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História Acampando no coração de Park Chanyeol. - Adeus cama quentinha.


Escrita por: wtfsehunnie

Notas do Autor


Eu sei que tenho que continuar a minha outra fanfic, mas a inspiração veio e não pude deixar passar.
Esse capítulo é só uma introdução pra ver se vocês irão gostar ou não. Eu reescrevi quatro vezes porque tive uma batalha mental sobre o papel de cada personagem, mas depois de tanto pensar, eu acho que finalmente consegui.
Obrigada e, se possível, deixem suas opiniões.

Capítulo 1 - Adeus cama quentinha.


– Vai ser bom pra você – mamãe coloca ambas as mãos em meus ombros e me olha sorridente.

Ficar enfiado na mata vivendo de enlatado vai ser bom pra mim?

Reviro os olhos, ela sabe muito bem o que eu acho disso. Vai ser bom pra ela, ficar em casa sem ter que se preocupar comigo.  Enquanto ela estiver assistindo filme no sofá enrolada na coberta, eu provavelmente estarei em volta de uma fogueira sendo obrigado a simpatizar com os insetos.

– Eu não quero ir – faço uma última tentativa.

– Você vai aprender a ser independente. Tem dezesseis anos e não sabe fritar um ovo sequer.

– Eu não vou aprender a fritar ovo na floresta, a menos que eu bote um – respondo.

Ignora o que digo e deposita um beijo em minha testa.

– Você não vai ficar só na floresta, ficará nas cabanas e irá acampar algumas vezes, será uma experiência boa. Agora vai – coloca a mochila nas minhas costas – o ônibus já vai partir.

Eu não me importaria se ele fosse sem mim.

Aceno e caminho para o ônibus, onde há muitas pessoas animadas tentando entrar, queria ser eu uma delas, mas minha cara está tão fechada que ninguém vai querer sentar ao meu lado.

Procuro um lugar na frente com dois assentos disponíveis, já que todos vão para o fundo. Não me interesso em olhar as carinhas que vão me fazer companhia nas férias, porque independente de quais forem, eu não vou gostar.

Sento perto da janela e coloco a mochila no colo, abraçando-a. Vou ficar sozinho com ela no fim do mundo, uma longa jornada.

Procuro minha mãe pela janela e continuo de cara feia. Ainda dá tempo de me tirar daqui! Mas ela não se mexe.

Tudo bem, eu posso aceitar isso. Serão apenas essas férias e quando eu chegar em casa pra fritar um ovo ela nunca mais vai me mandar pra lá.  Eu nem sei de onde ela tirou essa ideia de querer me mandar para um acampamento. Ser independente? Eu posso morar na casa da piscina e ser muito independente se ela quer saber.

– Posso sentar aqui? – uma voz me tira dos devaneios.

Encaro o garoto loiro, sua pele é tão clara que entra em contraste com sua roupa – blusa de mangas longas e calça – preta. Segura a mochila em um dos ombros esperando por uma resposta.

Dou de ombros, tanto faz.

Aparentemente ele interpreta isso como um sim, porque se aconchega ao meu lado e me fita. Finjo não perceber, mas está tão desconfortável que o olho pronto para perguntar se há algum problema.

– Sua primeira vez aqui? – pergunta antes que eu abra a boca.

– É.

– A minha também.

Sorrio sem mostrar os dentes e escuto o motor. Ainda dá tempo mãe, ainda dá tempo! Dirijo meu olhar para a porta esperando que mamãe apareça como uma super-heroína para me resgatar.

– Meu nome é Sehun. Oh Sehun.

– Byun Baekhyun.

E só. Não por falta de assunto, mas porque fechei a cortina e cochilei com os fones de ouvido. Eu preciso descansar, afinal, vai saber quando vou poder dormir num lugar confortável outra vez.

 

– Ei.

Abro os olhos devagarinho e vejo meu fone esquerdo caído sobre o moletom.

– Parada para lanche e banheiro – o garoto, Sehun, me olha curioso.

– Tá.

Respiro fundo e tomo coragem para me levantar. Saio do transporte e vejo um pequeno estabelecimento no meio do nada em que estamos. Entro pela porta de vidro e até que é bem arrumadinho.

Compro alguns pacotes de salgadinho, duas latas de coca-cola e um pacote de balas, já que não podemos ficar ali por muito tempo. A fila poderia ser enorme, mas as pessoas estão indecisas demais para saber o que comprar.

Pago e vou para o banheiro, melhor eu me prevenir.

Volto para o ônibus, onde há apenas algumas pessoas e sento no mesmo lugar. As latas congelam a parte inferior de minhas coxas enquanto abro um pacote de salgadinho.

– Já voltou? – Sehun se acomoda.

Comemos em silêncio e desta vez é ele quem cai no sono primeiro. Fecho os olhos, para que quando eu acorde, eu esteja na minha cama, e que tudo esteja sendo um sonho.

 

Perco o sono alguns minutos antes de chegarmos. O garoto loiro ainda está na minha cola, mas não me importo muito.

Parece que somos os últimos a chegar, já que outros ônibus já estão estacionados. Há uma placa enorme onde há os dizeres “Acampamento Twelve Howls”.

 – Acampamento “doze uivos”? – balbucio.

– É uma lenda – Sehun sussurra enquanto caminhamos junto aos outros – dizem que existem doze lobos por aqui, e quando há lua cheia muitos os escutam uivar. Mas eles nunca foram vistos, não sei se isso é bom ou ruim, escutar lobos que nunca apareceram é meio sinistro.

Um calafrio percorre minha espinha e solto o ar pela boca.

– Então eu posso morrer atacado por um lobo? E eu achando que nada podia piorar.

– A menos que algum deles apareça milagrosamente, sim – sorri.

Paramos em frente a uma grande estrutura, ainda que simples, parece bastante resistente. Várias mesas distribuídas num enorme refeitório.

Sento em um banco e o mais alto me acompanha. Parece que ele não conhece ninguém aqui, mas eu também não, então sua companhia chega a ser bem-vinda.

– Bom dia – de repente tudo se silencia e lá na frente vejo um homem em pé, jaqueta de couro, camiseta preta e calça jeans, um pouco sofisticado para o acampamento – meu nome é Kim Junmyeon, mais conhecido como Suho e eu não me importo se me chamarem assim. Eu sou o proprietário, mas não quero que me vejam como alguém distante que zela fielmente por uma imagem superior. Sejam todos bem-vindos ao acampamento Twelve Howls!

– Dizem que ele é muito rico – inclina para meu lado e diz baixo.

– Percebi.

– Vocês serão distribuídos em cabanas e todas as atividades estarão fixadas no mural, próximo à saída do refeitório – todos se viram para ver o mural, realmente ao lado da porta – atividades estas que serão organizadas por nossos instrutores, alguns veteranos. Assim que chegarem à suas cabanas, os uniformes estarão nas camas, conforme as informações que seus responsáveis forneceram. Por enquanto é só.

A conversa voltou em disparada e eu mal pude escutar Sehun perguntar qual é a minha cabana. Abro a bolsa em busca da chave que mamãe me deu antes de sair de casa, nela há meu nome e a cabana que pertenço.

– 34.

– 34? – pega o objeto de minha mão para ver – a minha também.

Levanto para procurar o lugar que irei ficar nessas férias e ele parece entender, porque faz o mesmo. Há algumas trilhas com placas e decido seguir uma que diz “Alojamentos 30-40”.

– Isso parece mais um hotel estilo Tarzan – faço uma observação. Pelo menos não vamos ficar o tempo todo num saco de dormir.

– 34, é ali – aponta para uma pequena cabana de madeira com os números um pouco enferrujados pendurados na porta.

– Acho que tem mais alguém aqui – empurro a porta entreaberta.

– É, tem sim.

A voz não é do garoto que me acompanha. Meus olhos pousam no garoto moreno, sentado no sofá, com uma expressão tranquila, como se pertencesse a este lugar. Paro abruptamente e Sehun tromba com as minhas costas.

– Meu nome é Kim Jongin, ou Kai.

– É a sua primeira vez aqui? – escuto alguém dizer atrás de mim.

Um pensamento engraçado de percorre. O mais alto de frente para o espelho treinando esta frase para começar uma conversa com as pessoas que ainda não conhece, mas é patético demais para se levar em consideração.

– Não, terceira.

– Sou Byun Baekhyun.

– Sehun.

– Eu estava esperando vocês para decidirmos em qual lugar ficaremos na treliche.

– Iremos dividir o mesmo quarto? – pergunto.

– É – Jongin confirma com a cabeça e se dirige a uma porta perto da pequena cozinha – Suho é rico, mas é mão de vaca.

– Eu quero não quero ficar em cima.

– Nem eu – Sehun diz.

O moreno revira os olhos e coloca a bolsa na cama mais alta.

Jogo-me na do meio e o loiro faz careta.

– Eu queria ficar aí.

– Cheguei primeiro – sorrio.

– Eu vou dar uma volta por aí, logo terá às apresentações em volta da fogueira, não se atrasem – atravessa e porta e olha pelos ombros – ah, e cuidado com as aranhas.

Pulo da cama imediatamente e me preparo para sair, mas bato a cabeça contra a madeira da cama de cima. Murmuro um palavrão e Sehun se curva para frente, sem fazer o menor esforço para esconder a vontade de rir.

– Pode ficar com essa – diz num fio de voz, sem ar.

Acaricio o lugar e num segundo sua expressão se transforma para medo.

– O quê? – o fito preocupado.

– Não se mexa.

Grito e saio da cama e olho para trás. Uma aranha caminha sobre o colchão lentamente, o silêncio não me incomoda, já que estou preocupado demais com ela. De repente, ela pula para o chão, o que já é suficiente para que eu abra a porta e saia gritando. E, infelizmente, sou seguido por Sehun, o que me leva a deduzir que ele também não é másculo o bastante para ficar e levar aquela coisa para longe daqui. Fiquei tão tranquilo agora.

 

– Está frio – resmungo.

Levanto as mãos, as deixando na vertical para tentar absorver o calor da fogueira. Devia ter pego uma blusa mais quente. Entretanto, Sehun não parece perceber muito, já que está bem agasalhado. E fico feliz por ele não ter dito “eu avisei”.

– Eu avisei.

Bato meu cotovelo em seu braço e ele reclama. A roda é grande e a fogueira é proporcional. Ainda com dificuldade, vejo ao longe um garoto que presta atenção em cada pessoa que se apresenta, veste um moletom azul escuro e seus cabelos platinados caem desarrumados sobre o rosto. Vira para o lado e conversa com um garoto ao seu lado... Jongin?

– Quem é ele? – encosto o queixo em seu ombro para dizer em seu ouvido.

– Quem?

– Moletom azul, do outro lado.

Espero um pouco pela resposta. Será que Sehun tem miopia? Ele é o único de moletom azul do outro lado.

– Ele é um dos instrutores, veterano.

– Qual é o nome dele?

– Park alguma coisa, por quê? – me olha.

– Nada.

Volto minha atenção para as apresentações, mesmo que algo do outro lado pareça ser mais interessante.

– Baekhyun – pausa – você é gay?

– Eu? – abro a boca sem saber o que responder – não. Não que eu saiba.

Bom, ele ainda não precisa saber disso.

– Então para de olhar pra ele, ou tente disfarçar, sabe.

Mordo o lábio, sentindo meu rosto aquecer. Eu jurava que estava sendo inteiramente discreto.

– Oi, meu nome é Park Chanyeol – escuto alguém dizer – eu sou um dos instrutores e estou aqui desde os treze anos. Na primeira vez eu quis morrer, um acampamento nas férias parecia horrível – alguém me entende – mas é legal.

A voz rouca soa como melodia, e, céus, ele é tão lindo! Acho que as férias não serão tão ruins, desde que eu possa vê-lo, o que é muito provável. As orelhas dele são engraçadinhas, mas charmosas. Eu poderia ficar aqui olhando ele para sempre e não me cansaria.

– Baekhyun, ei Baekhyun, me escuta – Sehun cutuca meu braço – fecha a boca, pelo amor de Deus. 


Notas Finais


Amor à primeira vista, é Baekhyun, a vida tem essas coisas.


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