História Acasos do Destino - Capítulo 21

Jason POV

Estou muito ansioso, acho que essa seria a palavra certa pra me definir hoje. Minhas mãos estão suando e eu sinto um frio na barriga só de pensar que eu vou sair com a Piper a noite. Eu decidi leva-la a um planetário e depois vamos comer em algum lugar. Não sei nem se ela gosta de estrelas e tal, mas resolvi arriscar.

Fica claro que a Thalia me zoou muito comigo desde que contei que ia sair com a Piper, ela até apertou a minha bochecha como se estivesse muito orgulhosa de mim. Já o Justin me incentivou (ele tinha se tornado um grande amigo), agora eu entendo como a Lucy se sente com a Calipso. É tipo, não precisar esconder quem você é e não ser julgado. Nós ainda não contamos porque queremos que eles se tornem mais próximos e nos entenda.

Voltando, o Justin me ajudou a decidir onde levar a Piper, disse que achava bom que eu fosse eu mesmo. Claro que mencionou o fato de não ser bons em conselhos, mas é isso que amigos fazem. Mesmo não sabendo se vai dar certo, ele te ajuda e apoia.

Ele acabou soltando que nunca namorou, o que eu realmente estranhei, quer dizer ele não parece ser o tipo de garoto que “fica”, parece ser o tipo de cara que namora sério quando gosta de alguém. Resolvi deixar isso de lado.

Durante todo o dia eu fiquei pensando nesse encontro, nem com a Reyna, que foi a minha primeira e única namorada, eu estive tão nervoso. Não sei se isso é um sinal bom ou ruim.

Quando cheguei em casa fui tomar um banho pra ver se conseguia relaxar um pouco, mas não ajudou muito. Eu estava vestindo uma camisa roxa, uma calça jeans escura e um tênis tipo All Star.

Antes de buscar a Piper, decidi que seria bom comprar flores, então passei em uma floricultura. As flores eram delicadas e bonitas. Quando cheguei em frente a sua casa (e da Annabeth), ela estava na janela e acenou pra mim, desaparecendo em seguida. Saí do carro e a esperei perto da porta. Ela sorriu pra mim quando saiu de casa.

Segurei sua mão e sorri. Piper estava simplesmente linda, ela usava uma saia rodada até acima dos joelhos, uma blusa regata e sapatilhas. Abri a porta do carro pra ela, que agradeceu.

- Aonde vamos? – perguntou sorrindo e curiosa.

- Bem, eu queria te levar a um planetário – sorrio de canto – depois podemos comer alguma coisa em outro lugar – respondo tentando parecer descontraído.

- Sério? Eu gostei da ideia. Deve ser incrível ir a um planetário – diz parecendo animada.

Nós chegamos ao local, que não estava muito cheio e conseguimos ver bastante constelações. A única coisa que iluminava o local eram as estrelas e ela ficava linda ali.

- Vem – ela me puxou pela mão e me levou pra ver a constelação das três irmãs. Percebi que ainda estávamos de mãos dadas, mas eu não pretendia soltá-la, estava bom.

Nós vimos a constelação de gêmeos, de capricórnio, algumas que eu não sabia o nome e vimos uma chuva de meteoro. Sim, uma chuva de meteoros linda e deslumbrante. Elas riscavam o céu e eu lembrei da história sobre as estrelas cadentes. Sobre fazer um pedido e eu resolvi pedir que pudesse ser feliz.

Eu a abracei e ela se aconchegou em meu peito olhando para chuva brilhante.

- São lindas – disse sorrindo impressionada.

- São tão lindas quanto você – eu simplesmente soltei isso. Era pra ser apenas um pensamento, mas não me arrependi, pois era a mais pura verdade.

Ela se virou pra mim com um sorriso singelo. Acariciou meu rosto enquanto olhava em meus olhos, eu sentia como se ela pudesse me ver por inteiro, dentro da minha alma. Seguro sua cintura com as minhas duas mãos e aproximo meu rosto do dela selando nossos lábios. Fecho os olhos apreciando a sensação de ter sua boca na minha.

Piper levou as mãos até meu pescoço e correspondeu ao meu beijo e parecia que era o meu primeiro beijo. As sensações, os toques, a respiração, tudo era novo, era diferente. E o que eu senti pela Reyna, tudo que eu senti por ela nem se comparava com isso que estava sentindo nesse momento com a Piper. Meu nervosismo, por um momento, desapareceu. Quando nos separamos estávamos ofegantes, mas tinha valido a pena. Meu coração batia muito rápido e minha cabeça girava com o que tinha acontecido. Involuntariamente eu sorri.

- Isso foi... – ela começou a dizer.

- Incrível – completei. Ela sorriu me beijando de novo.

- E como ficaremos agora? – pergunta de olhos fechados e a cabeça em meu ombro.

- Namorados? – pergunto incerto e agradeço por ela estar de olhos fechados, assim ela não vê meu rosto vermelho. Ela apenas me beijou, um beijo que tirou o restante do meu fôlego.

- Acho que isso responde sua pergunta – diz.

- Acho que sim – a abraço me sentindo feliz – onde quer ir comer?

- Bem, eu não como carne, então, por favor, nada de churrascaria – diz com um biquinho fofo, rio e dou selinho em seus lábios.

- Pizza? – perguntei.

- Pizza – afirma.

Depois que comemos e conversamos bastante, eu a levei pra sua casa. Quando ela ia sair do carro, ela se virou pra mim e sorriu de lado.

- Eu estou muito feliz Jay – ela disse colocando a mão no meu rosto e olhando nos meus olhos – eu gosto de como você me trata, como se preocupa e sei que você é incrível. Sempre fui uma garota que não dava muita moral pra qualquer um, mas você não é assim. Você se preocupa, é amigo, irmão, é... bom. Eu gosto muito de você – e então ela me beijou. Meiga e carinhosa.

- Obrigado – digo sem graça. Acabo me lembrando das flores, me virei e peguei-as no banco traseiro – desculpa, acho que eu estava tão nervoso que esqueci. Espero que goste – dei a ela o buquê fazendo com que sorrisse.

- Você só deixou isso mais perfeito, Jay. Elas são lindas – ela me beijou no rosto e saiu do carro.

Eu fiquei olhando até ela entrar na sua casa. Depois vou pra minha casa e tento não sorrir.

Piper POV

O Jason tinha sido tão romântico e fofo comigo que eu não pude deixar de ficar pensando nele durante um bom tempo. Namorar com ele parecia um sonho, ele era tão lindo e... perfeito? Suspiro sem saber como descrevo o que eu sinto com ele, não é nada do que eu já senti com outros garotos.

Nunca fui o tipo de garota boa moça, sentia que o Jason era mais certinho que eu, mas com ele eu queria ser fofa e meiga. Eu sempre gostei de juntar casais, de vê-los ficando juntos como naqueles filmes. No entanto, eu particularmente nunca senti essa necessidade de namorar, porque eu nunca gostei de alguém como gosto dele.

Eu só esperava não me magoar, pois sei como isso pode acabar com alguém. Annabeth já sofreu com isso, mas eu sei que o Percy não é assim.

Falando na minha amiga irritante, quando eu cheguei ela praticamente me interrogou. Afinal moramos juntas, como eu disse eu morava com a minha irmã, mas ela namora e tal... E meus pais, bem, eles são casados e são famosos. Tristan e Afrodite McLean, o ator e a estilista, o casal vinte e meus pais.

Silena tinha nascido antes dos dois casarem, minha mãe tinha ficado com o pai dela uma vez e acabou engravidando. Nós mantínhamos o contato quando possível, já que meus pais viviam viajando. Apenas Annabeth sabia sobre isso, porque entendia que isso era um assunto complicado pra mim. Eu queria que eles pudessem ter mais tempo pra mim.

Meus pais sempre me deixaram por fora das mídias pra me proteger, mas isso acabou nos afastando um pouco. Eu sei que eles me amam, mas não tem como afastar a fama de qualquer forma. Sempre odiei pessoas ricas, porque a maioria se acha os maiorais sendo que não são. Adoram paparazzi e atenção, isso me irrita.

Jason POV

Eu estava feliz, radiante. Namoro, a tanto tempo que não cogito essa ideia e agora aqui estou eu namorando uma garota incrível. Não exatamente um pedido, mas mesmo assim era incrível. Quando cheguei em casa pensei em contar pra Thalia o que tinha acontecido, mas resolvi deixar isso pra depois, já que ela estava dormindo.

Pego meu celular e começo a trocar mensagens com a minha prima.

Eu: Olá.

Lucy: Como foi o encontro? – direta, sempre direta. Eu gosto disso.

Eu: Foi ótimo, estamos juntos (namorando) – sorrio com o pensamento.

Lucy: Que bom, fico feliz Jay-jay – dou uma risadinha ao ler isso – não quero te ver sofrer de novo – suspiro.

Eu: Acho que isso não vai acontecer.

Lucy: Eu sei, cuide bem dela Jay.

Eu: Vou sim.

Lucy: Boa noite então.

Eu: Boa noite.

Adormeci com o pensamento que dessa vez eu faria tudo pra que desse certo. Quando acordei ouvi a Thalia resmungando ao telefone.

- Okay Bia. Eu aceito, é claro. Só que eu odeio vestidos – ela suspira ao telefone – eu aviso sim... entendi... falaremos a verdade... não hoje... tchau – ela desligou o celular e o jogou no sofá.

- Aconteceu algo? – pergunto curioso e no fundo preocupado que tenha acontecido algo.

- A Bia vai casar em julho – diz se sentando no sofá.

- Que bom – digo feliz pela minha prima.

- Você sabe o que isso quer dizer? – pergunta.

- Contar sobre nós – é claro que eu sabia.

Nós nunca contamos por causa do Percy e da Lucy. Ser “famosos” era como um lembrete pra tudo que aconteceu. Doía.

- Isso me preocupa, eu odeio que as pessoas possam saber da gente apenas entrando na internet – só concordo.

- Eu sei, mas daremos um jeito. Além que agora que eu estou namorando a Piper, ela provavelmente vai descobrir mais cedo ou... – sou interrompido.

- Namorando? – pergunta surpresa e depois assenti – Okay, vê se não faz besteira dessa vez – sorrio.

- Okay, maninha. Dessa vez não farei nada de estúpido – ela assente.

- Temos que avisar o Percy e a Lucy sobre o casamento, caso não saibam. Eles serão padrinhos também – ela suspira – isso vai ser cansativo.

- Com certeza vai, ou você não conhece a família Olympus? – pergunto sarcástico e ela sorri negando com a cabeça.

- Eu sei que vai – diz num suspiro – só faço isso pela Bia, porque eu odeio esse tipo de evento – concordo.

Nos arrumamos para ir para o colégio. Meus primos já sabiam do casamento e estavam felizes pela nossa prima também. Frank seria padrinho com a Hazel, apenas ele não sabia ainda.

Logo que chegamos, a Piper assim que me viu correu para me abraçar. Eu sorri a pegando nos braços.

- Oi – disse.

- Oi Pipes – sorri e dei um selinho nela.

- Own! Que fofos – Hazel disse abraçada ao Frank e sorrindo pra gente.

Demos risada da animação da minha prima. Piper corou um pouco, mas sorria. Nossos amigos sorriram para gente nos parabenizando silenciosamente.

Thalia me olhou e disse apenas movendo os lábios “Preciso falar com você”, apenas concordo com a cabeça. Me separo de Piper dizendo que volto logo e vou até um canto com a Thalia.

- Que foi? – pergunto confuso com sua expressão. Ela parece preocupada.

- Bom, o casamento vai ter como padrinhos os nossos primos e a gente. E como a Hazel vai com Frank, eu vou com o Percy e a Lucy com o Nico, então a Bia perguntou se você não pode chamar alguém para ser madrinha com você – diz me fazendo pensar. Okay, talvez não fosse tão ruim assim. Suspiro.

- Vou ver com a Piper se ela quer ir ao casamento. Diga a Bia que depois eu aviso se ela aceitou ou não – digo simplesmente.

Fomos para a aula e eu fiquei pensando. Eu não precisava falar para a Piper sobre a minha família ainda, apenas convidá-la para o casamento da Bia. Acho que assim seria mais fácil, pelo menos por enquanto.

Piper me abraçou por trás enquanto andávamos pelos corredores. Ela sorriu pra mim de forma meiga e eu sorri de volta.

- O que aconteceu?

- Nada, só, você que ir a um casamento comigo? – ela me dá um beijo concordando.

- Claro, meu amor – eu sorrio com isso e passo meu braço pela sua cintura. Caminhamos até cada um estar em sua sala. Ela se despede de mim com um selinho que me deixou bobo. Eu estava muito apaixonado e esperava que essa fase não passasse, gostava de me sentir assim.

Leo POV

Era aula de Física agora e como eu só conhecia a Calipso na sala, ela se ofereceu para ser minha dupla. Então estávamos os dois prestando atenção no professor que estava falando sobre a propagação de alguma coisa. Eu tentava não pensar que ela estava a centímetros de mim, ou que às vezes ela colocava o cabelo atrás da orelha. Eu me esforçava para não virar o pescoço e ficar apenas a admirando.

A verdade era que não estava prestando atenção coisa nenhuma, só estava fingindo mesmo. Eu só agradecia porque, modéstia a parte, eu era muito bom nessa matéria, que aliás era a minha favorita. Se não fosse por isso, eu estaria muito ferrado esse ano.

Meu sonho era de me tornar um engenheiro mecânico, por isso tinha um pequeno fascínio por peças e coisas do tipo. Na real, isso era a única coisa que eu conseguia ficar olhando por mais de uma hora. Assim como meu irmão, eu tinha facilidade em Física e Matemática, o que era muito bom, já que o cheiro da Calipso não deixava com que me concentrasse.

- Leo, você ouviu alguma coisa que o professor falou? – pergunta Calipso olhando pra mim com um sorriso contido.

- Ah, claro. Eu ouvi tudo – digo meio perdido, ela ri. Sua risada eram música para os meus ouvidos, era melodiosa.

- Okay então, vou fingir que acredito em você – disse risonha e me fazendo corar.

Voltamos a prestar atenção na aula, ou pelo menos eu fingi que estava prestando atenção em alguma coisa, além da garota ao meu lado.

- Leo? – ela me chama – está certo? – aponta para o caderno.

- Hum – olho o exercício – Não – pego seu lápis e arrumo o que está errado.

- Obrigada – agradece.

- Não há de quer – disse tentando não corar, o que é meio impossível porque em seguida ela me dá um beijo no rosto.

Ao fim da aula ela me para antes de sairmos para ir a outra aula. Ela abaixa a cabeça meio envergonhada, mas tem um pequeno sorriso nos lábios.

- Leo – me chama com aquela voz aveludada.

- Sim, flor do dia – não me pergunte o motivo se eu chamá-la assim, só achei que combinava com ela.

- Você pode me ajudar em Física? – pergunta e eu concordo. Se ela precisava da minha ajuda, eu ajudaria.

- Claro que sim, flor – respondo. Ela sorri me dando um abraço demorado.

- Obrigada – ela me beija na bochecha e depois se solta de mim indo até sua próxima aula. Fico ali durante alguns segundos como idiota, depois acordo e me dirijo a minha próxima aula