História Acampamento nacional - Prólogo

Max se aproximou com extremo cuidado da cabana, que poderia muito bem ser o inferno. A mão direita plenamente estendida, sabendo que a luva de borracha amarela não era suficiente para o proteger dos horrores que sabia ali existir. Madeira velha e lascada não contribuía para a aparência de descuido e abandono da porta que dava acesso ao lugar.

Um arrepio involuntário correu pela sua espinha logo após seu estomago embrulhar vertiginosamente. Sentiu que seu café da manhã não iria durar muito tempo.

Ele apertou com força o cabo do esfregão a ponto de doer. Era tudo culpa dela!

“Sarah” ele sibilou o nome com todo o veneno que possuía. Fora exclusivamente ela que o atribuiu a essa tarefa. Enquanto a menina enganava a todos com seu jeito prestativo e suas gargalhadas contagiantes, ele sabia a verdade, sabia que por traz daquela faixada de boa menina de cabelos cacheados, havia um monstro, uma víbora pronta para as piores atrocidades. E agora ele era o alvo.

E então, com todos os pensamentos sombrios já rondando sua mente, Pedro, um dos garotos acampados, sai do lugar. Sorrindo um sorriso que dizia alívio e ostentando a ausência de um molar, ele deixou o local com um rastro que denunciava o que ele estava fazendo ali.

Trincando os dentes, Max jurou a si mesmo. Sarah iria pagar, ela tinha começado uma guerra, mas dois podiam jogar esse jogo!

Ele então ajeitou a sacola plástica sob os cabelos e prendeu o próprio folego, enquanto ajeitava sob o nariz e a boca a máscara cirúrgica que tinha surrupiado da enfermaria, assim, não totalmente pronto, ele caminhou em direção ao pior pesadelo da sua vida: limpar o banheiro dos meninos.