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História Academia de Fadas - Capitulo 43: Casamento alheio


Escrita por: Fairie

Notas do Autor


OOOOOOOOOOOOOOOOOOI MEUS AMORES!
EU VOLTEI! Não é miragem, nem ilusão, pessoal. Eu voltei mesmo!
Estavam com saudades de meus monólogos? Porque eu estava morrendo de saudades de vocês. Vou começar já pedindo desculpas por minhas férias quase eternas do SS. É falta de respeito com os leitores, é sim. É chato, dá raiva. Eu sei.
Primeiramente, quero dizer que as fanfics nunca foram uma obrigação para mim, sempre foram um hobbie da qual me apeguei. E podem ter certeza que exatamente por isso gosto tanto de escrever, por ser por paixão e não obrigação. Estou dizendo isso por ler, às vezes, comentários que me julguem. (PELAMORDEDEUS NÃO ESTOU CRITICANDO, porque hoje em dia tudo é motivo para discussão).
Gente, podem ter certeza, CERTEZA MESMO, que eu me culpava por não aparecer, por ter “Abandonado” ainda mais DDF em tempos tão cruciais. Mas queria que vocês entendessem que eu tenho uma vida muito maior fora desse mundo das fanfics. Aposto que vocês também têm. Eu amo escrever, amo DDF, amo meus leitores. Mas nem sempre podemos escolher só aquilo que nos agrada. A vida cobra e muito. Na verdade, acho que fazemos mais coisas que não gostamos do que as que gostamos.
Pra mim foi assim. Passei por situações bem ruins nesses tempos. Tive que escolher prioridades ao invés de paixões. Porque a vida corre e se a gente não acompanha, só sobra arrependimento. Meu Deus Fairy, quanto drama. Logo eu, dramática gente? HUIESHAUIEHSAUIEHSAHUIESHUIEHSA
Enfim, espero que compreendam. De qualquer forma, também preciso agradecer MUITO todos aqueles que estiveram em todo esse período me incentivando, me apoiando e se preocupando. Fiquei até boba como leitores podem se tornar bem mais que isso para nós, autores. Então, muito obrigada pessoal. Estou mais estável agora, tranquila e de bem com a vida. ♥
E o monólogo só que cresce aqui! Também né? Dez anos depois tem muito a ser falado!
Mangá de FT acabando e a gente com o coração na mão, então acho que isso acabou me trazendo de volta também. Porque né, até o mangá acaba mas DDF não. HEUISAHEUISAHUEIHSAUIEHSA
Outra coisa que me deixou abaladíssima: 1120 FAVORITOS minha gente? Fiquei aqui até com o coração acelerado, porque nunca imaginei alcançar tantas leitores assim. De verdade, só tenho a agradecer. ♥
Quero também deixar mil corações aqui para todos os comentários, que por acaso ainda estou respondendo ;-;. É tanta emoção compartilhada, revolta e carinho que só aumenta o que sinto por cada um de vocês ♥ Muito obrigada seus lindos *----*
Então, corações recuperadíssimos para voltarmos?
Boa leitura ♥

Capítulo 92 - Capitulo 43: Casamento alheio


Fanfic / Fanfiction Academia de Fadas - Capitulo 43: Casamento alheio

 

Nós mantemos este amor numa fotografia
Nós fizemos estas memórias para nós mesmos
Onde nossos olhos nunca fecham
Nossos corações nunca estiveram partidos
E o tempo está congelado para sempre

(Photograph – Ed Sheeran)

 

15 dias depois...

 

O tempo tem passado tão rápido que me assusta.

Já faz duas semanas desde que briguei com meu pai e que descobri estar grávida. Desde então, não houveram muitos acontecimentos. Meu pai tentou entrar na mansão e eu o impedi. Aliás, a casa está em meu nome e ninguém que eu não queira entrará lá. Ele deve estar furioso e isso me anima.

Ainda estou procurando por um advogado qualificado para o processo contra meu pai. Erza e Jellal tem me ajudado muito, estudando sobre o assunto e me indicando outros nomes.

Além disso, encontrei um novo emprego. Não foi tão complicado depois de ter trabalhado em uma empresa de renome, mas... a gravidez não ajudou. Ninguém quer contratar alguém que logo sairá de licença maternidade. De qualquer forma, estou empregada novamente. Não chega nem perto de como era trabalhar na empresa de mamãe, mas por hora, não posso reclamar.

Quanto à Natsu...

Eu ainda não contei.

Na verdade, mal tenho o encontrado. Depois daquele dia, ele se afastou de uma maneira sobrenatural e bom... seria mentira dizer que isso não tem me feito chorar toda noite. Quando ele pediu desculpas eu senti algo diferente, achei que ele estava nos dando um novo começo, mas... agora percebo que era apenas sua forma de dizer adeus, sem dizer.

Ele só queria seguir em frente sem nenhum peso no passado. E sinceramente, parece estar conseguindo. Tudo o que possuo dele agora são seus cumprimentos na faculdade e... um filho. É assustador.

Sting tem estado comigo nesse tempo e me ajudado a manter minha alimentação saudável mesmo quando estou sem fome. Tenho tido muitos enjoos, dores inexplicáveis e pressão baixa. Mas sua companhia e de Levy tem sido meu grande apoio. É fofo vê-los tão preocupados comigo.

— Heartfilia, já fez as planilhas que te pedi? — Meu novo patrão me desperta, fazendo voltar ao trabalho.

Seu nome é Sr. Ranzinza Yamashita.

— Estou terminando, senhor.

Ele anda até a frente de minha mesa e põe as mãos sobre ela, me encarando de cima. Qual é a dessa perseguição de superioridade para cima de mim? Suas sobrancelhas estão sempre juntas em uma expressão rabugenta. Acho que nunca o vi sorrir. Que anti-social.

Pelo menos me contratou.

— Não pense que por nascer em berço de ouro, pode fazer o que quiser. Você tem que trabalhar tanto quanto os outros, entendeu?

Assinto com a cabeça.

— Nunca imaginaria algo do tipo. Não se preocupe, senhor.

— Ótimo — determina, retirando as mãos — Termine tudo até às 17 e estará dispensada.

Então deu as costas e foi gritar com outra funcionária. Percebi que essa é sua grande rotina, buscar alguém para atormentar com seu jeito arrogante. Sabe, daria uma boa briga: Jude x Hitoshi. É claro que meu pai venceria, ele é o imperdoável. Sr. Yamashita apesar de chato, resmungão, grosseiro, não fez nada que estrague minha vida. Talvez o estresse diário, mas quando precisei, abriu as portas da empresa para mim.

Continuo mexendo com as planilhas, fazendo gráficos de custos e a previsão de recursos. Olho para o canto da tela do notebook e suspiro ao ver a data. Tenho acompanhado esse calendário dia a dia, vendo os dias se passando e me levando mais perto para o dia do casamento de Natsu.

Ele tem faltado bastante na faculdade e todos já comentam sobre seu casamento, porque parece que os preparativos têm sido trabalhosos. Loki veio falar comigo e estava preocupado. Na verdade, deve estar achando bem irônico, aliás, o cara da qual joguei em sua cara ser o amor da minha vida vai casar. E não comigo.

Que grande merda de vida, hein?

— Lucy? Hei, planeta Terra chamando.

Escuto um som incomodo tentando me trazer de volta para a realidade e ergo meu olhar, assustada. Então fico ainda mais espantada quando identifico a pessoa da qual me traz de volta à Terra.

— Nossa, você parecia mesmo longe — brinca com um sorriso doce.

— Yu... kino? — falo pausadamente sem acreditar no que meus olhos veem.

Deve ser uma miragem.

Só pode ser uma miragem.

Acho que olhar o calendário todos os dias me deixou louca.

— Oi Lu, seu chefe me deixou falar com você — explica ainda com um sorriso e se inclina em minha direção para sussurrar — Mas disse que tenho apenas dois minutos.

Desvio o olhar dela para a sala de meu chefe logo atrás. Ele encara a gente e dá algumas batidinhas na tela de seu relógio como se estivesse mesmo calculando cada segundo e em seguida volta a olhar os pápeis em sua mesa.

— E acredite, perdi um minuto só tentando te acordar — fala rindo e eu volto a olhá-la com um sorriso fraco.

Quando sei que minha expressão deve estar estampado um “O que você está fazendo aqui?”.

— Bom — começa a falar timidamente — Não conheço muitas pessoas na cidade, você sabe. E o casamento está se aproximando depressa. Estou louca com os preparativos, então... — deixou a frase no ar e me olhou com aqueles malditos olhos brilhantes — Pensei que você pudesse me ajudar.

Eu... ajudar... ela... com o casamento.

Com o casamento dela com o pai do meu filho.

Não ligo de ser a madrinha desse casamento, e ter aceitado isso de bom grado e voluntariamente — O que agora me martirizo por isso —, mas eu não fiz isso para ter que participar de toda a preparação. Para ter que ver os dois juntos felizes escolhendo as coisas maravilhosas que terão na festa.

Nem pensar que isso vai acontecer.

Não posso aceitar isso. Não vou fazer isso.

De jeito nenhum.

 [...]

— Fico tão feliz por ter uma madrinha empenhada como você, Lu! — Yukino fala animadamente enquanto dirige pelas ruas de Magnólia.

Oh céus.

Como vim parar aqui?

Lucy, sua grande idiota covarde.

Mas logo explico que ela tem um poder de convencimento admirável. Daquele tipo que ou você ajuda ou sente que irá para o inferno por isso. Ela e sua voz adorável, seu jeito meigo e fofo. Queria ser assim. Natsu deve estar adorando ter alguém assim e não alguém escandalosa e nada delicada como eu.

Yukino esperou que eu saísse do meu trabalho, levasse o carro até minha casa para então sairmos juntas. Então desde então estou aqui, ajudando a acabar com minha própria vida!

— Fico feliz em ajudar — O que é 50% verdade — Só não garanto que eu possa ser útil.

— Tenho certeza que será — continua com sua animação sem fim — Aliás, você deve conhecer Natsu tão bem quanto eu — comenta de forma inocente e feliz, me lançando um sorriso amigável.

Ah, você não faz ideia do quanto.

Espera... eles já estão tão intimos assim para ela alegar que o conhece bem?

— Talvez — me limito a dizer.

Sempre fico em dúvida se Natsu disse algo sobre nós ou não. Mas não acho que Yukino me trataria tão docemente se soubesse... tudo. Para não causar problemas, é melhor eu apenas agir como uma boa madrinha de casamento. Ou pelo menos tentar não me matar nesse processo.

Ou matar ele.

Andamos por várias ruas e de vez em quanto trocávamos algumas palavras rápidas. Nunca fui uma garota muito contida. Para ser sincera, sempre fui muito desesperada para conversas. Mas... não consigo me sentir a vontade com Yukino. E... seria mentira dizer que não tenho nada contra ela. O que é bem injusto da minha parte.

Não é algo contra ela em pessoa, que por sinal é uma garota incrível, mas sim... por ter entrado na vida de Natsu, ao mesmo tempo em que me tirou. Ou talvez eu mesma tenha feito isso e esteja procurando alguém a culpar. Quero dizer, eu não queria que Natsu ficasse sozinho pelo resto da vida. Ou talvez eu queira? Meu Deus, quão egoísta estou me tornando? Será que é assim tão dificil aceitar essa situação, Lucy?

Mas então vejo que não é apenas uma situação. Tem um filho dele crescendo dentro de mim. É algo muito maior que uma situação. E ainda assim, fico sem saber o que fazer, apenas acompanhando o calendário e tentando não desabar.

Enquanto converso com Yukino, fica aparente como Natsu se tornou importante para ela. Seus olhos brilham ao falar dele e seu carinho é quase palpável. Ela disse que eles se aproximaram bastante nos últimos dias e o quanto ele tem sido um amor com ela. Natsu é implicante, teimoso e provocador, mas... ela devia saber, que mesmo que ele se esforçasse ao máximo, não conseguiria não ser um amor.

Eu sorri. Sorri para tudo o que me disse dos dois. Sorri para tudo o que me contou do casamento ou para os momentos em que eles têm passado juntos. Eu sorri. E vou continuar sorrindo. É meu papel não é?

Porque foi quando me dei conta, que eu nunca seria capaz de roubar a felicidade dela ou de qualquer outra pessoa pela minha. Eu não estragaria o sonho de alguém para viver o meu. E por mais que doa, que eu vá sofrer, fico ainda um pouco feliz em saber... que em meu dia mais tenebroso, ainda serei eu mesma.

Sinto o carro parar e olho para o lado, vendo que nos encontramos na frente de uma loja sofisticada de enfeites de casamentos, arranjos e etc. Se a loja já parece tão grandiosamente impecável do lado de fora, imagine por dentro?

— Chegamos! — fala ao puxar o freio de mão e desligar o carro — Estou louca para escolher a decoração. Sorte meu pai ter bons contatos, nunca conseguiriamos um lugar bom com tão pouco tempo.

— Muita sorte mesmo — digo com um sorriso sincero — Vai ser divertido.

E talvez realmente seja se eu me esforçar. Adoro decoração, adoro essa energia boa de um evento esperado, adoro tudo que envolva casamentos. É sempre tudo tão planejado, lindo e delicado. Se eu esquecer que é para o casamento de Natsu e que estou aqui apenas para ajudar uma amiga, tenho certeza que tudo será mesmo divertido.

Desço do carro, decidida.

Vai ser legal, vai sim. É uma amiga. Eu adoro ajudar.

Entramos na loja juntas. Yukino começou a me contar tudo o que faltava. Olhei para ela e vi seu sorriso exagerado ao falar de cores, flores e doces. Ela está realmente feliz. Isso bastou para renovar minhas forças. Energia boa transmite.

— Sabe Lucy, acho que prefiro uma cor mais neutra — continuou a falar assim que passamos pela porta.

Assinto com a cabeça para mostrar que a ouvi, quando a vejo se virar e abrir aquele sorriso. Ah não. Estanco no lugar e viro minha cabeça com pesar para a mesma direção em que ela olha.

Ok, talvez todos os meus planos sobre esquecimento tenham se afundado agora.

Natsu estava ali.

Pelo menos, fiquei feliz em saber que não fui a única paralisada na loja, porque ele pareceu petrificar no mesmo momento que eu quando nossos olhares se cruzaram. Seu olhar parecia me enviar uma mensagem secreta de “o que você está fazendo aqui, sua drogada?”. E com muito esforço tentei respondê-lo com “sua noiva pirada com olhos do gato do shrek me arrastou, idiota”.

Natsu arqueou a sobrancelha para mim. Se ele entendeu a mensagem subliminar ou não, não faço ideia. Mas Yukino não pareceu perceber nada porque pulou em seus braços e o beijou.

Alguém me salve.

Desvio o olhar no mesmo instante, fingindo encarar as decorações ao lado que não fazem sentido algum para mim. Meu estômago se revira. Eu não vou vomitar. Não aqui. Não perto dele. Não por algo assim. Eu sou adulta, posso lidar com isso.

Ela beijou ele?

Bom, eles estão noivos, mas... mas...

Eu quero morrer.

— Olha quem eu trouxe comigo, amor — Yukino apoia sua mão em meu ombro, me fazendo virar novamente — Nossa madrinha de casamento.

Ergo o olhar um pouco constrangida e sorrio da maneira mais falsa do mundo. Ou pelo menos da mesma forma que ele está sorrindo para mim agora.

— Como vai, Lucy? — cumprimenta de maneira formal.

— Muito bem, obrigada. E você? — respondo do mesmo tom e formalidade.

— Tudo certo.

Depois disso um silêncio incomodo tomou posse daquela área. Natsu desviava seu olhar de mim, para Yukino e para o chão, sem saber onde colocar a direção dos olhos. Comecei a encarar minha mão, que tremia excessivamente, com uma atenção incrível. E Yukino parecia começar a se incomodar com essa cena toda.

— Bom... — ela quebra o silêncio — Acho que a Lu pode nos ajudar bastante, amor. Porque você sempre diz para eu escolher o que me agrada e nunca me dá sua opinião. Então trouxe alguém que te conhece há mais tempo para me ajudar. Não é uma grande ideia?

Ah, com certeza. Uma grande ideia.

— É, claro — responde hesitante — Mas ela tem faculdade, Yuki.

— Ela já disse que não liga em faltar hoje, não é Lu? — ela replica no mesmo instante, olhando para mim, sorrindo.

Natsu também me encara como se me expulsasse dali. Não estou me sentindo nem um pouco pressionada. Que bom.

— Sim — digo um pouco em dúvida — Não vai ter... nada importante hoje — completo com receio.

— O professor não ia passar trabalho hoje? — Natsu retruca sem nem dar tempo para respirarmos.

Hum, ele realmente não me quer aqui. Acho que isso pode ser bem divertido no final das contas. O que pode ser melhor do que um dia inteiro irritando Natsu Dragneel apenas pela presença?

— Esqueceu que hoje é vista de prova? — respondo com um sorriso irônico.

— Você não pode recorrer nota depois.

— Estou com nota sobrando.

— Não vá se arrepender no último bimestre.

— Acho que você que deveria se preocupar, que eu saiba suas notas não estão muito altas.

Natsu arqueia a sobrancelha e quase vejo uma veia saltar em sua testa.

— Você é uma stalker de notas alheias?

Dou de ombros.

— É pelas vezes em que tirou nota maior do que eu no colegial e jogou na minha cara. Preciso aproveitar as oportunidades da vida.

Encaramo-nos um pouco mais. Apesar de todas as palavras terem vindo naturalmente, sinto meu coração acelerado por nossa briga casual. Não é nada fora do normal. Na verdade, isso é apenas uma pequena intriga comparada a tantas brigas que já tivemos bem piores. Eu e Natsu juntos é igual a implicância e discussão. Somos acostumados a isso, mas...

... certa albina não.

Yukino parecia perdida diante dessa cena. Acho que ela nunca nos viu brigando. Chego a questionar se ela ao menos já nos viu conversando. Mesmo assim, ao reparmos em sua confusão, voltamos para nossa postura inicial e fingimos que nada aconteceu.

— Vamos começar? — sugeri com um sorriso.

— Va-vamos — Yukino responde hesitante.

Logo nossa discussão foi esquecida.

Uma atendente super sorridente e simpática apareceu, mostrando diversos catálogos com tipos, cores, formatos e coisas inimagináveis para decoração. Dava para se perder no meio de tanto modelos. Há tanta diversidade que é impossível se apaixonar apenas por um. Ficamos os três sentados em algumas poltronas, folheando páginas de revistas.

— Olhe que perfeito esse, Lu — Yukino se aproxima de mim com uma página do catálogo aberta.

Na página havia uma foto de casamento. O enfeite era simples, mas muito bonito. Orquídeas brancas arranjadas sobre as mesas, velas, cadeiras de madeira clara. Delicado, mas não seria algo que eu escolheria para meu casamento. Para mim, casamento é uma vez na vida e tudo deve ser mais do que perfeito.

— Lindo Yukino, mas olha esse daqui — digo, mostrando uma página que eu havia marcado com o dedo.

Neste, misturavam-se flores rosas e brancas. Uma combinação maravilhosa. Dava um ar de sofisticado e simples ao mesmo tempo. Elegante e delicado. Era tudo um contraste em perfeita harmonia. Os arranjos tinham também um pouco de verde, dando vida ao local. Os doces eram devidamente arrumados na mesa em bandejas prateadas. As mesas continham uma toalha toda bordada de rosas e taças de vidro. Tudo muito composto.

Yukino olhou tudo com atenção e vi brilho em seus olhos também. Natsu, curioso com nosso tagarelar, se aproximou pelo outro lado.

— Não quero um casamento rosa.

Claro que ele tinha que vir aqui e estragar tudo.

— Deixa de ser chato, Natsu. Essa decoração é perfeita! — digo com muita ênfase e apontando para a revista.

— Não estou sendo chato. Mas sério, rosa? — replica, mostrando sua indignidade.

— Você é tão machista — bufo cansada — Que cor seria então? — desafio.

— Sei lá — fala, balançando os ombros — Azul?

Olho para ele, sem acreditar em suas palavras.

— Enfeites em azul? Está achando que é festinha de aniversário?

Pela sua cara de poucos amigos, ele não gostou de meu comentário, mas quando é que ele gosta, não é mesmo?

— E você? Está achando que é o casamento da Barbie?

Comprimo a boca, nada contente também.

— Estou é achando que você tem um péssimo gosto para enfeites.

— Ah é? — indaga, convencido — Olha essa daqui então — fala, abrindo uma página que também estava marcada com o dedo.

Olho para a decoração e vejo que realmente não era tão ruim. Para ser sincera, é bem bonito. Mas eu nunca diria isso. Tudo o que eu tinha que fazer agora é encontrar algum defeito para derrubar esse seu jeito tão convicto. Analiso toda folha até finalmente apontar para um dos arranjos.

— Viu? Tem rosa! — praticamente grito com um sorriso.

Natsu aproxima o rosto da página para tentar enxergar aquele meres detalhe.

— Isso é vermelho!

— Rosa!

— Vermelho!

— Deixa de ser daltônico, Natsu!

Eu tenho certeza que é rosa!

— Agora eu sou daltônico? Isso é vermelho, sua maluca!

— Aliás, o que você tem contra rosa? O seu cabelo é rosa! — replico, mudando radicalmente o foco do assunto.

Ele para e me olha. E eu apenas levanto uma das sobrancelhas, esperando ansiosamente para que ele responda essa pergunta sem criticar a si mesmo. Mas tudo o que ele fez foi desviar o olhar.

— São coisas completamente diferentes.

Respiro fundo para não pular nele.

— Não tem nada de diferente — murmuro contrariada.

Então percebo que fizemos de novo.

Ele limpa a garganta de modo singelo e se endireitou em sua poltrona, vendo que estava praticamente em cima de mim e pior, eu também estava inclinada sobre a minha. Faço o mesmo que ele e me ajeito, tossindo levemente.

— Então, acho que rosa fica legal, e você Yukino?

Ela olhou para mim e depois para Natsu, que fingiu folhear algumas páginas novamente. Seu olhar parece espantado e sem saber como reagir. Queria mesmo saber o que se passa em sua mente agora, além de que seu noivo e sua madrinha brigam por tudo.

— Acho bonito também... — sussurra, parecendo um pouco com medo.

Talvez Natsu realmente goste mais da companhia dela do que a minha.

Não sei porque esse pensamento tão depressivo veio sobre minha mente novamente... mas não imagino Yukino brigando com ele por coisas tão banais. Ela é tão doce... Parece que ele tirou a sorte grande. Já que comigo, nada combina. Somos um exemplo perfeito de contrariedade. Yukino é gentil, simpática e seu modo é tão delicado que seus movimentos parecem leves. Não quero falar como eu sou, acho que ficaria ainda mais deprimida.

Droga, já estou com vontade de chorar. Pare de se comparar! Isso não vai mudar nada, só te deixar mais infeliz. Isso não vai mudar o fato que esse casamento vai acontecer. Nem o fato de Yukino ser tão mais meiga que você e nem o fato que o Natsu deve estar adorando isso!

Ai que raiva.

Passou algum tempo em que fiquei perdida com pensamentos confusos e tristes, até o momento em que a atendente voltou.

— Gostaram de algum? — pergunta sorridente — Os modelos das revistas são apenas exemplos, podemos montar de acordo com sua vontade. Podemos até mesclar modelos, do modo como quiser.

Yukino parece saltar da poltrona com uma nova ideia.

— E se mesclássemos os dois modelos, amor? — pergunta animada para Natsu.

Ele assente com a cabeça.

— O que você quiser, querida — responde, colocando a revista na mesa à frente e se levantando.

Querida? Devo ter olhado para ele e balançado a cabeça sem reparar. Ele nunca me chamou assim. E não que eu quisesse, porque isso é tão... não Natsu. Que merda foi essa? Mesmo assim... Acho que preciso de ar.

Levanto da poltrona em um salto e começo a andar pela loja gigantesca. Yukino começou a discutir gostos, cores e texturas com a decoradora. Pelo jeito não serei mais necessária. Na verdade, não sei o que estou fazendo aqui até agora.

Observo os vários ambientes montados como modelos dentro da loja. Todos tão lindos. Casamentos são mesmo maravilhosos. Não importa a cor, a elegância, ou as flores escolhidas, casamentos... possuem tantos sentimentos. Esses sentimentos contidos em cada detalhe, escolha e gesto... acho que isso é o que torna esse evento tão extraordinário.

Passo por algumas mesas enfeitadas, tocando tudo com o maior cuidado para não estragar, quebrar ou derrubar. Pelo modo como sou estabanada, tudo pode acontecer, basta ter eu e algo para trombar.

Então, vendo tudo isso, uma sensação de angústia começou a tomar conta de mim. Comecei a me questionar o motivo de estar ali, ajudando a concretizar o casamento que não é meu e que tão pouco desejo. Isso não faz sentido. Quero que sejam felizes, mas... não quero ver isso. Faltam menos de duas semanas... e esse pensamento me consome a cada segundo.

— Como você veio parar aqui?

Viro-me rapidamente em um pulo por sua voz repentina e acabo batendo a mão em uma das taças ali perto. Quase solto um grito quando o reflexo de Natsu é mais rápido, segurando a taça antes de cair ao chão.

— Meu Deus, você é um perigo para a sociedade — ironiza, colocando a taça em seu devido lugar.

Quanta delicadeza com as palavras, Natsu.

Sinto-me revirando os olhos, enquanto o observo tão perto, arrumando o que eu quase estraguei.

— Desculpe — murmuro, emburrada.

Ele olha para minha expressão e começa a rir.

— Tudo bem, a taça não é minha.

Ergo meu olhar para encontrar o dele e levanto uma sobrancelha por sua piada idiota. Mas não aguento ao vê-lo praticamente me desafiando a não rir. Eu o odeio muito por isso.

— E então, como veio parar aqui? — pergunta novamente, encostando-se em uma das paredes.

Eu me apoio em uma mesa de frente para ele, com medo de derrubar outra coisa.

— Achei que meu olhar tivesse sido bem esclarecedor — replico e ele suspira.

— Ela te arrastou, né?

Assinto e desvio o olhar para o lado.

Ficamos em silêncio, simplesmente porque não parecia haver o que falar. Não sei porque ele veio até mim se sabia que esse clima se formaria. Não sei porque ele faz isso se sabe que sua proximidade me machuca. Eu não deveria estar aqui, definitivamente.

— O casamento vai acontecer em uma ilha — começa a falar, sem olhar para nada em específico.

— Hum — murmuro em resposta.

— Foi ideia da Yuki, logicamente — continua a falar e me pergunto qual o problema dele em me contar isso — Serão poucos convidados. Parece que é um sonho dela desde pequena. Ela também pensou em ficarmos alguns dias lá antes do casamento. Terá quartos para todos... é como um agradecimento. Não sei, algo da família dela.

— Hum — repito, sem querer opinar nada.

— Ela pensou em fazer uma cerimônia também, um dia antes do casamento. Como se fosse um noivado formal, vai que não tivemos.

Balanço a cabeça e fito meus pés como se houvesse algo muito interessante para ser olhado ali. Que péssima escolha de assunto, Natsu. Se quisesse conversar não poderia simplesmente falar sobre... sei lá... árvores.

Então vejo uma movimentação de sua parte e ergo o olhar, curiosa. Ele se aproxima de mim, remexendo seus bolsos. Sinto meu coração começar a acelerar com esse ato e quase sair pela boca quando o vejo parado diante de mim.

— Tome — fala, estendendo duas passagens para mim — Vamos sair dia 25.

Sinto minhas mãos trêmulas ao tocar as passagens.

— A outra... é para seu acompanhante — termina a frase com certo pesar — Você pode escolher... vai que eu não consegui.

Olho para ele, surpresa, mas ele não disse mais nada. Apenas se virou antes que pudesse ver sua expressão. Fico olhando suas costas se afastarem e depois para as passagens em minhas mãos.

É real... ele vai se casar.

—♥—

Depois de lá fomos para um restaurante.

Yukino queria contratar o serviço deles, então fomos provar alguns pratos. Como sempre acontece, eu e Natsu começamos a brigar por certos pratos e no final acabamos gostando de um em comum. Foi esse que escolheram no final.

Então, o pior aconteceu.

Ela pediu para que Natsu me levasse para casa, porque éramos vizinhos e estava tarde. Tentei relutar sem demonstrar o quanto isso era uma péssima ideia, porque, por acaso meu coração acelera de forma anormal perto dele e sinto vontade de pular sobre ele. Além de claro, ter um bebê dentro de mim que é dele também e eu sentir vontade de chorar só por estar na presença dele.

Mas toda minha luta foi em vão.

Agora estou aqui, no carro dele e em um silêncio desconfortável. Ou ela realmente confia muito em cada um de nós, ou... não faço ideia. Ela me agradeceu muito e disse que ele sempre acabava se soltando mais quando estava na presença dos amigos dele. Mas acho que ele só gosta mesmo é de implicar comigo.

— Por que você é tão implicante? — ele quebra o silêncio, contornando as ruas desertas de Magnólia.

Viro-me para ele, mesmo que seus olhos estejam atentos à rua.

— Eu chamo isso de dom — digo convencida — Por acaso, você tem também.

Ele ri e eu faço o mesmo. A pressão parece bem menor sem Yukino por perto. Aqui, parece que posso ser eu mesma.

— Eu ia chamar de talento, vai que sou muito mais talentoso que você.

Tive que rir ainda mais.

— Só na próxima vida, Natsu — digo baixinho, ainda rindo.

— É... — ele murmura de volta — Só na próxima vida...

E naquele momento, só nós dois poderíamos entender a quantidade de significados contidos nessa inocente frase.


Notas Finais


Não foram só eles, todos nós também entendemos, certo?
Voltamos light não é mesmo?
Lucy e Natsu implicando um com o outro, Yukino sem entender.
É esquisito não é? Todo um tumulto abafado em piadas, implicâncias e sorrisos discretos.

Espero muito que todos ainda possam estar por perto e ver o desenrolar e fim de DDF.
Vou responder o restante dos comentários nesse FDS. Tentarei postar semanalmente, ok?
Estou super ansiosa para reencontrar todos vocês!
Novamente, aquele super obrigada pela paciência e carinho ♥♥
Beijos no core ♥


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