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História Admita! - Funko Pops não mentem


Escrita por: pandani

Notas do Autor


Olá, meus docinhos!

Olha lá quem vem virando a esquina vem a Dani com mais um projeto como se não tivesse cheia de coisa pra fazer. Ok, desculpa. Temos mais projetinhos? Temos sim. Temos mais tags? Temos sim, senhorit@s.
O 2Ni Project é um projeto de @pandani e @kimrini, porque nós decidimos que seria legal escrevermos com todos os 66 couples de EXO, então os dividimos entre a gente e vamos trazer eventualmente one shots sobre cada um até completarmos a meta. Como originalmente tínhamos dividido em fases e tinha toda uma estrutura que mudamos (porque somos mesmo uma bagunça q), decidimos por aquelas tags individuais pra organizar as fanfics pelo que elas seriam (os couples do Sehun, os couples do Baekhyun etc). Então, conforme nós formos postando, vai dar pra acompanhar pelas tags e ser felizinhos com as fanfics de quem vocês quiserem (se quiserem, vai ter várias coisinhas legais, só venham! q)
Já tem mais fanfic na tag hoje e em breve eu volto com mais algumas que já tão escritas há um tempão!

Ok, sem mais delongas, espero que curtam esse SeSoo todo amorzinho ♥

Capítulo 1 - Funko Pops não mentem


O apartamento 302 era puro silêncio naquele sábado. Já se passava das dez e as cortinas imóveis ignoravam aquela brisa morna típica da primavera que era impedida pela janela fechada há dias. O apartamento 302 era silêncio e vazio há uma semana inteira.

Enquanto isso, dois andares acima, a situação era bem diferente.

— Então você admite?

Sehun ainda tinha os cabelos loiros emaranhados por seu típico sono inquieto e a escova de dentes azul era apontada para Kyungsoo que não se deu ao menos o trabalho de realmente parar de escovar os próprios dentes quando o mais novo o seguiu para o banheiro.

— Admito o que? — Sua voz saiu atrapalhada pela escova ainda estar presa no canto da boca antes que cuspisse o excesso de pasta na pia.

— Que a gente tá namorando.

— Eu não sei do que você tá falando. — Kyungsoo terminou de enxaguar a boca e enxugou o rosto com a toalha que Sehun estendia a ele.

— Eu estou falando, hyung — Sehun enfatizou a palavra enquanto Kyungsoo terminava de pôr pasta de dente na escova que ele ainda apontava para ele. —, do seu ataque de ciúmes matinal.

— Você tá falando coisas estranhas de novo, deve ser todo esse soju que você foi beber com Jongin ontem à noite. — Sehun riu e acabou deixando escorrer um pouco da pasta pelo canto da boca tendo que parar para cuspir antes de continuar a escovação. — Não suje o banheiro e escove os dentes direito.

Kyungsoo saiu do banheiro sem esperar que Sehun terminasse e pudesse dar qualquer resposta que o deixasse sem jeito novamente. Havia dormido muito pouco e muito mal, mas não queria admitir que o motivo era Sehun só ter chegado depois das três, medindo os passos para não acordá-lo, e finalmente ocupando aquele vazio imenso em sua cama de casal. Não queria admitir que não conseguiu dormir até ter certeza de que Sehun não dormiria na casa daquele amigo da faculdade outra vez. E não queria admitir que odiava que Sehun passasse tanto tempo com aquele Kim Jongin, mesmo que soubesse que entre eles não havia nada e que o tal Kim Jongin tinha até mesmo uma noiva, mesmo não tendo nem bem chegado aos vinte e um, tal qual Sehun.

Mas Sehun acordou com aquela carência típica, pronto para abraçá-lo pela cintura e enfiar o nariz em sua nuca tão logo despertou, e distribuir beijinhos por seu ombro coberto pela camiseta cinza e sussurrar aquele bom dia que vinha impregnado daquele sorriso que Kyungsoo não precisava ver para sentir. E Kyungsoo o afastou sem nenhuma delicadeza, rolando para o outro lado e olhando em seus olhos confusos e sonolentos esperando alguma coisa que nem sabia bem o que. Talvez uma explicação. Mas ele jamais admitiria aquilo também.

— Você já acordou reclamando do Jongin!

— Eu não reclamaria se você não chegasse tão tarde.

— E por que você se importa com isso? — Kyungsoo não precisava tirar os olhos do guarda roupas em que fingia procurar alguma para saber que Sehun tinha aquele sorriso presunçoso no rosto. — Porque nós estamos namorando, hyung. Na-mo-ran-do.

— Não estamos nada.

— Por que você é tão difícil?

Kyungsoo segurava uma camiseta que era de Sehun quando sentiu os braços circularem sua cintura e o queixo se apoiar sobre seus cabelos escuros, depois de depositar um beijo ali.

Ele sabia que acabariam voltando para a cama e que só conseguiria trocar de roupas quando as suas mesmo estivessem jogadas pelo quarto e eles saíssem daquele banho juntos, mas não queria admitir.

 

Eles estavam namorando.

Levou muito tempo, muita conversa, e muitos beijos e ciúmes não admitidos, mas Sehun conseguiu convencê-lo. Eles estavam namorando há muito tempo, mas apenas um mês atrás Sehun conseguiu que ele admitisse durante um jantar que devia ser romântico, mas foi um quase desastre, porque Sehun não sabia mesmo cozinhar. Por sorte, Kyungsoo tinha um extintor.

O apartamento de Kyungsoo era todo Sehun. Em seu guarda roupas, metade do espaço era tomado por roupas que não eram de seu tamanho. No armário do banheiro, as vitaminas que Sehun era obrigado a tomar diariamente ocupavam a mesma prateleira que seus comprimidos para dores de cabeça e pendurado na parede estavam as duas escovas de dente: ambas azuis, a de Kyungsoo a mais escura.

O apartamento de Sehun, dois andares abaixo, já andava vazio há tanto tempo que começava a se perguntar porque ainda gastava dinheiro para mantê-lo quando podiam muito bem admitir que já estavam morando juntos de uma vez. Mas era Kyungsoo, e Kyungsoo tinha esse sério problema em não querer admitir as coisas.

— Hyung, eu vou devolver o meu apartamento.

Kyungsoo servia café nas duas xícaras sobre o balcão enquanto Sehun passava geleia de morango em suas torradas, e requeijão nas outras duas.

— E por que você faria isso?

— Porque eu já to praticamente morando aqui e não faz sentido gastar aquele dinheiro à toa.

— Você não mora aqui, Sehun.

Sehun entregou o prato a Kyungsoo que lhe empurrou a xícara depois de adicionar leite e açúcar na quantidade que sabia que o mais novo gostava.

— Eu não vejo o meu quarto há dois meses.

— Você foi lá ontem.

— Só porque eu precisava pegar um livro. Não teria que descer e subir essas escadas se eles estivessem aqui.

— O prédio tem elevador.

— Hyung...

Kyungsoo fingia que assistia o noticiário que passava na televisão da sala enquanto mastigava a torrada com requeijão e ignorava os olhares de Sehun. Ele não queria admitir, mas havia algumas semanas, ele mesmo estava pensando que não seria ruim se o mais novo ficasse ali com ele de uma vez.

 

Sehun entregou as chaves ao dono do apartamento em uma segunda feira.

Uma semana atrás, quando Sehun transferia o dinheiro do aluguel para a conta já conhecida pelo notebook durante o café da manhã, resmungando sobre voltar para seu apartamento já que iria continuar pagando por ele, Kyungsoo o abraçou pelas costas e, com toda sua doçura, o mandou calar a boca.

— Você já tá no seu apartamento, Sehun.

— Você não disse que eu não moro aqui?

— Ainda. Mas para de sorrir assim antes que eu mude de ideia.

Então, naquele domingo, eles esvaziaram de uma vez o 302 e passaram o dia em uma discussão sem fim sobre como conciliar todas aquelas coisas em um só apartamento. Tiveram de se livrar da cama de Sehun, porque Kyungsoo nunca se acostumaria a dormir em outra cama que não a dele. Os sofás de Kyungsoo, por sua vez, iriam embora, porque aquele conjunto que costumava ser inútil no andar de baixo era muito mais confortável. Eles tratariam de vender o que ficasse até o fim do mês. A coleção de funko pop de Sehun foi a única coisa de que ele não aceitava abrir mão de nenhuma forma. E era por isso que agora eles tomavam conta de todos os espaços livres nas prateleiras por toda a casa: em cima da cama, na frente dos livros, na sala de estar. O apartamento era mesmo todo Sehun.

E Kyungsoo não queria admitir, mas não se importava nem um pouco quando via o sorriso de Sehun ao ver o apartamento que era seu tomar forma como deles.

 

— Hyung, acho que você recebeu uma carta.

Sehun tirava os sapatos e os posicionava com os pés no hall, e passava os envelopes em mãos procurando qualquer correspondência que fosse destinada a ele. Não encontrou nada, então colocou todas elas sobre a mesinha de centro antes de se jogar no sofá, deixando por cima aquele envelope que não parecia comercial como os outros e tinha um nome de mulher como remetente.

— Ah, ainda bem. — Sehun o ouviu dizer de dentro do banheiro e imaginou que ele estava saindo do banho. Pensou em encontrá-lo por ali, mas estava realmente cansado. — Eu achei que ia ter que reclamar de novo da conta de celular chegando atrasada e-

— Quero dizer uma carta de verdade.

Kyungsoo ria quando saiu do banheiro vestindo apenas uma calça de moletom e enxugando os cabelos com uma toalha.

— E aquelas são cartas de mentira?

— Você entendeu.

Sehun rolou os olhos e abriu espaço para que Kyungsoo sentasse ao seu lado, enquanto ligava a TV. Ele deu um beijo em seu ombro, ainda rindo. Pegou a carta que Sehun havia separado e a abriu, com uma expressão confusa ao ler o nome do remetente.

— Soomi é realmente uma idiota. Quem manda cartas em 2016?

— Quem é Soomi? — Sehun zapeava os canais procurando alguma coisa que não fosse um filme pela metade ou o jornal das sete.

— Ah, é a minha irmã. — Kyungsoo lia as primeiras linhas e voltava a rir. — “Estou te mandando esta carta, porque acredito que palavras escritas são muito mais significativas do que uma ligação.” — Ele forçava uma voz pomposa demais e Sehun acabou rindo junto. — Até mesmo um email é menos antiquado que isso, sua esnobe pseudo-cult.

— Você se recusa a ler e-books, porque acha que isso tira a essência das histórias.

— E isso é completamente diferente.

— Claro. — Sehun riu e se apoiou nele, repentinamente curioso sobre o conteúdo da carta. — Você nunca me disse que tinha uma irmã.

Kyungsoo pausou a leitura e voltou o olhar a Sehun, pensando se realmente nunca havia falado nisso. Deu de ombros antes de voltar ao papel.

— Acho que nunca teve uma oportunidade, não é como se — Os olhos de Kyungsoo se arregalaram um pouco e Sehun se viu ainda mais tentado a ler o que havia na carta. — Ah, não, o quê?

Sehun esperou que o mais velho dissesse qualquer outra coisa, mas como ele não parecia disposto a dar qualquer explicação, decidiu perguntar assim mesmo.

— O que houve?

— Que dia é hoje?

— Sexta feira?

— Não. Dia... do mês, quero dizer.

— Ah! Nove?

Sehun não estava entendendo nada. Kyungsoo o afastou de si e levantou, largando a carta na mesa e buscando um copo de água na cozinha. Sehun estava dividido entre ler a carta ou ir atrás dele, acabou por fazer nenhum dos dois.

— Vai me contar por que parece que você acaba de descobrir que tem uma doença terminal ou...?

Kyungsoo estava ainda mais branco que o normal, mas parou de beber o líquido gelado apenas para lançar a Sehun aquele sorriso maldoso.

— Se fosse esse o caso, você ia ficar bem sem graça por ter feito essa piadinha, não ia?

E Sehun sabia que não era nada realmente grave, porque Kyungsoo ainda parecia disposto a fazer graça dele. Voltou a mudar os canais na TV, porque estava cansado demais para aquilo.

— Sehun, a Soomi chega amanhã.

— Quê?

Sehun já estava quase ignorando por completo a quase discussão depois de todo aquele tempo em silêncio. Kyungsoo expirou o ar, exausto, e voltou a sentar ao seu lado.

— Aparentemente, Soomi vem passar uns dias aqui em casa. E, se eu entendi bem, ela chega amanhã.

 

Kyungsoo costumava entender bem as coisas.

Não eram nem bem nove horas da manhã e as malas de Soomi — Kyungsoo ainda se perguntava para que duas malas de rodinhas e uma de mão para passar uma semana ali, antes de saber que ela havia vindo direto de sua viagem de um mês — estavam sendo postas ao lado da porta na sala. Soomi tinha um sorriso imenso e a pele avermelhada e abraçou o irmão apertado demais para seu próprio bem assim que ele abriu a porta, ainda vestido em pijamas e com os óculos mal colocados sobre os olhos sonolentos.

— Oppa, você devia ter ido comigo. As praias do Rio são maravilhosas e-

— E você deve ter tido uma insolação.

— Não tenha inveja da minha pele bronzeada.

Kyungsoo arqueou a sobrancelha e tocou na bochecha avermelhada de Soomi, rindo quando ela tentou disfarçar a careta de dor.

— Estou realmente com inveja.

Ela o seguiu para a cozinha e se serviu sem cerimônias de um copo de suco que pegou da geladeira.

— Desde quando você coleciona isso?

— Isso o que?

Kyungsoo estava distraído verificando as panelas no fogão, pensando no que faria para comerem e se precisaria preparar algo ainda para o café da manhã, e não viu o que ela indicava com os olhos na sala.

— Funko pop?

Se fosse um pouco mais alto, provavelmente bateria a cabeça no armário levantando daquele jeito. Seus olhos voaram assustados para a prateleira acima da TV na sala e ele já se martirizava mentalmente por não ter pensado naquele detalhe.

— Eu gosto.

— De Star Wars? Desde quando?

Ele tentava parecer o mais natural possível enquanto enfiava a cara na geladeira procurando coisa nenhuma apenas para fugir do olhar desconfiado da irmã mais nova.

— A mãe sabe que você chegou?

— Ela... precisa saber?

Kyungsoo fechou a geladeira e escondeu um sorriso ao dirigir a ela um olhar desafiador.

— Acha que eu ganho uma recompensa por delatar uma traidora?

Kyungsoo olhou para o telefone sobre o balcão da cozinha e se divertiu com o olhar meio desesperado que ela tinha ao perceber suas intenções.

— Você não faria...

— Você duvida mesmo?

E então tudo virou uma confusão de mãos e gritos e risadas e um telefone que quase voou até a sala.

— Senti sua falta, oppa.

— Eu também, pirralha. — Ele riu, ainda meio ofegante, bagunçando os cabelos vermelhos dela. — Mas agora me ajuda a fazer alguma coisa, porque você não me deixou nem tomar café.

 

Kyungsoo dormiu na sala naquela noite. E nas duas noites que se seguiram.

O sofá era bastante espaçoso e, mesmo não tanto quanto a cama que agora Soomi ocupava, Kyungsoo não queria admitir, mas sentia falta daqueles braços que teimavam em abraçá-lo durante a noite mesmo que reclamasse da falta de espaço. E não queria admitir, mas só conseguiu dormir naquela terceira noite, com um sorriso idiota no rosto, depois que recebeu aquela mensagem de Sehun dizendo que não conseguia mais dormir sem ele e que o sofá de Jongin era desconfortável demais.

Kyungsoo não queria admitir, mas estava a ponto de morrer de saudades de Sehun.

E talvez tenha sido por isso que quase se esqueceu de que Soomi dormia no quarto ao lado quando se agarrou ao pescoço de Sehun à porta no dia seguinte. Ele não havia avisado que iria e estava cedo demais para uma visita qualquer, então Kyungsoo se surpreendeu apenas um pouco ao ouvir aquelas batidas na porta. Mas a movimentação que ouviu dentro do quarto o fez separar-se do beijo com um estalo meio alto que ecoou um pouco pelo corredor vazio e fez Sehun rir.

— O que você tá fazendo aqui?

— Eu estava com saudades, hyung.

A voz manhosa de Sehun e aquele biquinho adorável quase fez com que Kyungsoo esquecesse toda aquela farsa e o colocasse pra dentro, o agarrando ali mesmo no sofá da sala. Mas havia Soomi, ele não podia esquecer disso. E Sehun sabia, e estava dificultando as coisas, então merecia o tapa que desferiu em seu ombro.

— Eu também, mas não interessa.

Kyungsoo fechou a porta atrás de si e Sehun abriu um sorriso daqueles que tinham o poder de derretê-lo todo, que ele logo tratou de ignorar.

— Estava com saudades de mim?

— O principal era o “não interessa”.

— Você magoa meus sentimentos, hyung.

Sehun fungou como se estivesse prestes a chorar e Kyungsoo rolou os olhos e riu baixinho, passando a mão em sua bochecha e depositando um selinho em seus lábios.

— Eu prometo que vou te compensar quando você voltar, Hun.

— Mesmo? E como pretende fazer isso?

Sehun tinha um sorrisinho sacana escondido no canto dos lábios e Kyungsoo sabia o que ele queria.

— Eu pretendo jogar você nesse sofá que eu to sendo obrigado a aturar sozinho. — O puxou um pouco para que alcançasse sua altura e trilhou, enquanto falava, um caminho de beijinhos até sua orelha, que mordiscou antes de sussurrar. — E te fazer gemer tão alto que vamos ter que nos desculpar com o vizinho de novo. — Sentiu em suas mãos o arrepio que percorria o mais novo e decidiu que seria divertido dar um beijo em sua bochecha e sorrir inocentemente ao se afastar quando ele tentou beijar sua boca. — Ou eu posso fazer um bolo de chocolate também.

— Você não-

Sehun já estava com uma das mãos na cintura de Kyungsoo, prestes a puxá-lo contra si e calar aquela risada com sua boca, quando a maçaneta girou uma vez. Kyungsoo o empurrou tão forte que Sehun quase caiu sentado perto da porta do elevador.

— Oppa?

Soomi tinha aqueles mesmos olhos grandes e desconfiados de Kyungsoo, Sehun não demorou a perceber. Seu irmão olhava de um para outro tentando não parecer muito suspeito e pensando no que deveria dizer a seguir. Sehun segurava uma risada, porque nunca havia visto Kyungsoo tão nervoso em qualquer situação.

— Mimi, você não tava dormindo?

— É... — Seus olhos seguiam do irmão ao desconhecido. — Mas é que geralmente a gente dorme e depois a gente acorda, né.

— Ou não. — Sehun completou e ela acabou rindo junto dele depois de um silêncio meio esquisito.

— Mas aí não é mais dormir, se chama morrer.

— Essa conversa tá ficando estranha. — Kyungsoo murmurou. — Ahn, Sehun, você já tava indo embora, né?

Kyungsoo praticamente implorava com o olhar que Sehun o ajudasse naquela situação, mas ele parecia se divertir mais a cada minuto em que o mais velho parecia a ponto de arrancar os cabelos em desespero.

— Na verdade, hyung, eu tenho um tempo livre.

 

— Ele diz isso, mas lá em casa ele estava sempre quebrando as coisas.

Kyungsoo não sabia o que fazer para que Soomi parasse de contar aquele tipo de coisa para Sehun. Depois daquele dia, em que Soomi insistiu para que Sehun tomasse café com eles antes de ir para a faculdade, Kyungsoo havia passado dias infernais. Sehun disse que era apenas um hoobae de Kyungsoo e que tinha ido ali pegar alguns materiais antigos que seu sunbae havia prometido para lhe ajudar em seu trabalho de conclusão e Soomi não pensou duas vezes antes de rir e dizer que aquilo não fazia nenhum sentido.

— Kyungsoo oppa pode mesmo te ajudar? As notas dele eram horríveis na escola.

— É mesmo? — E depois de ver aquele sorriso maldoso nos lábios de Sehun, Kyungsoo sabia que estava acabado.

Soomi se apegou a Sehun em dois dias como se o conhecesse há anos. E Kyungsoo não conseguia parar de pensar que isso era um perigo imenso. Kyungsoo não queria admitir, mas eles eram parecidos demais para o seu próprio bem.

— Então o hyung costumava ser bagunceiro?

Kyungsoo buscava a jarra de leite na geladeira e Soomi estava do lado de Sehun no balcão esperando as torradas ficarem prontas. Ele não aguentava mais ouvir ela destruindo sua imagem e pensava no quanto aquilo lhe daria trabalho dali para frente.

— Ele destruía tudo o que tocava. Era horrível. Não sei como ele ficou chato assim. — Ela fez uma careta que Kyungsoo retribuiu a imitando com uma voz irritante.

Sehun estava realmente se divertindo por conhecer esse lado de Kyungsoo. Perguntou se podia ligar a televisão com um sorrisinho forçadamente inocente e Soomi logo tomou as vezes de dona da casa dizendo que ele devia se sentir à vontade. Sehun sentiu vontade de rir.

— Star Wars de novo não! — Kyungsoo resmungou entediado.

— Mas, hyung, é a semana de Star Wars. Você não pode deter a força!

— Eu posso, porque a TV é minha.

Kyungsoo sorriu vitorioso e Sehun se deteve na resposta que ficou na ponta da língua. A risada de Soomi chamou a atenção deles e os dois se viraram ao mesmo tempo.

— O que você tá rindo, sua idiota?

— Nada. Vocês são engraçados.

 

Soomi iria embora na segunda feira.

Sehun não pôde acompanhá-la até o aeroporto, porque tinha estágio durante a tarde. Se despediram no sábado mesmo, depois do sorvete de morango que ele levou para comerem assistindo ao último filme de Star Wars à noite, mediante reclamações de Kyungsoo. Ela disse alguma coisa em seu ouvido que nenhum deles se dispôs a contar ao mais velho, rindo ainda mais quando o perceberam irritado com isso, e deu um beijo em seu rosto antes que ele fosse para casa.

Kyungsoo pediu algumas horas de folga no trabalho para levá-la. Ela passou toda a viagem no taxi reclamando por ter de ir embora e por não poderem se ver mais vezes e sobre Kyungsoo dever visitá-los no próximo feriado.

— Você devia levar o Sehun. — Ela disse depois de fazerem seu check-in e despacharem as malas. — A mãe vai adorar ele.

— Por que eu levaria o Sehun pra casa?

— Um dia você vai ter que apresentar seu namorado pra família. — Ela riu quando os olhos do irmão se arregalaram. — Você não achou mesmo que eu ia acreditar nessa história de hoobae, senhor funko pop de Darth Vader.

— Você...

— O oppa é uma graça. — Ela virou para ele quando chegaram ao portão de embarque e sorriu. — Eu gostei dele, certeza que todo mundo vai gostar.

 

Sehun estava no sofá quando Kyungsoo chegou em casa.

Os pés na mesinha de centro e apoiado com o cotovelo no estofado, mudava os canais parecendo muito entediado. Quando o viu à porta, tratou de desligar a TV e chegar mais pro lado no sofá.

— O sofá tá um pouco vazio, não acha?

Kyungsoo largou-se nos braços abertos de Sehun, que o apertou contra si com aquele sorriso idiota que só tomava seu rosto quando estava perto do mais velho. Virou-se com ele e arrumou suas pernas, entrelaçadas confortavelmente, e beijou sua testa. Seu nariz, sua bochecha, seu queixo. E antes que pudesse finalmente alcançar os lábios de que tanto sentia falta, Kyungsoo espalmou a mão em seu peito, despertando em si um olhar curioso.

— Oh Sehun, o que aquela garota falou pra você antes de ir?

E a gargalhada que Sehun não conseguiu controlar não melhorou em nada sua situação.

Kyungsoo não era muito bom em admitir coisas. Então nunca admitiria que se sentiu excluído com o segredo de Sehun e Soomi. Mas Sehun jurou que nunca contaria e ele era bom em cumprir promessas.

E Sehun nunca admitiria, mas saber que só ele era a causa e a solução pros ciúmes de Kyungsoo o deixava feliz.


Notas Finais


Obrigada por ler ♥

Qualquer coisa vem aqui ó: twitter.com/flopandinha


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