História Acasos do Destino - Capítulo 39

Justin POV

O casamento estava lindo e minha namorada estava maravilhosa naquele vestido vermelho. Me viro para ela e sorrio lhe dando um selinho. Entrelaço meus dedos com os dela e acaricio sua mão com o meu polegar.

- Você está linda – digo sincero. Ela sorri constrangida.

- Obrigada – responde.

Vejo minha mãe se aproximar da gente com um sorriso, por causa do casamento e da correria, ela ainda não tinha conhecido Lucy.

- Filho – ela me cumprimenta e se vira pra minha namorada
– Você deve ser a namorada do Justin, é um prazer conhecê-la.

- O prazer é meu – responde e eu sorrio.

- O casamento está lindo – diz minha mãe e Lucy sorri.
- Bia estava ansiosa, mas correu tudo bem – diz olhando para a noiva mais a frente.

Ela e o noivo estavam cortando o bolo e sorriam muito felizes. Por um momento pensei em mim e a Lucy casando, isso me fez sorrir um pouco idiota. Talvez daqui alguns anos. Depois balanço a cabeça tirando essa ideia da mente, ainda é muito cedo pra isso.

Minha mãe e Lucy conversavam ao meu lado e eu estava fora do ar, por causa de minhas fantasias futuristas.

- Vou falar com sua mãe – diz minha mãe à Lucy e depois saí de perto.

- Sua mãe é legal – diz Lucy ao meu lado.

- Ela é sim – tento não ficar melancólico com isso. Eu ainda sentia muita falta da minha avó – cadê os outros? – mudo de assunto.

- Acho que estão tirando fotos – diz.

***

Estávamos de volta a casa de Zeus, apenas com as pessoas mais próximas. Como uma festa particular. Os familiares e amigos, apenas. Eu e Lucy ficáramos a festa inteira juntos, já que tinha tanta gente que estávamos quase nos perdendo.

Como agora era uma coisa mais casual, todos resolveram trocar as roupas. Visto que eu não levei troca de roupa, acabei pegando uma roupa do Jason. O louro tinha mais ou menos o mesmo tamanho que eu, o que foi bom.

Então lá estava eu, ao invés de terno e gravata eu estava com uma calça jeans branca e uma blusa polo preta. Todos pareciam mais confortáveis agora.

Eu conversava com Jason enquanto os adultos estavam em um canto. Vejo que Bryan e Bianca aparecem e Jason me cutuca no braço.

- Isso vai ser bom – faço uma expressão confusa.

- Pai – chama Bianca.

Ela estava sorrindo e sua expressão era de pura alegria, mas me sentia curioso pra saber o que ela queria dizer ao pai, ainda mais na frente de todos.

- O quê querida? – diz Hades.

- Eu estou grávida – diz simples e o homem engasga. Seus olhos se arregalam e sua boca se abre levemente. Sua mulher, Perséfone, coloca uma mão em seu ombro e ele parece relaxar.

- Como?! Você... grávida? – diz perdido e vejo que muita gente prende a risada. Eu mesmo estava achando aquilo engraçado.

- Sim pai, eu estou grávida. Queria ter contado antes, mas resolvi esperar até o casamento – diz simples e abraça o pai, que retribui. As outras pessoas sorriem com o momento. Jason ao meu lado sorri.

- Você sabia – digo e ele sorri ainda mais.

- Claro que sabia, nós somos muito amigos. Bia já tinha nos contado – fala e eu nego com a cabeça.

- Seu tio parece prestes a ter um treco – digo segurando o riso. Hades ainda estava olhando pra todos sem foco, cheguei a ficar com pena do sujeito.

- Fico imaginando quando ele souber de Nico – diz pensativo. Sorrio.

- Vocês ainda matam eles – aponto para Zeus, que parece indignado, e Hades.

- Talvez – diz rindo e eu acompanho.

Mais tarde ao longe está minha mãe com Zeus, Hades e a mãe da Lucy, Sally. Eles devem estar falando de negócios. Me aproximo deles.

- Oi – digo chegando perto.

- Justin – diz minha mãe – Estávamos falando de vocês.

- Sobre? – pergunto.

- Como filhos crescem rápidos – diz Sally, ou tia Sally como todos a chamam.

- Exatamente, parece que foi ontem que você deu os seus primeiros passos – diz minha mãe. Sorrio um pouco constrangido.

Um homem se aproxima da gente. Ele é alto com um porte musculoso, mas não exagerado. Usa uma roupa mais social, mas parece não dispensar a jaqueta de couro. Seu rosto tem uma expressão de motoqueiro, mas seu sorriso é convidativo. E apenas aí sei quem é, Ares, o pai da Clarisse e do Frank.

- Zeus – diz sorrindo e Zeus sorri dando um abraço nele.

- Ares – diz simpático – é bom te ver.

- Ares? – pergunta minha mãe. Me viro e vejo que ela está pálida, franzo o cenho preocupado.

- Você está bem, mãe? – pergunto.

- Sofia – diz o homem surpreso. Então eu fico mais confuso.

- Vocês se conhecem? – pergunto perdido.

- Justin, ele é... bem... – então eu ligo os pontos.

Quer dizer, eu nunca tinha visto minha mãe daquele jeito, tão frágil, ainda mais perto de um cara. E tinha os olhos, os olhos desse homem eram iguais os meus, no caso meus olhos eram iguais os dele. Estava óbvio agora, ele era... meu pai.

Em questão de segundos várias coisas passam por minha mente, como teria sido bom ter tido um pai. Como seria a minha vida e antigamente eu não sabia mais se isso me fizera falta. Tinha superado isso, mas agora vendo meu suposto pai ali, na minha frente, isso mudava tudo.

Parece que ele também ligou os fatos. E sua expressão confusa e ao mesmo tempo feliz me faz se sentir estranho. De repente, eu sinto falta de algo que eu nunca tive. Sinto falta de tê-lo tido em minha infância.

- Ele é meu...? – pergunta o homem, mas eu já tinha ido.

Minha mente e corpo estavam perdidos, eu precisava me achar. Precisava apenas dela.

Lucy POV

Estava andando quando minha mãe veio na minha direção com uma expressão preocupada. Eu tinha acabado de trocar de roupa e de falar com Bia, ela estava grávida! Isso era incrível.

- Mãe, o que aconteceu? – pergunto confusa.

- Você viu seu namorado? – pergunta preocupada e isso me preocupa também.

- Não, por quê? O que aconteceu? – agora eu já estava ficando aflita.

- Parece que ele... ah Lucy, só vá atrás dele. Ele precisa de você – só saio correndo. Eu estava muito nervosa agora, o que tinha acontecido de tão grave?

Eu procuro pela casa inteira até que o encontro no quarto onde eu estava dormindo.

Por quê eu não tinha vindo aqui antes? Não sei.

Abro a porta devagar e entro.

Ele parece tão mal, seu rosto está escondido entre os joelhos e ele está sentado na minha cama. Me aproximo devagar dele e me sento ao seu lado passando meus braços ao seu redor.

- Lucy – diz fraco e isso parte meu coração.

- Shh, está tudo bem – digo suave. Mesmo que eu quisesse saber o que tinha acontecido, eu não iria pressioná-lo com isso.

- Eu... – ele afunda o rosto no meu pescoço e deixa que algumas lágrimas escorram. Eu nunca tinha o visto assim e isso me machuca. Vê-lo sofrer me machuca.

- Estou aqui – só falo isso.

Então ficamos assim durante alguns minutos, ele parecia frágil, desmoralizado, sem chão. Sinto uma lágrima em meu rosto e a limpo rapidamente.

- Lucy – chama quando está melhor.

- Sim? – respondo.

Ele levanta o rosto e me beija. Um beijo suave, carinhoso e, principalmente, com amor.

- Eu te amo – diz baixo e eu sorrio.

- Eu também te amo – digo beijando seu rosto e o fazendo deitar na cama, ele ri e isso me faz relaxar um pouco.

- Faz cócegas – diz quando eu começo a esfregar meu nariz no seu pescoço.

Sorrio quando ele me vira na cama ficando por cima de mim. Seu rosto está um pouco vermelho, mas ele sorri pra mim.

- Eu sei – digo o puxando pra me beijar. O que quer que tenha acontecido, eu queria fazê-lo esquecer.

- Você tem o direito de saber – diz quando nos separamos, então ele assume aquele ar triste de novo.

- Não fica assim, eu não gosto de te ver triste – digo sincera e ele sorri fraco pra mim.

- Eu encontrei meu pai – começa. Ele me conta como o viu e como está se sentindo agora, eu nunca imaginei que Ares fosse o pai dele.

Aí deuses, isso significa que ele tem dois irmãos. Frank e Clarisse.

- Só estou confuso, Lucy. A minha vida inteira, uma parte de mim sempre quis conhecê-lo, mas agora parece tão surreal – diz com a cabeça nas minhas pernas. Acaricio os seus cabelos os bagunçando.

Agora que eu sabia que Ares era seu pai, eu conseguia ver as semelhanças entre eles. Os olhos eram os mesmos e a expressão de preocupação também eram iguais. Mas tinha coisas que eram diferentes, o sorriso, o olhar que ele tem, o contorno do nariz era da mãe dele, ainda sim ele era muito parecido com o pai dele.

- Não tem problema você estar confuso, mas pensa por outro lado. Você ganhou dois irmãos! – digo e ele sorri.

- Clarisse e Frank, isso é um lado bom – diz pensativo e eu o beijo.

- É sim, os dois são legais – digo sorrindo.

- Ares é amigo da sua família, você sabe alguma coisa sobre ele? – mordo os lábios com essa pergunta.

- Uma coisa eu posso garantir, se ele não for um bom pai, ele é um bom profissional – digo e ele me olha confuso.

- O que você está escondendo? – suspiro.

- Lembra da minha cicatriz? – levanto a blusa mostrando o corte na minha costela esquerda e depois a abaixo.

Eu conto tudo a ele, o sequestro e como foi que as coisas aconteceram. Só deixei uma coisa de fora que não é relevante.

Ele me ouve do início ao fim, é claro que eu não preciso narrar como foi meus dias naquele lugar, pelo menos não tudo, mas ainda sim ele fica chocado.

Quando eu acabo de falar ele só me abraça, me envolve de modo protetor e eu me aconchego a ele. Por mais que eu odiasse falar sobre esse assunto, eu me senti mais aliviada ao contar isso.

Ele não disse nada e não precisava dizer, na verdade acho que não tinha o que dizer. Nós nos deitamos ali e eu apenas chego mais perto dele, e ficamos ali até cairmos no sono.

Thalia POV

Deuses! Minha casa está parecendo cenário de novela!

Essa história do Justin e de Ares, isso é muito maluco. Como será que isso aconteceu? Ok, os dois se parecem muito e eu até tinha reparado nisso, mas pai e filho? Nem nos meus sonhos.

Me aproximo da minha tia e pergunto se ela sabe o que estava acontecendo ou tinha acontecido, tanto faz.

- Sinceramente, sei tanto quanto você. Sofia havia me dito que o pai do Justin era policial, mas nunca imaginei que fosse Ares. Sei que os dois namoraram durante um tempo e ele foi embora, nunca mais deu notícias, mas ela também nunca o procurou. A questão é: quem é errado? – isso era muita informação.

Se me perguntassem isso uma hora atrás diria que era dele. Porque o mundo é totalmente machista, onde os homens fazem o que querem na hora que querem. Mas olhando por outro lado, a mãe do Justin parecia orgulhosa demais pra ir atrás de um cara que sumiu.

Então, Ares não sabia do filho e ela não sabia dele. Os dois estariam errados nisso tudo? Eu sabia como Ares era, ele não era o tipo de cara que abandonava um filho, exatamente porque ele não é covarde e muito orgulhoso.

Quer saber? Não quero mais saber disso, minha vida já é complicada demais pra colocar mais problemas nela.

- E aí? – pergunta Luke sabendo que eu fui atrás dessa história toda.

- Sei lá, isso é muito confuso – digo frustrada e apoio minhas mãos em seus ombros – Eu quero outra coisa nesse momento.

- É? – ele identifica minha malícia e retribui sorrindo cafajeste. Eu amava aquele sorriso.

- Sim, preciso de você agora – me solto dele e subo as escadas correndo o puxando comigo.

Chego em meu quarto e logo tranco a porta. Olho pra ele e já vejo seus olhos uns tons mais escuros, aquele garoto estava me enlouquecendo. Não podia esperar muito tempo mais sem ele.

- Seu pai pode chegar – diz me puxando para perto dele e raspando os dentes em meu lóbulo. Suspiro alto e jogo a cabeça pra trás dando mais espaço pra ele.

- Eu sei - gemo quando ele agarra minhas coxas e me leva pra cama. Sou jogada sobre o colchão e ele sobe em cima de mim, me olhando como se eu fosse sua presa.

- E isso é quebrar as regras – continua subindo minha blusa de caveira. Ele chupa minha barriga e eu me contorço abaixo dele.

- Eu amo quebrar as regras – ele ri e começa a abrir meu shorts. Suas palmas quentes deslizam sobre minhas pernas e isso faz meu corpo estremecer, excitado.

- E sabe que eu adoro quebrar as regras com você – me puxa pra cima com os braços fazendo com que nós dois ficássemos ajoelhados na cama.

***

- Isso foi incrível, Luke. Eu amo você – apoio minha cabeça em seu peito e depois sinto quando ele acaricia meus cabelos.

- Eu amo você – repete.

Essa era a segunda vez que ele dizia que me amava e meu coração queria sair pela boca quando ele dizia, mas o que faço é suspirar.

Acho que amá-lo foi a melhor coisa que me aconteceu.

Depois de alguns minutos, nós levantamos e fomos jantar junto com os outros e nesse meio tempo ninguém deu por nossa falta. O que era bom, eu estava precisando mesmo de um tempo de qualidade com o meu namorado.