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História Acampando no coração de Park Chanyeol. - Nóis tropica, mas não cai. Ou cai?


Escrita por: wtfsehunnie

Notas do Autor


AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE
HOJE É DIA 25? É SIM!
E é com muita animação que eu chego com esse capítulo pra vocês verem como anda a vida do nosso até então azarado Byun Baekhyun akoakp
Quero muito agradecer pelo capítulo anterior.
FORAM 47 COMENTÁRIOS
EU DISSE 47
Não que eu tenha ficado feliz só por ele porque teve mais comentários, mas é muito gratificante quando você faz algo de coração e as pessoas gostam, sabe? Eu realmente fiquei muito feliz.
E coincidentemente teve vários comentários algum tempo depois de eu postar, mas quero deixar claro que minha intenção não é demorar para postar apenas pra ter mais comentários, porque acima de tudo eu sei como é ruim esperar capítulo novo, então irei fazer o possível para postar assim que eu puder.
Eu entrei no tt esses dias pra dizer que não ia conseguir postar ~nunca entro, e quando entro digo isso, mereço apanhar mesmo q ~, mas aí hoje falei lá que ia postar akopaka
Falei demais, né?
Já estava esquecendo: caso queiram conversar comigo ou sei lá, podem me mencionar no tt que assim que eu entrar eu respondo!
Boa leitura ♥

Capítulo 10 - Nóis tropica, mas não cai. Ou cai?


Onde nós paramos mesmo?

Ah, sim. Nos lábios esculpidos pelos deuses de Park Chanyeol.

Parece muito clichê toda a coisa de “se eu estiver sonhando, não quero acordar”, mas na prática o negócio é exatamente assim. É que de repente tudo parece um sonho, e se sonhando é bom, imagina acordado. Então, ou isso é um sonho muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito master ultra mega bom, ou – quase não acredito – é a pura realidade.

Chanyeol se afasta e me fita com a respiração desregulada – isso é uma provocação –, e se eu pudesse ver com mais nitidez sua boca, diria que ela está um pouco avermelhada, porque é assim que ela fica quando há esses beijos afobados. Pelo menos era assim que acontecia quando eu ficava com os garotos.

Céus, eu pareço um rodado falando.

Não há coerência entre as coisas que passam pela minha mente totalmente bagunçada, porque quando começo a formular uma frase, ela se desfaz como pó, então apenas alguns começos delas giram em meus pensamentos, como:

Eita caralho.

Caralho.

Meu Jesus Cristinho.

Nossa senhora.

E sabe o que eu estou perdendo? Tempo.

Exatamente! Por favor, Baekhyun, pra quê pensar numa hora dessas? Me diz! Para de tentar entender, ele está aqui na sua frente e você aí tentando fazer uma narrativa decente!

Coloco ambas as mãos em sua nuca e o puxo para baixo outra vez, colando seus lábios aos meus. Suspiro durante o beijo, porque se tem uma coisa que eu estou precisando, é de ar, porém, nada nesse mundo vai fazer com que eu me desgrude de Chanyeol agora.

Acaricio seus fios como em meus pensamentos impróprios – ninguém precisa saber – e os puxo levemente assim que o mais alto prende meu lábio inferior entre os dentes, soltando aos pouquinhos.

Fecho os olhos e deslizo minhas mãos até seus ombros, o empurrando para o lado e colocando uma perna de cada lado, sentando sobre sua barriga, porque acima de tudo, sou um garoto decente. Sou mesmo.

Abaixo o tronco, mas não alcanço sua boca.

Chanyeol distribui beijinhos molhados por meu pescoço e imediatamente sinto cada parte de meu corpo arrepiar, como se milhares de formiguinhas corressem sobre minha pele.

Tá quente aqui, né?

Nossa que calor.

Suas mãos quentes percorrem minhas costas por cima da jaqueta e puxam minha cintura para baixo, arfando quando me sento sobre seu membro desperto escondido pelo jeans. Lambe meus lábios antes de beijá-los outra vez.

E é claro que não perco a oportunidade em enfiar as mãos por baixo de seu moletom.

Meu Deus do céu.

Chanyeol aperta minha bunda e rebolo suavemente, escutando um som não muito agradável ao abri-las mais um pouco para aumentar a intensidade.

Eu acho que alguma coisa rasgou.

Mal tenho tempo de pensar, já que ouço vários gritos ao longe.

Ambos nos assustamos e nos levantamos rapidamente. Chanyeol me fita preocupado e sem dizer nada, é o primeiro a sair correndo. Claro! Tinha que ter alguma coisa para interromper. E o que me resta fazer é ir atrás enquanto tento retirar a jaqueta e amarrá-la na cintura.

Aproximamo-nos do refeitório, onde as pessoas saem correndo rapidamente.

– Você fica aqui – Chanyeol olha para mim.

– Não! – cruzo os braços e ando em sua frente, mas sou agarrado pela cintura e arrastado para trás – ah, o que foi?

– Para de graça, Baekhyun – me encara e um segundo depois some na multidão, tentando furar a barreira de pessoas que tentam sair desesperadamente.

Então é só nos beijarmos um pouquinho e ele já acha que manda em mim? Se ele pensa que vai me domar desse jeito, está enganado. Por isso dou um passo, pronto para enfrentar o que me vem pela frente.

Infelizmente, não posso sequer ver o rosto do indivíduo que surge correndo em minha direção e tromba em mim, nos derrubando.

– O que você tá fazendo aqui? – Tao me olha assustado – corre!

E ao invés de me ajudar a levantar, ele fica em pé e some tão rápido quanto apareceu.

Eu realmente não mereço isso.

Coloco as mãos ao lado do corpo, para me impulsionar, mas um pé atinge minha canela e o corpo esguio se desequilibra, por muito pouco não caindo no chão.

Nóis tropica, mas não cai – escuto a voz de Sehun após recobrar o equilíbrio. Ele gira nos calcanhares, olha pra minha cara e franze o cenho – o que você tá fazendo aí no chão, Baekhyun?

– Afofando o gramado – respondo – me ajuda a levantar!

– Que rude você – segura meus pulsos e me puxa pra cima – vamos logo.

– Vamos aonde? Vou entrar no refeitório!

– Ficou louco de vez – balança a cabeça em desaprovação – vem.

– Então me diz o que aconteceu! – tento firmar meus pés no chão enquanto sou arrastado para longe.

– A cozinha pegou fogo – resmunga – não a cozinha inteira, mas tá saindo fumaça e...

– Ai meu Deus! – tento me desvencilhar – o Chanyeol tá lá dentro!

– Ah, é? E o que você vai fazer? – aperta mais seus dedos em meu pulso – virou bombeiro agora?

– Não, mas ele também não é!

– Fica quieto e anda. Eles sabem o que fazer – ri – você só vai atrapalhar.

Todos os campistas se reúnem perto da fogueira, enquanto sinto meu coração bater em minha mente. E se acontecer alguma coisa com Chanyeol? Ele é um maluco!

– Que cheiro ruim! – Yixing se aproxima – espero que ninguém morra intoxicado.

Murmuro qualquer coisa e agacho sentando superficialmente sobre meus calcanhares, abraçando meus joelhos e lamentando-me de uma forma parecida a um choro.

– Parabéns – Sehun resmunga irônico – agora você ajudou.

JongDae aparece acompanhado de LuHan, que o abraça pelos ombros. O cozinheiro têm lágrimas nos olhos e imediatamente corro até ele.

– O que aconteceu? – pergunto.

– Minha cozinha... – JongDae funga.

– Yah, LuHannie – Yixing mexe nos cabelos do ruivo como se ele fosse uma criancinha – está tudo bem?

– Tá – responde e ajeita os fios – preciso ajudar a arrumar as coisas.

O ruivo dá meia volta e logo é seguido por Sehun e Yixing. Entretanto, eu me recuso a segui-lo, porque ainda não esqueci o que ele me disse ontem. Se ele quer roubar o meu amigo, não posso apenas sorrir. Preciso lutar pelo que é meu. Seja amigo, seja senpai.

Então se LuHan está bem, todo mundo está.

Fico alguns segundos parado, para ter certeza de que ninguém gritará ou pedirá por socorro, e – para a minha felicidade – não escuto nada.

O momento mágico era para ter se concretizado, mas parece que a cozinha decidiu arruinar tudo. E ela é de quem? Isso mesmo. JongDae. Só pode ser praga do cozinheiro. Ele me odeia, não odeia? Claro que odeia. E tudo isso porque eu derrubei um pinguinho do tamanho de um átomo no piso da cozinha.

Parece até a minha mãe quando briga comigo e se lembra de todas as coisas que eu fiz de errado desde que nasci. Esse pessoal não esquece mesmo. Quem vive de passado é museu, e eu não posso deixar as teias atrapalharem a visão deste meu lindo rosto. Eu poderia começar uma nova narração com o título O passado que condena Byun Baekhyun. Mas aí seria grande demais pra contar tudo o que eu passei na vida.

Volto para a cabana e assim que abro a porta, algo se embola nas minhas pernas e quase caio no chão. Olho para baixo e vejo minha jaqueta inicialmente amarrada na cintura, mas que escorregou pelas minhas pernas por conta do amarro frouxo.

E então me lembro.

E a tristeza inunda todo o meu ser.

Minha calça.

Não uma calça qualquer.

Pois ela é A calça.

A minha calça preferida.

Corro até o quarto, jogando a jaqueta no colchão antes de me sentar na minha cama com as pernas abertas para ver o rasgo. E aqui está ele. Um rasgo bem naquele lugar.

Está certo que esta calça estava meio apertada, mas isso é porque eu exagerei na ceia de natal. Eu juro que tinha começado o regime, então por que ela rasgou? Minha calça preferida, que acabei de considerar a minha peça da sorte, acabou com esse trágico final. Não pode ser.

Talvez eu consiga pegar uma linha preta e costurar, não é?

Levo minha mão até o rasgo – dá aquela dor no coração só de ver – e cabem exatamente dois dedos. Não é tão grande, é? Dá pra costurar, não dá? Eu não entendo nada de costura, mas acredito que alguns pontinhos resolva meu problema.

Ou a hora dela chegou.

Essa calça estava mesmo um pouco velha. Imagina se ela começa a rasgar enquanto eu ando por aí? Seria um mico maravilhoso. Perceba a ironia. Então é isso. Acho que esse é o fim inevitável da minha adorável calça. O mínimo que ela merece é um discurso por todo esse tempo que esteve comigo.

Eu realmente gostava muito dela e...

– Não sabia que você tinha ficado tão animado, hm.

Ergo o olhar até a porta para confirmar o que minha audição diz e vejo Chanyeol encostado no batente dela com os braços cruzados e um sorriso despontando em seus lábios.

Percebo a situação em que eu me encontro e não poderia ser pior.

Cá estou eu sentado com meu maravilhoso traseiro neste colchão de pernas abertas e dois dedos enfiados num maldito rasgo da minha amada calça.

– C-Chanyeol? N-Não é i-isso que você tá pensand-...

O barulho da porta da sala ecoa pelo cômodo, indicando a chegada de mais alguém. Imediatamente me sento como um menino comportado, porque seria desgraça demais se outra pessoa presenciasse minha posição.

– Chanyeol por aqui? – JongIn aparece e cumprimenta o mais alto ao tocar seu ombro com a palma da mão.

– Pois é – dirige o olhar rapidamente para mim e volta sua atenção para o moreno – eu vim ver se estava tudo OK por aqui.

– Bom – Kai observa todo o cômodo – parece que está.

– Então vou indo nessa – o outro responde.

– Eu te acompanho até a porta – JongIn se oferece.

– Não sou mais uma criancinha – Chanyeol me fita e arqueia a sobrancelha, como se quisesse dizer outras coisas que não fosse: – até mais, Baekhyun.

– A-Até mais – faço meu melhor sorriso.

Assim que ambos desaparecem de vista, jogo-me na cama, fitando a madeira de cima.

Tantas coisas rodam pela minha mente.

Coloco o indicador no lábio inferior, recordando-me exatamente da forma como os de Chanyeol moldaram-se aos meus. Se eu pudesse me ver neste momento, diria que agora eu definitivamente pareço uma garotinha apaixonada. Um garotinho, na verdade.

Enfim.

Meu coração dança em meu peito. Sobe e desce como uma gangorra.  Roda como um gira-gira. Movimenta-se como um balanço. Parece escorregar do meu peito como num escorregador. E assim que o ar entra por meus pulmões, parece levar um pouquinho dele como um pequeno castelinho de areia.

 

 

 

Seria ilusão demais achar que no dia seguinte eu passaria o dia com Chanyeol? Seria.

Mas o que posso fazer? Sou um Baekhyun sonhador e iludido que só apanha dessa vida cruel. E lá fui eu no café da manhã esperando vê-lo, mas Chanyeol não estava lá. E no almoço também não.

Tudo isso porque ele tem que ser a droga de um – lindo – veterano que precisa cuidar do acampamento e vive cheio de serviços, e ainda tem mais: sem ganhar nada.

Realmente admiro essas pessoas que fazem coisas com amor, sabe? Não receber nada em troca. E é isso que os veteranos costumam dizer. Dizem que estão ganhando sim, porque ver acampamento Twelve Howls é a melhor recompensa, já que ele é considerado o segundo lar.

Mas eu não faço isso.

Tá certo que ver esse lugar bem cuidado e tal é bom, mas nossa, fico cansado só de pensar em colocar a mão na massa.

E agora olho para o meu feijão beirando o preto dentro do copinho descartável, e ao lado dele, o copo de Sehun, com um belo broto verde e vivo.

Encosto minhas mãos no parapeito da janela e inclino o tronco para frente, tentando ver de cima e comparar.

– Por que a minha não cresce? – pego o copo e balanço um pouquinho, na esperança de que apareça um brotinho escondido na terra.

– Porque você não cuida dela com amor – Sehun sorri.

– É uma planta – rio pelo nariz – não precisa de amor.

– É um ser vivo.

– Ela não tem sentimentos.

– E daí? Você já foi uma planta pra saber?

– Não, mas isso é questão de lógica, Sehun.

Desisto e aceito que meu feijão jamais dará lugar a um broto lindo e maravilhoso. Coloco meu copo de volta e jogo-me na cama.

– Segundo os meus cálculos, eu cuidei da minha com amor e ela cresceu. Isso significa que eu estou com a razão.

– Segundo os meus cálculos – viro de frente para a parede – eu não ligo para o que você diz.

– Eu hein! Você devia estar de bom humor depois de toda aquela agarração com Chanyeol – ri – tchau.

– Aonde você vai? – pergunto já de olhos fechados – fica aqui.

– Nem a pau – retruca – você tá todo carente, sai fora.

– É que eu não o vi hoje – faço bico, mesmo que Sehun provavelmente não esteja vendo.

– Já passou pela sua cabeça que talvez você só tenha sido mais um? Isso costuma acontecer.

– Não – sussurro – será?

– Não sei. Você é meu amigo, eu não quero só dizer coisas que te agrade. Tenho que mostrar um pouco da realidade.

– Hum.

– Desculpe – murmura – ah, não me espere depois da aula de dança. Vou ter umas aulas extras.

– Tá – respondo sem interesse – droga, você me lembrou do vôlei. Certo, vou apagar isso da mente e fingir que esqueci.

– Levanta logo!

– Daqui a pouquinho.

O silêncio se instala e aproveito para tirar um cochilo.

E se Sehun estiver mesmo certo? E se tudo foi especial para mim, mas nada demais para Chanyeol? Ah, céus. Por que eu me sinto tão triste? Eu mal conheço Chanyeol e já acumulo uma montanha de emoções só de pensar que o tive comigo e ao mesmo tempo não o tenho mais.

Meus olhos ardem e uma sensação consideravelmente boa percorre meu rosto durante o percurso das lágrimas, que escorregam rapidamente.

Escuto alguns passos se aproximarem.

– Por que voltou, Sehun? – pergunto, mas uma dedução horrível invade minha mente – Sehun, me diga que é você, pelo amor de Deus.

Por favor, que não seja JongIn, que não seja JongIn.

Eu não estou nem um pouco a fim de levantar e receber escutar que sou preguiçoso e irresponsável.

Fecho os olhos com força, com medo e ansiedade.

Uma mão toca meu ombro e desliza por meu braço, parando em meu pulso.

– Depois eu que estou carente, né? – resmungo.

– Você está carente?

Minha respiração falha e abro os olhos imediatamente. Enxugo-os rapidamente e mexo-me no colchão, vendo Chanyeol agachado ao lado da cama. Ele veste a camiseta branca do acampamento e seu cabelo castanho cai sobre a testa, arrumado desajeitadamente para o lado. Um sorriso sem mostrar os dentes enfeita seu rosto e acho que estou sonhando.

– Não – digo e minha voz sai trêmula e baixa.

– Estava chorando outra vez? – franze o cenho e aproxima o rosto do meu.

– Não.

– Estava sim – acaricia meu cabelo com a destra – por quê?

– Não sei, não é nada – sorrio – onde você estava?

– Estou bastante ocupado – faz um bico quase imperceptível – mas fugi rapidinho pra ver como você está.

– Como sabia que eu estava aqui?

– Você não estava em lugar nenhum – respondeu como se fosse algo óbvio.

– Entendi – arrumo meu corpo para mais perto do seu – me beija?

– Baekhyun! – ri alto – acho que ainda é meio cedo. Precisamos nos conhecer melhor e...

– Eu já devia saber – faço menção de ficar de costas, mas o mais alto segura meu braço – você não quer me beijar?

– Quero, mas...

– Eu quero beijar você e vice-versa, qual o problema? – reviro os olhos.

– Você é apressadinho.

Mal sabe ele o quanto eu esperei.

Chanyeol se inclina e roça seus lábios nos meus, espalhando a maravilhosa sensação que se espalha por todo meu corpo neste simples contato.

Beija-me com calma, com carinho.

Beija-me com ternura, com calor.

Beija-me com suavidade, com lentidão.

Cada pedacinho de seus lábios provando dos meus.

E logo se afasta com alguns selares.

A porta da sala bate num estrondo e pulo de susto. Logo vejo um Kyungsoo com olhos do tamanho de duas maçãs.

– Achei você – dirige o olhar acusador para mim, estreitando os olhos e cruzando os braços sobre o uniforme – matando a aula, né? Te dou três segundos pra vir logo.

– Eu não mato a aula – solto o ar pela boca e sento-me – ela é que me mata.

– Três – diz o último número em voz alta.

– Eu cuspi na cruz, só pode – levanto-me e Chanyeol faz o mesmo, ainda sem dizer nada.

– E você, Chanyeol? Devia estar na aula de canoagem e um monte de coisas que Junmyeon mandou resolver!

– Kris está segurando as pontas – responde – já estou indo, omma.

– Bom mesmo – bate palmas – vamos pessoal! Um, dois, três!

Chanyeol se retira, mas antes empurra a cabeça de Kyungsoo ao passar ao seu lado na porta.

– Sai daqui, seu filho de um cabrito – o baixinho resmunga, tentando estapear o moreno.

– Não olha pra mim – digo quando ele me fita, prestes a abrir a boca para um sermão de duas horas – eu só perdi hora, tá?

– Perdeu a vergonha na cara, isso sim. Anda logo, seu preguiçoso.

 

 

 

– Não aguento mais! – grito e jogo-me no gramado, completamente suado e cansado.

– Para de ser escandaloso – Kyungsoo reclama – e exagerado também.

– Baekhyun tem razão. Já treinou demais – Tao senta ao meu lado.

– Escuta aqui, você veio me ajudar ou me atrapalhar? – D.O diz firme – se continuar dando corda pra esse aí, ele fica fazendo birra mesmo.

– Não sinto meus ossos – murmuro.

– E o troféu de garoto mais dramático vai para Byun Baekhyun!

– Não liga pra ele, vamos beber uma água – chacoalha meu corpo mole – o sol já está se pondo e ainda estamos aqui.

Levanto-me com a ajuda de Tao e ambos saímos correndo, antes que D.O nos segure. Como o esperado, Kyungsoo grita vários palavrões e pede para que nós retornemos, mas eu não sou idiota o suficiente para obedecer.

Dou risada enquanto corro o mais rápido que as minhas pernas permitem, acompanhado pelo mais alto. Por que ele teve que se oferecer para me ajudar no vôlei? Por que ele teve que me defender? Por que ele está sendo legal comigo? Que droga.

– Qual é o seu tipo de problema? – questiono e sou respondido com um olhar curioso enquanto corremos – eu sou um chato e você continua sendo legal comigo.

– Você tem uma personalidade forte – fala ofegante – aposto que se tentasse ser alguém que não é, não conseguiria. Você é Baekhyun e ponto final. Nada que vem de baixo, de cima ou dos lados te atinge. E eu sou assim também. Sambar sozinho na cara das inimigas é meio triste.

– Quer que eu sambe na cara delas com você?

– Se você quiser.

– Então vamos ver quanto essas suas perninhas são resistentes para sambar – brinco e aperto ainda mais o passo, esperando que o mais alto me alcance.

Dou risada enquanto o vento bate em meu rosto, sentindo que vou desmoronar a cada segundo. Paro e coloco as mãos nos joelhos, respirando fundo.

Levanto os olhos e entre as folhas, observo dois corpos abraçados.

– Você é rápido – Tao aparece do meu lado.

– Shh – sussurro – parece que tem gente se pegando ali.

– Uau – sorri – eu quero ver quem é.

– Eu também – ambos sorrimos travessos – vem.

– Estão só se abraçando – força a visão, tentando ver melhor enquanto caminhamos para mais perto.

– Se abraçando por tempo demais, para o meu gosto – rio pelo nariz.

– Adoro um babado.

Esse é o tipo de gay purpurinado.

Abaixo um galho com as mãos para ver melhor e acho que estou vendo errado, mas tenho certeza de que não estou, porque Tao confirma minhas suspeitas.

– É o Chanyeol! – ri – e o... Sehun? Nossa! Eu não sabia que eles...

Fungo quando sinto minha visão se embaçar por completo.

E desta vez eu realmente sinto que minhas pernas irão fraquejar, mas todo meu corpo ferve em raiva e decepção.

– O que foi? Pensei que gostasse de...

– SEHUN! – grito e chuto os galhos e folhas que vejo pela frente, vendo ambos se soltarem rapidamente – ENTÃO ESSA É A SUA AULA EXTRA? SEU... SEU...

Alguns passos abafados pela grama se aproximam, indicando a chegada de LuHan, Kai, Yixing e Kris, que desmancham o sorriso de alguma piada ao ver a cena.

– QUE PORRA SEHUN! – soluço – EU ODEIO VOCÊ!

Ninguém diz nada, e até mesmo Tao fica sem reação. A forma como Sehun mantém os lábios entreabertos sem saber o que dizer me machuca. A expressão dura de Chanyeol, como se não estivesse arrependido me machuca.

– C-Calma – é a única coisa que sai pelos lábios do loiro.

O modo como os outros garotos presenciam a cena me machuca. A forma que eu fui idiota me machuca. Eu acreditei. Eu me machuquei. Mas sabe o que mais me atinge como um chute certeiro?

O silêncio de Chanyeol.

Ele não tenta se desculpar. Ele não me pede calma. Ele não tenta se justificar. Nada. Nada disso. Apenas permanece parado sem nenhuma expressão que eu possa decifrar neste momento.

Fito o gramado e fecho os olhos.

Giro nos calcanhares e corro outra vez. Corro para longe de Chanyeol. Corro para longe de Sehun. Corro para longe de mim mesmo. Quero que a parte de mim que se apegou a todas essas pessoas fique abandonada pelo caminho.

Finalmente escuto meu nome sendo gritado.

Chanyeol? Ah, não.

Sehun.

Eu quero socar Chanyeol com todas as minhas forças, porém, lá no fundo eu quero que ele tente me alcançar. Vai doer, eu sei. Mas será menos doloroso se Chanyeol me abraçar e desmentir. Só que ele não o faz.

– Baekhyun – esbarro com Xiumin que está caminhando tranquilamente próximo à fogueira – o que foi?

– Me deixa em paz – continuo a correr até a cabana, e a voz de Sehun fica cada vez mais próxima.

– Está tudo bem? – Kyungsoo segura meu pulso repentinamente, mas me desvencilho, deixando claro que não está e não há nada que ele possa fazer.

Então de repente todos decidiram se importar? Que pena, porque não me importo com mais ninguém. Eu nunca devia ter me importado mesmo. Sehun é um falso mentiroso. E não quero nem comentar sobre Chanyeol. E não quero saber mais nada.

Quem liga se as férias aqui no acampamento estão acabando? Eu queria ir embora agora.

Busco a chave em meu bolso traseiro e abro a porta rapidamente, entrando num movimento só e ela quase fecha. Quase. Alguém a impede do lado de fora e outra vez a chama em meu pequeno coração dá sinais de vida. Chanyeol?

– Abra isso aqui – Sehun diz e volto a forçá-la – sem brincadeiras!

– Eu não estou brincando! – grito.

Ele joga todo o seu peso sobre a madeira e sou pego desprevenido, deixando que a porta seja aberta sem minha permissão.

Sehun me fita e balança a cabeça para os lados, como se negasse qualquer pensamento que me percorre.

– Por favor – ergue a mão, mas afasto-me.

– Não rela em mim.

– Você entendeu errado. Tudo errado!

– ENTENDI? VOCÊ ESTAVA ABRAÇANDO ELE, NÃO ESTAVA? – tento secar minhas lágrimas, mas é em vão, já que mais outras insistem em deixar meus olhos úmidos.

– Você não está...

– ESTAVA OU NÃO, SEHUN? – encaro-o com toda a raiva do mundo.

– Sim – suspira – eu estava.

– EU SABIA! SABIA QUE NÃO DEVIA TER CONFIADO EM VOCÊ!

– Mas eu queria... Eu fui um idiota! Eu quis causar ciúmes em alguém e... – engole em seco e mantém a expressão de cachorro abandonado. Como eu pude acreditar nesse rostinho inocente por todo esse tempo?

– QUERIA CAUSAR CIÚMES? POIS CAUSOU! – soluço – E DESTRUIU QUALQUER OUTRO SENTIMENTO TAMBÉM.

– Não! Era para causar ciúmes no LuHan! – grita, tentando se sobrepor à minha voz.

– MENTIROSO! – grito com toda a força – VOCÊ DISSE QUE NÃO IA FAZER ISSO QUANDO EU PEDI.

– Eu sei que eu disse, mas...

– ENTÃO FOI VOCÊ, NÉ? FOI VOCÊ QUEM MANDOU TODOS OS BILHETES? – minha voz sai embargada e há grandes chances de ele sequer estar me levando a sério.

Encaro Sehun e ele fica em silêncio.

– Do que você está falando? – pergunta.

– Não faça essa cara de sonso! – controlo-me ao máximo para mantem o tom baixo que acabei de dizer, resistindo à vontade de arrancar meu tênis e jogar na sua cara – como você pôde?

– Pude o quê? – ergue ambas as mãos com as palmas viradas para cima – eu realmente não sei...

– Confessa logo! – digo.

Minhas pernas tremem e ainda sinto que vou cair a qualquer momento. Entretanto, preciso me manter em pé. Tudo parece desabar, mas não posso deixar isso acontecer. Por isso mantenho meus joelhos firmes, como se estivesse segurando toda essa barra. E realmente estou.

Posso estar destruído, porém, não posso desistir.

Byun Baekhyun não desiste.

Ninguém passa por cima de mim desta forma.

– Mas que droga, Sehun!

Seguro em seus ombros, pronto para bater nele com todas as minhas forças, mas fico parado. Não posso perder a razão. Não agora que eu tenho certeza de que tenho todos os motivos desse universo pra me dizer que eu estou certo. Certo em odiá-lo. Certo em encurralá-lo. Certo em enfrentá-lo.

O empurro contra o sofá e ele cai sentado de uma forma desajeitada.

– EU PENSEI QUE FOSSE MEU AMIGO!

Todo meu corpo pede desesperadamente para esmurrar cada pedacinho de Sehun, para chutar cada milímetro das paredes e acabar com qualquer coisa que esteja à minha frente.

– De que porra de bilhete você está falando?

Então ele decidiu se fazer de desentendido? Uau, que técnica!

Por favor, pare Baekhyun.

Assusto-me por escutar uma terceira voz.

Olho para a porta, encontrando um garoto com seus olhos cravados aos meus. Inúmeras perguntas percorrem minha mente. Eu quero me jogar de qualquer ponte, porque perdi todo o controle do que está acontecendo com a minha própria vida.

– Não posso deixar que faça isso – continua e sua voz está carregada de arrependimento – não posso deixar que culpe Sehun por algo que ele não fez.



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