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História Finding and Uncovering (Hiatos) - O que não se faz no claro se faz no escuro


Escrita por: laey

Notas do Autor


Oiiieee mores, tudo bom?

Eu sei que eu demorei aaahhh não me matem por isso. Juro que as semanas estavam puxando muito de mim e o tempo para escrever acabou encurtando e não, não vou mentir que foi pouco. E para atrapalhar ainda mais a coisa o cansaço tá imenso e o bloqueio então, imaginem... Acho que todos que escrevem passam por algo parecido, então peço que não deixem de acompanhar por isso, já que tem muitas coisas para frente...

Kissus da lary & boa leitura ⚡

Capítulo 4 - O que não se faz no claro se faz no escuro


Fanfic / Fanfiction Finding and Uncovering (Hiatos) - O que não se faz no claro se faz no escuro

Cana

Com o bar vazio, Cana passou a encarar o balcão de madeira da forma mais esquisita que imaginou. Ela tentava recordar dos acontecimentos com clareza, mas era muito complicado para alguém que já "acorda" em bebidas todos os dias. Seria bastante incoerente se houvesse alguém a interrompendo naquele momento. Já era tarde da madrugada e somente ela tinha ganho a autorização de ficar até o raiar do sol do dia seguinte. Porém, ela não contava que justamente ele se sentasse ao seu lado. Como Cana pensou, era quase impossível qualquer ser humano ficar no bar até essa hora, até porque, o mesmo já estava trancado. Mas ela sabia que o dono do bar, senhor Makarov, tinha um grande carinho pelo seu pai, e que ele ao menos, sempre foi muito admirado, o entregando até mesmo a cópia das chaves para quando decidir vir a qualquer hora. E agora não poderia ser diferente. Indecidida entre manter os olhos para baixo ou erguê-los para encará-lo de vez, Cana optou pela segunda opção.

"Não acha que está muito tarde inusitados mocinha?" Disse Gildart, reprimindo um sorriso brincalhão.

"Eu bebo a hora que eu quiser, você não é nada meu pra me impedir" Rebateu a morena, um pouco triste em saber que uma parte do que disse era verdade.

"Calma Cana, assim você mata esse velho do coração"

Gildart, um tanto sorridente, colocou as mãos ao alto em rendimento. Mas ao olhá-la novamente, percebeu que a mesma voltou a direcionar os olhos no balcão. Preocupado, ele perguntou:

"Está tudo bem? Olha, se foi por causa da bebida, me desculpe-"

"Não foi nada Gildart, eu só estou muito cansada. Isso é tudo"

"Que pena. Pois eu bem que gostaria de ter uma companhia agora," Continuou, vendo Cana levantar um pouco a cabeça, "Quando passei na frente de um estabelecimento no caminho, eu não pude deixar de ficar encabulado para descobrir qual gosto isso tinha"

Era uma garrafa de pinga com a embalagem mais graciosa que já viu. O líquido era rosa clarinho, além da figura de um veado estampado na capa. Seus olhos automaticamente brilharam quando o homem pôs a garrafa em cima do balcão.

"Mas como você mesma disse, está tarde e você deve estar com muuuito cansada-"

"Não! E-Eu" Se envergonhou, "Acho que eu posso aguentar mais uma..."

Rindo, o homem prosseguiu.

"Então irei pegar os copos para experimentarmos esse bonitinho aqui"

"Tudo bem..."

Cana fechou os olhos em apreciação quando o líquido cor de rosa invadiu sua língua.

"Nossa, isso é melhor do que eu esperava. Acho que irei conversar com Makarov para vendermos aqui no bar. Eu só não consigo identificar o sabor"

"Acho que tem gosto de... Tutti Frutti?" Chutou Cana.

"Hum, deve ser isso," Respondeu, "Mas mudando de assunto, soube que está se envolvendo com Bachus. Ele é um cara bacana, já sai com ele algumas vezes para trabalho"

"Eh? Como soube disso?"

"As coisas aqui no bar circulam muito rápido, mesmo dizem que as paredes tem ouvidos. Mas falando sério, você é uma garota inteligente, então sei que nem preciso te dizer para ter juízo"

Com um mísero sorriso estampado nos lábios, ela respondeu.

"Pode deixar, eu sei bem me virar sozinha"

"Eu só estou com pena desse cara"

"Por que?"

"Pois é bem capaz de largá-lo por um barril de pinga cor de rosa"

"Há mais chances de brigarmos pelo barril do que-" Foi interrompida pela risada de Gildart.

"Eu sabia que você diria isso, é tão óbvio vindo de você"

Rindo novamente, fez Cana estranhar sua atitude. Vendo isso, ele respirou e continuou.

"Tem coisas que eu me arrependo de ter feito Cana"

Mas porque essa conversa agora? Não lhe diga que, será que ele sabe? Será que ele sabe e se arrependeu?

"Coisas há muito tempo atrás que são impossíveis de se voltar no tempo"

Cana passou a adquirir uma postura ereta na tentativa de ouvir bem o que seu pai queria dizer. O seu coração batia cada vez mais rápido. Será hoje que ele finalmente diria?

"Mas alguém tão jovem como você não entenderia... Deixa pra lá, conte-me mais sobre o que aconteceu hoje no bar, algo me diz que foi-"

"Me diga o que foi que você se arrependeu?" Estampando um triste puxar de lábios, "Não deve ter sido tão ruim não é?"

Suspirando pesadamente, Gildart se preparava para continuar, mesmo tendo a convicção de que seus olhos já estavam vermelhos.

"Foi muito ruim Cana, você não imagina o quanto. Eu não sei porque fiz aquilo, eu só sei que, eu não fui um homem digno" Prosseguiu, "Eu não fui digno da única mulher que eu amei. Eu a larguei Cana, larguei por um trabalho que me prometia milhões em troca, e no final, a única coisa que eu ganhei foi a notícia de que estava morta a três anos desde que sai de casa"

"E você sabe como ela, eh, morreu?"

"Quando eu voltei, a primeira coisa que fiz foi procurar Cornélia"

Ouvindo-o dizer o nome de sua mãe a fez reacender suas esperanças novamente.

"Quando cheguei em sua casa, eu fui recebido aos berros pelos seus pais, com razão. Eu me senti um lixo naquele dia, meu emocional estava destruído, nem direito de saber como ela morreu eu tive"

"E você sabe se.... Ela teve algum filho nesse tempo que esteve fora?"

"Quando retornei, eu não conseguia pensar em mais nada depois que descobri sobre sua morte e, infelizmente eu não procurei saber. Seus pais queriam minha total distância sobre o caso. Então mesmo que tivéssemos um filho, provavelmente eles iriam o esconder de mim. Mas acho que não. Pois, possivelmente ela já estaria grávida antes de eu partir"

"Menos mal" Disse a morena, apenas para dar apoio.

"Pelo menos eu tenho você e os meninos para chamar de filhos"

Prendendo os lábios, Cana concordou.

"Hum"

"Sabe, você me lembrou um pouco ela," continuou, "Não que ela beba como você mas, o espírito de viver é o mesmo. E parando para pensar, a cor dos olhos são quase semelhantes"

"Você está imaginando coisas, só está assim porque eu fui a única pessoa que arranjou coragem de contar sobre o seu passado" Cana tentou esconder a emoção, se desviando dessa comparação.

"Não querendo inflar o seu ego de adolescente mas, o velho também sabe. Eu não vou mentir, vocês são realmente parecidas" Guardando o restinho que sobrou da garrafa na mochila, ele levantou de seu acento.

"Se isso te deixa melhor..."

Pondo-a em suas costas, Gildart se despediu.

"Foi bom conversar com você Alberona, quem sabe outro dia você me conte sobre o seu passado"

"Você iria morrer se soubesse"

***

Mirajane

Quando Laxus a puxou para si, Mirajane não deixou de reprimir um baixo gemido quando sua pele à mostra se chocou com os músculos definidos do rapaz. Um toque de aridez, mas ao mesmo tempo suave, como se todos os seus problemas se suspendessem nos ares naquele momento. Mas ele ainda era um estranho, pensou. Um estranho que já havia invadido os limites mais elaborados dos seus pensamentos. Ela relutou, se debatendo um pouco no homem em baixo de si, porém, foi por pouco tempo.

"Você precisa descansar, teremos muitas coisas para fazer amanhã"

Ela se sentiu mais segura, mas não quis admitir. Não pelo fato de estar escoltada em seus braços, pois a ideia de não envolvê-los desta maneira estava indo por água abaixo. E sim, porque fazia muito tempo que não demonstravam à ela um carinho como tal. Um beijo de boa noite e um abraço dos seus irmãos não eram a mesma coisa, não tinham esse efeito caloroso como estava sendo este. E mesmo ainda tendo suas dúvidas se Laxus estava apenas com pena dela, não a faria mudar de ideia de que precisava desse momento de paz.

"E pode deixar. Definitivamente isso não é um adeus"

Ainda tendo um sono leve, a albina conseguia ouvir os controlados suspiros vindos do rapaz, além de suas palpitações que não aquietavam em seu peito. Ele deve estar sentindo o mesmo em relação a ela, já que também não era capaz de controlar o seu coração frenético.

"Eu nunca irei me esquecer de ter salvo a minha vida"

Laxus

Estava em um impasse entre o quão boba e fofa a menina estava sendo ao mesmo tempo. E foi só quando sentiu seus lábios sob suas pálpebras que suspendeu esse pensamento.

"Laxus"

Admitiu-se que não era a pessoa mais paciente desse mundo. Com certeza ele tinha assustado-a quando atropelou suas palavras sem avisar. Mas ela iria chamá-lo de cara? De verdade? Ele não poderia acreditar. A firmeza que usou em sua voz não compensava a vontade de rir de sua expressão de surpresa. Ele agradeceu mentalmente por ter se esquecido de fechar a janela e de ter presenciado toda essa situação. Acariciando sua cabeça, ele se permitiu acalmá-la, mas depois, o loiro percebeu que estava sendo vítima do efeito reverso. Como diabos ela estava usando o seu shampoo? Invadido pela fragrância especiarada cada vez mais que mexia em seus fios brancos, passou a encarar o teto, como ato de rendição.

"Mas, infelizmente eu não posso mais ficar aqui. Eu não posso envolvê-lo dessa forma, eu... Isso é um adeus"

O homem passou quase todo o tempo refletindo nessa mesma tecla. Mas porque ele estava tão incomodado com isso? Por que ela não pode envolvê-lo dessa forma? Mas Laxus sabia que estava muito tarde para questionar a si mesmo, e que a qualquer momento, o sono bateria em sua porta

Mirajane

Por um breve momento se sentiu perdida. Perdida entre as decisões que tomou e as que deixou de tomar, principalmente as da noite anterior. Sem vergonha alguma ela tinha pego as chaves sem a amiga de Laxus suspeitar. Já tinha mais que se decidido que partiria. Mas então porque não o fez? O que estava em sua cabeça a impedindo de prosseguir com os seus objetivos? Talvez ele?

Ela se lembrava de tudo. Do seu jeito protetor, carinhoso. Ele foi tudo o que ela precisava naquele momento. O seu consolo, e Mira só queria acreditar que foi apenas isso.

Se surpreendeu que ele já não estava mais ao seu lado, ou no caso, em baixo dela. Mas antes de suspirar derrotada, um aroma suave é captado. Provavelmente vindo da cozinha.

Como se o seu olfato estivesse contra ela, em questão de segundos, a faz espreguiçar sonolenta e a "correr" em direção a nascente do cheiro. Ela estava faminta!

"Bom dia! Chegou em boa hora," Freed como sempre um cavalheiro, "Aqui! Pegue um, vê se está bom. Acha que ficou no ponto?"

"Acho que está no ponto certo, sim!" Disse sorrindo, apreciando aquele pão de queijo quentinho.

Apoiando uma das mãos na pia, se concentrando somente naquela pequena massa fofinha a fez dependente de uma barreira para um certo olhar. Ela se sentiu analisada, não podia desmentir, e independente de quem quer que fosse a fez encabulada.

Foi como se ela tivesse feito algo muito errado. Como se fosse uma criança sendo pega por uma de suas travessuras sem antes descobertas. Foi assim que ela estava se sentindo quando soube que Laxus estava olhando para ela. "Já deveria ter acostumado", pensou. Mas ela não podia, não quando tinha sido pega no flagra e sujeita a sua atenção.

Foi difícil esconder todo aquele nervosismo e o calor que aumentava em volta de si, além do silêncio. O mais absurdo de tudo era que o homem estava lá, indiferente e marcando-a ainda mais, como se já não fosse possível.

"Está calor, não é mesmo?" Bixlow quebrou o silêncio, se abanando, "Não se preocupe com esses dois, já me acostumei com essa 'rabugência' deles logo cedo, você vai se acostumar também"

Antes de respondê-lo, um grunhido foi ouvido. Surpreendentemente não foi do louro, e sim de Ever que estava no canto da mesa, de cabeça baixa.

Mira chegaria até ela e perguntaria se estava tudo bem. Porém, o outro 'rabugento' havia desvencilhado sua atenção.

Ajeitando a garganta, encarando qualquer ponto que não seja a mulher a sua frente, ele finalmente disse:

"Bom dia"

Foi um pouco morto, talvez, mas foi sincero segundo Mirajane. A albina ficou confusa com a rouquidão com que essas palavras foram expostas. Intrigada também pelo seu comportamento antes descarado e agora tímido.

"Mirajane"

É o seu nome, normal. O seu pai, os seus irmãos a chamaram pelo seu primeiro nome, até mesmo Cana. Então por que suas pupilas dilataram e sua boca ficou seca de repente?

A albina abaixou a cabeça, confusa neste instante com o seu próprio comportamento. Ela não estava assim ontem. Estava atônica? Sim, mas não a esse ponto.

Lambendo os lábios, em um momento de distração, afirmou a ele da mesma maneira, sem antes de estampar um genuíno sorriso na face.

"Bom dia Laxus!"

O mesmo que somente resmungou um "bom" em resposta.

"Hum, Mirajane, poderia me ajudar a por a mesa? Ah, me desculpe, eu me esqueci da sua mão-"

"Não tem problema. Eu mesma me sentiria mal se não ajudasse de alguma forma por aqui…" Graças Freed, a fez se libertar dessa situação.

Porém, a caminho de abrir uma das gavetas próximas a pia que se mantia apoiada até então, ela não deixou de cogitar uma coisa.

"Ele me chamou de Mirajane, mas eu não senti nada de diferente"

Como se fosse para provar o seu ponto de vista, a mesma conduziu um dos dedos até a ponta de seu lábio inferior, verificando que o mesmo estava levemente úmido como supôs antes de Freed perguntá-la.

Ato que não escapou do louro.

Laxus

"Mas que diabos ela está fazendo?" pensou.

Como previsto, aquilo tinha mexido com ele. E Laxus percebeu agora, nesta manhã, que tudo que vem de Mirajane tem o intuito de impressioná-lo. Não que ele ache que ela esteja fazendo de propósito, longe disso, mas sim que mesmo as coisas mais longes de seu próprio juízo acabam fisgando sua atenção para si.

Atenção agora captada e ignorada com sucesso. O louro sabia que por detrás de todo esse ato, um pouco "indecente" por parte, a albina não esperava que ninguém a pegasse no ato. E ele também sabe que não estava sendo a pessoa mais discreta de modo que fez a menina se virar abruptamente contra a sua direção.

O que só fez Laxus sacudir a cabeça, desordenado e a levantar-se para tomar um pouco de ar, de preferência fora de casa.

"Ei, L-Laxus você não irá tomar o café conosco?"

"Eu já tinha feito um pouco de café mais cedo, junto de algumas torradas… Eu só irei dar uma volta, ok? Não retornarei tarde." Terminou, sem antes de mirar de forma sutil, o rosto branco um pouco inclinado em sua direção.

Esse tempo livre o permitiu pensar. Não há muitas coisas para considerar na verdade. Falando sério, só se passaram apenas um dia. Só faz um dia que chegou em Magnólia para rever os seus amigos e aproveitar o máximo do tempo perdido, ou recuperar uma parte dele. Ontem era para ser o dia de diversão com os seus amigos, mas seus pensamentos, sua preocupação, tudo estava apontado para ela. De todas as maneiras. Fisicamente, psicológicamente e emocionalmente ele estava conturbado por causa dela. A brisa relaxante do momento o fez relembrar-se dela, como se fosse ontem.

"… Como se fosse efeito de cinema…"

Ah, e foi ontem.

Se Laxus tivesse a opção de dizer que todos os acontecimentos mais absurdos e inusitados presentes em sua vida aconteceram quando, ele responderia qualquer outro dia, tirando ontem. Juntando todos os acontecimentos, ele diria que tudo isso aconteceu em 3 dias, no mínimo. Mas não, isso aconteceu em apenas um dia, como isso foi possível? Quase morrer afogado para salvar uma menina, se metendo no meio de uma briga de bêbados para salvar uma menina, acolher em seus braços no meio da madrugada uma menina. Essa menina.

Mirajane.

Ela estava trabalhando os seus miolos para fora, só pode!

Mesmo estando atento por onde andava, Laxus quase se desequilibrou no chão de paralelepípedos de Magnólia. Mas quem disse que ele estava atento? Estava, antes de ver não muito longe, um ponto branco.

"O dia está ótimo, não acha?"

"Quê?" Olhou-o

"Há algum problema? Quero dizer, você está com uma cara péssima Ever, o que aconteceu com você?"

"Você não precisa se preocupar com isso, realmente" Desconversou.

"Eu te conheço Ever, sei quando está bem e também sei quando não está," tomando um gole do seu café, incluiu, "Acho que te disse que sua cara está-"

"Péssima, cagada, uma merda. Feliz?"

"Quase, apenas me diga o que aconteceu. Pelo que percebi, você até se deu bem com Mirajane. Se fosse outra mulher nessa casa, tenho certeza de que encheria o meu saco," voltando a olhar sua amiga, Laxus notou que a mesma revirou a cabeça para o lado, o que só fez o louro levantar uma sobrancelha, "Ou será que?"

"Eu não sei, Laxus," voltou a encará-lo, "Tenho a impressão de que já a vi em algum lugar ou de que já ouvi falar desse seu nome"

"Deve ser apenas fruto da sua imaginação, até porque, seria coincidência demais," respondeu pensativo, "Mas agora o porquê dessa cara? Ficou triste de repente…"

"Eu só me lembrei de algo" ou de alguém.

Despertando dessa quase lembrança o fez perder de vista.

"Droga" murmurou.

Retornando para casa, não tão tarde como tinha prometido, Laxus ficou estático ao ver a cena seguinte.

Apenas as respirações e os movimentos ágeis de mãos eram ouvidos. Freed, Bixlow e Mira estavam preparando o jantar. Seu amigo e Mira especialmente, Bixlow não cozinhava nem aqui nem no Taiwan. Com certeza ele só estava lá para observar a "gracinha" que por sinal, tinha prendido seus sedosos e cheirosos cabelos em um rabo de cavalo, deixando à mostra a sua nuca tão branca quanto o seu pescoço.

"Perdeu a hora chefe? Já são quase oito da noite, estávamos preocupados com você" Fez o louro se desvencilhar do "transe".

Laxus encarou Bixlow por alguns segundos, e ele logo se corrigiu.

"Mira e Freed na verdade. Eu sei que você curte dar uma dessas saidinhas de vez em quando".

Laxus não sabia porque, mas aquilo tinha o incomodado. Não a isso, mas sim ao olhar que Mirajane lançou em seguida.

Ela estava cabisbaixa, ou o quê…

"Ever não saiu do quarto em nenhum momento depois do café. Estou preocupado com ela, por isso estamos preparando essa sopa com alguns legumes para ela se sentir mais à vontade" Falou Freed.

"Não acho que seja nada sério mas, Mira poderia entregar a sopa para ela, vai que ela precisa conversar com alguém que entenda desse 'tipo' de assunto" Laxus incentivou dando ênfase que o problema de Ever pode se tratar d eum problema de meninas.

"Eu já acho que ela queira um tempo sozinha," olharam Mirajane com interesse, "Acho que ela precisa de um tempo para reorganizar suas próprias ideias e pensamentos. A senti muito borocoxo hoje, talvez ela só precise de uma noite só dela para refletir. Mas se quiserem, eu mesma entrego, vai que o problema seja esse" Corou no final.

"Concordo Mirajane, Ever sempre teve todo o tempo voltado para nós, vamos deixá-la ter esse momento sozinha. É o mínimo que podemos fazer por ela…"

Alguns minutos se passaram. Freed acabara de misturar a carne, e o resto dos legumes junto do macarrão na panela que estava no fogo e Mirajane estava lá, olhando satisfeita com o resultado quase pronto.

E Laxus estava lá, olhando satisfeito com o quão bem a noite decorreu. Ele não vai mentir, estava queimando a nuca de Mirajane com os olhos, e dizer que sempre desviava seu olhar também era uma mentira. E ela o mesmo. Se ele estava a encará-la ainda mais, ela tentaria se esconder a princípio, mas logo buscaria estímulos para implicá-lo de volta, mesmo tendo a certeza de que evidenciaria a ela mesma.

Mas nem todo o jantar estava sendo um mar de rosas.

Elfman

Elfman estava indignado. Já fazia um dia inteiro que o Senhor Strauss não dava satisfação sobre a sua irmã e isso já estava o fazendo pirar. E o pior de tudo, era ver a sua irmã, Lissana, cada vez mais em meio a lágrimas.

Eis que a hora do jantar estava marcada. No pensamento de Elfman, nada poderia atrapalhar o seu "interrogátorio" perante o seu pai e a sua irmã. Ele não seria capaz de esconder uma coisa dessas, muito menos na frente de Lissana, a que mais estava sofrendo com isso, pareceu.

Ele levava um dos talheres até a boca, quando foi surpreendido pela confissão da caçula.

"Você o quê?" gritou o Sr. Strauss irado, "Você não tem permissão para sair sem acompanhente por aí, escutou Lissana?"

"Mas eu não me aguentei pai. Eu queria procurá-la e eu ainda quero. O senhor não vai me impedir"

"Quem você pensa que é para atropelar minhas regras sem a minha autorização? Ainda mais petulante desse jeito. Você está proibida de ir para a escola de dança por um ano. Ouviu, um ano!"

"E-Eu só queria," soluçou, "Eu só queria encontrar a Mira-nee, você não me disse nada papai. Nem ao menos uma-"

"Já chega!" Elfman bateu os punhos na mesa fazendo-o derramar um copo de suco.

"Olha o que você fez moleque! Encharcou o pano caríssimo-"

"O Senhor irá nos dizer agora," ameaçadoramente prosseguiu, "Por que nossa irmã não está nessa mesa de jantar?"

Com um sorriso presunçoso nos lábios, que somente Elfman conseguiu pegar, sua face logo é virada da água pro vinho. De pretencioso para vítima.

"Eu não tive culpa de nada, me desculpe Lissana, eu não deveria ter falado com você dessa maneira. Você é a minha princesinha, minha única princesa…".

"O que isso quer dizer?" Perguntou a albina, ainda sem entender o que estava vivenciando.

"Quer dizer que ela nunca mais chegará perto dessa casa, meus filhos. Eu sei que por agora, deve ser difícil enfrentar o que eu estou prester a dizer mas é que," respirou fundo, "Sua irmã, minha filha, minha princesa Mirajane, não vai voltar. Sua decisão final foi esta. Se manter conosco, com a sua família ou viajar pelo mundo sem se importar com todos nós. E ela escolheu a segunda opção… E-Eu ainda estou muito emocionado com isso, eu, eu não tive culpa, eu sou um pai exemplar, eu fui um pai exemplar para ela…É essa droga de juventude que fez sua irmã se afastar de nós, esse sentimento de liberdade inútil…"

"Mas pai, para onde ela foi?!" Lissana praticamente gritou, inconformada com a verdade falada pelo seu pai.

Elfman se mantinha calado. Ele sabia que era melhor para sua sanidade, para o bem da sua irmã essa noite. Ou o quase bem. Seu "pai" sendo um estúpido, não era novidade. Ele já sentiu na pele o que é estar enroscado entre as armadilhas do seu pai. Cada concelho, cada conversa, tudo para ganhar sua confiança e dependência. E o imbecil ainda tem coragem de falar assim da sua irmã mais velha, mentindo sobre o que aconteceu, distorcendo toda a verdade as suas custas. As custas de Lissana. Mas Elfman prometeu a si mesmo, ele não vai deixar essa família afundar. O seu "pai" sim, mas suas irmãs nunca.

Mirajane

Laxus estava jogando com ela. Talvez era isso que sua irmã caçula diria. Um fino sorriso preencheu seu rosto ao lembrar-se dela. Mirajane não pôde camuflar os seus sentimentos, mesmo na frente das pessoas seria difícil para alguém tão sensível. A albina sentia falta dos seus irmãos, não existiam dúvidas. E toda essa companhia dos colegas de Laxus a fizeram voltar num tempo melhor, não o que passou com o seu pai em sua sala de trabalho, mas sim no tempo que sua mãe ainda era viva. Uma doce lembrança.

Se ela procurasse em suas próprias memórias ela poderia voltar nesse tempo. Mas talvez voltar no tempo não seja uma boa ideia. E o barulho forte que começou do nada no lado de fora a impediu.

"Se Laxus tivesse demorado um pouco mais ele poderia pegar um resfriado" pensou, logo se amaldiçoando em seguida.

Olhando-o de baixo para cima enquanto colocava uma colher de sopa na boca, ela utilizou-se de toda a sua coragem para encará-lo da mesma forma que ele estava fazendo com ela. Resultado foi que o louro deixou a colher cair no fundo do prato, um pouco envergonhado, dando espaço para um risinho da vitória para Mirajane, que foi logo abafado por uma das mãos.

Laxus não poderia culpá-la, foi ele que começou.

As risadas que acompanharam as de Mirajane só fizeram o louro ficar ainda mais "furioso" e ruborizado. Mira não iria admitir agora, mas achou adorável o seu beicinho formado.

Algum tempo depois, Bixlow arrumou uma desculpa de que iria colocar um filme para todos assistirem. No decorrer da sugestão, acabou puxando Freed consigo na tentativa de tirar Evergreen de qualquer jeito da cama, além de pegar uns travesseiros e cobertores. Talvez aquilo tenha sido só uma desculpa, mas não tinha como saber.

"Eu te ajudo" Laxus falou, quase se levantando em uma das cadeiras na cozinha.

"Você ainda está jantando e eu realmente não tenho problemas em lavá-los" disse gentil.

E tudo estava uma completa paz. Um clima morno cercava o ambiente, até o louro se erguer do seu acento, de forma sutil, surpreendendo Mirajane que estava cantando algo baixinho.

"Você tem sempre que cantar independente do que está fazendo?"

Foi um leve susto, mas que ainda foi capaz de arrepiar os seus pelos albinos. Sua voz enrouquecida e sua respiração que fazia a raiz dos seus cabelos balançarem fracamente foram mais um motivo para se manter no lugar. Ela tinha vontade de encolhe-se e de fechar os olhos, mas o som do seu prato em toque com a pia a fez mudar de ideia, a fazendo quase bater a cabeça na prateleira um pouco acima.

"Pode ir, eu acabo com esse"

Se recompondo pela segunda vez devido a sua maior proximidade, Mirajane inclina sua cabeça um pouco mais para o seu lado, meio insegura.

"Você tem certeza?"

"Eu não disse que você faria muitas coisas hoje," na verdade o que disse era que nós iriamos fazer, juntos, "Então vai lá, os meninos estão te esperando para começarem o filme"

"Você sabe que eles só irão começar quando todos estiverem na sala, e isso conta com você…" Mirajane contra argumenta, se espreitando um pouco mais no curto espaço a frente da torneira.

"Você é sempre tão preocup-" tentou perguntar, depois de uns segundos de silêncio.

Com bastante agilidade, o louro nem percebeu que o seu nariz já estava cheio de bolhas.

"Pin!" fez um barulhinho quando tocou em seu nariz, "Desculpa, eu devo ter me empolgado só um pouquinho."

Laxus ficou surpreso. Deu para ver que seus olhos piscaram por um tempo em confusão, mas por fim acabou mantendo a mesma carranca de sempre.

Foi bem rápido de lavar o resto da louça depois dessa "cena". Mirajane estava se preparando para passar pano no último copo quando ouve a torneira se abrindo, sentindo em questão de segundos uma mão molhada sendo passada por todo o seu cabelo.

A albina olhou para frente, um tanto confusa, mas quando viu o largo sorriso já se despedindo pelo corredor, ela apenas acompanhou-o até sumir de vista. Agora sim ela poderia voltar com o que estava fazendo.

Mira logo notou que estava sentada um pouco distante de Laxus, situado na frente de Evergreen, que por sinal estava presente ao seu lado no sofá. Ever mantinha seu olhar torto desde de manhã, até mesmo quando havia entregado sua sopa com a maior boa vontade ela o fez. Mas Mirajane não teve coragem de perguntá-la o porquê, ou por vergonha ou de que as coisas eram apenas frutos da sua imaginação. O que deve estar acontecendo nesse exato momento, já que Ever a olhava novamente só que um pouco mais triste que o normal.

Estava chegando o momento de reencontro dos personagens no filme. Enquanto Laxus se encontrava atracado no chão, intacto, com um ar de desinteresse, Mirajane já estava emocionada, ansiosa para a cena romântica que viria à seguir. Porém todas as luzes se apagaram justamente nessa hora.

"Aaahhhhhhh"

Colocou uma das mãos na orelha para aliviar o som do grito, de Freed por sinal.

Laxus foi um dos que não se desesperaram pelo filme sendo interrompido, junto de Bixlow que estava batendo os travesseiros no sofá, se acabando de rir.  No momento, Freed, Ever e Mira estavam boquiabertos, ainda não acreditando que não conseguiram ver a cena mais aguardada.

"Ahh, não acredito!" bufou Ever um pouco mais chorosa.

A albina só ficou lá, olhando com cara de paisagem o escuro.

Laxus

Ele passou a ser "agarrado" em ambos os lados do seu corpo por Ever e Freed, quando a energia caiu. Com um pouco de dificuldades de se levantar e de ir conferir se toda a vizinhança passava pelo mesmo problema, Laxus não deixou de consolá-los.

"Tá tudo bem," passou a dar batidinhas nos dois, "Veja pelo lado bom, estávamos assistindo um filme de romance, imagina se fosse de terror? Teria sido pior…"

"Huhum, certo" disse Freed, ainda tenso com o susto.

Tirando um pouco da sua atenção pros dois, o louro tentou ligar o seu celular para usar a lanterna, mas o mesmo estava sem bateria.

"Fiquem por aí, eu não vou demorar para pegar as velas" se levantou.

"Da última vez que disse "não vou demorar" você passou quase todo o dia fora!" Rebateu Bixlow.

"Tsc, que seja" Respondeu, logo iniciando o caminho pelo corredor escuro.

Laxus achava que estava no cómodo certo. Usando apenas o tato como único sentido, ele passou a pôr as mãos em qualquer coisa que dava, até achar a bendita prateleira que continha as velas. E não é que elas estavam no alto?

Ascendendo o esqueiro que havia encontrado enquanto procurava a tal, num segundo ele já tinha ascendido uma vela. No mesmo segundo em que ouviu algo meio que se esbarrando. "Não deve ser nada" pensou.

Mas quando o mesmo virou o seu corpo junto do objeto para ver se havia de fato um problema, acabou acontecendo o mais improvável.

Ele o tinha abandonado de suas mãos, caindo acidentalmente em Mirajane.

O barulho do prato de apoio estilhaçando no chão, só fez Laxus se desprender de quem estava a sua frente. Começando a olhar de seus pés calçados em diante, parou ao encarar o seu único vestido começando a queimar na parte de cima. Assim que estalou a vontade de perguntá-la o que tinha na cabeça por estar atrás de si, automaticamente empurrou o seu rosto para cima e só de ver a sua face distorcendo em dor partia o coração.

"T-Tá… muito… quent- ahhh" urrou.

Laxus pegou um copo e abriu a torneira no máximo, sem desligar de seus olhos já molhados. Em um movimento veloz, ele fazia a coisa mais sensata quando alguma coisa pegava fogo. Apagava, mesmo se o local não era o mais apropriado.

Dando leves tapinhas no tecido ensopado que cobria o seu busto, Laxus tentava eliminar quaisquer resquícios das chamas. Isso tudo no escuro. E claro, ele não via o quão sem jeito ficou a menina quando todo o fogo foi apagado, para a sua sorte ou não.

Ele tentava acalmá-la, mas o suor não parava de escorrer em sua testa enquanto não caia a ficha de que uma mão ainda foi mantida em seu colo.

E foi só quando sentiu uma maciez em contato com a mesma mão que ele finalmente parou, reconhecendo a situação que saiu do seu controle. Porém já estava claro novamente, para a sua sorte ou não.


Notas Finais


Acho que vocês perceberam algumas coisinhas diferentes na narrativa, espero que tenha ficado mais legal.

Comentem se gostaram babes 😘

Toda crítica construtiva é bem vinda e plágio é crime!

Kissus e até! Bye


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