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História Acromante - Capítulo Sete


Escrita por: MathSou

Notas do Autor


Demorei um pouco, mas aqui está, mais um capítulo.

Capítulo 7 - Capítulo Sete


Naquela noite, tive outro sonho, foi um flash rapido de tudo que aconteceu até agora comigo, a bruxa, eu quase matando o Peter, o portal explodindo e me jogando no chão. Eu já tive aquilo antes, de cair de costas e ficar sem ar. Foi a alguns anos atrás eu e o Hall estavamos subindo uma árvore e a Raven no chão pedindo para tomarmos cuidado, eramos bem pequenos, uns 9 anos. Então penso que provavelmente naquela época eu ainda tinha minha magia completa, e nem imaginava nada sobre isso. Eu havia subido um galho bem alto e o galho quebrou, caí de costas no chão, fiquei sem ar por alguns segundos, naquele dia foi diferente, eu sabia que ia voltar a respirar bem novamente, diferente de ontem.

Lembrar-me desse dia me fez pensar em vários outros momentos que tive com o Hall e a Raven, eles eram meus melhores amigos, e espero que continuem sendo.

Levanto e troco de roupa, ponho o amuleto de portal no bolso, e a adaga da Jessy na bainha e a prendo no meu cinto. Mesmo sabendo que não ia poder usar o amuleto, e não usarei a adaga aqui, queria-me sentir mais como um feiticeiro carregando essas coisas comigo.

Vou para a cozinha, tomar café da manhã. Peter está de folga hoje, durante a tarde, disse que vai poder me treinar, e que planejou alguma coisa diferente.

A Jessy apareceu para me fazer companhia enquanto o Peter não está.

- Vejo que gostou da adaga – Disse ela olhando para adaga na bainha do meu cinto – Vai dar um nome para ela?

- Para adaga? – Pergunto rindo.

- Sim – Concorda ela rindo também – Era comum os grandes heróis gregos antigamente darem nomes para suas armas.

- Quem fazia isso?

- Era mais comum nos tempos mais antigos, os feiticeiros faziam isso, até mesmo semideuses.

- Semideuses? Eles existiram de verdade? – Digo surpreso.

- Mais ou menos, aqueles mitos dos deuses gregos são reais, mas eles não eram deuses, eram arcanistas, uma espécie muito antiga, e muito mais poderosa que os feiticeiros.

- E os semideuses... eram filhos de arcanistas com humanos?

- Se um arcanista tiver um filho com um humano ele continua sendo um arcanista, mas se tiver um filho com um feiticeiro, se torna uma espécie diferente, chamada acromante, os acromantes eram os chamados de semideuses.

- Onde eles estão? Digo... os arcanistas e os acromantes?

-Ambos estão extintos, os arcanistas a muitos anos antes de Cristo. Dizem que eles mesmos foram a causa da própria extinção. Eles usam sua magia sem se preocupar com as consequências, tanto que naquela época, muitos humanos sabiam de sua existência e os acromante foram extintos a cerca de 200 anos atrás, em uma guerra entre feiticeiros e acromantes.

Mais tarde o Peter volta, almoçamos e depois de um tempo saímos, a Jessy não quis ir com a gente, disse que tinha outras coisas para fazer.

Ele não parece estar me levando para a arena de treinamento, na verdade ele parece estar apenas andando sem rumo observando tudo por onde passamos.

- Acho que aqui está bom – disse Peter – Vou ensinar a você a fazer um feitiço muito simples, feitiço de levitação.

- Por que estamos no meio da rua para isso? – Pergunto.

- Já vai entender.

Andamos um pouco mais até a esquina na rua, vemos um homem com uma mangueira na mão regando umas plantas.

- Existem quatro tipos de magia: a magia de criação, que é a que você aprendeu, onde você transforma sua magia em alguma coisa para atacar seu inimigo, fogo por exemplo; Magia de manipulação: onde se usa a magia para manipular um objeto já existente, por exemplo fazer algo levitar; Magia da mente: esse tipo só funciona em humanos, podemos enganar a mente dos humanos fazendo-os acreditar no que quisermos; e também temos a Magia de metamorfose: podemos fazer um objeto se transformar em outra coisa do mesmo material, mas essa é uma magia muito perigosa e poderosa.

 - Você já sabe a de criação – Continuou Peter – Agora vou te ensinar a de manipulação, para fazer algo levitar você precisa se concentrar no objeto que quer fazer levitar – Disse Peter – Concentre a sua magia nisso e faça-o mover-se, Observe.

Ele estica a mão em direção a esse homem que vimos. Não sei o que pretende fazer, mas tenho certeza de que não vai ajudar a regar as plantas. A água que saía da mangueira começa a subir, agora ao invés de estar indo para as plantas está indo para o rosto do homem, ele larga a mangueira e a água volta ao normal.

- Melhor a gente correr – Disse Peter e corremos para longe dali, enquanto corríamos estávamos rindo, nunca pensei que ele fosse fazer uma coisa dessas.

- Por que fez isso? – Pergunto enquanto parávamos de correr.

- Era uma coisa que fazia muito com meus amigos quando tinha a sua idade pensei que talvez quisesse se divertir um pouco depois de ontem.

- Então pensou certo.

- Tente você agora.

Andamos mais um pouco até vermos um cara que devia ter a idade do Peter. Era alto como ele, e cabelo bem preto e curto. Ele estava comendo sorvete de casquinha, então entro em ação. Estico meu braço e me concentro da bola de sorvete, precisei fazer um grande esforço, levo alguns minutos e tento umas três vezes, mas na quarta consigo fazer a bola levitar, e acerto o rosto do cara.

- Corre! Corre! Corre! – Disse Peter, corremos o mais rápido possível, e quando paramos vemos que o cara havia seguido a gente, meu corpo gela, entro em pânico não imaginei que ele fosse tão rápido.

- Ora! Ora! Ora! – Disse o Homem – Se não é o Peter voltando com as brincadeiras de infância.

- Tyler – Disse Peter – Fique calmo, foi só uma brincadeira, você também já fez isso quando tínhamos a idade dele.

- Então devia pensar bem com quem vai fazer isso da próxima vez, seu amiguinho aí vai aprender a lição, rapidinho – Ele começou a se aproximar de mim, entrei em pânico, isso mais do que já estava quando vi que havia nos seguido.

- Não, você não vai fazer nada com ele – Disse Peter ficando no caminho dele – Passe por mim primeiro.

- Com quiser – Disse Tyler, ele levantou o Peter com um feitiço de levitação e o jogou contra uma parede do outro lado da rua, começou a vir atrás de mim, Tyler bate contra a outra parede e caiu no chão, foi o Peter que fez aquilo.

Ele pula encima do Tyler e os dois começam a rolar no chão. As vezes algum deles lança algum feitiço, mas não conseguem acertar um no outro.

Eu queria poder ajudar, mas não sabia o que fazer. Tinha medo de acertar o Peter.

Eles se soltam e ficam de pé novamente. O Tyler começa a soltar bolas de raio no Peter, mas Peter põe a mão na frente e as bolas de raio desaparecem. Faz várias vezes até o Tyler desistir, o Peter faz uma lata de lixo que está do outro lado da rua levitar, e lança na direção do Tyler, ele desvia, mas a lata de lixo volta e o atinge por trás.

O Tyler caiu no chão, ele se levanta e corre na direção do Peter, ele é repelido e caí novamente, olho para o Peter, não foi ele que fez aquilo, então quem poderia ser.

- O que está acontecendo aqui – Diz uma voz que me parece familiar, olho para trás e parado atrás de mim está o Hektor, que não parece estar muito contente com o que aconteceu.

- Por que estão brigando desse jeito? – Continua Hektor – o que aconteceu?

- Eu só estou defendendo o Thales – Disse Peter – ele queria bater nele.

- Isso por que esse garoto fez um sorvete levitar até a meu rosto – Disse Tyler

- Você – Disse Hektor apontando para o Tyler – Volte para casa e vocês dois venham comigo.

Não entendo o porquê de ele ter chamado a gente e não o Tyler, ele é culpado nisso tanto quanto nós, o Peter passa o caminho todo sem reclamar, então talvez seja alguma coisa dos feiticeiros, mas não havia gostado disso mesmo assim.

Chegamos até o escritório do Hektor sentamos nas cadeiras e ele pergunta:

- O que está achando do treinamento, Thales?

- Como assim? – Pergunto.

- Bem, eu perguntei se você está gostando...

- Eu sei o que quis dizer, achei que estávamos aqui pelo que acabou de acontecer.

- Bem, eu não queria ir direto ao ponto, mas já que você insiste...

- Não devia ter feito isso – Disse Peter – Foi a pior ideia que eu já tive, onde estava com a cabeça, se eu conheço bem o Tyler, ele não vai descansar até ter a sua vingança.

- Então você terá que ficar perto do Thales – Disse Hektor – Não posso fazer nada por uma simples briga de rua, mas se ele voltar a atacar vocês eu estarei pronto com alguns guerreiros para pega-lo.

- E como está a situação de Dylan? – Pergunta Peter mudando de assunto.

- Ele está trabalhando nisso dia e noite sem parar – Responde Hektor – Não tenho tanta certeza se conseguirá ter sucesso, temos que torcer.

- Do que vocês tão falando? – Pergunto.

- É um assunto do conselho – Responde Peter.

- Não tem problema – Disse Hektor – Acho que podemos falar para ele.

- Falar o que?

- O Dylan é o Vice-líder dos curandeiros – Disse Peter – ele é quem está trabalhando no desbloqueio da sua magia.

- E vocês acham que ele não vai ter sucesso?  – Pergunto – Isso quer dizer que não terei minha magia de volta?

- Ele disse que teria certeza até amanhã – Disse Hektor – vamos torcer para que ele tenha sucesso, como acabei de dizer.

- O que fazemos agora? – Pergunto.

- Vou te ensinar técnicas de defesa – Responde Peter – Caso o Tyler vá atrás de você, precisa ficar sempre perto de mim.

           

Depois que saímos de lá fomos direto para a arena de treinamento. O Peter chamou a Jessy para demonstrar, já que se eu fizesse feitiços de ataque eu podia parar na enfermaria de novo.

- Como você fez aquilo? – Pergunto – De segurar os raios que ele estava soltando.

- É exatamente o que eu vou te ensinar – Responde Peter – Você precisa projetar sua magia para formar um escudo na sua mão, fazendo assim com que a ataque do adversário volte a ser magia.

- Então quer dizer que quando você fez o feitiço dele virar magia, você absorveu a magia dele?

- Não, assim que volta a ser magia ela se desfaz – Ele se virou para a Jessy e disse – Vamos mostrar.

Jessy assenti com a cabeça e começa a atirar o mesmo raio que o Tyler tinha atirado. Peter faz a mesma coisa que fez da outra vez, coloca a mão na frente e para os golpes dela, fazem umas cinco vezes apenas.

- Antes de você começar – Disse Peter – Precisa aprimorar seus reflexos, para saber aonde o ataque vai te acertar para poder defender.

Ele entra em uma porta, que parece que leva para onde eles guardam o equipamento de treinamento e sai de lá com uma daquelas maquinas de atirar bolas de tênis que já vi várias vezes em filmes.

- Vamos começar com isso – Continua Peter - Vou atirar bem devagar, e você tem que defendê-las com as mãos, está pronto?

Assinto com a cabeça e ele atira a primeira bola, tento para-la e ela acerta o meu estomago, achei que doeria mais, mas essas bolas parecem ser mais leves que as normais.

- Foi quase, tente novamente.

Ele atira outra e acerta o meu ombro. E depois o meu rosto.

- Desculpe – Disse Peter se aproximando de mim – Não use apenas seus olhos para isso, use sua magia a seu favor, projetamos essas bolas com algo similar à magia dentro delas, elas podem ser sentidas.

- Tudo bem, eu vou tentar – Digo.

Antes de ele começar a tirar tento me concentrar nas bolas, ele estava certo realmente consigo sentir a presença delas, como se estivessem vivas, nunca tinha sentido algo assim antes, mas também nunca havia tentado sentir.

- Está Pronto? – Pergunta Peter.

Respiro fundo e respondo.

- Pode Atirar.

Concentro-me apenas na bola que está sendo lançada dessa vez. Consigo sentir ela se aproximando, coloco minha mão na frente do meu peito e eu pego a bola, Peter lança a segunda e eu pego, mas quando ele lança a terceira ela acerta o meu braço e eu não consigo pegar.

- Foi muito bem – Disse Peter – dois de três, mais um pouco e vai estar preparado para se defender.

- Obrigado – Digo.

- Seria melhor se estivesse com toda sua magia – Disse Jessy estava tão quieta que nem lembrava que estava aqui – Quando pretende fazer isso?

- O Hektor disse que estão trabalhando nisso – Responde Peter – Agora é com eles, não podemos fazer nada é tudo com eles.

- Vai me ajudar a treina-lo? – Pergunta Peter.

- Pensei que não quisesse que eu o treinasse mais – Disse Jessy saindo da arena de treinamento.

- Acho que isso foi um não – Digo.

Passamos o resto do dia treinando com aquelas bolas, fui melhorando cada vez mais, e o Peter aumentando a velocidade que atirava.

- Acho que estou pronto para me defender contra-ataques de verdade – Digo.

- Eu prefiro não arriscar – Disse Peter – É muito perigoso, principalmente para você.

- Eu consigo, eu consegui pegar todas as bolas do último lançamento.

Ele fica em silencio por um tempo, parece que está pensando se eu realmente estou pronto ou não. Sem eu perceber ele lança uma bola que atinge o meu peito.

- Ei! – Digo – Eu não estava preparado.

- Seu adversário não vai esperar até você esteja preparado, o que você acha de continuarmos amanhã.

- Pode ser eu estou muito cansado.

Depois de voltar percebo o quanto eu estava cansado. Pelo menos não havia parado na enfermaria de novo. Depois de tomar um banho vou direto para cama, como na noite anterior durmo na hora, sem nem mesmo perceber que havia dormido.


Notas Finais


Obrigado por lerem, logo também terá mais capítulos do Husten e Sulina, leem lá, é uma ótima história.


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