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História Acordos - Apresentações


Escrita por: PipocaSinger

Notas do Autor


Voltei com mais uma fanfic o/
Falei que não ia demorar ><
Espero que gostem dessa, tanto quanto Entre Dois Mundos <3
Boa leitura!

Capítulo 1 - Apresentações


- Alteza?

A voz de sua a aia a faz despertar dos devaneios.

- Desculpe-me, Tenten. O que disse?

- A água já esfriou, tem certeza de que não quer sair?

Hinata concentrou-se na temperatura da água, Tenten estava certa. Lentamente inalou uma quantidade razoável de ar antes de se afundar uma última vez na banheira. Por quanto tempo havia se desligado do mundo dessa vez? Nos últimos dias tornaram-se frequentes os momentos em que perdia-se em inúmeros pensamentos e, perdida neles, esquecia-se de suas obrigações e ignorava o mundo ao seu redor.

Emergiu e saiu da banheira. A água estava fria, fato, mas a noite estava muito mais. O vento gélido beijou sua pele nua e pálida, fazendo-a se arrepiar por completo. Andou calmamente até onde Tenten estava, a água que escorria por seu corpo deixava marcado o caminho em que passava.

- Quanto tempo falta até que ele chegue? -Sua voz era suave, sabia disfarçar seu nervosismo. Esta, sem dúvida, era uma das habilidades mais necessárias na corte.

- Algumas horas ou um dia, talvez. Ele está mais próximo do que ontem, isto é certo, mas é a única coisa certa. - A morena respondeu enquanto envolvia o corpo de Hinata em seu roupão rubro.

- Porque diz isso? - Os olhos perolados foram de encontro a aia, havia curiosidade neles.

- Não gosto de medir o tempo que virá. O tempo que ainda não se passou, para mim, é algo totalmente incerto. - Ela lhe respondeu com calma.

Hinata suspirou.

- Queria não me preocupar tanto em medir meu futuro assim.

- Somos diferentes, Vossa Graça. Suas preocupações envolvem muito mais que os problemas mais imediatos, envolvem aqueles que decerto virão, ou podem vir, num futuro nem sempre tão iminente.

- Frequentemente você me diz coisas mais sábias que meus conselheiros, Tenten. Acho que terei que inverter suas funções.

A morena riu.

- Você não vai querer fazer isso. Tenho plena certeza de que não suportaria um único dia com aqueles velhos mal humorados auxiliando-a em seu banho, enquanto planejam alguma forma de molestar você sem que pareça que realmente o estão fazendo.

Hinata suspirou e libertou um sorriso.

- E mais uma vez você está certa.

O som alto de um berrante interrompeu a conversa.

- Ele chegou.

- Achei que teria mais tempo... - O sorriso de Hinata já havia se desfeito. - Pegue meu vestido dourado e separe minhas joias.

Lentamente ela andou até a sacada de seu quarto, as milhares de estrelas no céu pareciam querer vigiá-la naquele momento. Escorou-se na amurada e pôs-se a observar os portões da cidade. Em breve ele os atravessaria.

- O dourado? Tem certeza? Ele me parece muito... Rico, para essa noite.

- Nosso convidado está aqui pelo ouro, deixemos que saiba que o temos.

- Sim, senhora.

 

 

 

Hinata vagava apressada pelos corredores do castelo. Havia passado no quarto de seu pai para vê-lo antes de se dirigir à sala do trono, mas ele tivera mais uma de suas crises e, assim, acabara por se atrasar.

"Ótimo, Hinata! Deixá-lo esperando é um bom jeito de se começar as coisas!"

Estava pensando, distraída, quando sentiu a batida de seu corpo com o metal frio. O choque a fez dar uma passo vacilante para trás e perder o equilíbrio, gritou de susto e da dor que previa que viria com a queda, mas antes que atingisse o chão algo a manteve de pé.

Quando finalmente recuperou o controle de seus pensamentos ergueu os olhos para entender o que havia acontecido. Um homem de armadura impecável a envolvia pela cintura, levemente curvado. Logo entendeu que havia se esbarrado com ele e quando finalmente retomou a postura, percebeu que, por impulso, tinha abarcado o pescoço do cavaleiro, no intuito de se manter firme.

Soltou-se e se afastou.

- Deveria prestar mais atenção, senhorita. Se tivesse batido um pouco mais forte teria se machucado. - A voz era firme e possuía uma leve pontada de repreensão misturada com divertimento.

- Desculpe-me, sir. Eu estou com pressa, se me der licença.

Hinata passou por ele e já ia virar o corredor quando sentiu seu braço sendo agarrado.

- Algum problema?

- Você se esbarra em um homem totalmente desconhecido, com uma armadura que não pertence ao seu exército e mal se importa?

Hinata o encarou, o elmo que ele usava cobria todo o seu rosto, deixando visível apenas seus brilhantes olhos azuis.

- Eu deveria me preocupar com você?

- Temo que não.

- Então temo que deveria se preocupar comigo. - Ela puxou o braço abruptamente, se soltando - Enquanto estiver sob o meu teto eu serei sua princesa e soberana, independentemente de onde você seja.

O brilho nos olhos dele aumentou. Era uma mistura de divertimento e desejo, algo que Hinata conhecia bem.

- Perdoe-me, princesa. Não me avisaram que as mulheres da realeza não podiam ser repreendidas ou questionadas. - Sua voz era de deboche.

- Veja bem como fala comigo, soldado. Posso mandar decapitarem você.

Ele riu.

- Faça isso e precisará de um novo carrasco. Agora, com licença, Alteza. Tenho mais o que fazer.

Dito isso, ele retomou seu caminho, com passos firmes e sem olhar para trás, deixando uma Hinata estática e incrédula o encarando.

Assim que entrou na sala do trono, Hinata colocou um sorriso cortês no rosto e desculpou-se com os nobres que a estavam esperando.

- Desculpem-me pelo atraso, senhores. Infelizmente meu pai não estava se sentindo bem e eu tive que permanecer mais do que o esperado ao seu lado. Onde está nosso convidado? -Perguntou sentando-se no trono.

- Creio que já deve estar chegando. - Danzou disse com sua habitual expressão de tédio e indiferença. Nada nunca parecia o agradar. - Pelo menos o atraso dele serve para escondermos o seu. Não é educado de sua parte se atrasar para um compromisso desse porte, Hinata.

- Meu pai não estava se sentindo bem, Danzou. - Respondeu entredentes.

- E o jovem rei acaba de chegar de uma viagem de semanas, uma viagem perigosa. Nem por isso estou menos irritado.

Hinata já ia respondê-lo quando as imensas portas da sala foram abertas e todos ficaram em silêncio.

- Sua Majestade Real, Naruto do clã Uzumaki, Primeiro de seu nome e Rei de Konoha

O coração de Hinata batia mais forte em seu peito conforme o nome era anunciado. O nome de seu convidado. O nome de seu futuro noivo.

Um grupo de seis homens protegidos por armaduras brilhantes se aproximava e, quando, por fim, pararam, um em especial se destacou dentre eles. Saindo do meio dos guardas, aproximou-se ainda mais um homem alto com uma armadura que Hinata reconhecera imediatamente.

Era o soldado com quem havia se esbarrado mais cedo.

Seus olhos se arregalaram e por um momento ela esqueceu de manter escondida sua surpresa.

Quando ele tirou o elmo, deixando a mostra não só seu rosto como também o sorriso irônico nos lábios, não houve dúvidas de que era mesmo ele.

- Alteza. - Ele disse enquanto se ajoelhava sobre um dos joelhos. - É um prazer conhecê-la, oficialmente.

- Majestade. - Ela respondeu educada ao se recompor, vendo-o se levantar logo em seguida. -Espero que tenha tido uma boa viagem, agradeço sua disposição por ter vindo até nós.

- A viagem foi cansativa, admito, mas tudo valeu a pena agora que posso me deleitar com tão bela imagem. Disseram-me que era de uma beleza exuberante e cheguei a crer que exageravam, mas agora sei que elogio algum poderia fazer jus à senhorita. - Ele disse sorrindo. - Pena que não é tão doce quanto aparenta. -Completou com um sorriso ainda maior.

- Disseram-me que era um homem galante, Majestade, mas não avisaram que era tão ruim nisso.

- Lamento decepcioná-la, princesa.

- Se veio aqui esperando uma por esposa domável então não se desculpe, porque nada poderá decepcioná-lo mais.

Ele riu.

- Domável? Não. Prefiro as mulheres selvagens, dão mais diversão.

- Que tipo de conversa é essa? - Danzou interrompeu antes que Hinata pudesse responder.

- O tipo em que não deveria se intrometer. - Naruto respondeu sem se dar ao trabalho de encará-lo. - Vossa Alteza, podemos conversar sem plateia? Acredito que possa sobreviver a um simples diálogo sem seus conselheiros.

Hinata queria contrariá-lo, mas ela mesma estava farta de Danzou.

- É claro que sim, Majestade. Venha comigo - disse se levantando e descendo os poucos degraus que elevavam o trono. - Lhe mostrarei nossos jardins.

- Será um prazer.

O loiro ofereceu o braço à ela, que aceitou a contragosto. Enquanto saiam da sala deixou seu elmo com um de seus soldados e permitiu que ela o guiasse até o lado de fora do castelo, para um imenso jardim iluminado apenas pela luz da lua.

- Soube que nos casaremos. - Ele começou.

- Foi o que me disseram também.

- Seu pai quem planejou isso?

- Sim, Majestade.

- E como ele está?

- Doente, muito doente. - Respondeu com um suspiro.

- Lamento muito ter de conhecê-la sob tais condições.

- Guarde sua cortesia, sei que seus lamentos são tão falsos quanto os elogios que recebo dos bajuladores de minha corte.

- E o que a faz pensar que não estou sendo sincero?

- Seu reino está falindo, seu povo morre de fome em Konoha e você precisa de dinheiro. Eu tenho o dinheiro e tenho também inimigos em todos os cantos querendo invadir minhas terras. O que não tenho é um exército para poder lutar levando os estandartes de Mun.

- E eu tenho o que pode ser considerado o mais forte exército de que se tem conhecimento até o momento.

- Exatamente. Nossos reinos podem, ambos, se beneficiar de nosso casamento. Você mata meus inimigos, algo que soube que gosta de fazer, enquanto eu lhe dou o dinheiro de que precisa. Você ainda recebe como bônus uma noiva para lhe servir, visto que preciso de você. E esta pobre noiva está prestes a perdeu seu pai e ficar indefesa em sua própria corte.

- Da forma como fala parece que estou sob grande vantagem nesse acordo, mas eu também preciso de você. Acho que estamos em pé de igualdade, Alteza.

- Você pode conseguir dinheiro de diversas outras formas, eu não posso conseguir um exército mais poderoso que o seu. - Ele assentiu depois de alguns segundos ponderando. - Viu? Não há nada para você lamentar. O que mais você pode querer agora?

- Bem, de tudo isso, podemos começar com o dinheiro que vim buscar.

- Terá tudo o que lhe foi prometido após nosso casamento.

- Então nos casaremos em breve.

- Não antes que me traga a cabeça de meus inimigos.

- Não me parece muito justo visto que não terei garantias de meu pagamento.

- Tem minha palavra.

O loiro riu por breves momentos.

- Sem querer ofendê-la, princesa, mas em minha vasta experiência na corte aprendi que a palavra de nobres e reis valem menos do que as cinzas de uma fogueira.

- A minha não.

- Desculpe-me, senhora. Mas como eu já disse, não matarei seus inimigos antes que a tenha sobre minha cama.

- É disso que se trata então? Prazer? - Sua voz demonstrava certa fúria, embora seu rosto estivesse impassível.

- Ah não. - Ele sorriu. - Para isso existem as putas. O que quero é uma bela e virgem esposa para me aquecer na cama depois de nosso casamento. Uma virgem de sangue real.

- Um príncipe não deveria falar assim. - Ela o repreendeu.

- Pois lembre-se de que sou um rei então. Posso parecer jovem, mas o título de príncipe já me abandonou há anos. - Dito isso ele a soltou e beijou sua mão. - Com sua licença, estou cansado da viagem.

Sem mais nenhuma palavra ou sem esperar por uma resposta, ele se virou e voltou pelo caminho por onde viera.


Notas Finais


Então? O que acharam?


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