História Acasos do Destino - Capítulo 12

Percy POV

Se eu devia ter dito aquilo? Não sei, apenas saí depressa para ela não ver o meu rosto vermelho e envergonhado. Agora estou terminando de colocar a lasanha na travessa, o cheiro ficou bom e o molho estava com um gosto agradável. Minha irmã veio falar comigo na cozinha do salão depois de alguns minutos.

- Oi, e aí como ficou? – perguntou Lucy olhando para mim. Seus olhos na travessa que estava na minha mão.

- Acho que ficou boa – disse. Ela me olhou cética e não fez nenhum comentário, apesar de saber que se fizesse ela iria me zoar, ou algo assim.

Conversamos um pouco e eu contei o que eu disse à Annabeth. Ela sorriu de lado fazendo meu rosto corar. Me virei colocando mais um pouco do molho na lasanha e esperei sua resposta sem olhá-la.

- Percy você foi educado, não têm nada demais em dizer que ela estava linda, e sim se você dissesse que ela está gostosa. Isso seria muito cafajeste da sua parte – disse rindo, acabei rindo com ela.

- Para, não diga isso, eu nunca disse isso pra ninguém – disse fingindo seriedade, mas não funcionou. Ela deu uma risada leve e olhou pra mim sorrindo com sinceridade.

- Eu sei que não, só estava zoando com a sua cara, você sabe que eu não gosto de briga – disse olhando pra mim, sorri.

Minha irmã geralmente é calma. A gente brigava muito antes (acredite, nós éramos pior que a Thalia e Jason), mas uma situação nos uniu e a gente, agora, não briga mais, algumas zoações, porém nada mais. Acho que depois do que aconteceu, eu não poderia brigar com ela por motivos como os de antes.

Nós já brigamos por motivos tão imbecis que me pergunto o que passava na minha cabeça naquela época.

Lucy POV

Na hora em que o Justin chegou eu comecei a ficar nervosa. Ele estava tão lindo com uma camiseta vermelha que combinava com seus olhos, calça jeans surrada e tênis. Seu efeito sobre mim me assusta, ele me deixa nervosa e ansiosa, mas eu gosto de estar perto dele, de conversar com ele.

Depois de ajudar meu irmão com a lasanha e com as outras coisas fui comer com o Will e o Nico em uma mesa.

- Você não falou comigo quando eu cheguei – disse o Will para o meu primo. Sorri um pouco com isso.

- Se quiserem eu posso ir para outra mesa – disse sincera – eu, sinceramente, não sirvo para ficar de vela – sorri no final fazendo o Nico corar e fazer um bico pra mim.

- Senta aí logo – ele disse um pouco irritado. Apertei uma de suas bochechas levemente.

- Você fica muito bonitinho quando está irritado – ele aumentou o bico e enfiou um pedaço de lasanha na boca.

- Não fico não – disse emburrado. Dei um sorrisinho.

- Fica sim, o Will concorda comigo, não é? – perguntei ao louro que sorriu preparando algum comentário.

- Ah Lucy, você sabe que eu acho ele bonitinho de qualquer jeito, mas quando está irritado só o deixa mais adorável – ele disse e em seguida fez uma careta.

- Cala boca – disse o Nico bravo, mas sorrindo um pouco.

- Fantasminha, não precisa me bater eu sei que me ama – disse o Will sorrindo. O Nico corou ainda mais, enquanto eu comia já ao lado do louro e esperava a sua resposta.

- Fica quieto idiota – seu rosto totalmente vermelho. Senti algo embaixo da mesa e o Nico, em seguida, foi puxado pra mais perto – me solta raio de sol ambulante.

- Tudo bem, mas só por enquanto – disse o louro sorrindo mais abertamente. Percebi que o Nico não negou que o amava. Bem, isso já é um começo. Ficamos conversando durante um tempo, antes de acabar de comer eu fui sentar perto da Caly deixando os dois sozinhos.

- O Justin não para de olhar pra você – disse ela baixo, olhei em sua direção e ele realmente estava me olhando, comecei a ficar vermelha.

Qual é o meu problema? Eu o conheço a muito pouco tempo. Sou uma idiota que não sabe como é se apaixonar.

- É talvez – disse para a Caly tentando disfarçar meu rosto – o Valdez também está te olhando – disse terminando de comer e limpando a minha boca.

- É talvez – disse ela meio vermelha. Não acredito, ela está afim dele.

- Você gostou dele? – perguntei sorrindo e surpresa. A olhei feliz esperando o que iria dizer, ou se tentaria me enganar.

- Sim, quer dizer um pouco, quer dizer... – ela começou a se enrolar, então a interrompi.

- Okay, já entendi você está afim dele, mas quanto? – perguntei interessada. Ela namorou meu irmão, mas não era realmente apaixonada por ele, eles deram certo por um tempo, mas não conseguiam se amar como um casal de namorados.

- Sei lá, é diferente do que eu senti pelo meu primeiro namorado e pelo Percy, eu não sei se gosto de sensações novas, elas me deixam confusas – disse suspirando.

- Esse tipo de amor é uma coisa nova, que pode ser bom ou ruim. Amor de amigo não muda tão facilmente, a não ser, é claro, que um dos dois seja falso. Amor entre pessoas em uma família nunca acaba, mas esse outro tipo de amor pode confundir bastante ou ser a melhor sensação do mundo. Sei lá, não sou boa em conselhos, porém, caso você goste dele – fiz uma breve pausa – tente, pode dar certo, sempre estarei do seu lado independente de sua decisão, afinal eu sou sua melhor amiga – disse sendo sincera. Ela sorriu pra mim.

- Para agora! – ela fingiu estar brava – Assim você me faz chorar, sua boba – disse rindo – também sempre estarei do seu lado amiga – disse a mim dando-me um abraço.

- Sempre, então depois você fala com ele e se aproxima - disse sorrindo um pouco divertida.

- Digo o mesmo em relação a ele – disse se referindo ao Justin e rebatendo o que eu disse – eu percebi que você está gostando dele.

- Okay, depois a gente resolve essa história de casais, parece que tá rolando um clima entre muita gente – disse sorrindo corada.

Depois de comer a Caly resolveu ligar a música, o Nico ajudou no som. Então ela me puxou para a pista de dança e chamou o Percy e o Jason pro meio também, afinal os outros ainda estavam meio envergonhados.

A Thalia se juntou a nós assim como o Luke, dançando animadamente. A Piper puxou a Annabeth e logo todos estavam dançando, menos o Nico e o Will que ficaram no som. Depois de umas três músicas a Annabeth pediu pro Nico colocar uma música mais animada que as outras.

- Você sabe algum passo de líder de torcida? A Piper gosta bastante disso – perguntou. Sorri chamando a minha amiga com a mão.

- Sei, a Caly e eu éramos líderes de torcida o ano passado, ficamos uns dois meses, mas eu ainda lembro de alguns poucos passos – disse sorrindo para ela, que retribuiu.

Pedi para a Caly me ajudar a elevar a Piper no salto. Ela subiu nos nossos ombros e depois pulou no chão perfeitamente dando uma cambalhota. Todo mundo bateu palmas e a Piper ficou vermelha sorrindo de lado.

O Beckendorf e a Silena dançaram uma música sincronizada e ensaiada, todo mundo aplaudiu os zoando. O Chris chamou a Clarisse para dançar na frente de todo mundo.

- Clarisse quer dançar? – perguntou ele a ela.

- Não sei se quero – disse ela fazendo pouco caso.

- Eu posso chamar outra garota – disse ele com um sorrisinho.

- Faz isso e eu te castro, garoto – disse irritada e foi dançar com ele. A Thalia, principalmente, começou a rir jogando a cabeça pra trás.

Will POV

O Nico é muito teimoso, mas por ele eu espero o tempo que for preciso. Chamei a Lucy pra dançar quando começou uma música mais lenta e que possibilitaria que conversássemos.

- Lucy, quer dançar? – perguntei, ela assentiu pegando a minha mão. Fomos até a pista e eu a puxei para perto de mim dançando calmamente.

- Eu sei que você quer falar do Nico, e saiba que eu vou tentar te ajudar, mas vou dizendo que ele é teimoso, acho que é de família – disse perto do meu ouvido me fazendo rir.

- Nossa, eu não posso querer apenas dançar com uma amiga – disse indignado, ela riu – é, você acertou, mas pelo Nico eu espero o tempo que for preciso para ele se aceitar e me aceitar – disse em seu ouvido. Sabia que ela também sorria.

- Eu sei – ela fez uma pausa e depois soltou uma risada – nossa, eu tenho o que toda garota quer, um amigo gay – disse rindo – eu espero que você o convença, sei que gosta dele, e eu aprovo vocês – disse na brincadeira.

- Claro que gosto, e parece que um certo garoto de olhos avermelhados também gosta de alguém não é senhorita Lucy? – disse sorrindo, ela ficou vermelha com isso, dei uma risadinha – você gosta dele – afirmei rindo.

- Meus deuses, tá tão na cara assim? – disse ela ainda vermelha. Sorri um pouco divertido. Não era sempre que víamos a Lucy vermelha e isso era bom pra zoar.

- Um pouco, mas pensa pelo lado bom, ele não para de olhar para gente o que mostra que ele está gostando de você – disse nos rodopiando, ela riu – ele deve estar com ciúmes, se eu não fosse gay e gostasse do Nico eu mesmo daria em cima de você – disse, ela me olhou reprovadora – eu disse se.

- Se não fosse esses dois motivos eu não seria tão próxima de você – disse ela, depois de um tempo a música acabou e a gente se separou.

Fui pra perto do Nico e ele me olhou reprovando o que eu fiz.

- Ele vai achar que vocês dois têm alguma coisa, isso não é nada bom – disse negando com a cabeça e apontando discretamente pro moreno de olhos avermelhados.

- Se você me desse uma chance ele nem teria como pensar nisso – sorri a ele que corou. Me aproximei dele e dei-lhe um selinho rápido.

- Não faz isso – ele disse vermelho. Eu vivia roubando selinhos dele, mas mesmo que reclamasse ele nunca me afastou.

- Então vem comigo – o puxei até a cozinha. Fechei a porta e o prensei contra a mesma – me diz que não gosta disso, diz que não gosta nem um pouco de mim, que eu te deixo em paz – olhei em seus olhos.

- Eu não posso dizer que não, mas não posso dizer que sim – ele disse envergonhado. Sorri.

- Até lá eu espero – disse dando um beijo singelo em seus lábios, logo ele abraçou meu pescoço correspondendo. Já não era um beijo calmo, quando nos separamos ele me olhou como se não acreditasse no que tinha feito e saiu da cozinha apressado. Eu sorri bobamente.

Você ainda vai admitir que gosta de mim Nico. Porque se não gostasse não teria me beijado, e eu não vou desistir meu fantasminha, não desistirei de você.

Lucy POV

Eu não acredito que está tão na cara que eu gosto dele, será que ele ficou com ciúmes? Não era minha intenção, não quero que ele ache que estou brincando com ele. Eu fui sincera até agora, e realmente acho que estou me apaixonando pelo Justin.

Mas que droga eu conheço ele há uma semana!

A Thalia veio falar comigo e me tirou de meus devaneios sobre o moreno que está rondando a minha mente.

- Ele queria saber do Nico, não é? – perguntou chegando perto. Ela estava se referindo ao Will, sorri um pouco.

- Sim e eu quero ajudá-lo, mas sem força muito com o Nico, ele não gosta, mas merece ser feliz – disse sendo sincera.

- Se antes eu tinha dúvidas agora eu tenho certeza que o Justin gosta de você e você dele – disse ela sorrindo, fiquei vermelha de novo.

- Mas que merda todo mundo está percebendo, e eu acho que vocês estão exagerando, ele não gosta de mim – disse ainda vermelha. Não neguei que gosto dele, porque eu nem sei se isso é verdade.

- Claro que sim, ele parecia com muito ciúmes de você, e apesar de eu saber que ele é rico ele está fazendo a mesma coisa que a gente, se escondendo da fama, eu acho que vocês deviam conversar – disse minha prima.

- E você devia falar com o Luke, ele parece realmente gostar de você – disse sorrindo sincera, ela ficou vermelha.

- É complicado – disse – a gente fala disso depois.

Ri e fui até a cozinha pegar a sobremesa na geladeira. O Justin apareceu um pouco depois sorrindo na porta.

- Oi, quer ajuda? – perguntou olhando para a minha mão.

- Claro, eu agradeceria – disse sorrindo tímida, ele veio me ajudar com as bandejas.

- Você que fez? – perguntou ao meu lado. Sua respiração
perto do meu rosto.

- O mousse e os brownies, sim – disse olhando para seus olhos avermelhados.

Por quê tão lindo? Por quê mexe tanto comigo? Por quê?

- Eu gosto da vida que vocês levam, quer dizer a fama enche o saco e essa vida "simples" é ótima – disse fazendo aspas com os dedos e me ajudando com as bandejas, levando para mesa ao lado de fora, depois que acabamos fomos conversar em um canto.

- Então, me diz sobre a sua família, Mãe? Pai? Namorada? – perguntei. Estar perto dele fazia meu coração bater mais rápido que o normal. Ele parecia tão tranquilo, ou será que é impressão minha?

- Minha mãe é ótima, sempre me criou com muito amor, meu pai eu não conheci e nunca tive uma namorada – disse ele meio vermelho, o quê? Ele nunca namorou? O que isso queria dizer?

- Você não sabe nada do seu pai? – perguntei, assunto menos complicado e vergonhoso. Sinceramente flertar não era o meu forte.

- Não, pelo que eu entendi ele ficou com a minha mãe uma vez e depois foi embora, é por isso que eu não gosto de holofotes, eu não sei se meu pai só se aproximou da minha mãe porque ela era "inalcançável", uma mulher independente – disse ele um pouco corado. Não sabia bem o que dizer, nunca passei por uma situação assim, afinal meus pais se amam muito.

- Você não gosta de falar sobre isso? – perguntei, não queria força-lo, parecia um assunto delicado.

As pessoas falam que eu sou boa com palavras. Eu não acredito muito nisso. Eu estava parecendo uma idiota nesse momento.

- Sei lá, eu senti falta de um pai, e apesar de você saber quem eu sou não parece se importar e eu gosto disso, aprendi a confiar – disse sincero.

Okay agora eu fiquei corada. Qual é o meu problema? Não sei, nunca me senti desse jeito. É normal se sentir assim perto de uma pessoa que você gosta? Corando e se envergonhando a todo instante?

- Eu também confio em você, eu, meu irmão e meus primos estamos numa situação parecida, e você parece não se importar de onde a gente veio ou quem são nossos pais – disse sincera. Talvez nós possamos ser amigos, se eu não disser nenhuma besteira ou algo que me faça parecer idiota já está valendo.