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História Acaso - Vínculo


Escrita por: sindragosa

Capítulo 1 - Vínculo


Fanfic / Fanfiction Acaso - Vínculo


 Eu acredito que as coisas não acontecem por acaso. Quando alguém encontra algo especial em sua vida, não foi o ''acaso'' que proporcionou tal coisa, e sim a própria pessoa. A própria pessoa molda o mundo ao seu redor, o seu presente e seu futuro, assim como eu moldei aquele dia que tudo mudou em minha vida.
 Eram 16:17 da tarde e eu estava torrando naquele ônibus quente. Eu estava voltando do bairro em que meu pai morava, para a minha casa. Sabe como é, pais divorciados e tal, essa história que já estou cansada de falar. E não adianta ficar com pena de mim, fica frio, é uma coisa totalmente normal para mim que meus pais sejam separados. 
Eu não estava muito bem humorada aquele dia, principalmente pelo fato de que eu tinha sido expulsa da minha escola. Talvez porque eu tenha destruído algumas coisas de lá? Tipo... a estante de livros da biblioteca? Bem, eu estraguei algumas coisas assim antes também, alguns armários do colégio, portas das salas do ensino fundamental, mas quem se importa? (Além do diretor, é óbvio) Eu não posso evitar esse tipo de coisa. Não em minha situação atual. Acho que desta vez foi a gota d'água e finalmente me expulsaram daquele colégio. Eu sabia que um dia aconteceria.
Assim que cheguei em casa... bem, não foi muito agradável.
-Meggie, eu já estou cansada disso! O que diabos há com você? Fiquei sabendo de tudo pelo diretor. -disse minha mãe um tanto quanto irritada assim que botei o pé na sala de estar. Droga! Aquele diretor idiota ligou para ela, nem me deu a chance de pensar em uma boa desculpa, fala sério. Muito obrigada diretor Scott.
-Nem pra desejar uma boa tarde? -zombei enquanto passava encolhida perto dela, com medo de ela me meter uma bronca.
-Filha, você sabe que eu não sou de ficar estressada, mas olhe para você. É a terceira escola que você é expulsa nesse ano! -disse ela enquanto me seguia em direção ao meu quarto.
Entrei e joguei minha mochila no chão, perto da minha cama.
-Foi sem querer, eu juro. Acontece que eu estava passando por perto daquela estante de livros, quando um monte de crianças do fundamental passaram correndo por mim. O que queria? Uma delas até me empurrou e eu caí em cima de tudo, foi um efeito dominó, pode ter certeza. -disse para minha mãe, tentando disfarçar minha poker face. Eu não estava contando a história real de como eu quebrei aquele troféu, e além disso não era a melhor em contar mentiras, aquela desculpa foi ridícula, eu sei. Mas eu não podia contar a verdade... porque eu sabia que ela ia me chamar de louca e não acreditaria em mim.
-Pensa que vou acreditar nessa história? -disse minha mãe dando um suspiro. -Tudo bem, vá tomar um banho, até amanhã eu consigo achar um colégio novo para você. Desta vez você não vai arranjar encrenca nenhuma, ouviu?
-Sim, senhora. -respondi à minha mãe enquanto me jogava na cama.
Aquela jaqueta jeans que eu vestia estava me matando, embora eu estivesse um arraso naquela combinação de roupas. O vento da janela em cima de minha cama entrava no meu quarto e me deixava um pouco mais relaxada e o ar mais refrescante. Talvez até demais, já que comecei a sentir alguns arrepios naquela hora.
-Você não disse a verdade pra ela. -disse uma voz masculina vindo da minha janela. Eu me levantei à mil por hora, estaria ouvindo coisas? Ou vozes? Quando olhei para o lado, eu o vi. Era um cara extremamente gato, usava uma camisa social branca de camada fina, estava entreaberta na região de seu peitoral, de forma que mostrasse um pouco do seu corpo sarado. Usava também uma calça jeans clara e um coturno bege. Aquela roupa realçava muito sua aparência, seus cabelos pareciam úmidos caindo sobre a sua testa, quase que cobrindo seus olhos puxadinhos. Ele era uma espécie de deus grego (ou asiático), mas o que estaria fazendo pousado na janela do meu quarto?
-Quem é você? Do que está falando? -perguntei de forma irritada me levantando da cama.
-Ah, você sabe, a sua mãe. Você disse que umas crianças passaram correndo perto de você e por isso destruiu aquela estante de livros. Isso é verídico? -disse o garoto colocando o polegar em sua boca. Ele parecia pensativo, e não vou mentir, ele estava lindo daquele jeito, eu poderia apenas passar o meu dia ali observando aquele garoto de voz suave. Mas eu não podia baixar a bola.
-Olha aqui, não sei se notou, mas eu lhe perguntei algo. Quando chegou aqui? Como sabe dessa história? -falei enquanto pegava uma tesoura em cima de minha escrivaninha. Nunca se sabe quando será útil.
-Uau, calma senhorita -disse ele colocando as mãos para o alto como se quisesse dizer que é inocente. -São muitas perguntas ao mesmo tempo. E eu estive aqui o tempo todo se quer saber.
Agora o garoto parecia mais sério. Sua feição era de preocupação. Ele pulou então da janela e entrou em meu quarto.
-Quem te deu permissão? Cai fora daqui cabeça de cuia! -falei apontando a tesoura bem rente ao seu rosto. Diferente do que eu esperava, ele não se importou nem um pouco, nem se quer piscou o olho quando apontei para ele.
-Cabeça de cuia? Não tem nenhum apelido melhor para mim? -o garoto então sorriu. Eu poderia dizer que meu coração meio que deu um giro naquela hora. Nada demais.
-Se não sair daqui em cinco segundos... eu... chamo meu irmão!
Certo. Aquela não foi a melhor decisão a ser feita. Claro, como se eu precisasse da ajuda do meu irmão boboca para me livrar de um invasor no meu quarto, afinal, já lidei com muitos problemas antes, talvez piores. Mas na hora eu não estava muito consciente, não me julgue. E falando do meu irmão, ele é aquele tipo de cara que todas as meninas da escola pagam pau: Musculoso, playboy, gosta de se gabar e mostrar sua beleza pra todos. Mas consegue ser sério e companheiro em horas precisas. Só que... talvez não naquela hora.
-Vá em frente. -disse o garoto à minha frente.
-Cinco -falei.
-Quatro? -continuou ele.
-Três. -continuei mantendo meu olhar fixado em seus olhos.
Ele levantou uma das sobrancelhas para mim, com um olhar desafiador.
- LEO ! -gritei do meu quarto para que meu irmão ouvisse.
-Você nem chegou no zero... que frustante. -resmungou o garoto à minha frente.
Alguns segundos depois o meu irmão abriu a porta do meu quarto.
-O que eu fiz dessa vez Meg? Fala sério, eu estava jogan...
-Tira esse louco daqui! -gritei pra Leo.
-Do que você está falando? -perguntou meu irmão parecendo um pouco perdido.
-Falo desse cara aqui, oras! Anda logo, ele invadiu meu quarto e está dizendo coisas sem senti...
-Que cara, Meggie? Você está louca? -disse Leo tentando me entender. Ele começou a passar a mão em seus cabelos e franziu o cenho.
Foi então que eu percebi. O garoto maravilhoso que estava parado em minha frente me lançando aquele olhar fixador... Não existia.
-Não tem ninguém aqui Meggie. -disse meu irmão. -como se eu já não soubesse...
-Deixe para lá... -empurrei meu irmão à força para fora do meu quarto enquanto ele tentava protestar, mas no final consegui trancar a porta.
Eu definitivamente já tinha problemas demais, algo como aquilo era ridículo para mim. Não queria aceitar.
-Agora entende? -disse aquele garoto misterioso atrás de mim. -Ele não me vê.
Me virei então para ele. Convicta.
-Bem, vamos logo com isso. Você aí, fantasma de meia boca, pode ir dando o fora agora.
Por fim, o garoto me ignorou, era de se esperar.
-Acho que não, precisamos conversar. O meu nome é Jungkook.
E foi então que ele deu o sorriso mais bonito que eu já havia visto na vida.                       


Notas Finais


Nada muito esclarecedor neste episódio pessoal, muito mistério e amor pela frente <3. De acordo com a repercussão, posso continuar a história (ou não). Espero que gostem!!


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