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História Adimensionais - No fim, eu me apaixonei por amá-la.


Escrita por: sayan-girl

Notas do Autor


eu achei essa imagem de capa tão linda e combinava tanto com a fic que não resisti
oi de novo

Capítulo 1 - No fim, eu me apaixonei por amá-la.


Baekhee vestia a última tendência em liberdade, enquanto eu continuava a pôr os trapos que configuravam as prisões de minha própria mente.

As solas dos all star vermelhos dela contavam histórias sobre os lugares onde já esteve, espalhando aquela luz que parecia emanar do sorriso tão bonito que ela tinha, mas meus chinelos velhos só narravam a monotonia da minha volta diária apenas para casa.

Nós éramos opostas em tantas coisas que nossos gostos eram dicotomias bem nítidas.

Ela era de humanas e exalava Filosofia por cada um de seus poros. Eu era de exatas e viva por números por gostar de me apegar ao que eu cria ser concreto.

Mas eu acabei me apegando ao nosso amor e nada de concreto havia nele.

Ela gostava de astrologia, falava coisas sobre nossos mapas astrais, mas eu nunca prestei muita atenção no papo de como Capricórnio e Touro até se davam bem, porque havia o jeito que ela se movia e aquele brilho nos olhos dela que roubava toda a cena.

Ela era branco por misturar dentro de si todas as cores do mundo e ser colorida era muito pouco para alguém como Baekhee. Eu era preto porque me abstive dos arco-íris da vida e fugi do que era diferente.

Por ironia do destino, eu fui me apaixonar logo pelo arco-íris que ela tinha nos olhos. E o sorriso dela era o pote de ouro no final da trajetória.

Ela era complexa como os exercícios de cálculo que me faziam virar a noite acordada, mas nem a integrais e derivadas me causavam tanta insônia como Baekhee fazia quando me beijava, sorria e sumia na curva da rua.

Ela era livre como eu achava que jamais seria, mas teve aquele dia em que ela pegou na minha mão e nós dirigimos sem rumo, com o vento no rosto, o mundo nos bolsos e a vontade de nunca mais nos soltarmos na ponta dos dedos. Foi a primeira vez em que eu a beijei e tudo pareceu deixar de fazer sentido, ainda que os meus lábios sobre os dela fossem tão certos.

E eu gostava muito de como o vento dançava com os cabelos vermelhos e com o vestido florido dela. E o jeito que ela tinha de transformar minhas convicções em baboseiras era adorável, porque Baekhee era doce na hora de me mostrar que as coisas era bem mais do que eu pensava.

Ela também era doce na hora de me fazer amá-la ainda mais.

Ela era toda poesia e eu achava lindos os sonetos que ela declamava quando me sorria daquele jeitinho que me fazia crer que ali era o meu lugar.

- Ei, Baekhee. – A mão dela estava na minha, nossos cabelos se entrelaçando enquanto espalhados na grama e nossas respirações ofegantes por termos brincado de caça ao tesouro.

Ela até ganhou o jogo quando achou um violão velho perdido naquele parque enorme, mas eu acabei achando um tesouro só meu quando a vi dedilhando, toda concentrada, as cordas puídas e cantarolando uma daquelas músicas poéticas que eu nunca consegui compreender muito bem até me sentir exatamente do jeito que elas descreviam.

- O quê?

- Eu acho que eu aprendi a ser livre.

Baekhee me encarou, um sorriso confuso no rosto, enquanto brincava com nossos dedos enganchados.

Eu perdia o fôlego só de olhá-la.

- Hm, e como você fez isso?

- Eu me apaixonei pela pessoa que virou minha liberdade. – Eu sentia minhas bochechas arderem, meu coração batia quase em minha boca e eu achava que poderia desmaiar ou chorar de tanto nervosismo, mas isso não me impediu de continuar. – Eu me apaixonei por você, Baekkie.

Foi a primeira vez que eu a vi sem reação.

Também foi a primeira vez que eu a vi chorar.

E, de todas as primeiras vezes que eu tive ao lado de Baekhee, ouvi-la sussurrar que me amava pela primeira vez me fez querer parar o mundo e nos eternizar naquele momento, para que eu nunca precisasse sentir falta dos lábios dela nos meus ou do corpo dela agarrado ao meu como se fôssemos uma só.

Dali em diante, eu precisei aprender a lidar com Baekhee escalando a minha janela e se esgueirando para a minha cama em noites que não conseguíamos dormir por nos querermos demais; me roubando o fôlego em beijos que eu nunca esperava e fazendo meu coração bater tão forte que às vezes parecia que eu infartaria. Ela me arrastava para dançar na chuva, assistir a uns filmes cults que deixavam de ter graça quando nos nós perdíamos uma nos lábios da outra e observar as estrelas, ainda que contar as constelações nos olhos dela fosse muito mais interessante para mim.

Nós guardamos nosso amor em fotografias que tiramos quando fomos ganhando o mundo com nossas próprias pernas. As memórias que construímos eram só nossas e nós as guardávamos dentro de nós mesmas. A cada dia, eu me apaixonava ainda mais pelo encaixe perfeito das nossas mãos e dos nossos dedos; pela pintinha no dedão dela; por aquele sorriso meio retangular que tinha o dom de transformar minhas tempestades em calmarias; pelo jeitinho dela de cantarolar pelos cantos e nos transformar numa música meio sem ritmo, mas com uma letra bonita inspirada em tudo que sentíamos uma pela outra; pelo cheirinho de baunilha daqueles fios que sempre tinham uma cor diferente; pela carinha dela de sono num domingo de manhã; pela manha dela ao me pedir um beijo.

No fim, eu me apaixonei por amá-la.

Pouco a pouco, eu soube que havia guardado para ela o amor que nunca soube dar a mais ninguém.

E tentar mesurar esse meu amor por ela era como tentar contar as partículas de poeira no ar. Era como tentar colocar em números as estrelas do universo; como tentar contabilizar todos os átomos de nossos corpos.

Porque, assim como um coeficiente de atrito, Baekhee e eu éramos adimensionais e, como a infinidade de grãos de areia do planeta, o nosso amor era incomensurável.


Notas Finais


achei bem amorzinho, baeksoo é lindo
amo vocês <3


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