1. Spirit Fanfics >
  2. Abyss Madness >
  3. Sangue e Fantasmas

História Abyss Madness - Sangue e Fantasmas


Escrita por: PsicoPoney

Notas do Autor


Boa Leitura

Capítulo 5 - Sangue e Fantasmas


A aldeia pegava fogo. Seus olhos seguiam as chamas como se fossem reflexo de sua alma; de fato poderia haver uma analogia naquela instabilidade e perigo. Não percebeu quando  deu dois passos naquela direção. O sussurro era tão tênue que poderia facilmente ser confundido com seus próprios pensamentos. “Ele te chama”. O calor a fez segurar a respiração. Acordou daquela hipótese ao sentir a mão de Zed em seu ombro.

Virou de súbito para fitá-lo, os olhos vermelhos do ninja pareciam de alimentar da luz proveniente das chamas.

- Tinha mesmo que fazer isso? - perguntou o ninja por fim - esse fogo era mesmo necessário?

- Não planejei - voltou a olhar as chamas - meio que aconteceu

Mesmo com o caos a rodeá-los, Zed não estava nem um pouco surpreso com o rumo que as coisas tomaram, afinal em todas as missões que designou a Syndra, em algum momento, algo deu errado de forma catastrófica. Aquilo não importa de fato, durante toda a algazarra que Syndra fez, Zed conseguiu mais um pergaminho, este com mais facilidade que os antecessores. Talvez, mesmo com as coisas tendo desandado ao ponto de haver fogo na floresta, aquela foi a melhor distração que Syndra proporcionou até então. Não havia ninjas guardando o templo, todos seguiram na direção em que Syndra havia começado um incêndio. Para a maga,  seu plano de brincar com o fogo se mostrou um fracasso; e qualquer pessoa em sua sanidade teria percebido o quão errado isso seria, mas Syndra já não tinha sanidade.

Começou com um rastro de fogo que causou com uma tocha, queria ver se conseguia usar os poderes para manipular a direção das chamas, os ninjas seriam suas cobaias. Tão logo o fogo se alastrou e a maga logo percebeu que estava a muito fora de seu controle. No fundo aquilo foi um capricho das vozes, que imploravam por calor. O fogo agora morria pouco a pouco, com a temperatura amena e parte da mata ainda molhada pela chuva da madrugada, as chamas perdiam as forças.

- Conseguiu o que queria? - perguntou Syndra

- Sim. Logo terei tudo o que preciso em mãos - deu as costas ao fogo e a Syndra - e com isso seu trabalho não me será mais necessário

- Mal acabou e já está me descartando? - cruzou os braços - ingrato

- Não confunda as coisas, Syndra

- Não - passou à frente dele - você não confunda as coisas - pôs o indicador sobre o peito dele, de forma autoria - precisa de mim, então seja bonzinho

As mechas brancas de Syndra dançaram quando um vento gélido os acolheu. Por um momento a guerra entre eles se resumiu naquela troca de olhares, Syndra tinha o semblante fechado, Zed era uma incógnita, podia apenas contemplar seus olhos. O ninja quebrou o contato visual ao sentir a presença de mais alguém. Syndra estava com uma provocação na ponta da língua quando ouviu um som que não conseguiu identificar. Zed tomou parte e s moveu, desviando com suas lâminas um projétil metálico. Quando o objeto caiu no chão Syndra viu uma shuriken.

- De onde esses insetos vem? - os olhos de Syndra analisavam o local

Zed no entanto já sabia quem era e sabia que as coisas seriam mais instigantes que antes: - Fique atenta

Um objeto arredondado caiu entre os dois e estourou, liberando uma cortina de fumaça. Por instinto Syndra afastou-se, seguindo na direção oposta a de Zed. Acolheu o nariz com as mãos, sentindo os olhos irritados pela fumaça, procurava uma saída quando viu um semblante sair da névoa e atacá-la. Foi um golpe disforme, com a visão turva a maga não conseguiu entender, porém por reflexo levantou o braço pra se defender. Sentiu a pele arder e, mesmo com dificuldade em ver o que era, soube que tinha se cortado. Levitou para longe daquele cortina de fumaça. Quando saiu, inspirou fundo. Olhou para o braço canhoto e viu um corte superficial, porém grande.Da fumaça que ainda se mantinha densa, saiu uma ninja, sua velocidade foi surpreendente e a maga não teve reação, apenas sentiu seu golpe no estômago, um chute certeiro.

A lâmania da ninja tinha destino no peito de Syndra, no entanto desta vez conseguiu reagir, mesmo que de forma tardia. Uma onda de força empurrou a ninja, que se afastou o suficiente para que Syndra pudesse analisar a situação. Zed ainda estava na fumaça, a mulher a sua frente tinha vestes que lembrava os ninjas que lutou antes, no entanto era notável a diferença de habilidade. Em poucos minutos, tal mulher foi capaz de feri-la, um feito que nenhum dos ninjas, mesmo quando atacaram em maior número, conseguiu fazer. Sentiu o sangue quente escorrer pelo braço, riu compulsivamente

- Traiçoeira - berrou a maga guiando as orbes a direção da ninja.

A jovem era como um gato, esquivava na ponta dos pés, numa dança perigosa. Syndra guiava as orbes, mexendo os dedos como quem controla uma marionete, os olhos vidrados em cada movimento da ninja Verde. Notou um leve deslize e formou uma orbe que desceu como um martelo. A jovem girou o corpo, sentindo o golpe raspar em si e o solo atingindo ceder, isso a fez ficar lenta na reação. Como contra ataque imediato, a jovem arremessou uma adaga na direção da maga.

O projétil pareceu se mover em câmera lenta, o mundo se moveu mais lento naquele instante, ao menos para Syndra. Seria demasiadamente fácil parar a adaga, mas ouviu um grito em sua mente: “Morra” era a voz de sua mãe. Quando recobrou a consciência nos segundos seguintes, teve tempo de virar o rosto e sentir a lâmina raspar sua face. “Fraca” “Devia morrer” as vozes tinham o timbre de sua mãe. Syndra baixou a Guarda e seria punida por isso se Zed não a parasse. As sombras do ninja atacaram a jovem, que recuou. O original parou na frente de Syndra:

- Eu disse pra se concentrar - voltou o olhar a inimiga - Não sabia que Shen mandava a namorada limpar as merdas por ele

- A única merda que vejo é você - respondeu

- Ora Akali, você já foi mais amigável

A ninja cuspiu no chão, de forma desdenhosa: - Você é repugnante

Um relâmpago cortou o céu, fazendo Akali se arrepiar. Shen foi bem claro ao pedir que a jovem apenas sondasse quem estava ajudando Zed, a título de informação, visto que a maioria dos testemunhos dos ninjas se resumiam a uma “bruxa”. Quando os viu, Akali presumiu que apenas analisar visualmente seria inútil; para conhecer alguém, basta estar frente a frente com o perigo. A risada dela era macabra e seus poderes eram tão grandiosos quanto o que foi relatado, agora frente a ela, Akali acreditou que de fato era uma bruxa.

Num ímpeto de fúria, Syndra avançou na direção de Akali, os olhos enevoados e quase brancos por completo. Porém tal investida foi interceptada pelo próprio Zed, que passou o braço destro pela cintura da jovem, puxando o corpo para si, segurando a enquanto ela berrava aos ventos promessas macabras do que faria a Akali quando a pegasse.

Aquilo foi o suficiente para a ninja saber em que solo pisava; e tinha plena certeza que andava sobre ovos. Recuou, sumindo da vista de Zed enquanto este se preocupava com Syndra. Outro relâmpago passou, a trovoada estridente fez Syndra parar:

- Ela fugiu - Zed lamentou

- Me solta! - o chão ao redor do casal rachou, a maga ainda se remexia

Zed virou a para si, segurando seus pulsos de forma firme:

- Vai começar a quebrar tudo?

- Mandei me soltar! - a pressão sobre eles começava a ser sufocante

Uma nova trovoada fez a chuva cair impiedosa. A água gelada fez Syndra parar por um tempo, fechou os olhos e levantou o rosto, se entregando a sensação da chuva. Zed continuava a segurá-la, porém não aplicava tanta força como antes. O que antes era uma tensão perigosa, agora era uma cena a se apreciar; na visão do ninja. o corpo de Syndra acolhido na chuva, sua expressão serena, quando a soltou, os olhos da maga voltaram a se abrir, um brilho caloroso naquele frio insuportável.

- Eu ateei fogo porque sentia frio - disse como se fosse uma resposta a algo - O frio me lembra solidão - o sangue em sua face se extinguindo.  

- A solidão não é tão ruim - confidenciou, mesmo que tal certeza fosse questionável naquele momento

- Já sentiu frio ao ponto de sentir seus ossos como gelo?

- Já senti a morte, e não há nada mais gélido que isso

Syndra soltou o cabelo, deixando as mechas grossas caírem e colarem em seu corpo por conta da chuva:

- Vamos embora - Zed tomou a iniciativa

- Vá na frente, eu vou ficar

O ninja a analisou, todo o nervosismo de minutos atrás agora está apenas na lembrança. O humor volátil era algo que Zed ainda tinha dificuldades de lidar:

- Tem certeza? Você disse que não gosta do frio - insistiu Zed, no fundo não gostava de deixá-la sozinha sem um objetivo prévio

- Tenho que ficar. Minha mãe quer falar comigo

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...