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História Afraid To Love You - It's all my fault


Escrita por: choosemyidols

Notas do Autor


Olá gente, como estão? Eu gostaria muito que vocês lessem e compreendessem o que eu irei falar agora.
Gostaria de pedir minhas sinceras desculpas pela demora, mas é que minha vida está uma correria. Esses dias eu vi uma garota ''exigindo'' que eu postasse um novo capítulo, e isso me chateou um pouco. Eu tinha acabado de mudar de cidade não fazia duas semanas, e semana passada eu descobri que iria mudar novamente para o Maranhão, uma loucura não é? E eu ainda estou em uma grande correria a procura de escola pois já vou para o primeiro ano, e o bairro onde estou morando é bem longe do centro. Então queria que vocês entendessem que a vida de escritora não se resume em ficar sentada em uma cadeira o dia inteiro, nós também temos nossas próprias vidas pessoais. Espero que entendam e vamos para o novo capítulo que está bem triste e engraçado. Amo vocês.

Capítulo 11 - It's all my fault


Fanfic / Fanfiction Afraid To Love You - It's all my fault

P.O.V Troy

Vergonha. Era a única palavra que me representava naquele momento. Vergonha de ter feito Ally sair chateada daquele jeito, eu me sentia um completo idiota por ter machucado ela assim.

Fiquei alguns minutos ali, parado vendo ela correr. As meninas correram atrás dela para ampará-la. Bea ficou me encarando, com um olhar triste que parecia dizer que estava decepcionada comigo, e logo em seguida Dinah apareceu, puxando-a.

Alguns alunos que ficaram observando a briga estavam indo embora, enquanto eu e Piper continuávamos lá, em silencio.

- Troy... Por que você fez isso? Por que quis machucar a Ally desse jeito e principalmente eu, me usando assim? – Piper perguntou, olhando para mim.

Respirei fundo e tentei encontrar as palavras certas, que nem eu mesmo sabia.

- Olha, eu não sei o que deu em mim Piper, eu levei tão a sério isso, sem pensar nas consequências e agora eu estou aqui, me sentindo o maior idiota por ter machucado vocês duas. Você me perdoa?

- Eu não deveria fazer isso, mas sim, eu te perdoo. Mas você tem mesmo é que se desculpar com a Ally, você tem noção de quanto deixou ela chateada?

Eu não sabia o quanto tinha machucado a minha Ally, eu realmente me sentia muito mal por ter feito essa grande bobagem.

No momento que iria continuar falando com Piper, Jacob chega, olhando para nós com um olhar desconfiado.

- Esses olhares... Troy, você chateou a Ally, não foi? – Falou, olhando para nós com os braços cruzados.

Eu lancei um olhar triste para o mesmo, e em seguida abaixando a cabeça.

- Eu te avisei sobre isso, não foi? Troy, ela te amava de verdade e você simplesmente faz isso, não passa por sua cabeça o quanto ela está triste e machucada?

Eu sabia o quanto fui infantil e idiota por machucar os sentimentos da Ally deste jeito, então apenas balancei a cabeça positivamente para Jacob, e em seguida abaixei a cabeça novamente.

- Olha, eu realmente não sei o que passou pela sua cabeça ao fazer isso, Troy! Eu me sinto muito mal pela Ally, e pela Piper agora. Você deveria pensar antes de agir e fazer uma coisa dessas. Meninas não merecem ter o coração machucado assim!

Eu já estava começando a ficar irritado com toda aquela lição de moral, eu não precisava de alguém para me colocar para baixo, do que eu já estava.

- Jacob, você acha que eu não me sinto o maior babaca do mundo por isso? Eu não preciso de mais gente para me culpar, mais do que eu já estou me sentindo! Até mais.

Peguei minha mochila e sai dali, deixando Jake e Piper falando sozinhos. Eu estava triste e irritado, eu queria apenas me trancar em meu quarto e ficar sozinho.

(...)

Finalmente cheguei em casa, estava com a cabeça cheia de pensamentos ruins, enquanto me culpava por tudo isso.

Antes de entrar, observei em volta da sala para ver se não havia ninguém para me encher de perguntas, mas eu sabia que uma hora ou outra minha irmã iria descobrir tudo.

Fechei a porta e subi as escadas que iam para o meu quarto, o mais rápido possível. Acho que todos daquela casa sumiram, para a minha felicidade já que eu gostaria de estar totalmente sozinho.

Entrei em meu quarto, e larguei a minha mochila no chão, e em seguida tranquei meu quarto. Logo após, me joguei em minha cama, me deixando levar pelo turbilhão de pensamentos que passavam por minha cabeça.

O que teria acontecido se eu não fosse um total OTÁRIO e tivesse escutado o conselho de Jacob e também se não tivesse pensado apenas em mim? Certamente eu não teria brigado com meu melhor amigo e magoado a minha Allyson. Por que eu tenho que ser tão idiota?

Eu tentava me distrair pensando em outras coisas, mas aquelas palavras que a Ally havia dito no momento ecoavam sobre minha mente: Se você gostasse mesmo de mim ou da Piper, você pensaria direito ao invés de sair fazendo as coisas sem pensar e magoar os outros.

Parabéns Troy, você é um especialista em estragar tudo.

Sinto meu celular vibrar em cima da cama, era Jacob. Eu desliguei e coloquei no silencioso, eu realmente não queria falar com ninguém.

De repente, um flashback sobre quando eu conheci a Ally passa por minha cabeça, e eu dou um pequeno sorriso.

Eu havia entrado na Princeton School fazia uma semana, eu estava feliz e empolgado, já que era uma escola bastante interessante.

Andando pelos corredores da grande escola, vejo uma roda de pessoas, cercando uma garota baixinha que estava no meio. Ela parecia estar assustada, cheguei mais perto e verifiquei qual era o assunto da vez.

- Ei Allyson, como se sente ao saber que NUNCA vai ser igual a nós, e também nunca vai andar junto conosco? – Um garoto alto, que parecia ser de um time de basquete falou, enquanto outros garotos e algumas garotas que estavam com ele riam.

- Não diga uma coisa dessas, Aaron! Ela vai começar a chorar e correr para contar para o papai e para a mamãezinha dela! – Desta vez, foi uma garota que disse, fazendo os outros garotos rirem novamente. Eu percebi que a garota que estava sendo humilhada ficava cada vez mais chateada, já era a hora de eu acabar com esta palhaçada.

- O que os senhores perfeitos estão fazendo zoando desta garota? – Eu disse, chamando a atenção de todos ali.

- Olha só, parece que ela chamou o ‘’super-herói’’ para salvar ela agora! Qual é, novato, por que você não dá meia volta e não perde tempo com isto?

- Primeiramente, eu defendo ela se eu quiser, e segundo, por que é que vocês não olham para suas próprias vidas antes de julgar os outros, hãn? – Naquele momento eu me enchi de coragem e estava totalmente pronto para jogar o argumento que fosse para defender aquela garota que eu nem conhecia, mas sentia que ela era especial.

- Esses idiotas que são politicamente corretos são uma piada, jogam argumentos fracos dizendo que devemos respeitar todos e tentam envergonhar a gente com essa historinha de que não devemos julgar ninguém, eu acho que você deveria tomar cuidado com quem se mete, Ogletree. – Aaron me encarou, ficando frente-a-frente comigo, eu não tinha medo nenhum deles.

- Ah, vai querer me bater agora, valentão? – Me aproximei do ouvido do mesmo, e sussurrei. – Saiba que eu não tenho medo de você. Eu sei que todos vocês pagam de valentões, mas no fundo são apenas pessoas carentes de atenção que precisam descontar toda sua raiva em outras pessoas para se sentirem melhor. Saibam que eu tenho nojo de vocês, e se quiser bater em mim, bata. Mas vocês não irão sair impunes por isso. – Falei, voltando a minha posição normal. Dei um sorriso sarcástico e sai dali, com a garota, deixando aqueles otários nos olhando.

- Você está bem? – Perguntei para a baixinha. Ela apenas me olhava com um brilho nos olhos e sorrindo timidamente, era o sorriso mais lindo que já havia visto.

- E-eu estou bem, graças a você...

- Troy, me chamo Troy Ogletree. E como você se chama?

- Meu nome é Allyson, mas me chamo Ally. Eu queria te agradecer de verdade por ter me defendido Troy, de verdade. Eu sofro muito com o bullying aqui nesta escola, e você foi o primeiro que me ajudou. Eu sou muito grata por isso. – Ally me deu outro lindo sorriso, e eu retribui.

- Eu só fiz o meu dever, eu não aguento ver pessoas sofrendo bullying, e quando eu te vi ali frágil e assustada eu não pensei duas vezes e corri para te ajudar. Saiba que enquanto eu estiver aqui, eu irei te proteger. – Sorri novamente, e desta vez ela me abraçou apertado. Senti o meu coração acelerar na mesma hora.

A partir daquele momento eu sabia que nós dois teríamos uma grande amizade.

 

Aquele sorriso, ah o sorriso da Ally. Aquilo me fez bem tantas vezes, que eu não tinha noção. Por que eu tive que estragar tudo?

Naquele momento senti meu coração apertar e meus olhos se encherem de lagrimas, eu abracei meu travesseiro e deixei rolar. Eu estava triste, eu queria apenas que existisse uma máquina do tempo para que eu voltasse e apenas dissesse tudo o que sentia pela Ally, e não machucá-la. Tudo isto por apenas uma atitude infantil e palavras erradas. Eu definitivamente sentia que havia perdido a minha garota.

(...)

Já fazia duas horas que eu estava naquele estado deplorável, triste e pensativo. Decidi tomar um banho para tentar relaxar e esquecer um pouco tudo isso.

A água quente batia sob meu corpo. Por mais relaxante que fosse, eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser ela. Eu precisava me distrair um pouco, talvez seria melhor eu sair um pouco e esfriar a cabeça.

Vesti uma blusa longa que vinha com um capuz, já que não queria que ninguém me reconhecesse na rua, junto com uma calça jeans e meus tênis, eu queria sair e não voltaria tão cedo.

Quando sai de meu quarto, estranhei que ainda estava muito silêncio, então encontrei um bilhete em cima da mesa da sala.

Saímos com Crystal, já que ela havia insistido tanto para ir na loja de brinquedos comprar a pelúcia de unicórnio que ela tinha visto, aproveitamos a oportunidade para passear com sua irmã, não fique com ciúmes, trarei lembranças para você. Se cuide, espero que esteja bem.

Com amor, sua mãe.

Sorri ao lembrar o quanto minha irmã era apaixonada por unicórnios, totalmente viciada. Gostaria mesmo de estar bem agora como minha mãe disse. Resolvi escrever atrás do bilhete que eu estava muito mal e resolvi sair, deixando o bilhete ali no mesmo lugar e saí, totalmente sem um lugar certo para ir.

Estava andando pelas ruas frias de Nova Jersey, a noite caia e cidade ficava iluminada. Estava pensando como seria amanhã, já que provavelmente Ally iria me ignorar, eu iria sentir falta de conversar com ela como faço todas as manhãs, já que eu fui um completo burro.

Enquanto andava, acabei esbarrando em alguém. Era uma garota, ela tinha o mesmo tamanho que o meu e também tinha cabelos loiros. Aquele rosto era familiar...

- Dinah? – Falei, olhando para a mesma.

- Eu mesma, olha só se não é o garoto especialista em partir corações. – Disse ela, dando um sorriso sarcástico.

- Dinah, eu sei que eu fui um idiota e tudo mais, porém...

A mesma começou a dar risadas, e eu olhava para ela, confuso.

- Tudo bem, tudo bem. Eu não vou ficar te culpando por isso, mesmo que você tenha sido um completo filho da mãe e deixou a minha melhor amiga chateada.

- É sério isso? – Perguntei, ainda confuso.

- É claro, você continua sendo meu amigo, mas quando for na escola eu vou te dar aquela ignorada básica porque eu não quero que a Ally fique me chamando de ‘’traidora’’, você sabe como ela é. Enfim, está indo pra onde?

- Para lugar nenhum, eu resolvi sair para tentar esfriar a cabeça, não tenho um lugar certo para ir.

- Então você deu sorte, eu estou indo para o Beer’s pub, quer ir comigo?

Quando Dinah disse que estava indo para um bar, fiquei surpreso.

- Bar? Você bebe? Como você nunca contou isso antes? – Perguntei, de uma vez só.

- Ei, ei, uma de cada vez. É claro que eu bebo, ou você acha que eu iria para lá para limpar as mesas? Então, você vai ou não queridinho?

- Uh, não sei, é que se os meus pais souberem que eu bebi eles vão me matar e....

Eu não havia terminado de falar e Dinah já estava me puxando para ir com ela, eu a segui, já que não tinha escolha.

A grandona me perguntava várias coisas e falava sobre como o lugar para onde íamos era interessante, mas eu apenas escutava tudo em silêncio.

Chegamos no famoso Beer’s pub, meu objetivo não era sair dali bêbado, mas se me fizesse esquecer os problemas pelo menos por 20 minutos estava ótimo.

O lugar estava movimentado, o som de música eletrônica invadia o espaço, fazendo várias pessoas dançarem. Dinah me levou para um lugar onde várias pessoas estavam sentadas em banquinhos, bebendo, obviamente. Dinah cumprimentou o barman que estava ali, e eu apenas observava em silêncio.

- Harry! Eu já estava com saudades suas, garoto! – Disse, cumprimentando o garoto que tinha várias tatuagens espalhadas pelo corpo.

- Eu que estava com saudades suas, sapatona. E quem é esse boy magia aí? – Falou, apoiando os dois braços no queixo e direcionando seu olhar para mim. Eu estava me sentindo um hétero perdido ali no meio daqueles dois.

- Meu nome é Troy, prazer em te conhecer Harry. – Falei, dando um aperto de mãos e dando um sorriso fraco.

- O prazer é meu, você é bem bonito sabia? Se eu não estivesse comprometido eu... – Harry iria complementar a frase, mas foi interrompido por Dinah, misericórdia Deus.

- Ei, ei, vai com calma Styles. Você está começando a se excitar facilmente, dá pra ver que o Louis é o ativo da relação. Troy está aqui porque ele chifrou a crush dele e ele está aqui tentando esquecer a estupidez que ele fez. Sabe como é esses cornos de hoje em dia. – Dinah disse, olhei para ela com um olhar estilo assassino, de quem iria matar ela quando estivéssemos sozinhos.

- Ah que pena, mais um bonitão que eu vou ter que ver e sofrer calado, mas a vida é assim. Enfim, o que você aprontou Troy?

- Bom... Eu beijei a minha amiga em frente a garota que eu mais amava e fiz ela chorar, ou seja, eu fui um estupido.

Harry me olhou com pena, mas eu não queria que ninguém sentisse pena de mim, eu queria apenas que Ally me perdoasse.

- Que caso complicado viu? Mas é bem normal, todos os dias eu vejo vários homens e mulheres choramingando porque levou um fora ou porque estragou tudo, mas nada que um álcool não resolva. – Falou, com um sorriso empolgado no rosto.

- Eu vou querer a de sempre, a boa e velha vodca. Troy, eu te recomendo experimentar essa belezinha, você topa?

- Já que eu sou novo nesse negócio de bebidas eu aceito uma só para poder passar o tempo, mas depois disso eu não vou beber mais. – Quando disse isso, os dois que estavam ali caíram na risada, sem eu entender o motivo.

- Não vai beber mais, essa é muito boa. – Dinah falou enquanto limpava uma lágrima. Eu olhava com uma cara de paisagem para os dois ali. – Você acha que só vai beber um copo de vodca e parar por aí? Eu disse a mesma coisa há dois meses atrás e olha só para mim hoje?

- É verdade. Fiquem aqui que eu vou preparar uma bebida no capricho para vocês. – Harry deu um sorriso e saiu. Dinah cantarolava uma música que estava tocando e eu observava os detalhes do local.

- E então, está se divertindo garotão? – Dinah perguntou, enquanto mexia em seu celular.

- Até agora não muito, é complicado se divertir quando você está se sentindo um lixo.

- Eu sinto tanto por ver você e Ally tristes assim, vem cá, deixa eu te dar um abraço. – Dinah esticou os dois braços, fiz uma careta estranha pois geralmente ela não é carinhosa assim, mas como eu estava precisando mesmo de apoio, abracei a grandona com toda força. – Não comece a achar que você pode me abraçar a hora que quiser, ok?

Eu ri, e desfizemos o abraço. Harry trouxe as nossas bebidas, fazendo com Dinah ficasse animada.

- Duas vodcas no capricho para vocês, vamos lá, quero ver a reação de Troy ao beber pela primeira vez!

- Vamos lá Troy, vou esperar você tomar primeiro.

Respirei fundo, e criei coragem, tomando o liquido transparente de uma vez só. Assim que o gosto amargo da bebida invadiu minha boca, fiz uma careta.

- Não sabia que essa merda era tão amarga assim, apesar de ter um gosto amargo até que é boa. Quero mais. – Falei, colocando o copo de vidro em cima do balcão.

- Sabia que você iria gostar, só não exagere porque essa bebida é forte e.... – Interrompi Harry, olhando-o sem se importar como seria a ressaca amanhã.

- Dane-se. Traga logo mais um copo.

- Gente do céu, a vodca já está fazendo efeito rápido assim ou é só você de mal humor assim mesmo? Enfim, toma cuidado com as doses porque não quero andar com nenhum bêbado por aí, já basta eu mesma. – Disse Dinah, ajeitando os cabelos.

Eu esperava Harry trazer mais uma dose de vodca, quando sinto uma mão apertar levemente meu ombro. Era Shawn, agora sim meu dia estava péssimo.

- Shawn! O que faz aqui? Achava que você só ia para bares mais chiques. – Falou Dinah, se virando para o garoto.

- Tá brincando? Esse é um dos melhores da cidade, você acha que eu iria perder meu tempo nesses outros bares que custam os olhos da cara para você tomar só um copinho? Enfim, ah, Troy, não tinha te visto aí. Como vai? – Shawn estendeu a mão para me cumprimentar, mas não retribui.

- Esse daí está de mal humor, ele beijou a outra amiguinha dele na frente da Ally, não sei se você se lembra dela. Agora ele está querendo descontar tudo no pobre fígado dele. – Falou Dinah, dando uma risada.

- Olha, se você quiser um conselho eu estou aqui para te ajudar, mesmo que nós não tenhamos muita intimidade.

- Você acha mesmo que eu iria querer conselhos de alguém que fica com uma garota a cada dia diferente? – Falei, me levantando para encarar o garoto frente-a-frente.

- Já vi que você é um dos idiotas que sabem que estão errados mas quer bancar o machão para fingir que está certo. E se eu fico com garotas diferentes ou não o problema é meu, você não precisa se meter na minha vida.

Dei uma risada irônica e olhei em volta, e percebi que as pessoas estavam começando a nos encarar.

- Ah, agora você diz que a vida é sua, qual é Shawn, não é porque você tem 18 anos que pode se achar o dono da razão. Na verdade, você quer que eu te mande a real? Vou até falar devagar para você se não entender. VOCÊ. É. UM. IRRESPONSÁVEL!

Shawn ia partir para cima de mim, mas algumas pessoas conseguiram contê-lo.

- PODE VIR TROY, EU TE MOSTRO QUE É O IRRESPONSAVEL AQUI! – Shawn se debatia tentando se soltar, mas sem sucesso.

- EI, DÁ PRA SE AQUIETAR VOCÊS DOIS? ESTÁ TODO MUNDO NOS OLHANDO AQUI! – Dinah gritou.

- Quer saber? Eu vou embora, eu não preciso ouvir desaforos de alguém que machuca outras pessoas e depois quer descontar nas outras. Tchau Dinah. – O de olhos castanhos saiu, me encarando até sair do local. As pessoas observavam a briga que iria acontecer ali espantados, mas segundos depois voltaram a dançar e a beber.

- Caraca, o que aconteceu aqui? Uma briga de dois gostosões desses eu queria mesmo era na minha cama! – Harry falou, trazendo o outro copo de vodca em suas mãos.

- Harry, quer esquecer um pouco da sua vida sexual? Além do mais, se Louis souber disso ele vai fazer uma greve de sexo e depois você vai querer que eu resolva essa briguinha intima de vocês. E falando nisso, eu conheci ele ontem e ouvi ele dizer que tinha uma ótima surpresinha pra você, então não estrague tudo. Troy, o que deu na sua cabeça pra querer fazer uma briguinha desnecessária dessas? – Dinah falou, me encarando e bebendo sua vodca.

- Eu não sei o que deu, eu só.... Eu só faço besteiras, não é? Como eu me odeio! – Falei, batendo na mesa e bebendo o segundo copo de uma vez só.

Três, quatro, cinco. Cinco copos. Eu já estava no total efeito do álcool, estava rindo involuntariamente e parecia que tudo estava girando ao meu redor. Eu estava na pista de dança com Dinah, eu achava que estava dançando, mas na verdade era só movimentos estranhos de um garoto que estava bebendo para tentar esquecer a sua garota.

- Troy, acho que está na hora de irmos! Já são 3 horas da manhã! – Dinah gritou, querendo que sua voz ficasse mais audível do que as altas batidas da música.

- Mas ainda está cedo! Reis podem ficar acordados até a hora que quiser nessa... – Falei, mas eu estava rindo de algo inexistente.

- Ihh, você está delirando, vamos embora logo! – Dinah me arrastou para fora do bar, se despedindo de Harry.

Dinah segurava em meu braço para tentar me guiar. Eu não havia notado antes o quanto Dinah ficava tão linda com os cabelos no vento da madrugada.

- Dinah... Se eu não fosse louco pela Ally eu te beijaria aqui mesmo, sem se importar com nada ou ninguém. – A grandona estava com os olhos arregalados, eu me aproximava dela, mas ela se distanciava.

- Sai fora, bafo de onça! Essa vodca está te fazendo delirar e ainda está te fazendo ficar iludido! Além disso, não sou muito fã da coisa que você tem no meio das.... – Dinah iria completar a frase, mas desta vez eu a arrastava-a para uma casa que eu achava ser a de Ally.

Fiz Dinah andar uns 5 quarteirões, até chegar em uma casa grande, minha visão estava embaçada, mas mesmo assim eu achava que aquela era a casa de Ally.

- Para que merdas você me trouxe até aqui, seu embuste? Vamos logo porque o cheiro de maconha desses garotos aqui perto está me dando náuseas.

Mas eu não me importava com nada, me ajoelhei na calçada em frente da casa e comecei a gritar.

- ALLY! ALLY! EU TE AMO! ME PERDOE, EU FUI UM COMPLETO IDIOTA! – Eu gritava, e Dinah tentava tampar minha boca.

- Troy, cala a boca! São 3 da manhã, todo mundo está dormindo e aqueles garotos estão nos encarando, se eu tiver meu celular roubado e ficar sem meu Snapchat por sua causa eu corto sua cabeça! – A grandona tentava me levantar, mas eu continuava ali, ajoelhado e gritando como um louco. – Troy eu vou te dar um soco, seu idiota!

Eu e Dinah estávamos ali fazia 15 minutos, até que ela conseguiu me retirar dali, e me dar vários sermões, mas eu só conseguia rir.

- O que você pensa que estava fazendo seu filho da mãe? Você acha que eu quero ter fama da amiga de um pinguço que tem que te levar para casa sempre?  – Dinah dava socos em meu ombro, mas eu não ligava para absolutamente nada. – Vamos, vou te levar para minha casa, mas apenas desta vez!

No trajeto eu fazia várias loucuras, tais como atravessar com o sinal verde e quase ser atropelado duas vezes, e até cantar músicas que eu achava que era inglês, mas na verdade era de uma língua estranha que eu nem mesmo entendia.

- Eu deveria ter deixado você ser atropelado pra se livrar dessa vergonha, mas não iria querer ver Ally pior do que já está. Quando nós entrarmos em casa, eu quero silencio absoluto, ok?  - Dinah me encarava, na esperança que eu entendesse o que ela havia dito, mas eu estava mesmo era com fome.

A loira abria a porta de casa no maior silencio possível, fazendo um sinal para que eu entrasse o mais discreto possível.

Eu entrei, até então quieto. Mas quando a grandona começou a me levar até aonde ficava os quartos, eu comecei a gritar palavras sem nexo.

- Tony Stark é o homem aranha, eu sou o capitão de ferro, eu sou o rei da Alemanha! – Dinah fez uma cara de impaciente e tampou minha boca, me empurrando para seu quarto, me empurrando em sua cama. – Pode vir, Dinah! Você vai ver o que eu faço em quatro paredes!

- Cala a boca, Ogletree! Até parece que eu não sei que você é o maior virjão! E vai tirando esse corpinho sujo da minha cama. – Dinah pegou o outro colchão colocando-o no chão. – Pode vir, AGORA.

- Ah não, só depois de eu te mostrar os meus dotes sexuais pra você primeiro, você quer que eu te beije ou avance logo para a melhor parte? – Disse, ficando frente-a-frente da loira, que me jogou no colchão e se distanciou.

- Se você não dormir em 1 minuto em te dou um soco enorme que vai te fazer dormir na hora, assim como eu fiz com a cachorra da Cassidy. Além disso vou avisar pra Ally que ela vai ser a grande passiva na relação. – Dinah pegou os lençóis e travesseiros e os jogou em minha cara, eu podia estar bêbado, mas não estava perdendo a noção do perigo, então arrumei os lençóis, tirei meus sapatos e dormi, intensamente.

 

(...)

Acordei com alguns raios de sol em meu rosto que me incomodavam, me virei de um lado e do outro para tentar voltar a dormir, mas não consegui. Levantei, sentindo uma pontada na cabeça, não conseguia me lembrar de muita coisa, apenas que havia saído com a Dinah e que tinha bebido demais. O álcool já estava fazendo seus efeitos em mim, estava com uma grande dor de cabeça e uma enorme vontade de vomitar.

Maldita ressaca.

Saí da cama onde estava, estava cambaleando devido à grande dor de cabeça e entrei pela porta do banheiro do quarto de Dinah, logo vomitando tudo o que havia bebido e comido, até mesmo o que não tinha. Terminei de vomitar e lavei meu rosto, estava com o meu estomago doendo, devido a força que tinha feito. Saí dali, cambaleando como havia feito quando entrei no lugar, logo, encontro Dinah dobrando algumas roupas em cima de sua cama.

- Achei que os Texanos fossem mais fortes com a bebida, mas pelo que vejo, não é bem assim. – Ela olhou rapidamente para mim e deu um sorriso fraco.

- Não sabíamos que a gente tinha esta fama, até agora. Eu estou com uma maldita dor de cabeça, nunca mais bebo novamente. – Bufei.

- É, eu também tinha falado isso na primeira vez que bebi, mas olha só para mim hoje. Você quer um remédio ou algo do tipo?

- Pode ser, mas eu só quero mesmo é ficar deitado o resto do dia. – Ia me deitar novamente na cama, quando fui interrompido pela grandona.

- O que pensa que está fazendo? Você vai tomar um banho e se arrumar porque nós não podemos chegar atrasados hoje, temos trabalho de Geografia!

O trabalho, tinha me esquecido totalmente. O pior era que Lauren e Camila iriam me matar pois não tinha estudado nada.

- Certo, mas eu não tenho outra roupa para ir! – Exclamei.

- Vai com essa mesmo, ué. Eu não tenho outra roupa para ir, a não ser que você queira ir com uma camisa do Chicago Bulls. – Falou, dando um sorriso sarcástico, já que ela sabia que por nada nesta vida eu usaria a camiseta do time que eu mais detestava.

- Nem morto! Vou com a mesma roupa que eu estou mesmo, com licença. – Voltei para o cômodo onde estava há alguns minutos atrás, tomando um rápido banho gelado e tentando dar um jeito no meu cabelo, já que estava totalmente bagunçado por causa de ontem.

Após terminar, vejo Dinah segurando um pacote com remédios e um copo d’água.

- Aqui está seu remédio, vamos logo para não chegarmos mais atrasados do que estamos.

Tomei o mesmo, e em seguida bebi o copo d’água, que estava cheio. Porém antes de sair, senti minha barriga roncar.

- DJ, nós não vamos tomar café?

- Café? O café foi bem antes de você acordar, eu vou pegar uma maçã lá na cozinha. Por favor, saia pela porta dos fundos, discretamente, pois não quero que ninguém saiba que você está aqui. Entendeu? – Falou, colocando uma das mãos em meu ombro, balancei a cabeça concordando e em seguida a mesma saiu indo para a cozinha da casa.

Lembrei que eu não tinha trazido minha mochila, que maravilha Troy, agora sim você teria sua cabeça cortada pela Camila e Lauren. Mas não havia problema, daria para me virar com apenas algumas folhas que eu poderia pedir emprestado. Respirei fundo e desci as escadas discretamente. Ao chegar no fim do degrau, olhei para os lados, verificando se a área estava limpa. Tudo certo.

Estava bem perto da porta, quando uma voz masculina invade o local, que estava totalmente quieto.

- Dinah? Onde você está?

Droga, era o pai dela. Eu estava tão perto de sair dali! Me escondi por trás da escada, torcendo para que ele não me visse.

- Eu estou aqui, pai. Só estava pegando uma maçã. – Dinah respondeu, dava para ver que claramente ele estava desconfiado de algo.

- Eu ouvi uma voz de um garoto ontem de madrugada, Dinah, se você estiver trazendo garotos para cá você vai se ver comigo, mocinha. (N/A: Mal sabe ele que a Dinah gosta é de outra fruta rçrçrç)

Pelo o pouco que conhecia, Gordon Hansen era um homem muito bravo e que controlava a família com mãos de ferro, agora eu tinha certeza daquilo. Se ele me descobrisse aqui eu iria virar picadinho em dois segundos.

Aproveitei que ele estava de costas e saí de fininho pela porta. Não queria agradecer somente a Deus, mas também a Jesus por me livrar dessa.

Me sentei no chão e esperei a grandona inventar uma desculpa para se livrar do pai e sair dali e trazer a preciosa maçã, eu estava com tanta fome que eu poderia comer qualquer coisa que eu visse na minha frente.

Já tinha se passado 5 minutos que estava esperando Dinah sair daquela casa, eu já estava ficando impaciente que estava decidido a ver o que estava acontecendo, até que vejo uma Dinah sorridente sair pela porta.

- Por que você está com esse sorriso aí no rosto, Hansen? – Perguntei, curioso.

- Por causa dá desculpa que dei para o meu pai, falei que Seth tinha acordado de noite porque não tinha conseguido dormir e foi para o meu quarto, então eu peguei um aplicativo que transformava a voz para meu irmão se divertir, e ele ainda caiu nessa, acredita? – Ela caiu na risada, e eu também, já que aquela desculpa tinha sido genial.

- Você tem uma mente genial, se você fosse uma criminosa poderia muito bem manipular alguém.

- Eu sei, eu sei, eu seria uma Bonnie da vida, porém sem o Clyde. Ah, toma aqui sua maçã. – Ela jogou a fruta que estava segurando e eu peguei, dando uma grande mordida. – Vamos lá, e rápido porque pelo que conheço o meu pai ele ia colocar o FBI para seguir a gente.

Segui Dinah, e pelo caminho nós conversávamos sobre tudo o que tinha acontecido ontem, eu estava até me sentindo melhor, até eu lembrar que quando eu chegasse na escola eu teria que ficar frente a frente com Ally.

Chegando na escola, encontramos Alan, que estava como sempre cumprimentando os alunos gentilmente.

- Olha só se não são um dos meus amigos preferidos! – Alan considerava todos os alunos da escola como seus amigos, mesmo que não tenha falado uma palavra com eles.

- E então Alan, qual é a boa? – Falou Dinah, sorrindo.

- Nada demais, nada demais. E vocês, como estão?

- Eu estou ótima, porém meu amigo aqui não está muito bem não. – Lancei um olhar de quem queria dar um tapa nela ali mesmo já que não queria que ninguém soubesse do que tinha acontecido, mesmo que a metade da escola já soubesse.

- É sobre a briga que houve entre ele e a menina Allyson, certo? Eu fiquei sabendo. Troy, você sabe que agiu errado, o meu conselho é que você precisa tentar falar com ela e se desculpar, provar que você se arrependeu por isso.

- Mas como eu vou fazer isso se ela não quer nem olhar na minha cara? – Suspirei.

- Não sei, dê um jeito, escreva uma carta, ou mande uma mensagem, só tente fazer isso. Pode ter certeza que eu estou torcendo muito para que vocês se voltem a falar novamente. – Ele deu um tapinha em minhas costas e eu sussurrei um ‘’Obrigada’’ para ele e adentrei na escola, juntamente com Dinah.

- Você vai ficar aqui? Eu vou ver se eu acho a Mani ou as outras meninas. – Disse Dinah, dando um sorriso fraco.

- Vou sim, eu não quero que a Camila saiba que eu cheguei aqui sem saber absolutamente nada do trabalho, já que também o assunto é sobre o país dela. – Dei uma breve risada, seguido da mesma.

- Tudo bem então. Ah, se prepare porque hoje vai ter uma surpresa que vai parar essa escola.

Surpresa? O que será afinal? Bem, acho que não deve ser nada. Resolvi entrar na escola para procurar Ally, não queria falar com ela, mas só saber se ela já tinha chegado. Estava nos corredores, que estavam movimentados. Alguns alunos que estavam na hora da briga me olhavam e cochichavam algumas coisas, mas eu não ligava. De repente, percebo que todos os alunos estavam olhando para a porta principal. Resolvi olhar também para o que estava acontecendo e fico surpreso com o que vi. Era ela, era a minha Ally.

Ela estava totalmente diferente, sem a franjinha e sem os óculos, e ela ainda estava usando um vestido roxo um pouco acima dos joelhos e que tinha um pequeno decote, saltos não muito altos e uma shooker no pescoço. Se ela estava querendo me provocar, conseguiu.

Ela passou direto pelo corredor, sem desviar o olhar para ninguém. Ela estava realmente diferente, Dinah não havia mentido quando hoje iria ter uma surpresa que iria parar a escola, já que ela tinha virado o centro das atenções.

(...)

Era aula de literatura com o professor Burton, um velho chato que 99% da sala não gostava. Eu não estava com a mínima vontade de prestar atenção na aula, estava cochilando em cima do meu casaco que havia posto em cima da pequena mesa na minha frente, sem se importar com nada e nem ninguém.

Estava na melhor parte do meu sono quando escuto uma voz ao fundo.

‘’Troy, Troy, acorde! ’’

Não estava dando atenção a suposta voz, até que escuto uma grande batida na mesa.

- Troy, acorde! – Era o professor, levantei de solavanco e olhei diretamente para o mesmo, que estava bravo. A sala toda me olhava e ria, menos Ally, que me olhava séria. Aquilo era torturante.

- Você acha que a escola é lugar de dormir, Troy? E onde estão os seus materiais? – Ele perguntou, mas continuei em silêncio. – Me responda!

- Não. – Falei baixo, mas mesmo assim ele ouviu. – E eu não trouxe meus materiais porque eu tive uma emergência antes de chegar na escola. – Menti.

- Agora preste atenção na aula. Na próxima você vai para a diretoria.

- Na próxima você vai para diretoria nhenhenhém. – Falei, imitando ele em tom de deboche, porém falando baixo, obviamente.

- Agora, eu quero que todos se levantem e peguem um livro, não é necessário ler ele todo nesta aula, mas eu quero que vocês peguem um trecho do livro que mais gostaram e que anotem em seus cadernos para que vocês recitem ele aqui na frente, vocês têm uma aula para isso. Podem vir.

Quando o professor terminou de falar, todos se levantaram e pegaram seus livros, eu continuava a observar Ally e o quanto ela estava linda. Eu queria tanto me levantar e falar com ela, porém eu tinha medo de qual seria a reação dela. Esperei a maioria terminar de ir, até que então eu peguei o livro, e em seguida me sentei novamente na cadeira.

O nome era ‘’Dama da meia noite- os artifícios das trevas’’. Não estava muito interessado em ler, mas abri em uma página aleatória, 88. Estava lendo sem entusiasmo algum, até que li um trecho em que me chamou a atenção.

‘’. Quando você ama alguém, a pessoa se torna parte de quem você é. Está presente em tudo que você faz. Ela é o ar que você respira, a água que você bebe e o sangue que corre em suas veias. O toque dela fica na sua pele, a voz permanece nos seus ouvidos, e, os pensamentos, na sua cabeça. Você conhece os sonhos da pessoa, porque os pesadelos agridem seu coração, e os sonhos bons também são os seus. E você não acha que a pessoa é perfeita, mas conhece os defeitos dela, sua verdade profunda e as sombras de todos os segredos que ela carrega, e esses segredos não te assustam; na verdade, fazem com que você ame ainda mais, porque você não quer perfeição. Você quer a pessoa. ’’

Aquele trecho era realmente feito para mim, eu estava tão concentrado, lendo, que não percebi o que estava acontecendo naquela sala de aula. De repente, sinto uma bolinha de papel colidir com minha cabeça. Olho em volta da sala para saber quem foi o responsável por aquilo e vejo que Dinah estava me encarando com um sorriso no rosto, fazendo um gesto para que eu abrisse o objeto. ‘Está se sentindo um pouco melhor agora? ’ Era o que estava escrito, dei uma rápida olhada na loira e respondi a mensagem, pegando a parte de trás da folha. ‘É sério que você gastou uma folha só para poder escrever isso? Não seria melhor você me chamar e perguntar? :)‘ Olhei primeiramente para ver se o professor estava olhando, já que não queria levar advertência, felizmente ele estava concentrado demais lendo seus livros chatos de professor, e joguei de volta o papel para ela, com um sorriso no rosto.

Enquanto esperava Dinah responder, escrevi o trecho do livro em uma folha de papel que eu havia pegado emprestado, parecia que aquilo tinha sido escrito para mim, quando eu me resolver com Ally, isto é, se eu conseguir, eu vou recitar isso especialmente para ela. Estava terminando de escrever, quando vejo a mesma bolinha de papel de volta em minha mesa, já imaginava que eu iria receber vários xingamentos de Dinah.

‘Primeiramente saiba que eu estou levantando meu dedo do meio para você mentalmente, e segundo, não estou indo falar com você agora por causa de-você-sabe-quem, percebi que ela está olhando para você sem aquele brilho nos olhos de sempre, não vou mentir, eu sinto falta do meu casal favorito se falando :(. Vou dar um jeito de falar com ela sobre como você está totalmente arrependido por isso, mesmo sabendo que não vai adiantar muito porque essa anã é muito teimosa. ’  Ri com a Dinah chamando Ally de anã, eu já estava sentindo muita falta de falar com ela, além de Jacob que nem tinha aparecido aqui hoje, eu fiz mesmo muita besteira.

Olhei para a grandona novamente, desta vez, fazendo um coração, grato por ela tentar resolver a situação em que eu estava. Porém, não tinha percebido que Ally estava olhando, será que ela iria pensar que eu estava trocando ela por Dinah? Não gostaria nem de imaginar nós dois juntos, principalmente depois de ver o pai dela daquele jeito.

(...)

Finalmente, era a hora do intervalo, já não aguentava mais ficar no mesmo ambiente com aquele professor insuportável, felizmente as aulas dele eram apenas uma vez por semana.

Fui um dos últimos a sair da sala, pois estava pensando qual seria a desculpa da vez por não ter estudado para o trabalho, desta vez eu seria obrigado a sentar naquelas mesas sozinho, já que provavelmente as meninas não gostariam que eu sentasse perto delas. Estava morrendo de fome desde que eu saí da casa de Dinah, pelo que me parecia a comida de hoje estava apetitosa.

Me enfiei dentro da fila, sem se importar se iriam reclamar ou não, eu só queria comer alguma coisa. Hoje a escola estava bastante movimentada, alguns garotos chegavam perto de Ally e começavam a conversar com ela, não iria mentir que eu estava com ciúmes, mas por sorte aquela praga chamada Will ainda não tinha falado com ela.

Após pegar a bandeja com a comida, procurei uma mesa que estivesse vaga, seria complicado já que a maioria se senta em grupos. Como não haviam mesas vagas, me sentei no chão mesmo, sem se importar. Observando o pessoal que estava ali, eu continuava encarando as garotas, que estavam na mesma mesa de sempre, elas estavam muito sorridentes, aquilo me deixava um pouco chateado, já que eu queria estar ali. Todas estavam reunidas ali, menos Bea, onde será que ela estava?

- Troy? – Ouço uma voz feminina se aproximar de mim e me assusto.

- Bea? O que está fazendo aqui?

- Eu vim ver como você estava, eu estou sentindo sua falta. – Falou, dando um sorriso fraco.

- É sério? Eu achava que vocês estavam me odiando agora por causa do que aconteceu e que não quisessem mais saber de mim.

- Troy, não foi por causa da estupidez que você fez que a gente vai te odiar por isso, você continua sendo nosso melhor amigo. Dinah me contou o que aconteceu, você é realmente louco de sair gritando pela Ally de madrugada! – Disse Bea, dando algumas risadas, juntamente comigo.

- Pois é, o que o efeito do álcool não faz com a gente. Enfim, como a Ally está?

Bea respirou fundo e pôs uma mão em meu ombro.

- Troy, pode não parecer, mas a Ally sente muita a sua falta. Ontem, depois de vocês brigarem ela teve uma crise de choro e se sentiu muito mal, hoje de manhã ela teve outra crise de choro. Camila e nós demos a ideia de ela mudar o estilo para ela se sentir melhor e demonstrar que estava melhor sem você. Ela está se esforçando para esquecer de você, mas isso não é fácil. Ela está sofrendo, tanto quanto você, ela as vezes tem vontade de esquecer tudo o que você fez e sair correndo para te abraçar, mas o orgulho dela está sendo maior, e eu me sinto mal por não fazer nada.

Quando ela terminou de dizer aquelas palavras, eu senti como se o meu mundo estivesse desmoronando por inteiro, era totalmente a minha culpa por ter feito aquela estupidez. Era como se eu fosse uma bomba-relógio, eu poderia explodir a qualquer minuto e machucar as pessoas a minha volta. Continuava me culpando, mas então, sinto dois braços envolverem minha cintura, era Bea me abraçando, inesperadamente. Me fazendo sorrir em meio toda aquela situação.

- Por quê esse abraço? – Perguntei, sorridente.

- Porque eu odeio ver meus amigos tristes, te dar um abraço era o mínimo que eu deveria fazer. Aliás, você também já me ajudou com aquela situação que eu estava com o Jacob, então estou meio que te retribuindo isso.

- Eu te agradeço mesmo por me apoiar, eu realmente achava que todas vocês iriam virar as costas para mim. Mas vejo que tudo está sendo diferente agora.

- Por nada, aliás, como está sendo com você e o Jacob? Eu soube que ele te aconselhou para não machucar a Ally e a Piper, mas que você não tinha dado ouvidos.

- Nós tivemos mesmo uma pequena discussão ontem e parece que ele não veio me ver hoje. Eu estou sentindo a falta dele e da Piper também, para você ver como eu sou um desastre em pessoa, parece que eu consegui afastar todo mundo de mim em apenas um dia. Além disso, como foi que você soube que ele me aconselhou sendo que eu não tinha te falado nada disso?

- Bom, eu e ele tivemos uma ótima e agradável conversa ontem, e só para sua informação, vamos sair semana que vem. Não é incrível?

- Ora, ora, parece que meus conselhos de cupido estão servindo para alguma coisa afinal.

 Bea estava sendo uma ótima companhia para mim agora, assim como Dinah, elas estavam me fazendo rir um pouco. Após terminar de comer, deixei a bandeja que estava com os alimentos no lugar indicado e voltei para conversar com a baixinha.

- Você estudou para o trabalho? Eu não consegui memorizar tudo, porém anotei em um papel. Eu tive a grande sorte de ficar com a parte da política da Cuba. – Falou, irônica.

- Eu não estudei, estive ocupado fazendo outras coisas um pouco mais importantes, além disso eu mal lembro qual era a minha parte.

Bea me olhou como se tivesse pena de mim, aliás ela estava certa, porque se eu falasse alguma besteira ou alguma informação errada, Camila me mataria, e em seguida meus pais por ter tirado nota baixa. Acho que a única solução era eu comprar uma identidade falsa e mudar o meu nome para um nome mexicano e fugir, mas não daria tempo para isso, deixa para a próxima.

- VOCÊ NÃO ESTUDOU? – Bea falou alto, e em seguida levando a mão até sua boca e se desculpando. – Troy, você sabe bem que a Camila é cubana e que se você fazer a gente passar vergonha lá na frente você vai ser um homem morto! E o que era mais importante do que estudar?

- Bom, eu estava com uma temporada atrasada de Teen Wolf e além disso tinha episódio novo de The Walking Dead. E também comecei a assistir uma série chamada American Horror Story, já ouviu falar?

- Jesus, Maria e José, eu não acredito que você deixou de estudar para assistir série, você é louco?

- É claro que sou, você acha que eu iria deixar o meu shipper Stydia de lado? Além disso, eu recupero as notas depois. – Falei, com um sorriso, a baixinha me olhava impressionada, mas eu não tinha culpa de a Netflix ser melhor. – E você acha que eu não sei que você é viciada em Pretty Little Liars?

- Sim, eu sou. Mas diferente de VOCÊ, mocinho, eu sei muito bem conciliar os estudos e a diversão. Enfim, vamos voltar para a sala que o sinal já vai tocar.

(...)

Camila havia reunido todos nós para falar sobre o trabalho alguns minutos antes da professora entrar na sala, a cada minuto que eu olhava para aquele relógio eu ficava mais nervoso.

- Certo pessoal, eu reuni vocês para conferirmos aqui qual é a parte de cada um. – Camila retirou um papel de dentro do caderno com os temas de cada, vamos ver qual seria a boa desculpa que eu iria dar agora. – Conferindo, prestem atenção. Lauren, você vai ficar com a explicação da bandeira, Normani com o resumo da história do país, Bea com a política, Dinah com a economia e Ally e Troy ficarão com o cartaz que nós fizemos e irão falar sobre a cultura.... Vocês se importam de apresentarem o trabalho juntos?

Camila redirecionou o olhar para mim e Ally, que encarava a latina e depois me olhava, com indiferença. Aquilo estava sendo uma tortura, iria rolar um clima estranho, porém eu teria ela para me ajudar. Eu acho.

- Por mim tudo bem, eu não me importo. Não levo assuntos escolares para o lado pessoal, mas se ele não quiser apresentar isso é problema dele. – Falou, seca. Aquela não era a Ally que eu conhecia, eu fiquei surpreso tanto quanto as garotas que encaravam ela, surpresas.

- Eu também não me importo, podemos sim apresentar esse trabalho. – Falei, confiante. Mas era mentira, eu apenas queria que tudo isso acabasse e que eu e ela pudéssemos nos falar como antes, sem ressentimentos.

Felizmente Lauren havia anotado o que eu deveria falar em um papel, ajudava um pouco, mas não conseguiria decorar tudo aquilo em menos de 15 minutos. Eu declaro esse dia como o dia oficial da minha morte, mas pelo menos morreria feliz já que havia tirado minhas séries do atraso.

A sala estava em um falatório perturbador, o ensino médio era como um cachorro raivoso que selecionaria suas vítimas se elas fizessem ele perder a paciência, e nós erámos como pobres ratinhos que deveriam correr quanto o tempo para salvar suas vidas. Eu claramente era o ratinho condenado.

Senhorita Perez entrou na sala, com uma cara não muito boa. Hoje não era mesmo o meu dia de sorte. A classe ficou em silencio, e o único barulho que ouvíamos era dos saltos agulha dela batendo no chão.

- Bom dia para vocês. Como vocês já devem saber, hoje é o dia da entrega dos trabalhos, espero que tenham se dedicado, pois a nota será muito importante para vocês. Grupo 1, por favor.

Já via que aquela aula iria ser um tédio até chegar no nosso grupo, então resolvi tentar decorar aquele maldito resumo na minha cabeça. Aquilo tinha que ser memorizado, mesmo se eu precisasse comer aquele papel.

(...)

O grupo 6 estava terminando de apresentar seu trabalho que falava sobre a Rússia. Eu estava quase dormindo novamente, mas não poderia correr o risco de fazer isso já que a professora estava sentada em apenas 2 carteiras atrás de mim.

Finalmente eles haviam terminado de apresentar. Nós, como educação e também obrigação batemos palmas para eles, eu realmente não vi motivos já que o deles ficaram péssimos já que a maioria não sabia nem do que se tratava. Talvez eu ainda tivesse salvação. Eu estava lá, soando e tremendo mais do que tudo, eu poderia até fingir que eu estava com mal de Parkinson, mas acho que não iria funcionar já que eu tinha usado essa desculpa há uns 3 trabalhos atrás e ninguém tinha caído nessa. Espertinhos.

- Certo, muito obrigada, grupo 6. Agora, grupo 7, se organizem por favor e comecem quando quiserem.

Eu ainda tinha chances de sair correndo, mas meu cérebro me obrigou a ir para a frente de todo mundo. Netflix, eu te odeio. Ally desenrolou o cartaz e segurou de um lado, enquanto eu segurava do outro, até agora nós apenas trocamos uma palavrinha, não foi lá muita coisa mais poderíamos evoluir. Nessa altura do campeonato eu ainda estava me iludindo com um pedido de desculpas entre nós dois se beijando, mas acho que não iria rolar.

- Bom, primeiramente bom dia a todos! Eu e meus amigos vamos falar sobre a Cuba, que também é conhecido com o meu país natal. Esto va a mi gente Latina! – Camila disse, com um sorriso orgulhoso no rosto.

Camila, Lauren, Normani e Dinah já haviam terminado de explicar suas partes, agora era a minha vez e de Ally, faltava pouco para eu fazer xixi nas calças.

Ally falava tão bem, eu até me sentia um garotinho de 7 anos que pulou várias séries e parou no ensino médio, mas não demonstrava o quanto estava nervoso, a autoconfiança falhava no momento em que teria falar na frente de todos.

Agora era a minha vez, eu estava orando 3 pais-nossos a cada 5 segundos, se não desse certo eu estaria ferrado de qualquer jeito. Olhei para todos com uma cara de quem estava esperando alguém explodir a escola e sair de fininho, iria gaguejar, mas o que valia era a intenção de se apresentar.

- Bem... A cultura da Cuba também tem influências na cultura dos Estados Unidos. Muitos cubanos participam de esportes que são populares aqui, ao invés de esportes tradicionalmente promovidos em outras nações que falam a língua espanhola. O basebol é de longe o mais popular, outros esportes e passatempos incluem o basquete, voleibol, críquete e o atletismo. A Cuba é uma grande força dominante no boxe amador, de forma consistente a realização registra medalhas em grandes competições internacionais. – Quando terminei de falar, me impressionei, já que não havia errado muito. Obrigada Senhor.

Bea foi a última a apresentar seu trabalho, felizmente a professora nos elogiou bastante, pelo menos não iria ficar de castigo por nota baixa. Pelo menos em Geografia.

A última aula passou voando, felizmente. A minha única vontade era de ficar em casa trancado em meu quarto e continuar perdido nas ótimas lembranças com Ally, aquilo tudo estava me fazendo me sentir pior do que estava.

Já estava do outro lado da rua de frente da escola, quando vejo uma cena que me fez sentir um lixo. Sabe quando você escuta ou vê coisas que doem mais que 500 agulhas presas em seu corpo? Era assim como me sentia, era Ally e Will se beijando.

Eu estava me sentindo péssimo, aquilo era a gota d’água. Eu poderia ir lá e me revoltar contra os dois falando várias verdades, mas decidi não fazer aquilo. Apenas queria desabafar com alguém, ou algo.

Como era caminho de casa, tive que passar em frente aquela cena ridícula, me segurando para não chorar, ou até mesmo me descontrolar.

- Parabéns pelo novo namorado, Ally. Acho que você superou nós dois facilmente assim. – Falei para os dois ali, Ally me olhava com olhar de culpa, e o outro idiota estava com um sorriso estúpido no rosto.

Parece que amar poderia ser mais difícil e doloroso do que eu pensava.


Notas Finais


(A propósito, tem alguém que mora aqui em Imperatriz ou região aqui perto?) Enfim, gostaram desse capítulo? Me dediquei bastante para fazer esse capítulo, espero que leiam e releiam <3. Será que a parte do Troy bêbado superou a parte da festa do pijama? Fiquem ligadinhos porque o próximo capítulo vai ser bem especial, comentem o que acharam deste capítulo! Até mais <3


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