, fomos mandamos para o camarim, como sempre. Deixei minha guitarra no palco, já que o nosso show seria primeiro. Não tirei Abra de vista, para assim que todos entrassem no camarim, eu pudesse puxá-la. E assim fiz.

Enquanto todos estavam entretidos conversando, puxei-a pelo braço direito, e colei seu corpo no meu. Ela me olhou incrédula e eu esperei de olhos fechados, um tapa em meu rosto. Nada. Abri os olhos, e suas íris verdes claras continuavam a me encarar com curiosidade.

– Você é retardado? – ela sussurrou lentamente com cautela como se realmente estivesse falando com alguém com problemas mentais. Eu revirei os olhos.

– Isso é sério? – perguntei.

– Isso é sério? – ela retrucou dando ênfase no “isso” mostrando-me seu braço ainda preso pela minha mão. – O que você quer comigo?

– Quero falar com você. – disse soltando seu braço com raiva. – Eu disse que era pra você ter ficado.

– E você não manda em mim. – ela disse. – Então vai se acostumando, amiguinho. Nem sempre vou fazer o que você bem quer.

– Nem sempre? – arqueei minhas sobrancelhas. – Então vai ter horas que você vai fazer? – sorri.

– Vai à merda, Page. – ela disse. E como ela ficava sexy daquela maneira.

Sua postura era notável, ela estava sempre parecendo superior. Seus olhos verdes tão queridos por mim carregavam raiva, e seus lábios vermelhos – talvez de tanto serem mordidos – estava tremendo.

– Só se for com você. – sorri.

– Que coisa de criança. – ela revirou os olhos. Aquilo era algum tipo de tique nervoso? Ela fazia o tempo inteiro.

– Se você está estressada com a história da Pamela, eu te explico. – falei mudando completamente minha feição.

– Eu estou pouco. Me. Fodendo. Para você e para a Pamela. – ela disse pausadamente. – Agora se me der licença, eu tenho que caçar a porra da minha capa que já sumiu de novo.

Ela sumiu da minha frente deixando-me com um sorriso no rosto.

Abracadabra estava com ciúme de mim.

 



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