O final de semana chega ao fim, então chega a hora de me arrumar e ir para a escola.
Acordo sem a menor vontade de levantar, se pudesse passaria a manhã inteira deitado na cama, é estranho, sempre que acordamos estamos mais cansados do que quando fomos dormir. Deixo a preguiça de lado e essa sensação passa, me arrumo e minha mãe me leva para a escola, sem café da manhã, nunca tomo café da manhã.
Antes passamos na casa do Hall para leva-lo, quando chegamos à escola encontramos Raven e vamos cumprimentá-la.
- E aí guria – Disse Hall.
- Pode parar de me chamar de guria? – Disse Raven – Eu tenho nome, sabia?
- Eu não consigo, já estou acostumado a falar assim.
- Então – Disse ela – O que acharam do aniversário?
- Tava bom – Digo.
- É foi legal – Disse Hall.
Depois ficamos conversando sobre assuntos aleatórios, mudando frequentemente de assunto.
- Que horas são? – Pergunta Hall.
- Deve ser umas 7h57min – Respondo.
Raven verifica o celular espantada e diz:
- Certo de novo, como você consegue sempre acertar a hora?
- Sempre foi assim – Respondo – É como se tivesse um relógio na minha cabeça.
Quando estavamos indo para a sala, avisto um rosto familiar, não, não pode ser ela, ela não estuda nessa escola, mas preciso conferir se realmente é.
- Já volto – Digo para Hall e Raven.
Vou para a direção dela, é com certeza é ela, se não for tem que ser muito parecida. Quando chego vejo, sim, é a Jessica.
- Oi – Digo – O que você está fazendo aqui?
- Acabei de me mudar – Ela responde – Precisava de um lugar para estudar, e aqui é perto de onde moro. Você se chama Thales, não é?
- Sim – Respondo – E você é a Jessica.
- Jessy, sim sou eu.
- Isso Jessy, por quê você não disse que ia vim para cá?
- Eu não sabia que você estuda aqui, mas foi legal saber assim.
- Bem, então seja bem-vinda.
- Obrigado.
Olhei para trás e vi que estavam chamando a minha turma para entrar.
- Eu preciso ir – Digo – Estão chamando minha turma.
Ela olha para um papel que está na sua mão e diz:
- É a minha turma também, legal estamos na mesma turma
- É mesmo – Digo – E coincidência também, vamos?
- Claro
Quando chegamos na sala ela senta proximo a mim, ao Hall e a Raven, e imediatamente começamos a conversar, percebo logo nos primeiros minutos que ela vai se dar muito bem com a gente.
E então começo a falar com eles o que havia pensado mais cedo sobre o porquê acordamos com sono. O que realmente é estranho se pararmos para pensar, e o Hall responde:
- Nós acordamos com sono porque vamos dormir com ele, ué.
Todos rimos.
Chegou a hora de irmos para casa, minha mãe não ia poder me buscar então vou a pé. A Jessy mora na mesma direção que eu, então vamos juntos. Mesmo nos conhecendo ontem, estamos nos dando bem. Até parece que nos conhecemos a bem mais tempo. Passamos o caminho inteiro conversando.
- O que você está achando da escola? – Pergunto.
- Parece ser muito boa –Disse ela.
- É sim – Digo – E você dança bem também.
Ela ri.
Depois de alguns minutos chegamos na minha casa, e digo.
- Bem é aqui que eu moro.
- Eu estou morando mais para lá – Diz ela apontando pra direção que estavamos seguindo.
- É muito longe?
- Não, só mais umas duas ou três quadras.
- Ok, então até amanhã.
- Até.
Passo pela porta e entro em casa. No momento que entro uma onda de terror e medo passa pelo meu corpo, não consigo sair do lugar. Vejo meu pai caido no canto da sala, todo machucado e sua roupa cheia de sangue. E minha mãe... estava ajoelhada com duas mulheres velhas atrás dela e uma delas estava segurando uma faca em seu pescoço, estavam vestindo o que parecia ser um velho vestido preto.
- Thales... – Disse minha mãe, mas a mulher apertou mais a faca no pescoço dela, para que não falasse.
- Mãe... – mau consigo pronunciar essa palavra. Não consigo falar, é como se tivesse perdido todas as minhas forças, quase não conseguindo me manter em pé – Quem são vocês?
- Não se preocupe com a gente – disse a outra mulher – não faremos nada com os seus pais se você vier com a gente.
- Quem são vocês? O que querem comigo?
- Somos bruxas garoto – Essas palavras me acertam
Como um soco no estômago, e dessa vez quase caio no chão, como assim elas são bruxas?
- Mas isso... Não existe – Digo.
Elas começam a rir, mas não dura muito tempo, alguém atinge a bruxa por trás, aparece a ponta de uma lâmina no coração da mulher que está com a faca, que quando retirada ela começa a gritar e virar fumaça preta, até desaparecer por completo. Atrás dela vejo Jessy com uma faca na mão direita.
Minha mãe vai até meu pai e eu a sigo.
- O que aconteceu? – pergunto.
- Eu estou bem, seu pai tentou enfrenta-las e acabou desmaindo, mas ainda está vivo, vou chamar a ambulância.
A Jessy ainda está lutando, a outra bruxa tenta ataca-la, e ela desvia do ataque, que logo em seguida corta o braço da bruxa com a faca, ela grita e sai um pouco da mesma fumaça. A bruxa estende uma das mãos e a Jessy é lançada contra a parede deixando a faca cair, a bruxa se aproxima dela e segura seu pescoço.
Resolvo ir até a faca e a pego, eu preciso ajuda-la, preciso fazer isso. Me aproximo dela, mas é tarde, ela nota minha presença e me derruba no chão.
Me levanta pela gola da camiseta e diz:
- O que você pensa que ia fazer com isso?
Ainda estava segurando a faca, então a finco no seu estômago e ela vira fumaça como a outra bruxa e caio no chão.
- O que acabou de acontecer? Onde aprendeu a lutar assim?
- Elas eram bruxas. Eu sou uma feiticeira, vim salvar você.
- Por que elas me queriam?
- Você também é um feiticeiro Thales.
- O que?
- Você é um feiticeiro, faz magia assim como eu.
Isso não pode ser possível, mas lembro do acidente do ônibus. Eu devo mesmo ter atirado aquela bola de fogo.
- Precisamos sair daqui – Disse ela.
- Para aonde vamos? – pergunto.
- Para um lugar seguro.
Ela vai até a cozinha e abre a mochila. Nisso vejo outra bruxa entrando na casa. Pego a faca do chão e tento lutar contra ela, mas ela facilmente me derruba e a faca caí longe de mim. Achei que aquele seria o fim, que ela iria me pegar e me levar pra sei lá aonde ela quer me levar. Então me lembro do que a Jessy me disse: você é um feiticeiro, faz magia assim como eu. Estico minha mão e tento me lembrar do que fiz com o ônibus e fecho os olhos.
- O que pensa que está fazendo garoto?
Sinto minha mão queimar novamente. Logo em seguida a bruxa começa a gritar, então vejo que ela está pegando fogo. Eu havia conseguido novamente, ela caí no chão e escuto a Jessy gritar:
- Thales venha rápido.
Vejo atrás dela um portal roxo e circular, tento me levantar e tudo a minha volta começa a girar, minha visão a escurece e caio no chão.
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