História Adolescência "perdida" - O fatídico jantar

Adolescência "perdida"

Capitulo 10

- Não acredito que eu vim! - Sakura disse ao ver que o carro havia parado em frente à uma enorme casa. Havia se passado quarenta minutos de estrada de chão, e quando chegaram Sakura desejou nunca ter ido. A casa rústica a sua frente indicava o quão rica era essa família e o quão fina e elegante seria as pessoas que moram ali.

- Lembre-se, - Sasuke falou - sou seu namorado - riu - me trate como um! ... E não peide.

- Se eu quiser eu peido! Quero ver quem vai me impedir!

- Porca.

- Chato.

Desceram do carro já sentindo o cheiro de terra molhada, graças a chuva que ocorreu pela manhã. O clima fresco facilitou para Sakura se empacotar usando uma calça jeans e botas, e na parte de cima, uma camisa também jeans e uma jaqueta marrom da cor da bota. Tirou todos os piercings para que a senhora Uchiha não a achasse sem ética, e também passou base em algumas partes das tatuagens que teimavam em aparecer mesmo com as roupas longas. A família Uchiha é uma família bastante ligada aos preconceitos contra o mundo atual em si. A família é constituída por pessoas ignorantes, ou seja, pessoas que não se adequam a nova sociedade, priorizam os ensinamentos mais antigos. Por isso, decidiram morar em uma chácara ao longe da cidade, para não ter vizinhos barulhentos e nem mesmo ter que tolerar pessoas que adotaram uma nova forma de viver (como Sakura). Mas apesar disto, a família Uchiha é bastante famosa, por causa da empresa, e vivem em festas requintadas, onde se ocorre vários contratos e se conhecem várias outras pessoas que futuramente podem servir como uma mão direita à empresa.

Sasuke sabia como os pais são, mas ele não se importava (ou pelo o menos é o que diz), por ele Sakura ia até de biquíni para a mãe ver como ela é. Mas graças ao bom senso da rosada, até ele foi bem vestido, em calça jeans escura e uma camisa azul e um sapatenis. Nada muito social, mas ele queria ir de bermudas e camiseta, coisa que para sua mãe, seria desrespeitoso com a companheira do irmão. Um irmão aobqual era mesquinho, cheio de preconceitos, esse sim aprendeu de forma correta os ensinamentos da família. Sasuke foi ensinado a ser assim, mas com o pouco de humildade que tinha no coração, e pela influencia de Naruto desde pequeno, o moreno conseguiu se lemibertar desse ciclo vicioso, onde o maior ensinamento é que o sangue Uchiha é superior aos demais.

Entraram pela porta da frente a madeira escura e grossa da porta indica o tanto que é cara, foram recebidos primeiro pelos dois cachorros enormes, cuja as raças são as mais cobiçadas, e depois pelos olhares curiosos dos Uchiha ali presente.

- Boa noite - Sakura cumprimentou.

- ér... - o senhor de cabelos escuros, e alguns traços de velhice, limpou a garganta - Boa noite senhorita...

- Haruno Sakura, senhor - Sasuke se surpreendeu por Sakura saber como deveria se apresentar. Os japoneses mais velhos tem o costume de falar o sobrenome primeiro.

- Muito prazer querida - uma mulher morena, simplismemte magnifica, levantou indo até a rosada e lhe dando um beijo no rosto como cumprimento. - Sou a senhora Uchiha Mikoto.

- O prazer é meu senhora - Sakura sorriu.

- Você é de que outra família, seu rosto não me é estranho ? - o senhor estava se referindo "a família da mãe" pois no Japão, quando se casa você ganha o sobrenome do marido, logo seu filho também.

- Cresci no Brasil senhor, não tenho informações de minha outra família.

- Então, cresceste com a mãe?

- Sim senhor, fui criada por minha avó, ela é da família Senju e Haruno.

- Então conhece Senju Tsunade?

- Sim senhor, porém não temos contato entre família.

- Hm. Pelo o menos te ensinaram a se portar corretamente perante os mais velhos. - fez referencia ao modo dela falar e ao modo que seu corpo estava ereto. Se não fosse pelo cabelo rosa, Sakura passaria por uma menina que vem de uma grande e antiga familia sem nenhum problema.

- Olha - outro moreno, esse mais novo que o primeiro, disse, enquanto Mikoto abraçava o filho mais novo - então dessa vez é verdade que você está namorando mano?

- Tsc. - Sasuke o ignorou.

- Venham, sentem-se aqui no sofá. - a mulher os acompanhou - vamos conversando até a janta ficar pronta.

- Sakura, essa é Konan, a noiva de meu filho mais velho Itachi.

- Olá, prazer Konan. - sorriu.

- Prazer Sakura. - sorriu de volta.

- Konan está quase formando em direito - disse a senhora muito orgulhosa, como se Konan fosse a própria filha - ao que tudo indica ela será de grande ajuda em nossa empresa.

- Hm - Sakura e Sasuke soltaram em resposta ao assunto nada interessante. Sakura sabia muito bem onde a senhora queria chegar, mas simplesmente não deu atenção.

- Então Sakura, diz ai - Itachi disse - Esse cabelo ai é pra chamar atenção? - zombou.

- Não que seja da sua conta, mas eu gosto da cor.

- E não tinha uma cor melhorzinha não?

- Tsc.

- Por que você não cuida da sua vida? - Sasuke se intrometeu.

- Não tenho culpa se você teve que ficar com a palhaça colorida da festa porque ninguém mais te quiz.

- Por que sua noiva corna tem o cabelo mais normal também.

- Escuta aqui seu viadinho - levantou-se - não fale essas asneiras para minha noiva...

- Ah qual é Itachi, conheço ela a mais tempo que você, sei muito bem que ela aceitou vim nessa janta em familia apenas por dinheiro. - A sala ficou em silêncio, Sakura entendeu a referência, o homem estava mais sério que o normal, a mulher tentava falar algo, e Konan estava simplesmente calma, era verdade afinal, e no fim da noite o dinheiro estaria realmente no bolso dela.

- Eu vou matar - disse avançando.

- Itachi chega! - disse o senhor, que até então se mantinha calado, digitando algo em seu notebook de trabalho.

- A pai, ouviu o que esse viado disse. Ele deve ter passado no primeiro circo e pegado essa...

-Cala a boca Itachi. - o homem disse sério e um pouco alto.

- E você ainda me pergunta porque não venho pra merda dessa casa! - disse olhando seriamente para a mãe enquanto puxava Sakura pela mão. Ao tirar ela dali eles foram para a varanda, que estava tranquilo. - Desculpa rosada eu não queria...

- Tudo bem. Já ouvi coisas piores.

- Mas...

- Tudo bem Sasuke, juro. Sei que não foi sua culpa.

- De qualquer forma, eu que te trouxe. E chegamos não faz nem cinco minutos. - Sakura sorriu sem graça - ele não tem limites Sakura, é sempre assim, minha mãe sempre passa a mão na cabeça dele.

- Da pra perceber...

- Sasuke o que estava pensando ao dizer aquelas coisas horríveis para a noiva de seu irmão?

- Tsc. - ele estava ficando nervoso, apertando o punho como se quisesse socar tudo pela frente, Sakura colou sua mão sobre a dele, e ele voltou a respirar mais devagar.

- Filho - dona Mikoto apareceu - entenda seu irmão, ele estava apenas fazendo uma brincadeira. - Sasuke mandou um olhar de "tá vendo só" para a rosada que logo entendeu o sentido.

_ Sempre isso né Dona Mikoto? Ele sempre tá certo! Nunca tem culpa de nada.

- Mas ele não fez nada de mais.

- Não? Ele não falou nem boa noite e já foi insultando a Sakura. E a senhora como sempre não fez nada!

- O que eu posso fazer ele não fez nada de mais.

- Nossa mãe, não da nem pra tentar.

- Mas meu filho, seu irmão...

- Para tá! Não quero saber, eu vou dar uma volta no jardim enquanto a janta fica pronta, depois eu vou embora, o Maria rápido possível. - disse já saindo, e puxando Sakura pelas mãos.

- Está escuro, não está na hora de sair de casa. - a mulher disse autoritária.

- Vai cuidar do seu bebezinho, ele tá la na sala, vai. - disse com pouco caso, sem parar de andar.

A garota ao seu lado apenas o acompanhava, ele queria um pouco de paz, e ela, apesar do pouco tempo de convivência, entendia que ele, muitas vezes, prefere o silêncio. Se sentaram em um banco de balanço, ainda em silêncio, ela se afastou dele e o puxou, de forma que ele entendesse o que ela queria. E assim ele o fez. Deitou a cabaça nas pernas da rodada, e ela começou a fazer um carinho nos fios negros. Nenhuma palavra estava sendo dita mas outra mesmo tempo, os dois sabiam exatamente o que está sendo falado, Sakura precisava de um apoio moral para o que ouviu dentro da casa, e Sasuke precisava de alicerce para não desmoronar de uma vez. E ali, com aquele ato gentil, um simples carinho, e o silêncio, cada um estava sendo o que o outro precisava naquele momento.

A movimentação na janela ao longe indicava que a janta estaria pronta, e logo a figura da mulher surgiu na beira da varanda, de onde ela estava não conseguia enxergar o filho e a rosada, mas eles a conseguiam ver. O clima agradável que tinha se formado entre eles acabou assim que colocaram o pé para dentro da casa, tendo que olhar na cara de sarcasmo de Itachi, na cara de infelicidade do senhor Uchiha, na cara santinha de Konan, e na cara de falsidade de Mikoto, que para Sakura era a pior, os outros pelo o menos não são tão sínicos.

O jantar estava sendo bastante lento, só se ouvia o tilintar dos talheres, poucas vezes a voz de alguém era ouvida. PS empregados estavam todos tensos, hoje seria um dia que se houvesse qualquer erro da parte deles poderiam até ser expulsos da cidade. O senhor Uchiha estava muito bravo com a situação de mais cedo, e estava pensando em o que dizer.

- Todos aqui nessa mesa prestem atenção, - todos o olharam - quero comunicar que devido ao ocorrido de mais cedo, não sendo o primeiro mas sim a gota d'agua, se meu filho Itachi Uchiha - a tensão foi crescendo a cada palavra dita pelo homem - não se casar com esta mulher - apontou para Konan, que pela primeira vez ficou gelada e pálida - será deserdado, sem direito a nem uma propriedade que esta hoje em meu nome.

- C-como a-assim p-pai? - todos estavam atónitos, a senhora Mikoto estava tentando falar algo para ajudar o precioso filho.

- Estamos estendidos?

- Porque disso meu marido? Nosso filho ...

- Cala a boca Mikoto, esse seu filho é mimado demais, perdi minha paciência, a merda da viagem que ele ia fazer no Caribe não vai também não, ele não saíra em viajem alguma enquanto não estiver casado com essa mulher, e começará a trabalhar na empresa se quiser ter algum dinheiro.

_ Mas e o Sasuke pai?

_ Você começou os insultos, ele apenas disse a verdade, sendo assim ou você se casa com a prostituta, ou esta fora dessa família.

_ E ele fica de boa com essa vagabunda? - O senhor abriu a boca pra falar mais a rosada foi mais rápida.

- Escuta aqui seu imbecil, eu não sei porque caralho você a falando isso pra mim, mas eu não sou uma vadia não. E você tenha respeito comigo ou posso muito bem te colocar um baita processo nas suas costas por calunia contra minha pessoa, e pelo que eu bem sei sem o dinheiro do seu papaizinho você não passa de um monte de merda.

_ Mocinha olha os modos não se deve ...

_ A qual é! A senhora é uma ridícula em fazer esse papel de mãe e mulher perfeita! Não deve passar de uma menina pobre que para não falir teve que casar com o homem de familia rica. A e deixa eu adivinhar, segurou ele pela barriga né. Por isso mima tanto esse cretino.

_ Saia da minha casa agora! - ela já ia levantar mas foi impedida pelo senhor ao seu lado.

- Ela fica!

- Ela esta me insultando.

- Ela apenas disse verdades. Cala a boca Mikoto ou te mando embora junto com seu filho.

- Fala como se ele não fosse seu também.

- Ele é até o momento que tiver ao menos decência. Coisa que pelo visto ele perdeu enquanto te seguia.

- Não sou obrigada a escutar isso - ia se levantar.

- É sim por que eu mando aqui. Senta! Terminem a janta sem mais nem um pio. Itachi ao terminar pode subir para o quarto com sua futura esposa, e já se acomode, pois ate casarem morará aqui. Mikoto desmanche essa cara de bunda e sorria falsamente como sempre. Sasuke, você apenas permaneça calado. Minha cara, peço desculpas pelas insultas à você, mas também pedirei que peça à minha mulher. Sim?

- Sim senhor - Sakura disse - perdão pelas palavras frias senhora, juro que não se repetirá.

- Não precisava ter dito se não quisesse - Sasuke cochichou em seu ouvido - e mais uma vez me desculpe. - ela apenas sorriu.

O resto do jantar foi em o mais absoluto silêncio, todos estavam indignados ainda, Itachi foi o primeiro a se retirar, puxando a mulher com ele pelas escadas acima. A senhora logo saiu, não queria ter que bancar a anfitriã , não depois dessa fatídica noite. Sasuke terminou e esperou Sakura, assim que ela terminou ele disse.

- Pai, já vou indo.

- Espere a sobremesa. Tenho certeza que a meça gosta de doces.

- Gosto sim - sorriu fraco.

- Já esta tarde pai, tenho que leva-la.

- Será rápido filho. Já vou pedir para trazer. - e assim foi feito, a torta de chocolate e bolacha de maisena com algumas cerejas em cima logo estava em cima da mesa, pronta para ser devorada.

- Me diga Sakura, - o moreno começou e ela ficou apreensiva - Qual o nome de seu pai? - Ela se engasgou.

- É, hum, eu não sei senhor.

_ Só me responda, você é a filha de Minato? - a tosse dessa vez não foi controlada, e Sasuke também se assustou. - Já vi que sim.

_ Por... Porque diz isso senhor?

_ Sabia que eu conhecia sei rosto de algum lugar, você realmente é muito parecida com ele, se não fosse pelos olhos verdes. Mas assim que você se zangou eu tive a certeza que é a filha dele.

- O senhor deve ter se enganado...

- Não precisa mentir minha cara, lembro-me do dia em que ele não sabia o que fazer, e acabou optando pela Kushina.

- O se-senhor s-sabe?

- Poucas pessoas sabem, eu era o melhor amigo dele, e de Kushina, mas o tempo acabou nos afastando. Eu nem cheguei a te conhecer, apenas sabia que era uma menina linda.

_ Éé ... Hum...

_ Então minha cara, gostou da torta?

_ Sim senhor.

_ Já terminou Saky? - Sasuke que até o momentos estava calado, tentando entender o que estava acontecendo, falou.

_ Já sim moreno, vamos?

_ Adeus Uzumaki Sakura, foi bom te conhecer. Espero revê-la.

- Adeus senhor.

E assim eles dois foram embora, o coração a mil, não sabiam direito como entender nem metade da noite. Mas uma coisa tinha certeza, não teria uma janta em familia tão cedo.