As tuas cores acabaram
Você percebeu
Até pensou em sair
E comprar-te mais
Mas não é dessas
Que tu precisas
É daquelas da alma
Aquelas que pintam o mundo
Que dão vida
E não as dos teus quadros
Teus quadros esses
Que estão cinzas
Igual a cor do cabelo dele
Que outrora era preto
Ele se foi
Ele tentou te pintar
Tentou até te ilustrar
Mas ele apenas tentou
Sente-se bem?
Com teus quadros cinzas
As aquarelas limpas
E a alma sem vida?
Não está morto
Mas também não está vivo
Está só existindo
Qual o motivo?
Nem em teus quadros há cores
Por que não desiste?
Ninguém lhe roubou as cores
Você que nunca as teve, Hoseok
Por isso tornou-se artista
Para completar-te a falta
Um sorriso tão lindo
Apagado pela vida
Ao nascer, quem sabe
Não teve escolha
A culpa é dela
Toda dela
Sempre dela
Veja, ele voltou
Há uma cor nova
Uma cor viva
Rosa, ou vermelho?
Não importa
É brilhante
O sorriso parece o mesmo
(ou mais alegre talvez)
Mas a alma é outra
O que lhe aconteceu?
Queres a receita?
Parou tanto de se importar
Com o mundo
Passou a importar-se
Com si próprio
Parou de desejar
Aquilo que não teria
Aquilo que não lhe era destinado
(mas quem é que dita o destino?)
Ele parou de amar você
A cor dos teus olhos
Não era para ele
Mas, quanto a você,
Parou de amá-lo?
Há uma nova cor
Em você, Hoseok
Branco
E nele se esconde todas
as outras cores
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