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História Finding and Uncovering (Hiatos) - Descoberto pelo acaso


Escrita por: laey

Notas do Autor


Oie, tudo bom? Espero que sim!

Espero de coração que vocês gostem desse capítulo nada grande em comparação ao "prólogo" 😁.

Se você gostou, deixa eu te conhecer melhor, saber da sua opinião, porque eu gosto muitíssimo disso. Quem me conhece sabe ^-^

Antes de me esquecer > Yuri D. = Laxus D., isso vai ser importante na compreensão dessa AU.

Kissus da larybakachan 💗

E boa leitura ⚡

Capítulo 2 - Descoberto pelo acaso


Fanfic / Fanfiction Finding and Uncovering (Hiatos) - Descoberto pelo acaso

A albina encarava atenciosamente o seu vasto jardim. Nunca deixava de se encantar, mesmo olhando a idêntica paisagem todos os dias. Com uma mão segurando as cortinas que ameaçavam se soltar e a outra cuidadosamente em volta de seu confidente, ela nunca se deu ao luxo de parar para pensar em como tamanha facilidade aquela beleza, de algum modo, pudesse abafar todo o rancor e desentendimentos que só ela via naquela família.

Seu mundo só se tornou ainda mais conturbado com a simples menção que seu pai a direcionou naquela mesma tarde.

"Você se casará com o Senhor Dreyar. Essa decisão está tomada, independente se a senhorita acha certo ou não!"

E foi aí que tudo desandou e que o verdadeiro legado da família se restabeleceu.

***

A menina de pele pálida folheava as páginas atentamente. Ela tinha um pouco de dificuldades em decifrar algumas palavras, por conta da grafia mais rebuscada e pelo tom amarelado que as folhas tinham adquirido com o tempo. Todo essa concentração para não perder nada diante de suas órbitas azuis curiosas. O que estava diante da albina, se tratava de nada mais nada menos que um antigo diário, de família, que ela não via a hora de desesperadamente terminar de ler.

 "Desde o primeiro momento que o vi, já sabia que o meu coração pertencia à ele"

Esse tipo de afirmação, deixava Mirajane incapaz de raciocinar o que quelas palavras significavam. Como uma pessoa já percebe que a outra é a sua cara metade pelo simples ato de olhar. Isso não fazia sentido.

A albina tinha perdido a noção das horas que passara infurnada dentro da enorme biblioteca que pertencia a sua renomada família. Mirajane sempre foi muito interessada nesses assuntos que rodiavam seus antepassados, mas desde pequena, seus pais faziam à questão de manter em sigilo todas as informações e lembranças da mesma perante sua herdeira. A menina tinha apenas que se contentar com respostas tipo. "Quando chegar a hora certa, você saberá de tudo minha querida", e assim fingir que nada se ouviu.

Até o dia em que ela "acidentalmente" soube da existência desse diário.

Num primeiro momento, a jovem pensou em colocá-lo de volta no topo da estante empoeirada, e ir embora dali, como se nunca tivesse o visto. Porém, ela não podia ignorar o seu brilhar de olhos em apreciar o objeto que estava em suas mãos. "É só por um momento, eu juro que te colocarei de volta são e salvo na prateleira" pensou a menina, agora com um sorriso travesso nos lábios, já pondo o objeto em uma mesa qualquer que tinha de sobra naquela biblioteca.

Aquela leitura estava atraindo, e muito, a atenção de Mirajane. Eram tantos desabafos, situações que a mesma notara que seriam quase impossíveis de se acontecer atualmente. A menina já não fazia a menor ideia se ainda estava de dia, e admitiu a si mesma, que àquele era o menor de seus problemas.

E continuou desse jeito, até ouvir um remexer de chaves perto de onde estava. Em sua própria intuição, aquele cómodo passava sempre despercebido pelos habitantes daquela mansão. Parecia que todos tentavam se esquivar de qualquer coisa que se direcione ao local cheio de livros e relíquias históricas. Por isso, não achava que fosse necessário o trancar do cómodo.

O barulho ecoava cada vez mais próximo, e antes que a jovem pudesse, ao menos se levantar, ela percebeu que a porta que a separava de todos os outros quartos, estava trancada.

 "Não há nada melhor do que continuar a ler esse diário gigantesco." Resmungou, logo se acomodando melhor em uma das cadeiras do local. Assim, ela aproveitou o tempo para se entreter e até conhecer um pouco mais dos assuntos que seus pais sempre a impediram de saber.

Parte daquele dia foi assim. Mirajane sentia a vontade de pular algumas partes daquela leitura, outras gostaria de relê-las e se não bastasse, em outras tinha a vontade de esganar a sua amada bisa. O quão ingênua a menina chegava a ser a espantava um pouco, principalmente quando os assuntos se interligavam com o amor. Ela não sabia como ele era retratado naquela época, mas mesmo assim, não deixava de pensar em o quão melodramática a menina estava sendo. E olha que ela não estava nem próxima do fim.

"Fiore, 17 de julho de 1917

Querido Diário,

Sei que se passaram um bom tempo em que determinadas coisas aconteceram. Entre elas, o anúncio de que eu estaria, muito em breve, se encontrando com o homem que deve ser retratado como o primeiro e único amor da minha vida. Papai não me explicou muito bem, mas logo percebi que tinha alguma ligação na conversa que ouvi atrás da porta a uns dias atrás...
[...]"

A albina fuzilava os olhos com raiva em direção ao diário. "Como pôde um pai a fazer algo desses com a sua própria filha," balbuciou incrédula, "Não é como se foss-" parou abruptamente, se deparando com o início, um tanto peculiar da página seguinte.

"Fiore, 30 de julho de 1917

Caro diário,

Eu estava lá, observando o meu reflexo nas águas mansas de um mar sem fim. Admirando-me, não percebi que estava sendo observada por um renomável cavaleiro atrás das encostas. Percebendo que o vi, o mesmo saía de seu esconderijo e caminhava lentamente em minha direção. Eu sabia que era ele, não tinha como negar que o mesmo aparentava ser um jovem muito bonito e atraente. Recobrando dos meus pensamentos, um pouco conflituosos, sinto o toque de uma mão delicada em meu ombro e o seu hálito quente inclinando-se cada vez mais próximo do meu ouvido. Antes de fazer qualquer coisa, ele me empurra para o mar, e me encara com aqueles olhos que foram feitos só para mim. Definitivamente eu estava apaixonada, eu tinha que estar apaixonada, não poderia contrariar a esse sentimento e a tudo que estava em jogo. Eu fui feita para ele, como todas as outras mulheres das gerações passadas, que mesmo não tendo o amor como sentimento mais fundamental, tinha o Dreyar como sobrenome. "

"É o que?" sem acreditar, a menina continuou, "Não é possível, eu devo estar lendo coisas." Disse, ainda não desapegando do diário.

"Está tarde, só pode ser isso!" Pensou, dando um leve bocejo e assim continuo a ler a última frase que faltara.

"Estranhamente, ele era idêntico ao homem que vi num dos álbuns de fotos da família".

***

A branca estava eufórica. Ela achou que nada pudesse converter o espirito comemorativo que carregava em seu coração, nem mesmo as dores que passaram a ficar mais fortes em seu peito tinham forças acima disso. Ela pensou, caminhando para o escritório de seu pai, que tinha a certeza de que seu amado estaria lá esperando por ela. A mesma não via a hora de contá-lo toda a novidade e de ver com os próprios olhos a reação do mesmo, quando soubesse que teriam.

Um filho. Sim, ela se tornaria uma mãe. E o amor da sua vida, estaria lá, a encarando com os olhos cheio de emoção quando a mesma iria admitir que ele, se tornaria um pai.

Ela achava que olharia para ele. Que veria aqueles mesmos olhos que a fizeram suspirar desde a primeira vez.

Porém, um acidente. Aconteceu um terrível e irreversível acidente que levou toda a sua expectativa para os locais mais profundos do oceano, como se fosse um redemoinho furioso, disposto a quebrar o seu coração em segundos. Os mesmos que poderiam salvar o seu coração de ser despedaçado.

Ela se tornou uma amarga presa do destino. Definitivamente. E Yuri Dreyar, um caçador derrotado.

Ela poderia suportar todas as discordâncias que tinham entre eles, do jeito possessivo que o homem detinha sobre ela, ou até mesmo das vezes que ele a deixou magoada sem motivos. Mas a sua morte, a fez quase desistir de tudo, até mesmo do próprio fruto que carregava em seu ventre.

"Estou aliviada de que a maldição não chegará em você, meu filho..." Cantarolou por um momento, tocando delicadamente sua barriga bem pretuberante para cinco meses de gravidez.

"Eu só queria que seu pai estivesse aqui, conosco" lamentou.

"Isso não será tão difícil assim..." Disse alguém, do outro lado da porta.

***

A velocidade em que as folhas eram passadas foi impressionante. Não, ela tinha que saber mais. Estando presa naquela biblioteca por quase uma eternidade, só poderia significar alguma coisa.

Ela só sairia daquele lugar quando tivesse a total certeza de que tudo não se passara de uma completa piada, e de muito mau gosto.

Um barulho repentino à fez saltar de seu acento, batendo por trás de uma enorme prateleira que estava em suas costas. Mesmo ainda sem entender, a albina começou a arregaçar as mangas de seu vestido, como se tentasse livrar de toda a tensão que esquentava o seu corpo, fazendo os seus pelos saltarem como se estivessem ligados á várias correntes elétricas.

Até que ela percebeu, ao olhar por detrás da curta janela da biblioteca, que a madrugada desse novo dia estava bastante perturbada. Relâmpagos. Isso a fez relembrar de algumas passagens que a bisa citou em seu diário.

"Fiore, 29 de janeiro de 1923

Eu não poderia deixar de perguntar a mim mesma todas as noites que o homem procurado do jornal, o causador de todos àqueles desastres que estavam acontecendo, se parecia e muito, com as características do falecido pai da minha filha."

Estreitando os olhos para baixo do discurso de sua bisavó, Mirajane acabara de ver mais e mais recortes de reportagens sobre o mesmo assunto...

Havia um garotinho de cabelos louros á direita de uma casa, aparentemente queimada. Diferente das outras imagens que prevaleciam restos de casas em cinzas e matas destruídas. Além da descrição de um cara alto, loiro e musculoso como principal suspeito. Mas sem nenhuma imagem, de fato, que pudesse comprová-lo como tal.

"O tormento da população foge novamente, deixando para trás o seu próprio filho" leu em voz baixa, não sabendo para onde sua bisa queria chegar.

"Fiore, 30 de janeiro de 1923

Não pode ser. Não! Esse menino...
Ele pode ser filho de Yuri, mas eu não quero acreditar nisso. Por que ele me enganaria? [···] Se esse menino, em alguma hipótese for seu filho [···].

Sua respiração já estava descompassada. Parecia que ela estava em um jogo de quebra cabeças, sem nenhuma ideia de onde estariam as peças finais para completar o enigma...

Se assim for, não resta dúvidas de que a Maldição da família se restabelecerá novamente!

"Isso, isso não pode ser real..." Colocou os cotovelos nos joelhos e uma mão na testa, "Eu não vou ser que nem elas! Eu é que escolho o meu próprio destino!" Praticamente gritou.

"Porque provavelmente seria meu também!"

Algo cai no chão quando Mirajane empurra a última página do diário de sua bisavó. Porém, antes de perceber, a mesma já estava lendo, de forma aflita, as últimas linhas do mesmo.

"Fiore, 05 de maio de 1923

Não sei ainda como consegui por minhas angústias em uma folha de papel, mesmo depois desse longo tempo que estive sem escrever nenhuma linha sequer ... A doença está me levando aos poucos. Eu sei que não aguentarei por muito tempo e que essa, provavelmente, seria a última vez que me veriam dar as caras por aqui [···] Se você leu até o final, o que eu acho difícil, já que pretendo desaparecer com este antes de partir, deve achar que eu tenho algum transtorno mental e que tudo que escrevi não passara de um simples blefe. Mas a verdade é que, eu sempre fui uma pessoa que escondia os sentimentos em uma singela carranca sorridente para todos ao meu redor, inclusive a minha doença... Meu pai sabia que eu estava doente por todos esses anos e que o tempo estava passando de um jeito avassalador diante das minhas mãos. Sua desculpa pelo que fez, foi que a responsabilidade de cuidar de um outro filho, poderia complicar a minha real situação e que Yuri, era uma ameaça para mim. Disse que ele poderia muito bem ser perigoso e vir a se aproveitar de ele [···] Porém ele não devia, meu pai não devia ter comandado toda essa farça e ter mandado Yuri e meu filho para longe de mim. Ele não tinha esse direito de mentir. Eles eram para ser a família que eu sempre sonhei em ter. Mas agora já é tarde demais, Yuri está muito longe e eu não tenho a ideia de onde possa estar o meu filho, que eu queria, e muito, que pudesse estar em meus braços. Mas eu juro, eu juro que nunca os deixei de procurar... Eu só queria saber o porquê, o porquê de Yuri estar fazendo tudo isso. Com o seu próprio povo. Com os seus filhos. Comigo [···] Irei aproveitar esses últimos momentos que tenho com a minha filha, mas antes, irei deixar a prova de que tudo que relatei até hoje é a simples verdade..."

A tão sonhada peça final é finalmente encontrada.

***

Makarov estava sujo de graxa, sendo obrigado a posar em uma foto, ao mando de um homem que ele chamara de vovô. Já havia se passado quatro anos que o mesmo não saia de casa, junto da companhia de sua governanta.

O menino estranhou quando o seu avô o chamou para sair um pouco de lá, e disse que se fosse um bom menino, o levaria mais vezes para conhecer o mundo de fora.

Um flash de luz o atingiu bem de frente, seguido de burburinhos que ele conseguiu escutar.

"Está do jeito que o senhor pediu, chefe?" perguntou um homem qualquer em direção ao dono de cabelo branco.

"Sim, bom trabalho, acho que isso é o suficiente para enganá-la."

"Enganar à quem, vovô?" Makarov se manifestou, "Por acaso, você está falando da mamãe?"

"A sua mãe morreu, moleque!" rebateu o coroa, exaltado, "E o seu pai também."

A única coisa que o menino loiro fazia, era chorar. Chorar pelo seu avô rabugento. Chorar por o quão sozinho ele se sentia. Chorar pelo pai e a mãe que ele não tem e nem vai ter.

Longe dele, os homens ainda estavam conversando.

"Yuri está morto, não é?"

"A quase cinco anos," respondeu o homem de barba prominiente, "Eu cumpro com a minha palavra, chefe. Se eu digo que ele está, é porque está. Eu não peco em serviço." Disse se afastando.

***

O seu braço já estava esticado, pronto para pegar uma espécie de fotografia que estava virada ao avesso. Algo que ela veio a perceber só agora. Porém, quando faltava menos de dois palmos para pegá-la, um ruído a sinalisou de que teria que esperar mais um pouco antes de concluir essa ação. Assim, a menina se levantou, e correu o mais rápido que pode para se esconder, depressa, porque ela não queria que algum funcionário a pegasse no flagra e que relatasse para o seu pai. Não, ela já tinha problemas o suficiente para se preocupar, e se isso viesse a acontecer, só a causaria mais dor de cabeça.

Quando percebeu que o caminho estava limpo, e que agora ela estaria livre para tomar um ar fresco, Mirajane nota novamente a lembrança de sua bisa, ainda no chão, e amaldiçoou a si mesma que quase o esqueceu pelo sentimento de liberdade que a consumia. Mas ela não poderia se esquecer de tudo que leu. Com certeza a albina passaria boas noites em claro, antes de apagar completamente. No entanto, o destino não quis assim.

"É mentira. Mentira! Não pode ser real, eu não sou que nem ela. Eu sou diferente!" Mirajane soltou a imagem que segurava e passou a andar de um lado para o outro desesperada, sem ligar para o estrago que fazia ao redor.

"E-Eu não serei que nem você, eu nã-" Sua voz já estava embargada, e antes que pudesse imaginar, lágrimas já escorriam pelo seu rosto.

Estava em uma luta interna de pensamentos. Em um lado, sua mente dizia para manter a calma e se conformar que aquilo não se passava de um mero reality show que seus irmãos à colocaram de propósito. Já o outro, dizia que aquela era a verdade, fria e absoluta, a qual ela nunca teria a chance de escape.

"Não. Agora já chega!" Caminhou em direção a porta, sem antes de levar o diário e a foto consigo. Logo, se despediu daquele ambiente e dos livros que estavam estilhaçados no chão, vítimas do furacão albino.

Envolto de seus dedos, trémulos, estava a foto. A foto de sua bisavó. Que por incrível que fosse, se parecia desesperadamente com Mirajane.

Um estrondo foi ouvido em seu escritório. E agora, ele se via encurralado pelo semblante desesperador de sua filha.

O diário. Oh não!

"Onde conseguiu esse diário, Mirajane?" Exigiu, tentando manter a calma.

"..."

"Mirajane-" Foi interrompido.

"P-Por que?" respondeu, abaixando a cabeça, permitindo que as lágrimas caíssem no tapete de camurça, "Eu pensei. Eu pensei que eu era diferente. Uma pessoa diferente..."

"Filha, se acalme, eu irei lhe explicar"

"Mas aí, eu vi. Eu vi que eu sou exatamente que nem ela!" Berrou, aproximando a foto que estava em suas mãos no seu rosto, "Minha vida, meu futuro... Eu não sei mais quem eu sou!" continuou, olhando-o de forma inexpressiva.

"Eu iria te dizer, e-eu só estava esperando o momento certo. Eu juro que eu ía te contar"

"Mas não o fez!" Rebateu, em tom explosivo, "Eu não quero ouvir o seu lamento. Eu quero a verdade!"

"Tudo bem, acho que chegou a hora, não é?" Falou mais para si mesmo. "É o que acontece na nossa família a gerações. É algo que veio, e que provavelmente nunca se acabará. É uma maldição. Uma maldição imposta na família pelo erro de um dos nossos antepassados. Não me pergunte como ou o porquê, pois eu não saberei te responder a essas perguntas com absoluta certeza. Continuando, ela atinge de duas à duas gerações, a última foi a da sua bisavó-"

"E agora é a minha." Sussurou.

"Infelizmente minha querida," Ajeitou a garganta e logo prosseguiu, "Mas ela não para por aí. Para a maldição fazer sentido, há de haver a união entre as famílias envolvidas desde o início da mesma. Especularam que isso se iniciou a partir de um romance proibido entre duas pessoas, de nossa linhagem. Mas isso é só uma suposição. Porém, existiram algumas discrepâncias contra essa união, fazendo assim, todos os outros descendentes a seguirem as custas dessas pessoas, já que tudo aquilo não se passou de um erro. Eles não eram para ficarem juntos."

"Você está me dizendo que eu terei que me unir a um desconhecido qualquer, apenas para cumprir com essa maldição?"

"Sim. O problema é que-"

"Eu não quero saber! Não irei me juntar com alguém para prosseguir com isso." Completou.

"Porém você tem que. Nunca nenhum antepassado deixou de seguir com essa maldição. Não sabemos as consequências que isso pode nos causar se não fizermos como todos os outros."

"Eu não irei me propor a isso!"

"Filha, pensa, não é tão ruim como parece. Sei que eu ainda tenho que procurar esse tal de Dreyar mas-"

"Eu não quero que seja igual ao pai dela" Admitiu, de olhos marejados, "Não quero que me obrigue como ele fez. Eu não quero o seu futuro para mim!"

"Pode parecer estranho para você, mas acredite, não é porque são iguais fisicamente que teram o mesmo destino." Disse, se levantando de seu assento.

"Pai" Ele voltou a encará-la.

"Você está fazendo o mesmo que ele. Está me convencendo de aceitar tudo isso!" Prosseguiu, "Vou dizer pela última vez. Eu não serei tola como ela. Nunca!"

"Pense bem. Arrumarei um jeito de achar esse Dreyar o mais rápido possível. Vocês ficam juntos, e a nossa família também, sem nenhum risco de acontecer um desastre entre nós" Disse o homem, colocando as mãos em seus ombros.

"Pai, por favor..." Soluçou.

"Não há outra saída. Eu não tive culpa de nascer nessa família, nem você."

"Então me deixa. Me deixa ser livre e viver com a minha própria vida, sem essa obrigação a minha volta" Suplicou, pondo os joelhos no chão a frente de seu pai.

"Filha, eu-"

"Eu juro. Eu prometo que não vai acontecer nada. Só não me peça para viver ao lado de uma pessoa que eu não amo."

"Me desculpe, porém eu não tenho esse direito" caminhou, voltando para atrás de sua mesa, "Agora que você já sabe de tudo, contratarei os melhores procuradores da região. Não perderei mais nenhum segundo."

"Filha!" A chamou.

"Eu já disse que me recusarei a isso" Disse, logo se levantando e indo em direção a porta.

"Um, dois, três!" A paciência de seu pai estava esgotando, "Mirajane, retorne já para o centro da sala! É uma ordem!" Se exaltou.

"Acho que terei que me recusar a isso também" Disse, com um sorriso amarelo.

"Se sair por aquela porta, saiba que nunca poderá retornar" Rosnou.

"Isso não é justo" Resmungou, baixo, se virando para encarar o rosto enfurecido de seu pai.

"Irá se esquecer da história de sua bisavó e da sua família, já que prefere abandoná-la pelo seu orgulho" Ele não a impediu de ir embora, "Ah, e isso conta para os seus irmãos também!"

"Eu não queria.." Já com a mão na maçaneta, direcionou-o o olhar, pela última vez. Assim, permitiu-se chorar.

"Vá embora, Mirajane. Deixe que sua família se arruine sozinha!"

***

A família dele desde o início foi arruinada. O seu pai, manipulador e ganancioso, tentava de todas as maneiras dar a perna em seu avô. E Laxus, como não queria estar no lugar do mesmo, resolveu sair de vez daquela cidade, já que logo teria que arranjar um emprego por ele mesmo. Ele não queria viver nas custas de seu avô para sempre, era bom mas, ele queria viver sua vida sozinho, mesmo levando o seu avô na mudança consigo.

Eis que as férias estavam acabando, e mesmo passando quase dois meses de pura algazarra e bebidas, ele ainda não tinha tido a oportunidade de passar um final de semana em sua terra natal. Fiore, sempre ensolarada e contagiante. O reino ganhava cada vez mais prestígio, e ele quase cedeu à vontade de retornar novamente. Pela paisagem, óbvio, porém existia outros motivos principais.

Seus amigos.

Ele estava morrendo de saudades dos seus amigos, um tanto grudentos, mas mesmo com isso, ele nunca o deixou de se preocupar e de se perguntar se estariam bem sem ele. Laxus ainda se lembra da primeira despedida com os seus colegas. Lembrou-se que Freed não parava de chorar em seus ouvidos e que Evergreen o segurava, firme, sem intenção de soltá-lo, como se fosse um balão amarrado em uma fita. E Bixlow, como ele estava com saudades de escutar suas piadinhas fora de hora.

Ele queria chegar de surpresa e o quanto antes. Então, ele passou a arrumar as malas do jeito mais prático, que ele achou fosse, e assim foi se despedir do seu avô.

"Jiji, eu volto logo, não se preocupe"

"Não irei me preocupar, você já cresceu, não é mais aquela criança adorável que precisava de cuidados" Disse, se relembrando da época em que trocava as fraldas de seu neto.

  "Ok, nem comece vovô, já chega de ser tão sentimental!" Disse ajeitando os bolços de sua calça, "Voltarei ainda nessa semana, os meninos nem sabem que irei para lá, é por pouco tempo."

"Agora está me tratando como se eu fosse sua babá?"

"Não," Respondeu rindo, "É só uma tentativa de precaução. Não quero retornar e descobrir que meu avô teve um infarte no tempo em que estive sumido, sem o dar notícias" Segurou as malas indo em direção a saída, permanecendo com um sorriso zombateiro no rosto.

"Eu é que quero que você vá logo embora!" Disse, cruzando os braços, e escondendo o sorriso que brotou em sua face, "Ah, juízo moleque" Quase se esqueceu.

"Pode deixar!"

Tudo estava indo como o planejado. Laxus conversou um pouco com os seus amigos no caminho, e para a sua sorte, eles não desconfiaram de nada. Disseram que passariam o dia todo dentro de casa experimentado um novo vídeo game que havia sido lançado recentemente. Não que o homem de grande estatura odiava se aventurar nos universos paralelos de um jogo fictício, mas sim, ele achava que havia outras coisas mais interessantes a se fazer. E com certeza, Evergreen estava de acordo com ele. Ainda não havia descoberto o real motivo pelo qual a menina ainda se aventurava ao lado de seus amigos. Mas talvez, seja o mesmo que o dele.

"Laxus!" Falando nela, "Não acredito que está aqui. Freed, Bixlow, larguem esses estúpidos controles e venham agora!" Berrou, logo vindo na direção do louro, cercando-o com as pernas em sua cintura.

"L-Laxus" Freed estava com dificuldades de terminar sua sentença. Assim, Bixlow o atropelou com as suas palavras, "Eaí, boss, quanto tempo," Disse se aproximando de Laxus, "Por que não nos disse que viria?"

"Quis fazer uma surpresa. Achei que seria mais convidativo ver a reação de vocês diante da minha presença inusitada," Respondeu, se gabando, "Porém, eu não pude deixar de vir aqui e rever os meus amigos por todo esse tempo" Olhou-os com admiração.

"Nós também, Laxus" Completou Freed, "Está com sede, fome? Posso fazer algo rápido se você quiser!"

"Não precisa. Agora, eu só quero aproveitar esses dias na companhia de vocês, mesmo que eu tenha que passar todo esse tempo jogando uma porcaria de jogo," Disse, indo em direção a sala de estar, "Talvez tenha algo maneirinho-"

"Viu, eu disse que esses jogos não são nada divertidos," Repreendeu os meninos, "Ao invés de ficarmos observando esses dois patetas em ação, que tal todos irmos fazer alguma coisa mais interessante?"

"Ouvi que os turistas lá de fora falaram muito bem de nossas praias, "Falou Bixlow, de boca pra fora, "Mas nunca tivemos à vontade de ir para lá e dar uma conferida se estavam falando a verdade, de fato."

"Pera, vocês vivem aqui por todo esse tempo e nunca foram a uma praia sequer?" Disse, bobo, "Inacreditável"

"Não é minha culpa, o Freed que vive falando que as águas do mar são contamidas, e que vivem cheias de uri-"

"Oh meu Deus, Bixlow!"

"N-Não, Laxus, eu- " Tentou se explicar, envergonhado.

"Está decidido!" Disse logo acomodando suas malas no sofá, "Iremos à praia! E eu não quero não como resposta" Voltou a encarar seus amigos.

"Graças, Laxus!" Agradeceu Ever, indo em direção ao seu dormitório.

"Bem, e o que fazemos?" Perguntou Bixlow, na companhia de Freed.

"Se preparem, oras." Abrindo sua mala, Laxus complementa, "Sairemos em 20 minutos. Escutou Ever!"

"Sim, chefe!" Gritou lá do quarto.

"Hoje será um dia interessante." Falou sozinho, indo se trocar, mas antes Bixlow se pronunciou.

"Você ainda esqueceu de falar algo"

"Huh?"

"Mulheres, chefe. Mulheres" continuou, mostrando a língua.

"Nada que mude o mundo," Respondeu, "Ou essa sua mania de mostrar a língua em situações inapropriadas!" Rebateu, logo fechando a porta do banheiro.

 "Você que diz".

25 minutos depois

"Ever, é pra hoje!" Gritou, o homem de cabelos verdes, "Já passou um tempo que o Laxu-"

"Como estou?" Interrompeu.

"Ótima Ever, agora vamos, Laxus já foi andando na frente" Disse Bixlow.

"Mas o quê? Eu só vou trocar de sandalhas, me esperem aí!".

Laxus já estava a dois quarteirões a frente de seus amigos. Ele não podia ajudar a si mesmo, estava muito entusiasmado com isso. Mesmo vivendo uma boa parte de sua vida em Fiore, tudo foi muito novo para ele. O homem não poderia deixar de sorrir enquanto encarava coisas simples do dia a dia, as quais fizeram muito mais sentido para ele aqui. Isso foi antes dele bater os olhos numa figura avoada, correndo em direção ao som das águas em baque nas encostas. Parecia efeito de cinema. Os seus cabelos soltos de platina, junto de seu vestido que "voava" no sentido do vento. Tudo isso envolto de adrenalina e da brisa fresca que contagiava o lugar. Ele teve vontade de alcançá-la, mas que foi logo reprimida pela chegada repentina de seus amigos.

"É tudo culpa sua Ever!" Freed ía continuar, antes de perceber que o seu amigo estava distraído, "Laxus, aconteceu alguma coisa?"

"Está tudo bem" Respondeu, ainda encarando o trajeto da albina.

"Então vamos!" Gritou Bixlow, ganhando a atenção do homem, "Ah, eu trouxe óculos de mergulho!" E assim, eles foram engajando numa rápida caminhada, até os seus pés se suavisarem com o contato da areia.

"Foi um desperdício trazer esses óculos de mergulho!" Reclamou Ever.

"Ué, por que?"

"Olhe para o mar," Apontou, "Não tem ninguém dentro d'água- "

"A correnteza deve estar puxando muito, e isso impede que as pessoas entrem no mar, com risco de se afogarem ou de serem puxados com muita força para o fundo" Disse Freed, interrompendo ambos.

"Bem, nós não precisamos de um banho de mar para se divertir," Respondeu Bixlow, "Bem, seria legal, mas... Podemos nos juntar com àqueles caras ali no canto. Eles estão jogando voleibol"

"E eu fico aqui pegando sol. Já que não quero me arriscar a sofrer uma deformação grave em meu lindo rosto" Todos riram, exceto Ever.

"Está de acordo, Laxus?" Perguntou Freed.

"Claro!"

"Você está estranho, boss. O que aconteceu? Viu um vulto de repente?"

 "Nada demais," desconversou, "Vamos!"

Assim, os meninos foram para um canto da praia, deixando Evergreen com as tralhas que trouxeram e a par de tudo que estava acontecendo. Próxima a isso, estava Mirajane, apenas com a foto da bisa em suas mãos. Depois de sair do escritório de seu pai, ela tentou abrir a porta do seu quarto, porém estava trancada ao mando do mesmo. Ela tentou relutar, e adquirir seus pertences de volta, mas seu pai a deu um ultimato "Se você for ir embora, que vá sozinha. Sem nenhum bem que foi comprado com o meu dinheiro" Deixando assim, a albina apenas com aquele vestido, já amarrotado de tantas vezes que agarrou em meio ao desespero. Nem o diário conseguiu salvar, apenas a foto que colocou rapidamente debaixo do vestido sem perceberem. Ela não sabia ao certo o porquê de ter levado a foto ao seu lado, ela só teve vontade, e assim o fez.

A menina saiu de lá em prantos. Correu sem direção, sem propósito, e só parou quando seus pés tocaram na areia fina e fervente da praia. Sem saber o que aquele mar a aguardava.

Mas Evergreen soube, desde quando pôs os olhos na figura mais estranha da praia. Ajoelhada, olhando para a areia, próxima a superfície em que algumas vezes puxava bem forte, e foi isso que aconteceu.

Como se fosse um truque de mágica. A menina desapareceu junto das ondas.

"Laxus. Laxus!" Gritou, correndo.

"O que foi?"

"Tinha uma menina alí" apontou para uma parte da areia, "E ela sumiu!"

"Talvez ela tenha ido embora, Ever"

"Não, você não tá entendendo" falou tentando ter calma, sem sucesso, "A onda veio, e ela, ela desaparec-"

Laxus não a deixou terminar. Correu em direção ao local mais provável que seu corpo estivesse, e esperançoso de que a menina não tivesse ido tão longe. Não achava que o mar fosse tão gélido e revolto. As ondas apareciam gradativamente e ele se viu incapaz de manter dentro d'água por muito tempo. Ele tinha que ter fôlego. Ele tinha que salvá-la. Quando surgia uma onda, ele teria que mergulhar, bem fundo, para que ela não o empurrasse novamente para o raso. E foi numa dessas tentativas que ele viu um corpo sendo puxado para longe de si. Inerte, de uma tonalidade que ele nunca havia visto de tão pálida, usando aquele mesmo vestido que ele se viu maravilhado pela sua leveza. Ela estava flutuando, junto de seus fios platinados envoltos de seu rosto. Como se estivesse no espaço, e ele se viu sem fôlego novamente. Não por estar nas profundezas de um oceano, e sim que a visão era, de algum modo, encantadora. Mas ele tinha que correr, o ar estava faltando e ele ainda não a tinha alcançado. Com um grande impulso, ele a envolveu em seus braços. "Tão frágil", ele pensou, a apertando fortemente contra o seu torso, nadando impacientemente até a superfície, ganhando ânimo novamente e apressando as braçadas. Ele podia ouvir, com dificuldades, a medida que ele chegava mais próximo da areia, os gritos das pessoas que estavam na expectativa pela sua chegada.

E ele desabou. Sem antes de assegurar que seu peso estava em um outro lugar. Não em cima da menina que ainda escoltava em seus braços.

Assim, Laxus a colocou com delicadeza na areia, cansado, prestando bastante atenção em qualquer reação que a menina pudesse ter. Ele tinha que salvar essa menina a qualquer custo. Sem pensar, ele pressiona suas mãos firmes em seu peito, com força, indo e voltando, na esperança que ela recobrasse os sentidos. Ele diminuiu o ritmo, quando passou a escutar berros familiares.

"L-Laxus!" Disseram em uníssono, indo em sua direção, abraçando-o por trás. Mesmo com as costas encharcadas, ele pôde sentir as lágrimas quentes dos seus companheiros.

"E-Eu pensei que-" Freed ía continuar, antes de encarar o semblante preocupado do seu amigo.

"Laxus, ela-"

"Ela não retorna, Freed" Disse com a voz embargada, colocando mais força contra o seu peito.

"Eu sinto muit-" Começou, "Laxus, tire seus lábios dos del-" Foi interrompido por Ever.

Tarde demais. Laxus já apertava firmemente o seu queixo, chocando seus lábios gelados contra os dela. Parecia uma eternidade e ele pensou que pudesse ter perdido ela para sempre. Mas foi quando ele abriu os olhos, e encarou sutilmente as pálpebras de Mirajane se abrindo lentamente, que Laxus não pôde deixar de conter um sorriso sob seus lábios. Que foi logo desfeito, quando a mesma empurrou sua cabeça para o lado, o impedindo de manter o boca a boca. Ele passou a ouvir a albina expelindo uma quantidade gigantesca de água, que foi logo substituído depois de um tempo, por um miúdo choro, o qual ele não queria ouvir. Isso fez Laxus pegar o seu rosto, o virando em sua direção para encará-lo.

"Ei, por que está chorando?" Perguntou, dócil.

"Snif..."

"Oh, não"


Notas Finais


Eu gosto tanto de fazer o Pov Laxus, não consigo evitar 😍

Acho que vocês descobriram quem é o mentiroso dessa história hehehe

Então meus amores, aí vem: Quem vocês querem que descubra a verdade primeiro?

- Mirajane, - Laxus ou - Outro

Plágio é crime!

Qualquer crítica construtiva é bem vinda!

E até a próxima!


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