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História Acromante - Capítulo Cinco


Escrita por: MathSou

Capítulo 5 - Capítulo Cinco


Sonhei com aquelas bruxas que haviam nos atacado, não, não foi um sonho, foi um pesadelo. Eu cravando a adaga nela e vendo ela virar fumaça como a Jessy havia feito, tocando fogo na outra e a vendo queimar, queimar bem devagar, mas o sonho foi diferente. Vi ela se levantando em chamas e se aproximando de mim, não consequia sair do lugar, quando ela chega perto o suficiente ela pula em cima de mim.

Acordei quase pulando para fora da cama, esse havia sido um pesadelo horrível. Eu precisava tentar esquecer o que eu havia feito, mas não consigo, isso fica indo e voltando na minha cabeça, é uma coisa que eu não sei se um dia vou conseguir superar. Ela não devia ser humana, o fato de ter virado fumaça prova isso, era uma bruxa.

Levanto da cama, e troco de roupa, hoje o Peter vai começar a me treinar, com esperança de que eu mudasse de ideia sobre bloquear a minha magia, mas não posso fazer isso, largar a vida que já tenho.

Assim que saio do quarto vejo Peter tomando café da manhã.

- Bom dia Thales – Disse Peter – Como Passou a noite?

- Não muito bem – Digo enquanto sento em uma cadeira próxima a ele – Tive um pesadelo, com aquelas bruxas do outro dia.

- Jessy havia dito sobre isso, como foi o pesadelo?

- Foi exatamente como aconteceu, mas no final enquanto ela esta queimando ela se levantou e me atacou.

Aquelas imagens voltam a minha cabeça, não consigo parar de pensar no que havia acontecido. O mais próximo que consigo de me aliviar, era pensar que a bruxa não era humana.

- Então – Disse Peter se levantando da mesa – assim que tomar seu café vamos começar a treinar.

- Não obrigado – digo – Não estou acostumado a tomar café da manhã.

- Bem, se não quiser desmaiar de novo, é melhor tomar.

Então resolvo fazer isso dessa vez. Faz muito tempo que eu não como nada de manhã, pareceu estranho para mim, mas acabei me sentindo melhor, menos cansado, com mais energia, o que foi bom, iria precisar disso para hoje.

- Peter – digo – Aquelas bruxas, viraram fumaça quando a Jessy as matou, elas não eram humanas, não é?

- Um dia já foram, eram pessoas ou feiticeiros que foram corrompidos pela magia negra, achando que as conseguiam controlar. Ninguém consegue, a magia negra é muito poderosa, isso acaba dominando a pessoa, sugando toda a vida de seu corpo até que só o que a mantém viva é a magia negra.

- E só a adaga consegue mata-las?

- Quando ainda resta um pouco de humanidade nelas qualquer coisa pode, aquela é uma adaga rara hoje em dia, poucas as tem, é feito de um metal muito antigo, que são capazes de remover a magia negra das pessoas, mas não consegue fazer isso sem a matar o hospedeiro.

Fico pensando naquilo por um tempo. E depois que termino, fomos até o templo que a Jessy havia me levado para falar com o Hektor. eu vi o Peter pegar um frasco de vidro com um líquido vermelho dentro, não sabia para que servia, mas imaginei que logo iria descobrir.

Fomos até um tipo de mini arena, mas por dentro não havia arquibancada, era apenas uma área de treinamento, que havia varios equipamentos para treinar.

- Beba isso – Disse Peter me alcançando o frasco com o líquido vermelho.

- Para que serve? – Perguntei.

- Você já vai descobrir.

Então bebi, tinha um gosto estranho era tipo um refrigerante de guaraná, sem gás. Assim que terminei de beber minha pele começou a ficar vermelha, mas não toda a pele era como se tivesse uma fumaça vermelha por cima do meu corpo todo.

- O que aconteceu comigo? – Pergunto.

- Essa parte vermelha em você é a sua magia, é como se a poção tivesse nos permitido ver através da sua pele.

- Isso é muito legal! – Digo.

- Com certeza – disse Peter.

- Por que você fez isso?

- A primeira coisa que precisa fazer antes de sair por aí fazendo feitiços, é aprender a direcionar sua magia para vários pontos do seu corpo, por exemplo, quando você vai lançar fogo, é preciso fazer sua magia ir o máximo possível para a sua mão, mas lembre-se, nuca deve levar toda ela, sempre deixe um pouco no resto do seu corpo, senão você morre.

- Entendi então, não levar toda para não morrer, não seria nada legal se isso acontecesse.

- Então comece, mas lembre-se que não é para você libera-la enquanto tivermos treinando essa parte, entendido?

- Sim.

Tento fazer com que minha magia vá para a minha mão, mas não consigo, é muito difícil de fazer isso, quando ele falou pareceu ser fácil, não sei como fazer para isso acontecer.

- Ok, pare um pouco – Disse Peter – Você precisa esvaziar a sua mente e se concentrar apenas na magia, quanto mais vazia estiver, mais fácil vai ser, tente novamente.

Esvazio minha mente, tento me concentrar o máximo possível na magia, estico o braço e tento manda-la para a mão. Vejo a fumaça vermelha se movimentar, indo para a minha mão, então percebo que a magia já se concentrou na minha mão um pouco mais do que estava antes, tento limpar mais a mente do que já está, vou fazendo isso, a magia está cada vez mais aumentando na minha mão, até eu não conseguir mais.

- Opa – Disse Peter – você mandou toda para a sua mão, libera um pouco aí, se você fosse fazer um feitiço poderia acabar morrendo.

Solto um pouco da magia e ela se espalha novamente pelo meu corpo. O que me dá um pouco mais de alivio não deve ser bom fazer isso por tanto tempo. A visão da Bruxa volta a minha cabeça, o que me deixa aterrorizado de novo, e então acabo sem querer fazendo com que eu libere a magia em forma de fogo, como eu havia feito com a bruxa.

O Peter se joga no chão. Se ele não tivesse desviando, a bola de fogo ia acertar bem na cabeça dele, eu me senti melhor quando vi que ele conseguiu desviar.

- Acho que está bom de treino por enquanto – Disse Peter ele olha minha mão e continua – Você se queimou com o feitiço, precisamos trabalhar nisso também, mas não agora. Vamos comer alguma coisa, isso deve ter feito você ficar com fome.

Ele tem Razão, começo a sentir meu estomago vazio, como se não tivesse tomado café da manhã, e também fiquei cansado. Faço sim com a cabeça e sigo ele para fora da mini arena.

- Desculpa pela bola de fogo – Digo – Foi sem querer, eu não queria ter atirado em você, muito menos liberado ela desse jeito.

- Não se preocupe – Responde ele – Me de sua mão.

Estico minha mão para ele que põe a sua sobre a minha, sinto um gelo percorrendo minha mão e quando ele tira, ela está totalmente curada.

 - Você por acaso começou a pensar em alguma coisa antes de fazer a bola de fogo?

Fico chocado olhando para a mão e fico tocando nela, mas realmente estava totalmente curada.

- Me lembrei da bruxa.

- Você tem que parar de pensar naquilo, vai deixar isso ficar te aterrorizando pelo resto da vida? Você precisa entender que o que fez com ela não foi nada ruim. Todos aqui já fizeram isso antes e se você pensar naquilo, vai acabar matando alguém aqui.

- Tudo bem, vou tentar.

Ele me levou até um restaurante no estilo grego, bem, tudo aqui é no estilo grego, imagino se toda a Grécia é assim ou são eles que gostam de fazer tudo assim, nesse estilo, eu acho difícil que a Grécia seja desse jeito, acho que é coisa dos feiticeiros, eles parecem gostar muito de fazer as coisas assim.

- Eu não tenho dinheiro – Digo.

- Não se preocupe – Disse Peter – Eu pago para você.

- Por que tudo aqui é nesse estilo grego antigo?

- Gostamos de manter tudo assim, nos faz lembrar quem nós somos.

A comida estava boa, nunca tinha comido tanto como hoje, depois de como eu havia ficado por lançar aquela bola de fogo, precisava comer bastante para recuperar as energias que eu perdi.

- Quer conhecer a cidade? – Pergunta Peter.

- Claro – Respondo – Vai ser legal.

Passei o resto do dia conhecendo a cidade, Peter me mostrou tudo lá, além daquela arena pequena para treinamento havia uma enorme, que devia ser para batalhas. Até encontramos a Jessy no caminho e ela resolveu nos acompanhar, não estava mais como antes, eu acho que ela deve ter ficado daquele jeito porque eu resolvi que não queria ser um feiticeiro. Ela ficou feliz quando descobriu que eu estava pensado ainda, e principalmente estava treinando.

 Fomos até o alto de uma montanha que tinha próxima a cidade, sentamos na grama e ficamos admirando à vista para a cidade. Eu pensei por um tempo em desistir e pedir para bloquear meus poderes, eu não queria machucar mais ninguém, eu quase matei o Peter.

- Você não pode desistir – Disse Peter – Não se preocupe com o que aconteceu, já aconteceu com outras pessoas, é uma coisa normal.

- Você precisa se acalmar – Disse Jessy – ficar o mais relaxado possível, assim você consegue fazer os feitiços com mais facilidade.

- É fácil falar – Digo.

- Nós também já passamos por isso – Disse Peter – É complicado no início, mas depois fica mais fácil.

- Então... – Digo – Vamos... treinar mais um pouco?

- É assim que se fala – Disse Peter, se levantando com tanta rapidez que quando olho ele já está de pé – Vamos lá então.

Não vou mais deixar que as imagens daquela bruxa voltem a minha cabeça. Jessy resolveu ir com a gente para observar e até ajudar um pouco, continuamos treinando a mesma coisa, a direcionar a magia pelo corpo.

- Vai chegar um dia em que vai precisar lançar um feitiço com velocidade – Disse Peter – Então treine isso, tente mandar sua magia para a mão o mais rápido que conseguir.

- Tudo bem – Digo – Vou tentar.

Tento fazer o que ele pede leva um tempo mais consigo fazer mais rápido do que antes o que é bom, e vou tentando fazer cada vez mais rápido, e quanto mais eu tento mais difícil fica, também tento fazer enquanto estico o braço, mas sem liberar a magia.

O dia foi bastante cansativo, fazer esse tipo de coisa dá a mesma sensação de cansaço quanto fazer exercícios físicos, quando fazemos bastante exercícios nos acostumamos e ficamos menos cansados, imagino que a magia também deve funcionar assim.

- Vamos tentar trabalhar sua resistência ao fogo agora – Disse Peter – Você está se queimando ao liberar, isso não pode acontecer sempre que faça uma bola de fogo.

- Como fazemos isso? – Pergunto.

- É um processo até que rápido, acredito que hoje ainda consiga dominar. Para começar estique seu braço.

Ele coloca sua mão no meu braço, que aos poucos começa a esquentar.

- Concentre-se Thales, seu corpo tem um controle natural contra o fogo. Você só precisa ativar essa habilidade.

- Como? – Pergunto. O calor ainda estava em um nível suportável, mas faltava pouco para começar a queimar.

- Apenas se concentro no calor, não na dor, mas no calor em si.

Respiro fundo. Meu braço começa a queimar, queimar cada vez mais, sinto um pingo de suor escorrendo na minha testa, até que não aguento e grito.

Peter tira a mão do meu braço, havia ficado um queimado bem feio. Ele olha parecendo frustrado.

- Desculpe – Disse ele – Eu exagerei, devia ter começado com uma temperatura melhor.

Ele põe a mão de novo e sinto o mesmo gelo da outra vez, e o braço está curado.

- Tudo bem, você só estava tentando ajudar.

- Eu preciso ir – Continuou ele – Já é tarde, amanhã eu preciso trabalhar.

- Não posso ficar aqui mais um pouco? Para treinar mais. São só 23h15.

- Você não pode treinar sem supervisão, pode acabar se matando.

- Eu fico com ele – Disse Jessy.

- Ok – Disse Peter – tudo bem, no máximo mais uma hora, não fiquem até tão tarde.

- Está bem  – Digo – Tchau.

- Tchau – Disse Peter.

Não treinamos muito, acabei ficando muito cansando, e a Jessy me acompanhou até a casa do Peter, estava cansado, precisava dormir.

Ficamos em silencio por um tempo até ela dizer:

- Estive pensando, você mandou muito bem com a bruxa – Ela tira a adaga do cinto – Ganhei do meu pai antes dele morrer, é a única lembrança dele.

Não sei o que dizer então só assinto.

- Quero que fique com ela – Continua ela me esticando a adaga.

- Não – Digo – Você acabou de dizer que é a única lembrança que tem do seu pai, ela é sua.

- Por isso fico feliz que agora você fique com ela.

Estávamos parados na frente da casa do Peter há um tempo, nem havia notado que paramos, mas a encaro por um tempo, olho para a adaga e a pego dizendo:

- Se é assim, fico feliz em aceitar.

Ela abre um sorriso e me abraça, eu retribuo o abraço e depois que ela me solta ela diz:

- Ok, então até amanhã.

- Até amanhã – Digo.

Enquanto ela se afasta eu entro e vejo Peter saindo do banheiro, ele parece já estar indo dormir, ele se aproxima de mim e diz:

- Estive pensando, olha tudo que você fez, imagina quando estiver com a sua magia toda liberada, o que você vai conseguir fazer.

- Eu ainda não decidi o que vou querer – Digo.

- Mesmo você não decidindo você pareceu ter gostado do que fez, não queria parar de treinar.

- Foi divertido, mas não sei se conseguiria levar isso para o resto da vida.

- Você pode ter razão, então vá dormir, já está tarde.

- Tudo bem, boa noite.


Notas Finais


Obrigado por lerem.


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