História Acaso ou Destino - O Jantar - Part II

Tentava reprimir e controlar seus olhos com o álcool, o que diabos estava acontecendo? Sim ela era linda, tinha um corpo exuberante, mas não era como se ela fosse a mulher mais gostosa do mundo. Mordia os lábios tentando distrair-se, e pensar em qualquer outra coisa que não fosse tomar aquele corpo naquele maldito restaurante. Seus olhos passeavam da pele pálida do pescoço até os seios fartos e tentadores naquele decote convidativo, não conseguia conter a secura em sua garganta ao imaginar o que ela usava embaixo daquele vestido negro, sua língua passava freneticamente sobre seus lábios e as vezes até se perdia na beleza e nos gestos daquela mulher. Com toda certeza ela queria o provocar, não tinha outra explicação, ela não seria capaz de ser tão sexy agindo normalmente, sabia que ela não era capaz de tanto, nem uma mulher era.

O restante da noite foi: tranquila, o casal sorria descaradamente das pessoas que jantavam no local, riam das roupas, do jeito de se movimentar e até mesmo da aparência. Sasuke fazia questão de imitar os gestos de um senhor bigodudo a algumas mesas da deles, Hinata o chamava de maldoso e mesmo insistindo para ele parar ainda sim sorria abertamente no restaurante.
Duas garrafas de vinho não foram o suficiente para Sasuke, e mesmo que a morena já estivesse meio tonta, ele ainda queria mais, mas como iria dirigir ela não permitiu que ele bebesse, coisa que desagradou o moreno...  Vez ou outra o Uchiha se perdia por segundos na beleza da pequena Hyuuga, coisa que passou totalmente batido pelos olhos perolados, e coisa que realmente irritou o dono de olhos ônix. Os dois desfrutaram de ótimas sobremesas mesmo Sasuke não gostando muito de doces, e na hora de pagar a conta o Uchiha havia sido um completo machista metido a cavalheiro em não compartilhar a conta, coisa que realmente desagradou a morena, que não escondeu o bico de insatisfação com o ato do moreno...

— Bom eu vou a uma boate essa noite, aceitaria meu convite ou prefere que eu te leve para casa senhorita Hyuuga? — Pergunta Sasuke abrindo a porta para ela.

— Acho que estou cheia de Sasuke essa noite, talvez uma próxima vez, contando é claro que não me faça ir parar em uma delegacia outra vez. — Hinata o reponde com um tom brincalhão ao entrar no carro.

— Já disse que não vou mais te causar problemas lembra, pode confiar em mim Hime. — Ele sorriso galanteador para ela.

— Sabe é realmente estranho te ver sorrindo tanto, não que eu te conheça ou algo do tipo, mas sua personalidade é bem contraditória as vezes. — Ela arqueia uma das sobrancelhas visivelmente desconfiada.

— Bom são poucas as pessoas que conhece os dois ou três lados de Uchiha Sasuke, Mikoto e Itachi são os únicos que já viram os três, você, Fugaku, Madara e Naruto conhecem apenas os outros dois, e bom o resto das pessoas não conhecem nem a metade da primeira face. — Ele da de ombros dando partida no carro.  

— Devo me sentir honrada por isso? — Pergunta a Hyuuga com um tom debochado.

— Mas é claro, acha que eu já levei alguma mulher num restaurante sem ter certeza de que me aproveitaria do corpo dela depois? — Ele pergunta com um sorriso convencido no rosto.  

— Pessoas normais fazem isso o tempo todo, um jantar não é um convite e nem uma recompensa de sexo Sasuke. — Ela revira os olhos.

— Pra mim é, e você é a primeira que vai para casa antes das três da manhã.  Ele liga novamente o rádio.

— Ok isso é perseguição né. — Constata ela assim que nota Bad Boy de Bigbang tocando no rádio.

— Está vendo até o rádio sabe, as mulheres gostam dos Bad Boys que só querem uma noite. — Diz ele com um tom convencido.

— Eu quis dizer que é perseguição da rádio comigo, por eu não ter ido ao show e por eles estarem em Hiatus. — Ela revira mais uma vez os olhos com a forma que o moreno tinha de pensar.

— Hahahaha, bem feito pra você Hyuuga. — Ele sorrindo descontroladamente da face de insatisfação da morena.

— Vá para o inferno Uchiha...

— Bom como já está bem tarde e você ainda vai para balada não vou te convidar para entrar Ok. — Ela retira o cinto de segurança já se despedindo.

— Você sempre arruma desculpas para ser mau educada dessa forma, ou só está com medo de ficar a sós comigo? — Pergunta ele arqueando uma das sobrancelhas.

— Não sou mau educada, só pensei no obvio, e não tenho medo de você acabamos de voltar de um restaurante e essa é a terceira vez que entro no seu carro, porque acha que tenho medo de você? — Pergunta ela se virando para encara-lo com o cenho franzido.

— Bom você provavelmente se vestiu assim com a intensão de me deixar louco, mas acabou deixando esse plano de lado, talvez por ver que não seria párea pra mim, ou por só querer amizade mesmo, dadas as circunstancias não tem medo de mim, então acho que só é mau educada mesmo. — Diz ele com um olhar penetrante.

— Você vai subir, tomar um café e sumir do meu apartamento seu bastardo, onde já se viu me chamar de mau educada depois de tudo que me fez. — Indaga ela saindo e batendo com força a porta do carro.

— Hime não fique nervosa, vai querer estragar nossa ótima noite? — Pergunta ele com um tom provocador assim que sai do carro.

— Você me tira do sério Uchiha, esse é seu maior dom, me tirar do sério. — Diz ela andando apressadamente até a portaria de seu prédio.

Um sorriso malicioso brotou em seus lábios quando a morena iniciou sua caminhada visivelmente irritada, tudo estava seguindo pelo caminho que havia planejado, sem nenhuma objeção, sem nenhum contratempo. Aquela seria sua tão esperada noite e se algo desse errado, suas rotas de fuga e o segundo plano já estava traçado...
Não podia negar que aquela situação estava realmente o excitando, nunca precisara de tanto para ter uma mulher, nunca havia tido tanto trabalho com uma única mulher, ela estava sendo a primeira, e de alguma forma sentia que seria inesquecível. A Hyuuga dava muito trabalho, mas não negaria que estava de fato gostando daquela situação, como ele bem sabia, coisas novas e diferentes eram sempre as melhores e sem dúvida alguma, possuir aquele corpo divino seria realmente inesquecível.

O Uchiha a seguiu dando um leve aceno para o porteiro sonolento, entrou no elevador inspirando profundamente o perfume da morena impregnado no pequeno espaço, as portas se fecharam e ele mirou os olhos irritados da Hyuuga pelo reflexo da porta platinada... Aquela era sua segunda deixa, e estava mais do que preparado para a batalha.

— Vai mesmo ficar com raiva? — Pergunta ele ficando de frente para ela.

— Porque não consegue ser uma pessoa normal? Dizer coisas normais e agir como um homem normal? — Pergunta ela emburrada.

— Tudo isso porque te chamei de mau educada? Olha já te disse coisas piores e não ficou tão nervosa assim, então me diga qual é o verdadeiro problema Hyuuga? — Pergunta ele a olhando nos olhos.

— Você é um irritante, esse é o problema, e eu não devia ter saído com você. — Diz ela cruzando os braços e franzido o cenho.

— Tudo bem, você pediu por isso. — Diz ele antes de apertar vários botões de andares diferentes do elevador.

— O que você...

— Calada. — Ele a empurra até que se encostasse no metal gélido. – Eu te dei uma carona, tentei ser legal, te levei num restaurante magnifico, não tentei nada mais que contato visual com você, claro que eu iria me insinuar e te cantar eu não sou um idiota tá legal, você é linda e sim me sinto extremamente atraído por você. — Diz ele com o cenho franzido. — Eu fui um cara legal o jantar inteiro, te deixei até escolher o restaurante e o vinho coisa que eu nunca fiz, não troquei uma música que eu odeio porque disse que a amava e não fui rude em momento algum, daí eu te chamo de mau educada apenas pra te provocar e você age como se tivesse te chamado de vadia, qual é o seu problema Hinata? Pergunta ele a segurando com força pelos ombros desnudos

— Desculpe. — Diz ela extremamente constrangida. — E...eu não devia...

— Olha eu sei que fui um idiota esse tempo todo, que disse coisas horríveis e provavelmente te magoei, sei que te causei um enorme problema, mas eu realmente quero me redimir, eu não sou uma boa pessoa não sou gentil e muito menos me lido com mulheres da forma que lidei com você hoje. — Ele respira fundo antes de prosseguir. — Estou realmente tentando ser um cara legal então se for mesmo me dar uma chance para ser próximo a você, diga antes que eu desista de tentar. — Diz ele a olhando nos olhos com intensidade.

— Só...só não me insulte mais dessa forma, nã...não toque no nome dele e para de me pro...provocar tanto, isso será o suficiente para termos u...uma boa convivência. — Diz ela assustada com a reação repentina do moreno.

— Como posso deixar de provocar você, quando sempre que estamos juntos é o que faz comigo, não negou que se vestiu assim e que tinha intenção de me deixar, louco essa noite, e confesso você conseguiu. — Diz ele a olhando nos olhos — Como posso prometer que não farei mais isso quando meu corpo está em chamas por desejar loucamente você. — Ele desvia os olhos fitando intensamente os lábios avermelhados. — Tem noção de que nunca desejei tanto uma mulher como desejo você nesse instante, tem noção do quanto estou me contendo pra não beijar você agora? Pergunta ele com uma expressão mais dura mas ainda a encarando.

Os olhos dela estavam arregalados, as bochechas avermelhadas e era possível notar a respiração descompassada, ela estava surpresa e abalada, e com toda certeza não sabia o que dizer. As coisas estavam fugindo de seu controle e ele estava sendo sentimental demais, mas parecia estar dando certo. Só mais um pouco e ele a teria, via nos olhos cinzentos que só precisava de mais um pouco.

— Não é de hoje que eu desejo tocar você, e não é só pelo corpo maravilhoso que tem. — Diz ele aproximando seu rosto do dela. — Você me intriga, me provoca e tem o dom de me afrontar e ninguém nunca fez isso, tem noção do quão excitante isso é pra mim? Pergunta ele roçando o nariz na bochecha avermelhada. — Quero você Hinata, quero muito você. — Ele sussurra antes de acabar com a distância entre os lábios.

Foi inexplicável. Seu coração deu uma única batida ensurdecedora, uma única piscada ligeiramente rápida e os lábios dele tocaram os seus com pressa. Estava nervosa, ansiosa e extremamente entregue. Foi inevitável não entreabrir os lábios quando a língua quente e experiente passou sobre seus lábios, a língua dele era ágil, rápida, desesperada e enlouquecedora.
Sentia o corpo grande e musculoso prensar com força o seu contra o metal gelado da parede do elevador, sentia suas pernas tremerem e algo dentro de si se agitar. Uma das mãos dele apertava sua cintura a levando com ainda mais força para o corpo dele, e a outra estava entre sua nuca e os cabelos soltos, um arrepio percorreu seu corpo quando ele mordeu seu lábio inferior antes de voltar a língua para sua boca.
O gosto de vinho misturado com o doce da sobremesa era realmente delicioso, e mesmo que não fosse a cara dele gostar de coisas doces aquilo combinava perfeitamente com os lábios macios. Não sabia explicar o porquê de não querer o empurrar e muito menos o porquê de seu coração estar tão acelerado, mas sabia exatamente o porquê de estar o apertando tão forte. O membro dele criara vida e roçava em sua barriga, sua calcinha tornava-se um pouco mais molhada a cada segundo, seu ventre queimava e sim ela o desejava intensamente naquele momento...
Era loucura, sabia que era, eles não se davam bem e isso dificilmente mudaria, sabia que era apenas algo carnal, e que estaria naquelas condições com qualquer outro homem, então porque seu interior gritava para se entregar para ele. Quando o ar faltou o ritmo de suas línguas diminuíram, o aperto nos braços musculosos se tornara fracos e seu coração já voltava ao ritmo costumeiro, mas o desejo que sentia por mais daquilo estava a enlouquecendo. Precisava transar, precisava mais do que nunca transar, mas não com ele, com ele nunca.

As bocas continuavam próximas, as respirações descompassadas se misturavam pela aproximação, os corpos ainda colados e extremamente quentes, os olhos ainda fechados demonstravam o quão desesperador e intenso o beijo havia sido.

— A...Acho melhor ir embora. — Diz ela ainda com os olhos fechados.

— Tem certeza? — Pergunta ele com a voz baixa enquanto abria lentamente os olhos.

— Sim... Eu tenho. — Diz ela ainda tentando regular sua respiração.

— Tudo bem.  —Diz ele admirando por alguns instantes a feição indecisa e vermelha da morena.

Antes que pudessem dizer mais alguma coisa a porta se abriu, e mesmo sem ver em que andar estava a Hyuuga saiu do elevador sem olhar para trás, não permitiu que ele a seguisse e nem dissesse alguma coisa, apenas o deu as costas e andou apressada até a porta que dava entrada para as escadas do prédio. Sasuke ainda se mantinha estático no mesmo lugar, as portas se fecharam e ele ainda não sabia o que fazer, se martirizava por  não tê-la a impedido de sair daquele maldito elevador...

Apertou o botão para o elevador voltar para o térreo notando que só haviam chegado ao segundo andar e suspirou pesadamente. O que diabos havia acontecido ali? Porque havia sentido coisas estranhas? Porque sentia um desejo descontrolado de ir atrás dela e implorar para que ela fosse sua aquela noite? Aquilo estava o assustando, aquilo definitivamente não era normal, principalmente o fato de ter sido realmente sincero quando disse aquelas coisas, não era aquele seu plano, não era aquilo que ele devia ter feito. Onde infernos estava com a cabeça ao confessar que ela realmente estava o enlouquecendo, e que o jeito que tinha o excitava ao extremo.

— Mais que porra. — Brada ele extremamente irritado.

O elevador se abriu e sem nem ao menos desviar o olhar de seu carro ainda parado em frente ao portão ele seguiu, sua mente estava um turbilhão, seu membro ainda pulsava descontroladamente por desejo. Entrou em seu carro inspirando profundamente o perfume floral e suave, olhou uma última vez para o elevador na recepção e partiu rapidamente do local. Sua mente parecia querer enlouquece-lo muito mais do que aquela Hyuuga, o gosto doce dos lábios dela ainda estavam presente em sua boca, e mesmo tendo odiado doces a vida inteira aquele não o desagradou nem um pouco.
Seu membro ainda estava rijo, e um ódio sobrenatural tomava conta de seu corpo, aquela maluca havia simplesmente fugido, o dado as costas como se ele nem estivesse ali e isso nem uma mulher fazia. Sabia que estava vermelho, pois suas veias pulsavam pelo nervosismo, apertava fortemente o volante enquanto aumentava gradativamente a velocidade do carro sem se importar com as multas que provavelmente levaria, aquilo não ficaria assim, aquilo definitivamente não havia acabado, aquela maldita iria pagar muito caro por deixa-lo daquele jeito.

— Vai pagar por isso Hyuuga, isso é uma promessa. — Diz ele aumentando ainda mais a velocidade.

Precisava urgentemente de uma bebida forte e de alguma vadia para chupar seu pau e aliviar toda aquela tenção que se fazia presente a mais de quinze minutos. Dirigia rapidamente pelas ruas quase desertas da cidade, precisava de um pouco de adrenalina para acalmar seus ânimos, precisava de alguma coisa para invadir completamente sua mente e faze-lo esquecer, que não só havia levado um fora mas que também havia sentido e feito coisas estranhas demais para ele. Seu celular vibrou e ele aproveitou o farou vermelho para atender o perdedor.

— O que quer? — Pergunta ele com um tom irritado.

— Boate, mulheres, Open Bar, Dj dos bons. — Diz alegremente a voz do outro lado da linha.

— Estou indo, fala o endereço. — Diz ele com uma expressão divertida...

Era exatamente aquilo que ele estava precisando, desde que chegara naquela maldita cidade não havia feito o que fazia de melhor. Passar a noite inteira bebendo e curtindo, para no final sair com não menos que uma mulher exuberante. Era daquilo que ele realmente precisava, e não seria uma maldita e teimosa Hyuuga que dominaria sua mente e o impediria de fazer o que ele sempre fez em sua vida, curtir e aproveitar o melhor de ser rico, lindo e irresistível...