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História Acasos do Destino - Capítulo 53


Escrita por: Lucy_Jackson

Notas do Autor


Hey demigods, tudo bom?
Então, esse cap está um pouco - muito - longo, mas aqui se encerra a parte Lustin
E por favor preciso que me respondam uma pergunta lá embaixo 👇
Boa Leitura!

Capítulo 53 - Capítulo 53


Lucy POV

Três meses. Eu nem conseguia acreditar que estava com três meses de gestação. Meu bebê estava bem e isso era o que importava.

É claro que os últimos dois meses sem o Justin foram os mais cruéis da minha vida, mas Ethan sabia tanto sobre ele. Clarisse e Luke tinham se tornado os meus novos amigos e agora sabia que não teria suportado tudo sem eles.

Claro que eu não passava tanto tempo com os dois, porque eles tinham namorado ou namorada, mas o apoio deles era muito importante pra mim. A única coisa que mantinha minha mente sã era me permitir imaginar toda uma vida com o Justin e poder criar meu filho ou filha.

Hoje Clarisse me ligou e disse que seu pai tinha encontrado um jeito de tirar Ethan da minha vida. Isso me deixou tão aliviada que eu me senti sorrir feliz por uns segundos.

- Você vai falar com ele? – pergunta quando me vê na faculdade.

- Não sei – era difícil imaginar que daria certo falar com o Justin depois de tudo que aconteceu.

- Ele merece saber – suspiro sabendo que isso é verdade.

- Vou pensar – cedo e ela sorri pra mim.

- Então pense muito bem – sorrio mais tranquila.

Pela primeira vez em muito tempo não me preocupo com nada o dia todo e isso é tão relaxante. Apenas aulas e estudar e nada mais por enquanto.

Quando estou colocando minhas coisas no carro eu acabo por derrubar todo o meu material no chão e quem vai me ajudar? Se você disse Justin, parabéns.

Ele levanta com as minhas coisas e me entrega os livros. Seus olhos me examinam e eu coro, desvio os olhos dele e coloco meu material no carro.

- Obrigada – agradeço me sentindo nervosa.

- De nada – então ficamos em um silêncio constrangedor sem saber o que dizer.

- Então, como vão as coisas? – pergunto tentando soar casual.

- Corridas – diz e eu apenas concordo.

- É, estão mesmo – digo mordendo meus lábios e paro de olhar pra ele. Justin levanta meu queixo e tira meus lábios dos dentes.

- Você continua com essa mania – ele sorri fracamente e meu coração começa a bater muito rápido. Seu polegar acaricia meu lábio e depois minha bochecha, fecho os olhos apenas apreciando.

Nos separamos assim que ouvimos uma voz perto da gente.

- Justin, vamos? – abro os olhos e vejo uma garota loura e alta nos olhando. Ela é bonita e quando dirige o olhar pra ele, percebo que gosta de Justin.

- Ah sim – diz constrangido e quando a garota segura sua mão ele parece desconfortável.

Como eu sou idiota! É claro que ele já arranjou outra pessoa. Burra, burra, burra!

- Precisamos ir – ela diz e ao olhar pra mim parece dizer “Se toca, você o magoou primeiro e agora quer voltar?” e sei que ela tem razão.

De repente me sinto enjoada. Minha barriga se contorce e eu fico com náuseas. Me apoio no carro e tento respirar fundo algumas vezes. Pensar nele com outra pessoa me deixa tão tonta.

- Você está bem? – Justin se aproxima de mim com um olhar preocupado. O paro com um aceno de mão.

- Estou bem, podem ir – ele tenta protestar, mas o que faço é dispensá-lo com a mão. Então de forma relutante ele começa se afastar junto com a garota.

Me sento no asfalto e começa a respirar uma, duas, três vezes, mas o enjoo não passa. Me sinto tão tonta. Tento me levantar, mas assim que fico de pé, meus joelhos cedem e eu vou pro chão.

- Lucy – uma voz soa nos meus ouvidos então tudo fica preto.

***

Eu estou deitada numa cama quando acordo. Uma cama de hospital e isso me trás péssimas lembranças. O quarto está vazio e claro, sinto o cheiro típico de hospital. 

Ah, como eu odeio hospitais.

Minhas lembranças voltam e eu lembro de ver Justin com outra pessoa, outra garota que não sou eu. Começo a chorar e mesmo sabendo que tudo isso é culpa minha, isso dói tanto. Pensei que seria menos doloroso quando ele encontrasse outra pessoa.

- Você acordou... por quê está chorando? – pergunta Clarisse entrando no quarto e fechando a porta atrás dela.

- Eu achei que não seria tão doloroso – fungo e enterro o rosto nas mãos.

- Do que está falando? – indaga confusa e senta ao meu lado na cama.

- Ver o Justin com outra pessoa – choro mais um pouco.

- Ele não está com outra pessoa – afirma e eu nego.

- Ele está namorando uma garota loura, está na cara que sim – digo mais uma vez entre lágrimas. Talvez ele não goste tanto dela, mas sei que passará a gostar.

- E você não vai fazer nada? – pergunta me olhando e eu levanto o rosto.

- Eu não tenho o direito de interferir, Clarisse. Fui eu que terminei com ele e não vou dar uma de ex irritante que agora está com ciúmes – ela nega com a cabeça, exasperada.

- Fala sério, Lucy! Depois de tudo que você passou, você vai dar uma de altruísta? Meu irmão ainda te ama – diz pra mim quase gritando e isso me faz encolher.

- Eu o fiz sofrer – murmuro.

- Ah não! Você realmente está falando sério – bufa irritada.

- Você já vai? – pergunto me sentindo frágil de repente.

- Vou, eu não aguento mais essa sua coisa de “ele é mais importante que a minha felicidade”. Você nem pensa em você e essa criança, Lucy? Como fica? – pergunta e eu começo a me balançar pra frente e pra trás, pensando.

- Eu não sei mais – digo baixo.

- Argh – ela se dirige a porta e antes que saía peço.

- Por favor não quero que ninguém além de você e Luke entrem – ela bufa mais uma vez e concorda saindo.

Ouço as vozes deles no lado de fora quando eles fazem perguntas.

- Como ela está? – ouço sua voz de anjo e isso me faz chorar mais um pouco. Ele está preocupado.

- Nem me diga nada Justin – Clarisse está irritada.

- Vão ficar bem? – pergunta a voz de Luke e sei que ele está se referindo ao meu bebê.

Oh, será que aconteceu algo?

- Sim – ela resmunga.

- Ela me deixa entrar? – pergunta Luke.

Por favor, eu preciso de um amigo.

- Boa sorte pra tentar falar com ela. Essa garota é muito teimosa! – reclama alto e posso ouvir as vozes de outras pessoas misturadas. No meio delas ouço a voz dele.

- Eu também quero vê-la – diz como se protestasse e eu passo a prestar atenção de novo.

- Mas ela não quer. Pelo visto agora você tem namorada – ela está brava de novo.

- Namorada? – pergunta confuso.

- Esquece. Se ela não quer ver ninguém além de vocês dois, o que eu não entendo, não adianta tentar chegar perto – Jason também está preocupado.

- Eu vou entrar e eu converso com ela – Luke passa pela porta e entra de um jeito que ninguém de fora possa me ver.

- Luke – sussurro. Estou sentada com os joelhos a frente do corpo e me balanço pra frente e pra trás me acalmando.

- Como se sente? – pergunta sentando ao meu lado.

- Não muito bem – respondo.

- Foi o Justin que te trouxe, você deveria falar com ele, pelo menos pra agradecer – paro e olho pra ele, meus olhos devem estar vermelhos ainda, mas eu não consigo evitar a onda de sentimentos que me atingem.

- Eu sei – murmuro.

- Apolo disse pra mim e pra Clarisse que você teve apenas um enjoo e que não pode deixar de comer – me repreende.

Oh, eu tinha comido hoje? Que irresponsável que eu sou.

- Desculpa – peço baixo sabendo que ele também se preocupa.

- Tudo bem – suspira – Precisa de algo?

- Eu quero ver ele, só pra agradecer – ele sorri levemente e beija minha testa.

Isso me fez tão bem. Um amigo protetor.

- Vou chamá-lo – diz e saí do quarto.

Eu tento me preparar para vê-lo, mas não adianta muita coisa. Justin entra no quarto com uma expressão extremamente preocupada e sua boca está em uma linha fina.

- O que está acontecendo? – pergunta se sentando a minha frente e tocando o meu rosto.

- Obrigada por me trazer aqui – agradeço meio que ignorando sua pergunta. Fecho os olhos e inclino meu rosto para sua mão aproveitando de seu carinho.

- Eu não estou namorando ninguém, ela é apenas uma amiga – meu coração acelera e eu respiro de forma mais rápida.

- Eu... você não me deve explicações. Não é da minha conta se estiver namorando – digo suavemente e não olho em seus olhos quando digo, porque sei que não seria capaz.

- Pra mim é. Você é minha amiga – a palavra soa amarga em sua boca. Justin se aproxima mais ainda de mim e seus olhos param de frente para os meus.

- Amigos – digo quase incerta. Sua proximidade me deixa tão confusa, que não sei o que fazer. Mesmo depois de dois meses ele ainda mexe tanto comigo.

- Eu queria poder te fazer minha aqui nessa cama – sussurra e eu arregalo meus olhos. Sua expressão fica confusa, então ele cora percebendo o que disse.

- Justin – chamo e respiro fundo – Me desculpa.

- Pelo quê? – ele chega mais perto e me abraça um pouco.

- Por te magoar, por terminar com você e te fazer se preocupar comigo – digo de cabeça baixa.

- Eu sempre vou me preocupar, Lucy – fecho os olhos e me aconchego mais nele.

- Seria tão mais fácil se você me odiasse – sussurro – Seria menos doloroso.

- Como poderia te odiar se eu te amo? – pergunta me encarando e meu coração falha uma batida com isso.

- Oh Justin – solto um gemido manhoso – Eu te amo tanto, tanto que chega a doer – não consigo evitar que as palavras saltem de minha boca.

- Lucy – diz meu nome, então me beija. Seus lábios se encaixam nos meus e eu me entrego totalmente a ele. Minhas mãos vão para sua nuca e o puxo pra mais perto de mim.

Era como se nunca tivéssemos nos separados, como se eu nunca o tivesse deixado naquele dia na sua casa. Minha mente era uma nuvem de pensamentos embaralhados, mas não importava mais nada além de nossos lábios.

Suas mãos em minha cintura me traziam tantas lembranças, de tantos dias que ele me abraçava ou quando ele me fazia sua. O aperto familiar me fez soltar um leve gemido e seus dentes puxaram meu lábio quando o ar nos faltou.

Eu não queria pensar. Esse beijo tinha significado tanto pra mim, que era difícil até de descrever. Sua respiração estava ofegante, mas ele não me soltou, continuou com as mãos em minha cintura e apenas me puxou pra mais perto, como se precisasse de mim.

Apoio minha cabeça em seu ombro e solto um suspiro audível. Ele beija minha testa em um gesto carinhoso e meu coração deu uma cambalhota com isso. Não era apenas protetor como Luke, ou Jason, ou Percy, ou até mesmo Will e Nico. Era um tipo de afeto que me transmitia tantas emoções, que eu não sabia qual delas me deixava mais apaixonada.

- Eu queria poder entender – diz me olhando indagador e eu me sinto pequena de repente.

- Justin... – começo e desvio meus olhos dos dele. Ele levanta meu rosto pra ele e solta um suspiro.

- Tudo bem. Eu te amo – é minha vez de suspirar e quando vou dizer algo, a porta é aberta.

- Olá Lucy – Apolo entra e em suas mãos há uma bandeja de comida. Percebo que estou com fome e aquilo me abre o apetite.

- Hum... estou com fome – murmuro e Apolo ri. Ele olha para Justin como se perguntasse se ele sabe, mas eu nego discretamente.

- Bem, vou deixar vocês sozinhos. Quero que coma tudo, ok? – e sei que também se refere a dar a notícia ao Justin.

- Eu cuido dela – Justin toma a palavra pela primeira vez e envolve minha cintura com um dos braços.

- Sei que sim – Apolo me dá um último olhar confiante e deixa o quarto.

- Eu não comi, por isso passei mal – murmuro e ele me encara.

- Tão má – toca minha bochecha acariciando minha pele de leve, seus dedos percorrem todo o meu rosto, como se ele estivesse se perguntando se aquilo era real e, na verdade, eu também me perguntava isso.

- Eu preciso comer – murmuro aconchegada em sua presença. Ele beija meus lábios de novo e se demora para se afastar, e por alguns instantes seus lábios ficam apenas colados nos meus.

- Vem cá – ele me puxa e me acomoda entre suas pernas, assim minhas costas ficam encostadas em seu peito. Justin beija meu pescoço, então apoia a bandeja em meu colo.

- O que vai fazer? – pergunto curiosa.

- Vou garantir que coma. Quero cuidar de você – solto um suspiro totalmente apaixonado.

- Tudo bem – concordo e ele passa a me alimentar, realmente cuidando de mim. Eu como devagar e em determinados momentos eu não resisto e beijo ele.

Tínhamos passado tanto tempo longe um do outro que agora era parecia que precisávamos recuperar o tempo perdido. E talvez fosse impressão minha, mas era como se nosso filho também pensasse isso.

- Podemos entrar? – pergunta alguém batendo na porta.

- Pode sim – digo ainda abraçada ao Justin, que apenas balança a cabeça pra mim.

Pelo visto eu não preocupara apenas ao Justin, mas todos os meus primos e meu irmão. Nico, Thalia, Jason, Will e Percy, eles me olhavam com certa curiosidade e insistência.

- Eu preciso falar com você – diz Clarisse e me levanto para falar com ela.

- Que foi? – pergunto, pois ela parece preocupada e confusa.

- Meu pai me pediu pra te dizer que o Ethan é como Anfitrite e que a decisão é sua do que fazer com ele – explica franzindo o cenho.

Puta merda! Oh não, Ethan não podia ser assim. Não, não, não.

Começo a me sentir zonza e me apoio no braço de alguém, que descubro ser Luke. Respiro uma par de vezes antes de poder me concentrar com clareza de novo.

- Você está bem? – pergunta Justin, preocupado. Assinto.

Sua voz é tão melodiosa, ela me acalma.

- O que está acontecendo, Lucy? – Jason me olha sério e vejo a preocupação nos olhos de cada um. Percy tem as sobrancelhas juntinhas quando está preocupado e ele está tão parecido com nosso pai nesse instante.

- E-eu... – gaguejo e fecho os olhos.

- Explica – pede Clarisse com a voz incrivelmente doce e que ela apenas usa quando está muito preocupada.

- Mas... – tento.

- Lucy, lembra que você me disse que o Jason te ajudou a superar seus traumas? – Luke me pergunta e eu apenas concordo com a cabeça – Então deixe que a gente possa te ajudar a superar seus medos agora – suspiro.

- Tudo bem – concordo e me sento na cama com as pernas dobradas uma sobre a outra, como geralmente você se senta quando está na escolinha.

- Você está bem mesmo? – Justin aperta minha mão e eu lhe ofereço um sorriso.

- Bem, vocês lembram do Ethan? – pergunto e eles tem a reação esperada. Todos, exceto Percy, me olham confuso. Meu irmão fecha os olhos e respira fundo tentando se acalmar.

- Ele era um gato, mas de um jeito meio ruim – Thalia diz e isso me faz rir, porque é verdade.

Ethan era bonito, mas era daquele estilo meio mal, que conquistava muitas garotas, bem, menos eu. Luke ergue a sobrancelha pra namorada numa clara demonstração de ciúmes.

- Então – chamo a atenção pra mim –, ele me ameaçou – fecho os olhos esperando.

- Ele fez o quê?! – Percy rosna e eu sei que ele perdeu totalmente a paciência.

- Ele apareceu dizendo que me amava e que se eu não ficasse com ele, então machucaria o Justin. Ethan sabia tanto sobre vocês que eu fiquei com muito medo – me justifico. Percy solta um longo suspiro e Luke olha pra ele, compreensivo.

- Isso está muito confuso – diz Jason e eu tento sorrir, mas não consigo – Vocês eram amigos, porque ele faria isso?

- Ele tentou tocar na Lucy de um jeito íntimo – explica Percy em poucas palavras e eu me encolho com aquilo. Eu odiava tanto pensar nisso. Jason arregala os olhos pra mim, entendendo.

Justin me abraça e quando me aconchego nele sinto como ele está tenso, seus braços estão retesados sobre mim. Sua boca está em uma linha fina e seus olhos parecem faiscar.

- Você nunca contou – Jason murmura pra mim.

- Desculpa, mas apesar de odiar ele, eu não queria que ele se machucasse – mordo os lábios, porque sei que ainda o amo.

Eu entendia mais do que nunca o Percy com a Rachel, porque eu sentia o mesmo. Eu podia ainda amar o Ethan como amigo, mas nunca poderia perdoar o que ele fez. Essa era a única diferença entre meu irmão e eu, não conseguiria perdoá-lo.

- Ele fez alguma coisa com você? – Justin pergunta e posso ver o quanto ele está nervoso.

- Não – nego e chego mais perto dele. Ele beija minha testa suavemente pra depois me apertar mais em seus braços.

- Foi por isso que você terminou com o Justin? – pergunta Thalia e eu assinto com a cabeça – E Clarisse e Luke sabiam – concluí.

- Como? Por quê? – Jason pergunta quase ofendido e eu me sinto frágil por ele se sentir assim.

- A Clarisse descobriu – murmuro.

- E eu fui atrás da Clarisse e pedi que me contasse, dizendo que sabia que isso tinha a ver com o Ethan, porque o tinha visto – Luke me poupa de explicar e lhe dou um sorriso fraco.

- A questão não é essa – Percy diz chamando a atenção pra si – Tem algo mais. O quê? – ele me olha daquele jeito, o jeito que ele usa pra descobrir coisas de mim.

- Hum... – começo uma desculpa, mas sou salva por Apolo que entra no quarto e me sonda com seus olhos azuis.

- Vocês estão a deixando nervosa e isso não é bom no seu estado – diz com aquele ar de profissional.

Por uns segundos ninguém fala nada, até que Will arregala os olhos e sei que ele já descobriu. Ele põe as mãos sobre a boca, parecendo surpreso e consternado, como se já tivesse me repreendendo.

- Lucy...? – começa em tom de pergunta, mas eu o corto. Não podia deixar que Justin descobrisse assim.

- Não! Me deixem a sós com o Justin, por favor – peço e todos me olham indignados, menos Clarisse e Luke, esses me oferecem pequenos sorrisos.

Eles se retiram junto com Apolo. Fecho os olhos e me viro para Justin, meu coração começa a acelerar com nervosismo. Estou com medo de sua reação. E se ele não quiser nosso filho? Nós nunca falamos sobre isso.

- O que foi, meu amor? – sua voz suave me faz abrir os olhos.

- Justin – suspiro pensando na melhor forma de lhe contar. Subo minha blusa e trago suas mãos para a minha barriga, pousando as minhas por cima.

- Lucy...? – então seus olhos se arregalam e sei que ele entendeu.

- Desculpa – me encolho desviando os olhos dele. Mordo os lábios, nervosa.

Por alguns instantes ficamos nesse silêncio e cada vez mais minha ansiedade aumentava. Sinto quando ele me puxa para seu colo, acariciando minhas costas e beijando minha testa.

- Eu te amo e amo nosso filho – sussurra e lágrimas de felicidade começam a escorrer em meu rosto. Justin me beija, lenta e amorosamente.

***

Mais tarde, depois de todos me parabenizarem pelo bebê, eu fico a sós com Percy. Ele não parece bravo comigo, preocupado e irritado com a situação, mas seu olhar é de carinho quando ele se senta ao meu lado.

- Eu estava preocupado, sabia que tinha algo errado, mas estava respeitando suas decisões – suspiro. Apoio minha cabeça em seu ombro e ele passa o braço ao meu redor, como sempre fazia quando eu estava precisando de consolo.

- Clarisse me contou algo sobre Ethan, ela disse que Ares já tem como prendê-lo ou algo assim – não olho em seus olhos quando falo. Sei que ele está confuso.

- O quê? – mordo os lábios.

- Ele realmente me ama. Ethan é como Anfitrite, pelo menos é o que Ares diz e isso faz tudo ganhar sentido – ele fica tenso.

- Puta merda, Lucy – sei que ele está indignado apenas porque ele usa um palavrão.

- Eu sei. Eu finalmente entendo como papai se sentia e como Tritão se sentia em relação a ela – fecho os olhos tentando pensar com coerência.

- O que vamos fazer? – pergunta depois de um tempo.

- Eu espero que Ares possa pegá-lo e que possamos mandá-lo para alguma clínica psiquiátrica. Não podemos fazer mais nada, além do mais, ele só precisa de tratamento – murmuro. Sinto como ele ainda não processou isso direito.

- Você vai perdoá-lo? – nego. Eu sei que não sou capaz disso.

- Não, eu não consigo, mas de certa forma saber que ele tem um tipo de problema psicológico me alivia, porque sei que uma parte dele sempre foi sincera comigo. Acho que agora eu entendo sua relação com a Rachel – ele suspira.

- É difícil ver da mesma forma quando é com outra pessoa – o olho confusa – Quer dizer, a Rachel não era má, ela errou, mas não era ruim e eu a perdoei, mesmo depois de tudo. E você a odeia e eu odeio o Ethan pelo o que ele fez com você, estou dizendo que é mais difícil perdoar alguém que machuca uma pessoa que você ama, pelo menos pra mim e pra você – sinto meus olhos arderam porque sei que ele tem razão. Eu amo o Ethan e ele a Rachel, mas eu a odeio e ele a odeia. Agora faz mais sentido tudo isso.

- Eu não consigo imaginar como deve ter sido para nossos pais quando fomos sequestrados por Anfitrite e Gabe. Eu achava que sabia, mas ter um filho dentro de mim faz toda a perspectiva mudar. Agora entendo a culpa que eles diziam que sentiam, mesmo quando dizíamos que não era culpa deles. Eu sei que essa criança já depende de mim e isso já faz impensável a ideia de alguém o machucar – fungo em sua camisa e Percy me aperta.

- Quando alguém sofre por você, dói mais do que quando o sofrimento é seu – concordo me sentindo cansada de repente.

- Sim – Percy acaricia minhas costas e sei que ele já percebeu meu sono.

- Descansa – concordo e em pouco tempo estou dormindo.


Uma semana depois...


Justin POV

Meu coração está disparado e meu sangue sobe ao meu rosto, fazendo-me as faces avermelhadas pelo nervosismo. Minhas mãos tremem levemente. Fecho os olhos e tento me acalmar, mesmo que não ache vou obter algum êxito. Sinto uma mão sobre meu ombro e vejo meu pai olhando pra mim, sua expressão séria e suave, como se tentasse me passar algum tipo de conforto.

- Nós vamos encontrá-la – diz me confortando.

- Eu sei – solto um longo suspiro e deixo que meus ombros caíam.

Estou tão preocupado com Lucy. Deve ser demais uma pessoa ser sequestrada duas vezes na vida e ela foi, agora pelo ex amigo maluco. Faz apenas algumas horas, ainda sim sinto como se já tivesse passado uma eternidade.

Era apenas uma tarde aparentemente tranquila, mas seu sumiço fez todo o meu corpo entrar em paralisia. Quando saía da faculdade recebi uma ligação e soube que ela tinha sido pega enquanto estava saindo do médico. Simples, como se fosse apenas um roubo ela foi levada pra longe de mim.

Desde que voltamos estávamos sempre juntos, parecia que precisávamos garantir que nenhum dos dois iria fugir. No entanto, ela foi pega e tudo o que eu quero é poder tê-la de volta, custe o que custar. E meu pai não me podia negar isso. Então eu estava indo naquela missão por ela, mesmo que isso significasse arriscar minha vida.

- Eu faria o mesmo se fosse sua mãe – diz sem olhar em meus olhos e dessa vez sua mão em meu ombro é extremamente reconfortante.

***

O lugar é escuro quando entramos. O cheiro da casa é como se ela estivesse fechada a muito tempo. O metal gelado sobre minha mão me deixa mais confiante e um tanto mais calmo, porque sei que posso me defender se precisar.

Poderia ser perigoso e podia não ser o meu papel, mas eu não deixaria de vir atrás dela. Ainda mais porque ela está carregando nosso filho, nosso bebê. Isso apenas me fazia mais determinado a salvá-la.

Meu pai está andando na frente, o corpo em posição de ataque caso qualquer coisa aconteça. Ele faz um movimento de silêncio, então aponta para um lugar mais abaixo de nós, o que provavelmente indica um porão. Estamos a passos lentos tentando não chamar a atenção, mas quando chegamos na entrada do porão posso ouvir sua voz.

- Ethan, não! Por favor – ouço sua voz chorosa.

Ele sussurra algo que não posso ouvir.

- Larga essa arma. Por favor, não faça isso – implora.

Ele provavelmente diz mais uma coisa, mas eu não consigo me concentrar porque estou preocupado demais. Ele podia matá-la a qualquer instante e apenas o pensamento faz meu coração afundar.

- ETHAN NÃO!

E o que se segue é o som do tiro.


Um mês depois...


Ainda consigo me lembrar com detalhes daquele dia. Acho que isso vai me seguir até o final dos meus dias, aquele som e o todo esse pesadelo. Mesmo um mês depois parece que a imagem ainda vive em minha mente, como se estivesse acontecendo nesse instante.

Meus devaneios são quebrados quando sinto algo em meu pescoço. O calor de seus lábios arrepiam a minha pele, fazendo-me apertá-la mais um pouco em meus braços. Ela ri.

- Bom dia.

- Bom dia, gatinha.

Beijo-a suavemente, roçando nossos narizes enquanto deixo minhas mãos acariciarem sua cintura. Seu sorriso faz meu peito se aquecer de forma aconchegante e familiar. Embora tudo aquilo tenha acontecido, estar com ela é como se aquilo não tivesse passado de um pesadelo frio e sombrio.

- Vamos levantar?

- Hum, vamos ficar um pouco aqui. Seu filho ainda está com preguiça – diz com um leve sorriso manhoso.

- Vocês ainda estão preguiça, não é?

Dou um sorriso travesso e nos viro na cama, ficando por cima dela. Selo nossos lábios rapidamente depois beijo seu pescoço e lóbulo.

- Não podemos nos atrasar – digo em seu ouvido.

- Aham.

- E todos nos esperam para o almoço, não é?

- Sim, esperam.

- Então temos que levantar, sim?

- Sim.

Ela geme quando chupo seu pescoço de leve.

- Então levante Sra. Soyer – digo sorrindo.

Lucy também sorri colocando as mãos em meu pescoço e me beijando com carinho, como se lembrasse de como paramos em cima do altar.


- Você já pensou em um nome?

- Já, só não sei se você vai gostar.

Ela morde os lábios parecendo apreensiva. Estávamos conversando sobre o bebê nesse momento.

- Eu quero saber.

- Benjamim se for menino. Esse nome está relacionado à felicidade e eu achei que isso se encaixaria bem no momento, algo feliz no meio de tudo o que aconteceu.

Seus olhos ficaram tristes de repente, as lágrimas se acumulando na imensidão verde.

- Shiiu, está tudo bem – digo beijando seu rosto e a abraçando.

- É m-minha culpa – diz chorando.

- Não é. Não se preocupe, tudo vai ficar bem. Lembra o que Apolo disse? Nada de estresse nem de tristeza.

- Eu sei, me desculpa.

- Eu te amo, Lucy. Muito. Quero passar o resto dos meus dias ao seu lado.

- Eu também te amo, demais.

- Então, casa comigo?

Ajoelho-me no chão com ela sentada no sofá e pego sua mão.

- Sim – diz sorrindo com felicidade – Deuses, sim.

Ela pula em meus braços e me beija amorosamente, embolando os dedos em meu cabelo.

- Então arruma suas coisas, nós vamos pra Las Vegas.

Ela aumentou o sorriso escondendo o rosto no meu pescoço.

- Eu amo vocês – digo com a mão sobre seu ventre.

- Eu amo vocês – repete.


E isso era apenas o começo da vida que eu esperava ter ao seu lado.


Notas Finais


Ehhhh
Espero que tenham gostado desse desfecho

A pergunta:

Agora que a parte Lustin acabou, queria saber o que vocês acham de um capítulo por casal? Tipo, um pouco sobre o futuro deles e então um epílogo? Claro, não vão ser tão longos, mas acho que consigo pelo menos um por semana, espero. Então, o que acham?

Enfim, beijos no <3 e até o próximo!


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