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História Acordos - Despedida.


Escrita por: PipocaSinger

Notas do Autor


Existem muitas coisas que eu gostaria de deixar bem claras aqui, coisas que se eu explanasse demais ficariam até maiores do que os capítulos da história, por isso tentarei ser breve.
Ao longo dos capítulos recebi algumas críticas que eu já esperava receber. Esperava porque algumas coisas foram escritas para, mesmo que sutilmente, conseguissem provocar e despertar certas opiniões que eu previ que viriam.
Eu li comentários criticando a falta de autoridade de Naruto, sua aparente fraca capacidade de governar, sua grande tolerância para com tudo. Pergunto-me então, onde foram parar os elogios a Hinata que, ao contrário dele, mostrou-se terrivelmente crítica ao início da história.
Li comentários criticando a moral de Hinata por ter se deitado com um homem antes de ter se casado. Pergunto-me que tipo de moral analisamos e criticamos, uma vez que não me recordo dos comentários negativos, desse mesmo porte, nos capítulos em que Naruto ia em bordéis, comentava tranquilamente sobre sua vida sexual ativa e exibia, com orgulho, sua fama com as mulheres.
Chamem de feminismo, palhaçada, podem dizer o quanto isso parece ridículo, mas, ao menos eu, vejo um padrão de julgamento ético e moral aqui que, ao meu ver, não está sendo justo.

No mais, perdoem-me por qualquer falha e demora. Eu estava tentando terminar outro capítulo antes de postar esse,
Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 15 - Despedida.


Hinata não dormiu naquela noite, não conseguiu. Não depois que Naruto despediu-se dela com um beijo suave em sua testa, dizendo que dormiria em seu antigo quarto sob a justificativa de que não pretendia acordá-la no outro dia cedo, quando partisse.

Ela não soube o que a magoou mais, saber que ele partiria já pela manhã ou perceber que as últimas horas dele em Mun, até a viagem, não seriam ao lado dela. O pior, no entanto, era a impotência diante da situação, saber que nada do que dissesse poderia fazê-lo mudar de ideia, nada do que lhe dissesse contrariaria verdadeiramente tudo o que fora dito na noite anterior. Nada, exceto a verdade. A verdade que não estava pronta para enfrentar.

Pelo resto da noite abraçou-se ao travesseiro, as lágrimas desceram sinceras e sem controle por sua face e pela primeira vez em muito tempo não se importou com isso, deixou-as caírem livres, sem nem ao menos tentar detê-las, como sempre fazia. O porquê disso agora? Por que ele havia dito que a amava, por quê agora ela tinha total certeza sobre o que ele sentia, Naruto tinha muitos defeitos, mas não era mentiroso. Não era como ela. E sabendo que era amada, tendo plena ciência de que passara a amá-lo também, ouvir que ele partiria por tempo indeterminado por causa dos medos que ela possuía, feriu-a mais que tudo naquele momento.

Por incontáveis vezes pensou em correr até o quarto dele, jogar-se em seus braços sempre firmes e beijá-lo como não havia feito antes. Pensou em pedi-lo para ficar, declarar-se finalmente e libertar-se do fardo que se tornara esse sentimento escondido em seu peito. Pensou em contar-lhe a verdade, provar que confiava nele mais do que em qualquer outra pessoa, mas a falta de confiança que tinha em si mesma, no medo de não suportar reviver o seu próprio passado, a impediu.

Ter passado a noite em claro, porém, serviu-lhe de alguma coisa. Antes dos primeiros raios de sol descerem sobre o reino, ela saiu de seus aposentos e foi até o estábulo, encontrou o loiro conferindo suas coisas uma última vez, observou-o de longe e silenciosamente enquanto ele alimentava seu cavalo com paciência, viu-o esconder a espada brilhante e amolada em um pano velho antes guardá-la entre as coisas em cima do corcel alaranjado. Era um animal maravilhoso, admitia, forte, grande, com um pelo alaranjado único, mas com uma cela extremamente simples. Notou então que o marido trajava roupas comuns, nada da armadura que imaginara, e uma capa branca com um capuz que certamente cobriria seu rosto durante a viagem. Quando ele pareceu terminar, finalmente ela se aproximou.

- Ia mesmo embora sem se despedir?

- Hinata? - O loiro virou-se visivelmente surpreso. - O que faz aqui?

- Você não me deixou desejar uma boa viagem. Ainda.

- Deveria estar dormindo, sabia? O que faz acordada a essa hora?

- Eu ainda não consegui dormir. - Admitiu.

Ele, então, assentiu.

- Entendo.

- Não acha que está sendo imprudente saindo por aí desse jeito quando temos um exército inimigo batendo em nossos portões?

- De que jeito você está falando, exatamente? - Ele parecia divertir-se com a preocupação dela.

- Sem nenhuma armadura. - Revirou os olhos, como se fosse óbvio o que quisesse dizer.

O loiro então riu, aproximando-se mais.

- Imprudente seria se alguém do exército inimigo me visse de armadura e me reconhecesse com um guerreiro seu, ou pior, como o rei. Eles me matariam na hora. Por outro lado, provavelmente ninguém vai se importar com um pobre viajante por essas estradas, isso se eu for visto, é claro. Pretendo manter distância de qualquer um que possa querer enfiar uma espada no meu peito.

- Ainda assim… Acho perigoso.

Com um sorriso ainda no rosto Naruto puxou levemente a manga de sua camisa, mostrando a malha de aço por baixo da roupa.

- Não estou tão desprotegido assim, e ainda tenho minhas facas escondidas, você sabe que sou bom com elas.

Um suspiro saiu dos lábios rosados da morena.

- Está bem, mas tome cuidado, principalmente quando for dormir… E…

- Ei. - Ele a interrompeu com um abraço. - Eu vou ficar bem, certo? Não se preocupe comigo. Sou o melhor soldado que conhece.

Depois de alguns segundos relutante, ela finalmente assentiu.

- Eu não quero que você vá, quero que fique aqui, comigo. - Apertou-o ainda mais no abraço, escondendo-se sobre seu peito e sentindo-o acariciar suavemente seus cabelos.

- Estou fazendo isso por nós dois, minha rainha. Principalmente por você.

- Me desculpe.

- Eu já a desculpei, há muito tempo.

Quando se afastou para olhá-la nos olhos, viu as lágrimas que corriam das pérolas da Hyuuga e lhe dirigiu um sorriso doce, secando-as em seguida.

- Não chore. Vou daqui até Konoha pensando em você, como tenho feito todos os dias, não quero que as primeiras imagens que vierem na minha cabeça sejam de suas lágrimas.

A morena segurou as mãos do loiro em seu rosto, fechando os olhos em seguida, aproveitando o carinho e quando abriu-os novamente, disse:

- Quando você chegou eu não pensei que algum dia poderia gostar de tê-lo em meu castelo, confesso ter ficado levemente aliviada nas suas primeiras fugas, nas primeiras caçadas… Agora que te vejo assim, pronto para voltar para Konoha, sem saber quando te verei de novo… Não posso pensar em nada pior. Então, se não posso impedir que atravesse aqueles portões, peço que volte para mim, o mais rápido que puder. Sei que não estou pronta para me entregar por completo a esse casamento, mas sei também que não quero mais ficar sozinha.

- Se uma noite foi suficiente para que me dissesse isso, tenho esperanças de ouvir a resposta que quero quando eu voltar. - Acariciando o rosto da Hyuuga, colou suas testas antes de prosseguir. - Eu tenho que ir. - Sussurrou e ela assentiu.

- Então beije-me.

Um sorriso frágil surgiu nos lábios dele.

- Farei isso quando eu tiver certeza de que poderei beijá-la sem precisar parar por aí, quando tiver certeza de que confia em mim.

Com um suspiro ele se afastou, pegou a mão dela e beijou-a ali.

- Vossa Majestade. - O loiro disse após uma reverência. - Com sua licença…

Retomando sua postura, Hinata respondeu:

- Tenha uma boa viagem, meu rei.

Assentindo, ele se virou e montou no cavalo. Sem mais nenhuma palavra, partiu.

Hinata ficou-o observando tanto quanto pôde e, quando já não o tinha mais em vista, retornou para o palácio. Havia um dia inteiro de trabalho sem o loiro para animá-la, fazê-la sorrir ou se sentir melhor.

Não. Muitos dias como esse a aguardavam.  

 


Notas Finais


Não deixem de comentar <3
Bjos e até o próximo.


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