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História Aeternum - Tell Me It's Real


Escrita por: iDonutCare

Notas do Autor


Para todos os efeitos, ainda é dia 11 enquanto eu estou revisando esse capítulo.
Me desculpem por demorar 84 anos pra atualizar essa história sem sentido e não desistam de mim, paciência pipou.
Talvez ela só seja interessante na minha cabeça, mas eu gosto dela, então gostem também. <3
Só queria dizer que nenhum detalhe nessa história, por mais simples que seja, é por acaso, tudo é parte de algo maior. Não deixem de ver alguma coisa porque a Taeyeon não está vendo.

Só isso mesmo, até lá embaixo.

[Edit]
Esqueci de colocar uma fotinha de Rain.
Vou acabar postando minha coleção inteira aqui q

Capítulo 4 - Tell Me It's Real


Fanfic / Fanfiction Aeternum - Tell Me It's Real

 

Está chovendo.

É uma chuva leve que cai sobre mim, acariciando meu corpo de forma contínua, encharcando minhas roupas. Fecho os olhos por alguns segundos, porque a sensação é realmente boa.

Suspiro.

Pela primeira vez em tempos eu sinto a calmaria do silêncio, deixo que ele tome conta de mim e isso faz-me relaxar. Ah, a sensação é maravilhosa. Eu me recuso a abrir os olhos porque eu sei o que me espera se eu o fizer, me obrigo a continuar apenas assim.

Como se eu não tivesse problemas, como se tudo estivesse no curso certo.

Penso em Tiffany, em seu sorriso despreocupado, suas chateações e seus selinhos rápidos. Evito pensar em mim, porque não há nada para pensar, não resta nada de mim para oferecer nessa realidade, apenas foco na única pessoa que faz sentido na minha confusão de sentimentos.

Tiffany.

Sim, agora eu a tenho do meu lado, um pouco confusa, mas tenho. Apenas o conhecimento sobre isso faz-me pensar diferente, porque é importante para mim.

Tiffany é importante para mim.

Tiffany.

Chuva e Tiffany.

— Oh, desculpe. Eu não queria te acordar.

Porra.

Abro os olhos metodicamente e a primeira imagem que eu tenho é a de Tiffany me encarando do outro lado da sala e mexendo na estante perto da janela.

Não há chuva.

E eu estou de volta no sofá da sala.

"Isso só pode ser uma brincadeira", eu penso. Fecho os olhos e respiro fundo, tento buscar no fundo de mim uma calmaria que eu nem sei se existe. É uma respiração pesada e bastante sonora, Tiffany a percebe.

No entanto, ela está totalmente equivocada sobre o motivo.

— Desculpa mesmo, eu sei que não gosta de barulho pra acordar.

Abro os olhos novamente quando meu celular começa a vibrar em cima da mesinha de centro, mais uma respiração pesada. Nem mesmo olho em sua direção porque tenho certeza de que se eu ver aqueles malditos números 11 sou capaz de arremessá-lo pela janela que Tiffany acabara de abrir.

Ela ajeita as cortinas de um lado e anda em minha direção.

— Você madrugou mesmo, não é? – Um sorriso de canto.

Continuo completamente sem reação, apenas encarando-a como se estivesse assistindo a um mesmo filme pela terceira vez e ficamos com esse silêncio estranho pairando entre nós. Nenhuma das duas entende o que está acontecendo, Tiffany claramente entende menos do que eu.

Por que estamos aqui outra vez?

Eu quase lhe pergunto antes de me dar conta do quão estúpido isso seria, ela não saberia a resposta, não teria ideia nem mesmo do que eu estaria falando. Isso me deixa frustrada, mas eu tento não transparecer.

A culpa não é dela.

Me apoio no sofá com a mão esquerda e com alguma dificuldade faço força para me sentar, o olhar de Tiffany não sai de mim nem por um segundo. Me sinto analisada.

— O que há? – Ela pergunta como na primeira vez, notando apenas pelo meu olhar que algo está me incomodando.

Tiffany se aproxima, senta do meu lado no sofá e coloca uma das mãos em meu rosto, preocupada.

— Eu estou bem.

Sopro com um fio de voz e minha mente me devolve uma acusação:

"Mentirosa."

Passo as mãos pelos cabelos nervosamente e é fácil para ela me ler e compreender que eu não estou nada bem. Eu estava conseguindo "ontem", eu a fiz considerar o que estava acontecendo, ela tentou acreditar em mim, e agora eu tinha perdido tudo isso. Simplesmente.

É assim que vai ser?

Por que esse dia?

— Droga.

Penso alto.

— Taeyeon… – Tiffany franze o cenho para mim fazendo-me prestar atenção em sua expressão confusa.

— Eu achei que fôssemos conseguir… – eu sussurro sentindo minha voz falhar no meio da sentença; tento não deixá-la me ver chorar, mas não sou muito boa com isso – Me desculpe por t-ter dormido antes, eu devia ter falado com você.

As lágrimas molham meu rosto uma atrás da outra, choro copiosamente porque eu não consigo nem tentar contê-las. Tiffany fica assustada diante de tamanha fragilidade e pega meu rosto com as duas mãos, carinhosamente.

Eu sempre sou tão chorona assim?

— Hey, estamos bem agora… – ela fala no mesmo tom que usei para me dirigir à ela e tenta secar as minhas lágrimas com a ponta dos dedos, mas é um pouco inútil, as lágrimas não param.

Na verdade nós não estamos bem. Ela não lembra do que está acontecendo comigo, não lembra de ter cuidado de mim, isso nunca aconteceu para ela.

Eu tento tirar suas mãos de meu rosto, mas ela não me deixa, obrigando-me a segurar o olhar.

— A culpa é toda minha. – eu digo.

— Você sabe que eu não queria que a gente ficasse daquele jeito. – ela diz e vejo seus olhos cintilarem quando lágrimas começam a se formar – Prefiro quando você dorme comigo.

Tiffany chega mais perto de mim de uma forma que eu mal consigo olhar para o seu rosto, talvez também esteja tentando não me deixar vê-la chorar.

Ela sempre faz isso.

— Me desculpe, me desculpe… – soluço, sentindo-me uma confusão por dentro.

— Shh… – Tiffany levanta meu rosto na altura do seu e toca meus lábios com um selinho triste e salgado que me faz ter ainda mais vontade de chorar.

Eu aproveito a proximidade e passo meus braços em volta de seu corpo, me encosto nela, abraçando-a. Naquela posição minha cabeça acaba parando em seu ombro e é ali que eu choro todas as minhas inseguranças e frustrações.

Há algum tempo eu nem consideraria fazer isso porque ela ainda é uma "estranha" para mim, mas eu não posso fugir do que somos, nem do tanto que eu preciso dela.

Ouço-a fungar baixinho e sei que está chorando também, mas não quero levantar a cabeça para confirmar isso. Me aperto contra ela e apenas ficamos assim, por vários longos minutos, quem sabe até horas, eu acabo perdendo a noção do tempo durante o processo e nenhuma de nós tenta sair desse abraço.

Quando paro de chorar o meu nariz está um pouco entupido, então fico fungando o tempo todo encostada em seu ombro. Tiffany está meio de lado para mim e eu estou deitada em seu ombro, em silêncio, enquanto ela toca meus cabelos pacientemente.

— Me desculpe… – eu digo.

Eu levanto a cabeça do ombro de Tiffany para encará-la e ela deixa, estreitando o olhar em minha direção. Ela usa a mão livre para apontar no meu peito e ameaçar sussurradamente.

— Se você não parar de se desculpar eu juro que te jogo por essa janela.

Eu lhe mostro um meio sorriso triste e ela tenta devolver na mesma altura, puxando minha cabeça de volta para seu ombro. Ela é tão cuidadosa em seus toques que consegue de fato fazer-me sentir segura nesse momento, o calor do seu corpo no meu também influencia.

Nunca estivemos tão próximas.

— Por ontem… – eu tento lhe dizer, por mais que eu não saiba de fato o que aconteceu entre a gente no ontem dela. Seja lá o que tiver sido, ambas parecemos ter culpa.

A frequência com que parecemos brigar me deixa um tanto nauseada.

Eu quero tentar consertar, pelo menos por esse dia, antes que ele se repita e eu perca tudo outra vez.

— Está tudo bem… – Eu não a olho, mas sinto pelo movimento de seu corpo que ela balança a cabeça, negando.

— Hm… – é o que sai de minha boca.

Eu não tenho com o que argumentar, não tenho lembranças sobre nada e é por isso que acabo ficando em silêncio pelos próximos minutos. Tiffany não é diferente, ela continua tocando meu cabelo enquanto respira suavemente perto do meu rosto.

A sensação é boa, o momento também.

Tenho certeza de que ele seria ótimo pra mim se minha mente não estivesse carregada com tantas preocupações. Eu sei que preciso entender o que está acontecendo, por isso eu quebro o silêncio entre nós, limpando a garganta antes de falar.

— Não tinha ideia de que ia te irritar.

Digo, sugestivamente.

Eu sei que é um movimento muito arriscado, não vou saber responder nada se ela me fizer alguma pergunta, mas acabo tentando mesmo assim e Tiffany termina provando-me que eu estou certa sobre ela ter ficado irritada.

Mas não do jeito que eu esperava.

— Ah, claro, eu devia estar acostumada, não é? – Tiffany solta uma risadinha de deboche e eu sinto o toque em mim cessar.

Se acostumar com o quê?

Eu me afasto do nosso abraço para encará-la, o medo de a ter deixado chateada novamente atinge todo o meu corpo.

— Eu n-não quis dizer isso… – tento convencê-la disso e minha voz tremula em nervosismo – Eu realmente não tinha ideia.

Ela me encara por alguns segundos antes de soltar um suspiro derrotado e desvia o olhar, ela não quer ficar com raiva de mim agora.

— A culpa deve ser mais minha do que sua. – ela solta ainda sem olhar para mim e eu franzo o cenho.

Sento direito no sofá, de frente para ela, e pergunto, incentivando-a a me explicar a situação.

— Por que diz isso?

— Eu não devia interferir no seu trabalho, você tem um prazo. – Seu olhar volta pra mim e ela parece realmente se sentir culpada pelo modo que esse desentendimento correu no ontem que eu não conheço.

Mas pelo que conversei com ela e pelo desentendimento do meu ontem - o que eu de fato participei e lembro - acho que estou começando a entender o nosso problema.

— Eu estou te deixando de lado, não é?

Tiffany balança a cabeça concordando comigo e eu acho bastante corajoso de sua parte admitir isso com tanta fragilidade.

— Me desculpe, F-Tiffany… – eu tento tocá-la, mas minha mão para no meio do caminho quando ela estreita o olhar para mim.

— A janela está há poucos metros de distância.

Ela aponta e eu lhe mostro um sorriso.

— Obrigada. – realmente pego sua mão dessa vez e ela me olha curiosa.

— Qual o motivo? – Tiffany pergunta.

— Não desistir de mim.

Lhe mostro um sorriso de canto e ela me devolve um igual, me puxando para um abraço suave, cuidadoso.

— Eu nunca vou. – ela diz.

— Eu nunca vou. – eu digo.

 

(…)

 

Uma das coisas que eu percebi de diferente sobre o dia de hoje em relação aos outros é que, dessa vez eu não tenho um machucado novo.

Eu estudei todo o meu corpo a procura de uma nova marca, como havia acontecido nas vezes anteriores, mas não encontrei nada. Isso me deixa intrigada, mas não é como se eu estivesse reclamando e também nada mudou.

Meu pulso ainda está dolorido, meu rosto marcado.

Como na fotografia da estante.

Encaro aquela mesma moldura que eu havia visto no meu dia anterior, o sorriso no meu rosto, a calma no de Tiffany.

Nenhuma lembrança.

— Eu coloquei numa nova moldura, não se preocupe. – Tiffany aparece atrás de mim.

Eu viro para ela e não tento discutir o porquê dessa afirmação ser relevante para ela, assentindo quase que automaticamente quando ela se aproxima, o cheirinho de banho recém tomado que emana dela me faz sorrir.

— Você lembra de quando tiramos essa foto? – mais uma vez eu me arrisco com perguntas que eu não posso responder, nem contornar.

Eu só quero lembranças para chamar de minha, preencher minha mente com algo real, eu preciso disso.

Tiffany chega do meu lado, olhando a foto e em seguida eu. Ela parece surpresa por eu perguntar algo assim, como sempre.

O eu que ela conhece é sempre tão diferente do que eu sou?

— Tecnicamente você tirou a foto, eu nem notei. – um pequeno sorriso.

Eu tenho a impressão de que esse assunto pode morrer aqui mesmo, por isso eu tento prolongar.

— Você não queria estar na minha foto? – viro de costas para a estante e me encosto ali, ficando meio de frente para ela.

Tiffany continua na mesma posição.

— Não se tiram fotos espontâneas com alguém que você acaba de conhecer, Taeyeon. – Ela franze o cenho para mim, mostrando-me que essa deveria ser uma resposta óbvia em minha mente.

Foi no dia em que nos conhecemos? Parece um bom momento para tirar uma foto, eu penso e digo.

— Pareceu um bom momento para uma foto. – dou de ombros.

— Você é uma boba. – ela diz, mas balança a cabeça concordando comigo.

Caímos em um silêncio confortável depois disso, eu quase me sinto calma, é um momento quase perfeito, exceto por não ter nada no lugar. Tiffany se encosta na estante da mesma forma que eu estou.

Eu não consigo evitar continuar perguntando.

— Você gostou de mim?

Tiffany franze o cenho me encarando de um jeito estranho como se perguntasse "o quê?".

— Quando a gente se conheceu, você gostou de mim? – pergunto novamente e não sei exatamente o que espero que ela responda.

Apenas senti vontade de perguntar.

— Eu te achei bem engraçada, chegando em mim toda "hoje é um dia lindo, ainda bem que te encontrei". – ouço uma risadinha do meu lado e logo Tiffany vira um pouco de frente para mim, balançando a cabeça em negação – Quer dizer, que cantada mais barata, Taeyeon.

Me vejo obrigada a sorrir também, isso não se parece com nada do que eu diria, mas ela estava lá e eu não, tecnicamente, então apenas entro na cena.

— Conquistadora barata? – lhe mostro uma expressão de falsa incredulidade – Essa doeu.

Um suspiro vindo de Tiffany.

— Eu gostei. – seu olhar encontra minha direção, dois suspiros – De você.

Olho para ela também.

— Você ficou linda na minha foto. - eu digo.

Três suspiros.

Acho que me sinto diferente sobre ela.

 

(…)

 

Estávamos mais uma vez no caminho de volta para o apartamento depois de buscar o nosso carro no conserto, dessa vez eu consegui extrair que o problema nele eram os seus freios, não que isso seja exatamente relevante.

Isso não me ajuda em nada.

Entretanto, eu gosto da sensação que me preenche toda vez que consigo descobrir uma coisa nova. É como ter um enorme livro de colorir em sua mente e não ser capaz de fazer nada com ele porque você não tem as cores, mas alguém as tem e te dá sempre que você faz uma nova pergunta.

Tiffany gosta de conversar o tempo todo, na maioria das vezes sobre banalidades que eu não faço ideia do que se trata, no primeiro dia isso me assustou, mas agora eu sei que tenho uma vantagem e ela está lentamente preenchendo minha mente com pequenas informações.

Eu fui obrigada a convencê-la a dirigir novamente, dessa vez com um pouco menos de apoio já que ela não tinha notado nada de estranho na minha mão direita, eu não tinha argumentos para me defender, mas ainda assim ela cedeu.

Dentro do carro, meus olhos estão sempre em contato com o céu e suas nuvens acinzentadas, às vezes presto atenção em Tiffany, às vezes em nada.

Eu ainda sou capaz de pensar que isso tudo não passa de um mal entendido e que a qualquer momento eu irei acordar, lembrar quem sou e esquecer que esse mundo de incertezas um dia existiu.

Bobagem.

O dia foi se passando sem nenhum acontecimento mais grave e foi o mais longe que eu cheguei nesse dia. São 4 da tarde e eu ainda estou aqui, mas eu não sei o que achar disso.

O que me força voltar para o início desse dia, afinal? Dores de cabeça? Dormir?

Eu ainda não tenho certeza disso e, sinceramente, não sei se quero ter.

As pontadas de dor estão menos frequentes nesse hoje e talvez seja por isso que eu ainda estou aqui, entrando em uma parte do dia onde eu não sei o que pode acontecer.

É quase como um novo dia para mim.

Quase.

— Você mal comeu quando acordou, quer que eu peça alguma coisa? – Tiffany me cutuca quando volta à sala.

Eu não estou exatamente com fome, mesmo que eu já esteja repetindo o terceiro dia sem uma refeição normal, mas balanço a cabeça concordando. Tiffany pega meu celular largado em cima da mesinha no centro da sala e volta para o meu lado no sofá.

— Quer entupir suas artérias de McDonald's, pizza ou comida de verdade? – ela pergunta desbloqueando o aparelho.

— Pode ser pizza. – eu digo.

Tiffany balança a cabeça e logo faz uma ligação, eu não presto muita atenção no que ela fala por causa da TV ligada.

Não que esteja passando nada de interessante, eu só não sei o que fazer. Estive pensando sobre tentar explicar a Tiffany o que está acontecendo novamente, mas do que isso adiantaria se no dia seguinte eu perdesse tudo?

Por outro lado, ela poderia ser útil me ajudando.

Ou não.

Eu só consigo ficar mais confusa e indecisa toda vez que penso nisso, então tento deixar um pouco de lado. Apenas por hoje.

Eventualmente tudo vai acontecer como deve ser.

— Hey. – Tiffany toca minha perna, fazendo-me encará-la.

Sua expressão me diz que ela está tentando chamar minha atenção há um bom tempo, isso me deixa um pouco sem graça, apenas murmuro uma resposta.

— Perguntei se você quer assistir alguma coisa.

Ela ergue as sobrancelhas sugestivamente e eu balanço a cabeça, concordando automaticamente.

— Eu tenho algumas coisas no pendrive. – Tiffany larga o celular no meu colo e sai saltitando em direção ao corredor, me deixando um sorriso no rosto e um pouco de confusão na mente.

Ela é uma mulher maravilhosa.

Sorrio e olho para as minhas pernas onde encontro a tela desbloqueada do meu celular, o grande número 11 que marca o dia de hoje pisca debochando da minha cara, talvez nem tanto. Franzo o cenho soltando um suspiro incrédulo.

Quais as chances disso acontecer?

Eu não faço ideia, mas toco em qualquer lugar da tela antes que ela possa bloquear e eu perca a oportunidade. Eu nem sei qual era minha intenção quando tentei desbloqueá-lo da primeira vez, olhando para ele agora eu não sei nem por onde começar.

Meus primeiros objetivos eram quem eu sou e quem Tiffany é, mas eu já tenho algum tipo de resposta para essas perguntas, talvez não uma resposta boa como eu esperaria, mas não acho que encontrarei nada melhor do que isso no celular.

A primeira coisa que me chama atenção é o aplicativo de mensagens. Eu tenho alguns grupos e mensagens para a própria Tiffany.

Eu abro o chat dela e apenas passo por cima de algumas mensagens, tentando ver algo importante, mas não tem nada assim, tudo o que encontro são conversas casuais. Algumas até curtas demais, mas não sei o que eu esperava, moramos na mesma casa afinal.

"Você ainda vai demorar?", "Estou indo pra casa", "Vamos sair?","Hey, dia 11".

Ah, maldito número.

Fecho o chat soprando um suspiro frustrado. A notificação do alarme ainda está piscando, minha curiosidade fala mais alto e ela é a próxima coisa que eu vou ver.

11:00, 11 de Março - Sábado

Era um lembrete e tudo que tinha nele era um link.

Clico nele e uma nova janela se abre com um arquivo de texto composto apenas por frases curtas; engulo em seco ao ler o que as primeiras linhas dizem.

 

Não posso desistir agora.

Por isso, lembre-se.

Você não pode ir para o concerto.

Você não ama Tiffany, não mais.

[…]

 

— Tae. – sobressalto ao ouvir a voz de Tiffany e acabo bloqueando o celular com o susto, a encaro tentando não deixar transparecer minha respiração acelerada. – Eu perguntei qual filme.

Meu olhar vai de Tiffany para a tela bloqueada do celular e essa é a primeira vez do dia que eu sinto uma pontada de dor mais intensa na cabeça.

— Eu…

Tento dizer, mas eu não ouvi o que ela havia falado anteriormente. Minha mente só consegue processar a última frase que eu li.

"Você não ama Tiffany, não mais."

Eu escrevi isso?

— Diga logo, se eu escolher você não vai gostar. – Tiffany resmunga.

Volto a fitá-la.

Ela é atenciosa, carinhosa e se preocupa comigo, conosco, por que eu não a amaria mais? Eu não consigo pensar em qualquer resposta para isso e talvez eu nem queira, porque não preciso de mais uma coisa sem sentido em minha mente.

Seja lá que tipo de relação nós temos, eu sei que de alguma forma damos certo e não é possível que eu tenha deixando de amá-la em algum ponto.

Uma nova pontada de dor na têmpora me faz pôr a mão no rosto, fechando os olhos fortemente. É nesse momento que Tiffany desiste do filme e vem até mim, se abaixando na minha frente.

— Você está bem? – ela tira o celular de minha mão e joga do outro lado do sofá.

— Não estou… – digo, tentando tirar suas mãos de meu rosto, mas isso só a faz me segurar com mais firmeza.

— Está passando mal? Sentindo alguma dor? – ela mexe na minha franja tocando minha testa como ela gosta de fazer a procura de uma temperatura anormal.

— Você acha qu-e eu te amo? – Tiffany franze o cenho para a pergunta repentina, mas eu preciso disso – Por favor, me diga.

Ela abre a boca sem reação algumas vezes antes de me responder de fato.

— Claro que sim, por que está perguntando isso?

— Você tem c-certeza? – aperto as mãos que ela mantém em meu rosto a medida que as dores começam a ficar mais frequentes e intensas.

Essa foi uma pergunta tão inútil quando a minha existência, mas…

— Você está me assustando… – Tiffany passa a mão pelo meu rosto e eu só consigo tentar conter os gemidos de dor.

Fecho os olhos tentando controlar as dores, tentando não sair desse dia agora, e quando eu abro

Escuro.

 


Notas Finais


Nem sei o que dizer mais, talvez comece a fazer mais sentido a partir do próximo capítulo. Ou não.
Qualquer coisa chega aí e "amifa, tô entendendo nada, vamo escrever esse negócio direitinho", aí eu escrevo direitinho q
Ouçam Seafret - Tell Me It's Real.
Até outro dia 11.


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