- Frisk, já para o seu quarto!! - minha mãe gritou e apontou para o topo das escadas.
Eu fiz o que ela disse; saí correndo da cozinha, subi as escadas que levavam até meu quarto e me tranquei dentro dele.
- Eu odeio todos eles! - eu repetia para mim mesma entre lágrimas e soluços.
Todos me acham louca aqui em casa. Tudo começou quando eu era criança e adorava histórias de monstros. Como eles me fascinavam! Mas em um belo dia, eu vi um de verdade, ele era preto, mas tinha algumas partes coloridas em seu corpo, do qual pingava uma gosma meio preta e grudenta. Eu fugi, pois estava com medo, mas quando contei a todos o que acontecera, ninguém acreditou. Eu sempre acreditei em magia e em criaturas com poderes mágicos, mas julgam-me louca por crer em fantasias.
- Aaarg! - eu gritei e tapei meus ouvidos para não escutar a discussão de meus pais lá na sala. Eles também nunca foram amorosos comigo.
Hoje nós três brigamos de novo, pois eles queriam que eu tivesse uma consulta com algum médico de cabeça, mas eu relutei, o que causou a briga.
- Isso acaba hoje! Isso acaba agora!! - eu disse e me levantei; estava cheia de determinação.
Peguei minhas economias em meu cofrinho em forma de aranha e as coloquei no bolso do short. Em seguida abri o guarda-roupa e peguei quantas roupas eu pude, amarrando-as e formando uma longa corda improvisada. Joguei-a para fora da janela e amarrei sua ponta na grade da janela.
- Não parece ser tão alto. - sussurrei.
Passei pela janela e me agarrei às roupas com firmeza, descendo vagarosamente com a ajuda de meus pés, os quais estavam apoiados na parede para que eu conseguisse me equilibrar.
Pulei no chão quando já estava próxima do mesmo e disparei em direção a floresta; não queria saber para onde estava indo, só queria fugir dali e não voltar mais.
Já era noite e estava escuro, então me deitei sob uma árvore e adormeci ali mesmo.
Naquela noite, tive um sonho assustador em que a criatura que vi quando criança me atacava sem parar, me ferindo e me fazendo sangrar. Eu me perguntava sobre o porquê dele estar fazendo isso comigo enquanto chorava e soluçava, mas de repente a criatura sumiu e no lugar dela surgiu uma poça de piche que logo tomou a forma de um esqueleto negro e que pingava gosma; aquilo era como uma visão do inferno.
"Você teme a mim, humana?" A criatura disse dentro do sonho.
Eu não respondi nada, mas logo uma luz amarela surgiu como num feixe e então tudo ficou branco, o que me fez acordar.
- Aaaaah!! - eu gritei e levantei do chão, assustada.
Já era de manhã e eu estava com fome. Andei mais um pouco e percebi que estava perdida, mas continuei a procura de algo para comer. Felizmente encontrei uma moita de Blueberrys e as comi. Como estavam saborosas!
A cada passo que dava pela floresta, lembrava da história que vovó contava sobre uma guerra em que ela estivera a muito tempo entre monstros e humanos, os quais saíram vitoriosos e aprisionaram os monstros no subsolo, trancando-os com uma barreira mágica.
Minha avó era a única que acreditava em mim quando eu dizia que sentia estar sendo observada por alguma coisa ou no monstro que jurava ter visto a alguns anos, mas agora ela já havia partido e me deixado com aqueles dois incompetentes que eu devo chamar de pais.
Mas mesmo com estes pensamentos totalmente diferentes, eu não tirava da cabeça aquele sonho com o esqueleto negro de piche. O que seria aquilo? Eu não fazia idéia, mas não parecia ser somente um sonho bobo, parecia ser real...
- Comportem-se até eu voltar! - ouvi uma voz masculina dizer de não muito longe.
Me escondi atrás de um tronco de árvore seca e fiquei a espera da pessoa que disse aquilo, mas nada passou por ali e nem por lugar nenhum, então achei melhor parar com essa paranóia e continuar procurando por um caminho até a cidade.
Um pouco mais tarde, eu, já cansada de tanto andar, tropecei em um pedra e rolei morro abaixo, indo de frente a uma moita de espinhos, com a qual eu me choquei e me feri com seus espinhos.
Nem mesmo a dor me fez perder as esperanças. Levantei-me do chão e fiquei ajoelhada ali mesmo.
- Por que tudo tem que ser tão difícil!? - eu disse e deixei que lágrimas rolassem pelas minhas bochechas rosadas de tanto andar no Sol.
Foi quando algo de muito incomum aconteceu: um portal de tamanho médio abriu-se diante de meus olhos. Olhei-o de cima à baixo, mas só havia um grande fundo branco em seu centro. De repente eu escorreguei por causa da perda de equilíbrio que meu braço machucado me fizera ter e caí dentro do portal.
- Aaaaah!!!! - meus gritos de desespero ecoavam por todo o lugar.
Eu estava caindo... e não sabia aonde iria parar...
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