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História Addictive Life - Bechloe - Capitulo 16 Mais Uma Vez


Escrita por: itsbechloe

Notas do Autor


Obrigada pelos comentários meninas *-*

Capítulo 16 - Capitulo 16 Mais Uma Vez


Prontamente ela se aproximou de mim, como se me esperasse, como se tivesse me seguido o tempo todo e me ver era algo normal. Mirou-me com seus olhos intensos e avaliou minha expressão segurando meus braços para não desabar no chão.

            — Beca o que houve? – perguntou aflita avaliando minhas mãos ensanguentadas – O que acon...

            — Por favor, me tira daqui! – cortei-a suplicando com a voz embargada.

Os segundos em que ela me olhou naquele momento será algo que guardarei o resto da vida em minha mente. Seria impossível esquecer a ternura exaltada em seus olhos e a expressão apavorada no rosto. Criou em mim uma sensação abrasadora e reconfortante forçando-me a agarrar-me a ela.

            — Por favor Chloe – sussurrei novamente abraçando-a com força.

Em um instante ela me levara adiante e me colocara dentro do seu carro. O mesmo com que me atropelara e andara vez passada. Bateu a porta e deu a volta ocupando o volante, rapidamente vi-a tirar uma toalha do porta-luvas e segurar minhas mãos com cuidado.

            — Coloque isto – disse ajeitando a toalha em minhas mãos – vai servir para parar o sangramento até chegarmos no...

            — No hospital não...– cortei-a alarmada.

            — ...no meu apartamento – completou lançando-me um olhar compreensivo.

Uma vez protegido o sangue de se alastrar, ela deu a partida e seguiu. Encolhi-me no assento sentindo-me perdida e ao mesmo tempo segura fazendo do silencio um amigo distante. Olhei os borrões coloridos passarem pela janela desviando-me da tentação de olhar Chloe. Tirando a fraqueza que senti e a dor no corpo, a velocidade excessiva me deixou um pouco enjoada. Obriguei-me a fechar os olhos tentando acalmar os sintomas que conhecia tão bem. Teria que me esforçar pra não cair na frente dela, decepcioná-la fazendo com que me odiasse.

            — Porque me importo? — suspirei baixinho.

            — O que disse? – perguntou ela desviando a atenção entre o transito e a mim.

            — Nada! – corrigi-me do erro rapidamente.

            — Está doendo? – perguntou preocupada.

Novamente o tom preocupado.

            — Arde um pouco – olhei a toalha ora branca ficar toda vermelha – Vai passar.

Já havia passado por coisas piores que ela nem imaginava, a dor em minha vida era constante.

            — Se cuidarmos bem sim, ou pode infeccionar e você ficar com mãos de ogro.

Soltei um riso baixo com a piada, paramos em um semáforo e ela ficou a me olhar. Percebi isso e como magnetismo obrigou-me a olhá-la também. A escuridão da noite não conseguia apagar o brilho intenso que vinha de seus olhos, a pouca iluminação mostrou-me um sorriso começando a se formar em seus lábios, mas não tinha certeza, pois minha cabeça começava a latejar. Virei o rosto intrigada com ela e voltei a olhar pra fora com os olhos cerrados. Uma brisa vinha da fresta da janela e batia em meu rosto deixando-me um pouco melhor. Quando paramos de novo pensei que fosse outro sinal, mas quando abri os olhos deparei-me com Chloe olhando-me com a porta aberta.

            — Chegamos – disse pratica abaixando-se para olhar à minha altura.

Nesse momento sentia o corpo desfalecer, minhas mãos e a dor parecia aumentar. Chloe tocou meu rosto com a palma da mão macia fazendo um carinho terno em minha bochecha, consegui levantar os olhos pra ela pedindo em suplica que me tirasse dali.

            — Não se preocupe – sussurrou aproximando o rosto de mim – eu vou cuidar de você!

Fechei os olhos sentindo-a depositar um beijo em minha bochecha. Deixei que ela me pegasse no colo incapaz de firmar os pés no chão. Encolhi-me sobre ela como um bebê recém-nascido escondendo a cara em seu pescoço.

            — Você não precisa me carregar sempre – disse – Sabe eu tenho pernas.

Chloe soltou uma risada abafada, arrisquei-me a levantar o rosto para olhá-la.

            — Você mal consegue falar...

            — Estou falando!

            — Com a língua enrolada – disse quando entramos no elevador.

Voltei a descansar a cabeça manhosa. Só podia estar muito leve a ponto de ela conseguir me carregar com tanta facilidade. A dor começava a se alastrar em cada pedaço de músculo do meu corpo, a posição em que estava não favorecia apesar de Chlo segurar-me como uma porcelana prestes a se quebrar. Subimos em silencio ao que me pareceu 500 andares, ao entrar na enorme cobertura, Chloe me levou ao mesmo quarto da ultima vez: o dela.

            — Você precisaria de um banho – disse me colocando sentada na cama larga – mas eu não posso fazer isso!

O momento me deixou um pouco constrangida, porque não?

            — Eu posso tomar um banho sozinha – falei meio birrenta olhando um sorriso brotar de seus lábios.

            — Eu não tenho tanta certeza.

            — Eu tenho.

            — Queria acreditar nisso.

            — É apenas um banho!

            — Suas mãos estão machucadas...

            — Eu posso me virar – insisti – Serio.

Ela olhou para mim misteriosa e estritamente desconfiada. Apesar de saber que seria uma tarefa difícil tomar banho sem as mãos, levantei e mantive-me firme sobre as pernas bambas.

            — Colocarei suas roupas sobre a cama – disse consentindo minha decisão – Lave bem o ferimento, depois cuidamos melhor dele.

Assenti. Chloe saiu me deixando sozinha, voltei a sentar na cama exausta observando minhas mãos. Retirei o pano que as cobria e observei o corte fundo em ambas. Era possível ver as marcas dos cacos e o lugar exato onde perfuraram. Assoprei sobre o corte sentindo a ardência do ato. Eu não conseguiria. Mal podia meche-las quem dirá abrir o registro do chuveiro.

            — Droga! – reclamei.

No mesmo instante a porta se abriu.

            — Eu sabia que você não conseguiria – disse Chloe entrando com um kit médico entre as mãos. – Eu vou preparar a banheira para você!

            — Não! – levantei depressa – Não precisa se incomodar, eu só estava matando tempo.

Ela colocou o kit sobre a cama e lançou-me um olhar divertido.

            — Vamos combinar uma coisa? – olhei-a sem responder, ela continuou – Não quero que você evite receber minha ajuda...

            — Eu nã....

            — Não discuta isso. – falou seria – Eu quero te ajudar e sei que você me esconde algo...

Abaixei a cabeça incapaz de encará-la. Chloe parou sua linha de raciocínio e caminhou até o banheiro deixando meus pensamentos rolarem solta. Droga, ela era tão intrigante pra mim. Tudo parecia melhorar ao lado dela e de alguma forma eu gostava daquilo, mas não poderia me prender. Mas o que sairia de mal eu aceitar sua ajuda? Será que se ela soubesse o tipo de pessoa que sou me aceitaria? Com toda elegância, dinheiro sabendo que pode conseguir tudo o que quer? Resposta fácil: não.

            — Está pronta – disse observando-me da porta – mas vamos precisar lavar o machucado.

            — Chloe eu...

            — Venha Beca – cortou-me – Por favor é a ultima vez que vou pedir.

Não me mexi extremamente sem graça. Chloe esperou alguns segundos e veio a mim logo em seguida, pegou o kit médico e estendeu a mão. Olhei-a perplexa e levantei sozinha, vendo que cambaleei para um lado, logo me segurou pela cintura e ajudou-me ir ao banheiro. Ao entrar vi a banheira quase cheia e espumando, Chloe levou-me até o chuveiro e acionou o esguicho menor soltando a água no chão.

            — Estenda a mão, vai arder.

Com relutância fiz o que ela pediu, devagar ela apontou a corrente de água em minhas mãos começando a lavar o machucado. No momento que a água me atingiu soltei um gemido de dor fazendo Chloe afastá-la.

            — Desculpe! – disse assoprando o ferimento.

            — Não pensei que fosse doer tanto – disse balançando as mãos devagar fazendo uma careta – Faça de uma vez, é melhor – pedi.

Com um olhar culpado ela voltou a jogar a água. O ardume foi intenso e a dor pareceu dobrar. Mordi o lábio inferior segurando o choro preso na garganta. Não pude evitar que algumas lagrimas escorressem por meus olhos. Chloe lavou o ferimento o mais rápido e mais bem feito que conseguiu e quando afastou a água dei graças a deus por isso.

            — Depois que você tomar um banho podemos enfaixar.

            — Você é médica? – perguntei tentando não pensar na dor.

Ela riu.

            — Não nesta vida – disse – acho que temos algumas coisas a esclarecer... Sobre nós.

Muita coisa a esclarecer, tinha razão. Assenti tentando não contrariá-la. Nos olhamos por um tempo estudando o que uma poderia estar pensando. Um misto de sensações passou por mim, sem pensar lancei a pergunta.

— Você me ajuda? – olhei em seus olhos dando de ombros, pra que ela entendesse meu pedido.

Eu vi seus olhos queimarem de desejo, eu a vi relutar e duvidar se eu estava mesmo pedindo aquilo, eu era abusada, sabia disso, mas como podia evitar? Devagar ela se aproximou de mim, cuidadosamente levou os dedos aos botões da minha blusa xadrez e começou desabotoar, um por um. Mantive meu olhar o tempo todo nela, tentando decifrar sua expressão, mas era impossível. Delicadamente ela arrastou as mãos por meus ombros no ato de tirar a camisa aberta, me deixando de sutiã. Meu corpo se arrepiou inteiro. Suas mãos logo foram ao botão do meu jeans, meu estomago se revirou ao sentir o toque num lugar tão delicado. O mais estranho e que ela não me encarava, mas porque?

— Pronto – me ajudou descer a calça me deixando em roupas intimas – vou deixar você sozinha.

No momento que ela me encarou eu só busquei decifrar sua expressão, mas estava falhando nesse quesito, eu não sabia o que ela estava pensando. Com um sorriso sem graça Chloe deixou o banheiro. Tirei o resto das roupas com dificuldade, desejando que ela tivesse feito aquilo. Entrei na banheira e afundei na água morna. Foi relaxante e prazeroso. Encostei minha cabeça na borda e ali fiquei pensando no que Chloe me escondia.

 

(...)

 

O toque macio em meu rosto traçou uma linha do canto da sobrancelha até os lábios contornando-os pelo lado do queixo. Abri os olhos e me deparei com a imensidão azulada levando um susto com a realidade da situação.

            — Calma! – pediu Chloe me olhando ao lado da banheira.

            — Há quanto tempo estou aqui? – perguntei sentindo o obvio.

            — Quase quarenta minutos, fiquei preocupada...

            — ...mas relutou em entrar – completei.

Desviei seu olhar e olhei meu próprio corpo coberto em partes pela espuma quase escassa. Seria possível ver meu seio direito se o mesmo não estivesse coberto pelos cabelos grudados na pele. Senti-me exposta, mas não com vergonha, a dignidade dela era tão imensa que não abria espaço pra isso.

            — Porque seus olhos sempre têm um contorno escuro? – pediu virando meu rosto pelo queixo.

            — Acho que ai entra a parte de precisamos esclarecer algo sobre nós – disse prática.

            — Você está disposta a isso? – perguntou.

            — Acho que não – sorri de canto ganhando a atenção de Chloe.

            — Seu sorriso é lindo – elogiou ainda com a mão em meu rosto.

Mais uma vez contornou meus lábios com os dedos observando cada detalhe que ali encontrara. Meu intimo gritava pra que ela fizesse algo mais que aquilo, mas minha cabeça tinha que raciocinar.

            — Não sei como te agradecer pelo que está fazendo comigo. – olhei pra ela sendo logica.

            — Se puder ver sempre seu sorriso é um pagamento justo.

            — Não é o suficiente...

            — ... Pra mim é! – levantou e dirigiu-se até a porta – Vista-se, vou te esperar lá fora. – e saiu.

Ergui-me e enrolei-me na toalha. Sobre a cama a muda de roupas que não sabia se eram dela ou da sua irmã. Pareciam de patricinha. Peguei-as e andei até o lugar onde julgara ser o closet de Chloe. O espaço bem decorado e largo tinha prateleiras dispostas entre sapados e aramados de vestidos e outras peças. Gavetas largas e espaçosas pelo que pude perceber. Deixei as peças “pouco confortáveis” em um lado e parei em frente ao meu alvo, escolhendo entre as roupas de Chloe. Optei por uma camisa xadrez vermelha pendurada ao lado de mais algumas.

Vesti-a sabendo que caberia perfeitamente em meu corpo cobrindo-me até o meio das cochas. Voltei ao quarto observando a janela escura da noite e o quarto bem iluminado, minha vontade era deitar na cama macia e dormir, mas tinha um assunto pendente e este acabara de entrar no quarto paralisando-se a minha frente. O olhar de Chloe percorreu meu corpo de cima a baixo, ao encaixar-se com meus olhos um sorriso apareceu em sua face. Era à hora de conversar.


Notas Finais


Por hoje é isso ♥


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