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História Acompanhante de Aluguel - Lámens apimentados em lojas de conveniência


Escrita por: belisaints

Notas do Autor


Oi, meus anjos!!! Como vocês estão??

Eu queria agradecer todo mundo que tá acompanhando AdA. E dizer que to em êxtase pela história ter chegado aos 300 favoritos, sendo que na última atualização a gente comemorava os 200!!!!! Nunca nem pensei que um dia uma história minha poderia alcançar um número desses aqui. Então queria mandar um muito obrigada pra todo mundo mesmo, isso é muito importante pra mim.

Esse capítulo é a continuação do anterior. Espero que vocês gostem!!!
Divirtam-se!

Capítulo 6 - Lámens apimentados em lojas de conveniência


Eu enlouqueci. É oficial dessa vez. Enlouqueci por completo.

E a prova disso é a imagem de Jungkook caminhando de volta para a mesa da loja de conveniência, puxando o banco em minha frente com um dos pés e largando em nosso meio dois lámens apimentados. Eu não acredito que eu realmente aceitei jantar com ele. Não acredito que ele pediu para que eu sentasse enquanto ele preparava nossa refeição. Não acredito. Eu simplesmente não acredito que eu consegui me afundar ainda mais no poço.

— Você disse que um amigo de Haneul se transferiu para cá, isso?

Ele pergunta assoprando o vapor do recipiente plástico. Remexo-me na cadeira, levando um tempinho para sair de meus devaneios sobre seus malditos detalhes e voltar à realidade.

— É. Jisoo.

Ah, ele? — Seus olhos se erguem até os meus. — Fiquei sabendo.

Pisco algumas vezes, aérea. Tenho certeza que pareço perplexa demais e tenho consciência de que estou o encarando feito uma maluca completa.

— O quê?

— Da transferência de Jisoo. — Ele não entende a minha pergunta. — Yoongi comentou semana passada.

O quê? — Volto a repetir, a ficha caindo aos poucos. Seu cenho se franze em minha direção e eu sei que ele não vai responder de novo. — Por que não me contou?

— Pensava que soubesse há tempos.

Puxo o ar, horrorizada. Eu parecia saber há tempos? Quer dizer, eu estava realmente desesperada hoje mais cedo ao telefone, eu tenho certeza que deixei isso claro em cada palavra gritada em pânico. Como ele achou que eu soubesse há tempos? Tudo bem que... Não é como se fosse mudar algo se ele tivesse me avisado naquele instante, é? Eu sei que não, a merda já estaria feita e seria muito em cima da hora para tomar qualquer atitude. Apesar deu estar tomando uma atitude em cima da hora de qualquer forma...

— Bem, não? Não sabia!

— Eu pensava que sabia, não tinha como eu adivinhar.

— Era só ter me perguntado!

— Bem, agora você sabe.

— É, mas...

Paro. Uma raiva crescendo no peito, subindo até meu pescoço e bloqueando meus ouvidos por alguns segundos. Claramente o Jungkook que criei na minha cabeça é diferente desse sentado em minha frente. Até porque eu nunca teria vontade de gritar palavrões à imagem que criei, nem mesmo despedaçar o notebook novinho em folha repousado sobre a mesa. A verdade é que eu nem sei o porquê ainda me surpreendo com isso. É Jungkook no fim das contas, não é? Babaca como sempre.

 — Você vai precisar ser cuidadoso. — Aviso exaltada, preferindo mudar de assunto de vez. — Precisa conversar com Yoongi também.

— Conversar sobre o quê?

 — Sobre ele ser cauteloso! — Quase grito. A verdade é que eu me sinto mais irritada comigo do que com ele, e é tudo por causa dessa droga de história de superação. Deveria ser fácil, não deveria? Ele ajuda tanto, deveria sim ser mais fácil. — Ele pode acabar deixando escapar para Jisoo que sou sua cliente.

Jungkook dá de ombros, pegando um amontoado de lámen e enfiando na boca.

— Já disse. — Fala depois de um tempo, cheio de descaso. — Yoongi não comenta sobre a vida alheia.

Abro a boca para lhe dizer que sim, Yoongi comenta sobre a porra da vida alheia, mas a fecho no instante seguinte. Talvez não valha a pena. Talvez se eu me atrever a dizer, o comentário saia de uma forma errada e acabe piorando a situação. E eu preciso mesmo que Jungkook coopere comigo da maneira correta. Mesmo que eu queira muito agora que ele vá tomar no cu.

— Mas ele comentou de Jisoo com você.

— E? Comentou porque nós jogamos basquete juntos.

— Nessas condições, ele pode comentar de você para Jisoo também.

Ele ergue seu rosto para mim, parecendo pensar sobre minha linha de raciocínio por um tempo.

Nah, sem chance. — Balança a cabeça para os lados. — Eles nem amigos são.

— Claro que eles são amigos.

— Não.

— Você disse que eles eram.

— Eles são conhecidos, na verdade. — Explica, os olhos ainda focados no ato de remexer o lámen e assoprar vez ou outra. — Estudaram juntos no colegial, Yoongi só mantém contato com ele porque o time deles é rico, ruim demais e o único que aposta dinheiro nos jogos. Eles gostam de apostar e a gente gosta de ganhar, fim.

Ergo as sobrancelhas um tanto chocada; não sei se pelo fato deles jogarem por dinheiro, por manterem uma relação cheia de segundas intenções ou por Jungkook achar ok aumentar a merda do grau de intimidade entre Yoongi e Jisoo para “amigos” ao invés de “interesse financeiro”. Ele sabe o quão desesperada fiquei imaginando todos os assuntos entre esses dois? Ele tem alguma ideia disso? Puta que pariu. Jungkook facilita tanto, tanto no lance de superação, eu simplesmente não consigo acreditar que eu desperdice todas as oportunidades.

— É assim que funciona, então?

— É.

Fico em silêncio por um tempo, vendo Jungkook puxar outra vez uma quantidade significativa de lámen e comer. Olho para minha refeição em minha frente e penso em fazer o mesmo, mas desisto. Não sei ao certo se isso faz eu me sentir bem. É um obstáculo a menos que terei de enfrentar com o novo status de relacionamento de Yoongi e Jisoo, isso é óbvio, mas a situação toda ainda parece errada demais.

— Mas mesmo assim precisamos tomar cuidado com Jisoo, precisamos fazer com que esse namoro pareça real.

— Sábado nós vamos jogar contra eles, Haneul vai estar lá também. — Dá de ombros. — Você pode ir.

Meus olhos se semicerram instantaneamente. Uma parte do meu cérebro dizendo não, mas a outra sabendo que provavelmente essa é uma boa ideia.

 — Eu posso te encontrar pra gente chegar junto. É nas quadras do campus, conhece? — Assinto em resposta. — Ótimo. O jogo é às 17h.

Faço uma anotação mental. E o próximo pensamento que me vem à cabeça me faz travar. Eu estava prestes a dizer para Jungkook ter cuidado ao sair com outras garotas, mas não sei se temos esse tipo de intimidade. É até errado dizer intimidade para algo assim. Só não me sinto a vontade, é como se eu tivesse ultrapassando uma barreira. E deveriam existir limites, não é? Por mais que eu já tenha pensado nos músculos de suas coxas, deveria existir um limite para esse tipo de questão, não é?

— Você é completamente maluca.

Jungkook ri e eu me pego ainda perdida em devaneios.

— Do que você tá falando?

— Você comprou mesmo um notebook. Isso é maluquice, você sabe, não é?

, — franzo o cenho, quase me sentindo ofendida — eu disse que era urgente.

— Como escolheu o modelo? — Pergunta, os olhos passando pela embalagem em adoração. — Você não tem cara que sabe dessas coisas.

— Google. — Ignoro seu possível insulto. — Por quê? Ele não é bom?

— É ótimo. — Responde rápido. — E veio na melhor hora, se quer saber. E, pra ser sincero, o que eu estava planejando comprar não é nem metade desse.

Olho para a caixa ainda coberta pela sacola, me lembrando de todos os elogios que ouvi do vendedor sobre o produto. E penso também se é certo dizer que o responsável pelo pagamento foi Haneul. Mas não chego à conclusão alguma.

— É um contrato exclusivo, então...

— Isso deve te dar direito há uns trinta e cinco encontros.

Minha coluna sofre um tremelique e meus olhos correm até os seus.

— O quê?!

— O que foi?

— Como assim o que foi? — Solto exasperada. — Eu achava que seria até quando eu precisasse, até porque eu comprei um notebook para você.

— Não posso ser seu namorado de mentira para sempre, tem que ter um limite. — Ele solta sério e eu me vejo girar os olhos. É, eu sei dessa porra de limite, Jungkook. — E além do mais, isso ainda é contra as minhas regras.

Regras? — Solto o ar irritada. — Lá vem você de novo com isso.

— Você teve suas regras e eu segui elas!

Tem certeza? Você não seguiu a última.

Seu rosto se franze em confusão.

— Que última?

— Sobre usar roupas de bom moço.

É a vez dele de girar os olhos, um riso debochado escapando pelos lábios.

— Se eu usasse roupas de bom moço igual Haneul, sua mãe iria me comparar a ele em todos os aspectos, não só nas roupas e esse seria o seu fim. — Ele estala a língua, uma feição prepotente. — Ela tem que perceber que nós somos diferentes e é exatamente por isso que você está comigo.

Eu me sinto afrontada demais para responder. Até porque essa droga fez todo o sentido do mundo e eu me odeio por não ter pensado nisso antes. É tão óbvio que chega a ser patético. Eu terminei com Haneul por um motivo, se Jungkook fosse igual, nosso namoro não duraria até o início do verão. Por mais que algo no fundo do meu cérebro diga que ele não precisava ter apelado para uma jaqueta de couro daquelas...

— Não precisa me agradecer. — Ele tem um sorriso ofensivo que banha seu rosto todo. — E outra, eu fiz um ótimo trabalho com a sua mãe, você não pode negar. Aquela minha resposta sobre as intenções com você? Caramba, eu deveria patentear e vender.

A menção à maldita resposta me faz vacilar. Eu sei que foi algo inventado, cada palavra pensada, mas ouvir isso saindo de sua boca é como um carimbo de confirmação. Talvez isso me ajude de vez a superar esse cara. Pelo menos, deveria, não é?

— Ajudou em partes.

Seu rosto se ergue, o caldo do lámen escorrendo por seu queixo por alguns segundos antes dele passar as costas de uma das mãos para limpar. Jungkook parece terrivelmente contrariado.

— Como em partes? Eu falei o que toda mãe quer ouvir, falei que apoiava você e sua carreira. Foi inspirador, até Gandhi ia gostar!

— É, mas a verdade é que minha mãe não se importa com isso. E possivelmente nem com o Gandhi também. — Ergo os ombros, o sentimento amargo me tomando a boca. Não sei se deveria comentar esse tipo de coisa com ele, mas não é como se eu quisesse me frear. Até porque a única pessoa que tenho para conversar sobre é Sorn e ela está indisponível até o fim do mês, no mínimo. — Minha mãe não liga se vou me formar ou não, ela quer me ver casada, assim como meu pai.

— Isso é sério?

— É. Por isso contratei você.

Eu sei, você contou que seus pais ficariam no seu pé e que você precisava mostrar que tinha superado, mas... — Pausa, insatisfeito. — Não pensei que fosse nesse nível.

Tento ignorar o fato dele se lembrar disso, como também tento despistar o calorzinho começando a crescer no peito outra vez.

— Quando eu terminei com Haneul, eles ficaram em cima de mim de todas as formas. Pediram para eu reatar e quando viram que não daria certo, me encheram de contatos para encontros às cegas. — Minha voz sofre uma quebra envergonhada e eu sei que deveria parar agora, mas não quero. Tenho meus olhos fixos no prato de Jungkook e não ouso os erguer. — Eu estava conseguindo levar, sabe? Mas nunca conseguiria levar isso combinado ao fato de Haneul ter arranjado uma namorada. Eu sabia que a partir do momento que eles soubessem, minha vida iria virar um inferno... E a faculdade está tão difícil! Tão difícil... Tem vezes que eu me sinto a ponto de explodir. O professor na semana passada pediu para nós montarmos um relatório enor-

Paro subitamente, meus olhos subindo até os de Jungkook. Eu estava prestes a choramingar sobre minha vida acadêmica para ele, reclamar sobre tudo, sobre provas, professores, projetos errados, horário de aulas, tudo. Emendar lamúrias pessoais que não fariam o menor sentido. E por mais tentada que me sinta a desabafar, ainda é Jungkook, afinal, ele pode mesmo não se importar com isso e fazer questão de deixar claro. Ele pode não entender, não estar na mesma sintonia que eu, achar chato, idiota, fútil. E eu me sinto vulnerável demais agora para receber qualquer tipo de indiferença de forma maldosa.

— Meu pai só quer que eu me case. — Falo por fim, vendo seu rosto concentrado se perder por um instante. — Já minha mãe eu não sei. Quer dizer, ela quer mesmo que eu case, mas ela pareceu relutante sobre nosso relacionamento.

— Relutante. — Ecoa depois de um tempo, pensativo.

— É. Eu só te contei isso porque você precisa estar por dentro das coisas, entende? — Me explico sem necessidade. — Só para você saber como deve agir e como é toda essa situação, só para você saber as respostas que precisa dar no futuro.

Mas a maneira como seus olhos me fitam me dão certeza que ele sabe que essas não foram as reais intenções. Remexo-me na cadeira, desconfortável por parecer tão transparente a seus olhos, me permitindo ficar em silêncio até que ele diga algo.

— Eu preciso recolher os anúncios do mural! — Jungkook escorrega para a ponta da cadeira, afoito repentinamente. — Jisoo pode ver eles lá.

Ah. Quanto a isso...

Enfio minhas mãos no bolso do moletom e tiro os seis flyers colocados ali mais cedo, depositando-os sobre a mesa. Seu corpo escorrega pelo banco outra vez, surpreso.

— Eu tirei eles depois que conversamos. — Dou um sorriso rápido. — Gostei das alterações, a propósito.

Seus olhos vão do meu rosto aos anúncios entre nós. E a forma como eles crescem minimamente me dizem que estão sobre os dizeres “amigo de aluguel” nesse exato segundo.

— Eu já estava planejando essas alterações.

Sei.

— É sério, está bem? — Rebate incomodado. — Eu estava planejando elas há muito tempo.

— Ainda está mentindo em umas características.

— Não estou mentindo.

Rio quando o vejo franzir o cenho em confusão.

— Aqui ainda diz porte atlético, educado, agradável e que sabe estabelecer uma conversa.

— Isso quer dizer que você concorda com o bonito dessa vez?

Sinto meu corpo trepidar de pavor. De onde surgiu isso? Foi tão inesperado que não consigo conter meu queixo de cair embasbacado. Jungkook tem um olhar inexpressivo no rosto e eu não consigo não ficar horrorizada. Não consigo não ficar horrorizada porque, de repente, eu estou prestando atenção em como sua boca parece vermelha e inchada pela pimenta. E parece tão fácil de deslizar, tão macia para beijar...

Isso é o caos! Eu não deveria estar pensando nesse tipo de coisa.

— Não disse isso!

Ele dá um sorriso rápido, nada humorado. E quando penso que vai replicar, ele aponta para o lámen intocado em minha frente. Mas ainda me sinto agitada demais para entender qualquer coisa que se passe aqui.

— Vai comer? — Nego ainda aérea. — Posso pegar?

— Você vai comer mais um?

— Posso pegar ou não?

Sua voz vem impaciente, e eu não me sinto em um humor estável para rebater, apenas empurro o pote em sua direção. Ele o puxa sem rodeios, mexendo o macarrão instantâneo com os jeotgarak de bambu, parando apenas para dizer:

— Trinta e cinco encontros a partir de agora.

Pisco os olhos algumas vezes. A menção sobre o maldito contrato me trazendo a tona de forma brutal e súbita.

— Você estava falando sério sobre isso?

— Claro que sim.

Inflo o peito, inconformada.

— Eu acabei de te dar o melhor notebook do mundo e você vai limitar nossos encontros?

— Que tipo de pessoa você acha que eu sou? — Enfia uma quantidade significativa de lámen na boca, mas isso não parece o frear de continuar a falar. — Não posso ficar pro resto da minha vida namorando com você por causa de um notebook. Já disse, precisa de limites.

Solto a respiração em uma bufada irritada.

— Você é inacreditável.

— E ainda existem as regras, — diz ignorando por completo minha reclamação — falei que estou passando por cima delas por causa de você.

— Eu sei das suas regras, você faz questão de falar sobre elas sempre que pode.

— Ótimo. — Sorri satisfeito. E algo me diz que é por ter conseguido me tirar do sério. — A contagem começa no próximo encontro, o de hoje foi para nós acertarmos os detalhes.

— Caramba, — solto debochada — você é tão bondoso.

Seus olhos se apertam em um sorriso cínico.

— Obrigado. Vou colocar isso nos próximos flyers, caso eu resolva ser acompanhante de aluguel de novo.

Amigo de aluguel. — Corrijo-o, apontando para o anúncio. — Não esqueça.

Ele ergue uma das sobrancelhas em irritação antes de continuar a comer o maldito lámen.

Um ódio profundo me tomando o peito pelo pensamento que me vem a seguir.

Jungkook poderia colocar “uma ótima boca para beijar”.

Urgh.

Eu realmente não sei aproveitar as oportunidades que ele me dá para levar esse lance de superação adiante.

E isso é o cúmulo do ridículo.

[...]

Chuto meus tênis para o canto do armário e enfio meus pés em meu chinelo de pano. Sorn está exatamente onde eu a deixei quando saí, a quantidade de livros que a acompanha, no entanto, parece ter duplicado. Há também uma garrafa de Coca-Cola vazia no alto de sua escrivaninha, junto com um pacote pela metade de salgadinho de queijo e duas embalagens de chocolate branco. Ela nem sequer se move ou tira os olhos da tela de seu computador quando sento na cadeira em frente a minha mesa. Meu material continua ali, do mesmo jeito que deixei também.

O resumo intocado de Antropologia parece me olhar e julgar. Todas as minhas marca textos ganhando um brilho a mais e me afrontam por tê-las abandonado no meio dos estudos. Cheia de culpa, busco minha agenda, já procurando por uma brecha nos planos para encaixar todos os que foram deixados de lado hoje.

Yerin? — A voz de Sorn me faz parar na primeira palavra que escrevo, viro-me na cadeira apenas para encontrá-la com os olhos fundos de sono. — Desculpa, eu estava concentrada demais, não vi você.

— Não tem problema. — Lanço um sorriso rápido. — Como está indo o roteiro?

— Bem, apesar de faltar muita coisa ainda. — Ela tira os óculos, colocando-os sobre a mesa para logo em seguida levar as mãos aos ombros. — O que aconteceu que você saiu e nunca mais voltou?

Ah. — Solto sem perceber. Minha ideia, desde o início, era deixar Sorn a par de tudo, mas agora parece difícil demais seguir com ela. Até porque não consigo simplesmente ignorar todos os seus problemas e jogar os meus sobre sua cabeça. Eu sei que não é certo. — Eu lembrei que tinha que encontrar minha mãe.

Ela ergue as sobrancelhas e assente, parecendo convencida. Ou talvez esteja cansada demais para desconfiar de algo.

— Nunca mais falou com o acompanhante de aluguel?

Eu contei a ela apenas sobre nosso primeiro encontro, apenas. Tirei centenas de momentos das narrações e encurtei outros tantos. Para Sorn, a vida segue como deveria seguir: 100 mil wons gastos, meus problemas resolvidos e Jungkook longe de mim.

— Não, nunca mais.

Mas as palavras saem como lama da minha língua, saem pesadas e sujas. E eu logo me pego querendo dizer tantas coisas para Sorn... Queria contar sobre cada detalhe, cada mínimo detalhe; sobre como as coisas têm sido e como não têm sido. Queria contar sobre as malditas particularidades de Jungkook e sobre sua teimosia irritante. Sobre suas coxas e sobre a pintinha em seu queixo. Queria discutir sobre isso por horas até não chegarmos à conclusão alguma ou chegarmos a uma conclusão baseada em nada, só achismo, montada em cima de momentos contados pelo meu ponto de vista exagerado.

— Acho que vou dormir. — Diz depois de sorrir em resposta. — Você se importa? Quer dizer, você pode manter a luz ligada, eu realmente não me incomodo.

— Tudo bem. — Respondo, mas no fundo me sinto chateada com a situação. — Eu vou tomar um banho e dormir também.

Enquanto a vejo se erguer e pegar seu pijama sobre a cama, desisto de remanejar para outros dias meus planos furados de hoje. A frustração de ter uma vida totalmente bagunçada me pegando em cheio.


Notas Finais


Hmmm, será que a Yerin tá se afundando ainda mais em Jeon Jungkook?? E esse jogo de basquete no sábado? Sei não...

Sempre esqueço de comentar, mas Acompanhante de Aluguel tem uma playlist, acredita? O link é esse aqui e eu fiz com muito amor:
https://open.spotify.com/playlist/5f5eohM5kIhMIzQFbjIqmD

Semana passada postei uma oneshot aqui com o Taehyung, o nome é Strawberry Milk e eu amo ela muito. Então pra quem se interessar o link é esse aqui: https://spiritfanfics.com/historia/strawberry-milk-10001240

É isso, gente, espero que vocês tenham uma semana iluminada! To amando receber os comentários, isso me deixa muito feliz mesmo e toda derretida, hehehe.

Beijinhos


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