1. Spirit Fanfics >
  2. Abstrato >
  3. Sorvete

História Abstrato - Sorvete


Escrita por: BeChanbaek

Notas do Autor


Cheguei :)
Quem sabe eu crie vergonha na cara e passe a tratar a fic decentemente? isojoidj
Boa leitura :)

Capítulo 1 - Sorvete


— Nhhnnhhhh.... — Jongin amaldiçoa seu relógio no momento em que começa a tocar Twist and Shout, em um volume estridente. Agarrado ao travesseiro, puxa também seu cobertor, tampando sua cabeça do mundo e murmurando um "daqui a pouco". Pela primeira vez, ignora os Beatles tocando doentemente alto no seu criado mudo.

 

Não adianta muita coisa. 5 minutos depois, ouve um solo de guitarra inconfundível, indicando uma ligação. Qualquer dia, eu enjôo de Guns n' Roses, pensa.

 

O aparelho indica "Oh Sehun". Realmente, não é uma segunda-feira das mais agradáveis. Enquanto aproveita a música por um segundo, imagina o que seu amigo quer; afinal, o verá na faculdade em uma hora. Deixa de hesitar e leva o celular ao ouvido.

Não dá tempo de dizer um alô, pois é bombardeado por um Sehun fora de controle.

 

— PUTA QUE PARIU JONGIN SOCORRO EU PRECISO DA SUA AJUDA EU DERRAMEI SORVETE NA MINHA CAMISETA E AGORA ELA 'TÁ TODA MELADA MAS EU JÁ 'TÔ NO METRÔ E NÃO DÁ PRA VOLTAR E EU TÔ CHEIRANDO A CARAMELO E POR QUÊ TÁ TODO MUNDO ME OLHANDO NESSA CARALHA? ALÔ? ALÔ?  VOCÊ 'TÁ AÍ?

— Que belo jeito de despertar. Obrigada, Sehun. Bom dia. — responde ao amigo, com a voz pesada de sono. Mas isso não o impede de cutucar o Oh. — Primeiro, cala a boca. Por que acha que as pessoas estão te olhando, hein? Idiota. Segundo: por que raios você estava tomando sorvete às 7h da manhã? Não seria mais recomendado um café da manhã pra você não gastar horrores na lanchonete antes de entrar na aula e depois ficar reclamando de dor na barriga? Meu Deus, Sehun, você não tem jeito. Eu levo uma camiseta, seu crianção.

Jongin imagina como é ter bom humor quando se é acordado desse jeito.

— Nossa, que grosseria. Seu amigo necessitando da sua ajuda aqui e você trata ele desse jeito?

— Mais uma vez, bom dia, Sehun. Vá pra faculdade sem gritar ou ser atropelado na rua, que eu te levo uma roupa limpa.

— Sem ser atropelado? Olha, eu nun- Chamada encerrada.

 

Jongin não está nem um pouco a fim de escutar Sehun tagarelar a essa hora da manhã, nesse dia da semana. Encerrou a ligação sem um pingo de dó daquele do outro lado da linha.

Logo que levanta, encaminha-se para o banho, seca seus cabelos e escolhe alguma roupa nova do armário. Na segunda feira, alguma coisa deve fazê-lo feliz, e o nome disso eram roupas recém compradas. Camiseta branca e jeans claro, ambas com etiqueta de alguma grife, cujo valor total só pode ser pago com uns 3 meses de trabalho do garoto.

A camiseta do Sehun. Se esquecer isso, será um homem morto.

Vestido e de cabelo platinado cuidadosamente penteado para trás, pega sua bolsa, um iogurte qualquer na geladeira e segue para a estação.


 

X  --  X  --  X


 

— JONGIN, EU TE AMO TANTO!!! — O Kim ouve de algum lugar seu amigo berrar, sem vergonha nenhuma, pelo gramado do campus.

Quando se vira, encara um garoto com uma camiseta branca, agora metade bege, desde a altura do peito até a borda, toda melecada, e com algumas gotas pingadas na calça.

Ele vem na direção do amigo correndo, de braços abertos, pronto para abraçá-lo.

— PARA POR AÍ! — O Kim dita, desviando do louco que vinha fazer contato físico naquele estado.

— Você trouxe?! — Sehun pergunta entusiasmado. Jongin retira da bolsa de couro uma camiseta cinza, de malha, e a joga na cara do outro.

— Trouxe. Não encosta em mim enquanto não trocar isso. Você cheira a criança.

O outro franze o cenho e murmura um "valeu" e um "eu te amo", estendendo os braços para cima e formando um coração, antes de sair correndo novamente para dentro da instituição.

Criança.


X  --  X  --  X


           — E então? Conseguiu pensar na tarefa? — O Oh, agora decentemente vestido, começa a tagarelar, sentado na cadeira à frente do Kim.

— Sim e não. Parte dela eu desvendei, mas foi realmente difícil esse quadro. — responde ele, retirando seu caderno, estojo e organizando o material de pintura, logo em seguida. — E você?

O Oh olha para o amigo com uma expressão incrédula, soltando um pfffff com a boca e o encarando com uma sobrancelha arqueada.

— Você realmente acha que eu consigo fazer alguma tarefa desse curso? Nem sei como passei ano passado. Tem gente que acha que eu até dei pro professor.

Jongin concorda com a cabeça. É verdade. O amigo não se encontrou em nenhuma matéria que tiveram até hoje.

— E por que você ainda insiste no curso de artes? Já pensou em tentar outra área? Cara, você só se desgasta! — O Kim comenta, parecendo sincero. Sehun encara o nada enquanto faz um biquinho com os lábios.

— Tem razão, eu só me fodo. Mas tenho esperança de que vou encontrar algum lugar aqui que eu goste. Eu sinto. Eu sinto isso, Jongin. A arte corre nas minhas veias!

Responde, cheio de entusiasmo e com as mãos em formato de punho, parecendo inspirado enquanto lhe diz aquilo de olhos fechados.

Jongin ri pelo nariz e murmura um tá, tá.

 

Entrando em um silêncio confortável, Jongin encosta suas costas na cadeira e espera pacientemente a aula acabar, apreciando aquele momento de ausência da voz de Oh Sehun.

 

É tirado de seus devaneios sobre o amigo que fracassa diariamente no curso que escolheu quando viu a professora da aula entrar com seus materiais em mão e pronunciar um alegre bom dia aos demais.

— Bom dia, Amber. — a sala diz em uníssono. Enquanto ela ajeita seus pincéis na mesa, Sehun se vira para o amigo e tagarela, mais uma vez.

— Ei, você acha que ela tem algo contra mim? Porque de todas as matérias, essa é a que eu tiro nota mais baixa! E eu me esforço, Jongin. Eu dou tudo de mim nessas malditas tarefas!

Ele olha, indignado e sibilando um tanto alto, se considerar que a aula tecnicamente já começou. O moreno riu do garoto de madeixas castanhas.

— Você não pensa além, Sehun. Não vai nunca conseguir pensar nas tarefas dela se não deixar de procurar evidências dentro dessa sala. Se você tivesse lido os livros que ela recomendou ou pelo menos alguns capítulos, teria conseguido fazer mais coisa.

O castanho lança um olhar vago, provavelmente pro chão.

— É verdade, eu não li nada. Mas são todos muito chatos! Eu não aguentaria duas páginas sem dormir ou babar em cima do livro! É melhor nem tentar, então. — responde, aumentando seu tom de voz, que resulta em um Sehun, controle a garganta, de Amber.

 

A aula segue normal. Jongin presta atenção especial nesta, pois é a aula da semana que mais gosta. Já Sehun... Sehun achou muito mais interessante ficar apontando os lápis de cor do estojo enquanto concordava com a cabeça a cada "entenderam, turma?".

Passada a nova tarefa para casa, a fim de treinar os novos conhecimentos adquiridos na última hora, os dois amigos organizam seus papéis e tintas. Na verdade, Sehun não organizou muita coisa, já que nem tinha tirado o material da mala. Jongin pensa que ele parece ter desistido de vez depois da aula.

Jongin guarda cuidadosamente cada pincel não usado e enrola seus papéis para guardá-lo no tubo, aproveitando da paz que é alguns minutos sem Sehun falando.

 

— Ei, o que vai fazer agora? Vai pra casa? Adiantar o trabalho? Você poderia ir comigo naquela lanchonete onde vendem uns salgadinhos, e a gente po-.

Tudo o que é bom, dura pouco. Jongin suspira.

— Sehun, eu não sei o que vou... Quem é aquele?

— O quê? — Sehun procura o olhar do amigo e se vira para o mesmo lugar.

 

Um garoto moreno, usando óculos fundos e uma bolsa nos ombros, está olhando pro chão, enquanto se levanta da carteira, apoiando-se no tampo dela, e logo depois, apoiando-se na parede. Logo, deixa a sala, deixando também dois garotos intrigados.

 

— Ele é da turma? — Sehun lança.

— Eu não sei. Nunca o vi por aqui.

— Será que está testando o curso?

— Não sei.

— Ou é aluno transferido?

— Não sei.

— Ele pode estar fazendo monitoria. Será que é um estágio?

— EU NÃO SEI! Nunca o vi aqui. Vá com calma, Sehun. Pelo amor de deus. — Jongin não tem toda aquela paciência numa segunda feira. Ainda mais com seu amigo chato sendo mais eloquente que um papagaio.

— Grosso. — Sehun franze o cenho. — Tanto faz. Partiu lanchonete, tô com fome.

— Novidade.... — lança Jongin, arrancando um tá, tá de Sehun, imitando o amigo mais cedo, e sente seu braço ser puxado.

 

Enquanto anda, pega-se pensando em algumas perguntas do amigo lançadas minutos antes, e assume estar curioso.

Quem é aquele garoto? Por que estava no fundo, sozinho, sem material e com dificuldade para andar? Jongin repara, não parecia ser algo normal.

Toma seu suco de laranja enquanto faz da voz de Sehun como som ambiente, fazendo parecer aquele copo maior do que realmente é.

 

Quem é aquele garoto e por que o intrigou tanto?

 


Notas Finais


E aí? Sehun continua no curso? Desiste? E esse Jongin todo princesinho de grife mal humorado nas segundas? E o garoto? Qual a dele? aaaa


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...