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História Afraid To Love You - Flowers and Fear


Escrita por: choosemyidols

Notas do Autor


Olá meninas e meninos, tudo baum? Olha quem voltou como prometido!!!! Finalmente arranjei um tempinho para postar esse capítulo, ah, e se você não viu o meu último aviso postado leia por favor, é importantíssimo. Obrigada também ao apoio que os meus fiéis leitores estão me dando, vocês estão aqui ó <3.
Gostaria que nesse capítulo vocês escutassem o Fifth Harmony inteiro, nada melhor do que ouvir o hinário enquanto lemos, né non?
Enfim, bora ler??? Teremos um show de revelações (e também um ciúminho). Boa leitura xuxus!

Capítulo 16 - Flowers and Fear


Fanfic / Fanfiction Afraid To Love You - Flowers and Fear

Vamos resumir: nascemos, vivemos e morremos. Mas entre o nascer e o morrer há um breve espaço de tempo, que achamos ser uma eternidade.

Nossa vida é basicamente fugir do sofrimento e buscar o prazer. A maioria das pessoas sente prazer em comer, beber, fazer sexo, comprar, ostentar, causar inveja nas outras pessoas, usar drogas, ganhar dinheiro para comprar mais coisas, ter amigos, sentir pertencente a alguma pessoa, grupo, coisa, ajudar pessoas para que elas se sintam agradecidas, ter algum tipo de poder, influência ou algo para sentir-se mais do que os outros, ser amado…

Bom, tenho certeza que você, eu, todos nós temos algo que nos orgulhamos de fazer ou saber. Alguns tem talento para estudar, outros para criar coisas, para ensinar, etc. E em algum momento da vida nós pensamos em crescer, evoluir. Sermos independentes, ter a própria casa, ter filhos, formar uma família..., mas as vezes, o medo nos impede de tornar isso em realidade.

 

O medo é todo o pensamento negativo que temos em relação ao futuro. Apenas isso. É uma fantasia de algo que pode ou não acontecer. O sentimento é real porque está no presente, seus pensamentos são capazes de te fazer sentir prazer ou dor, ansiedade, desespero, e você escolhe, pois é só uma simulação. O que te causa medo sempre estará no futuro, por isso o medo não existe. Quando sentimos medo, estamos nos dando muita importância, como se fossemos capazes de prever nosso futuro ou cria-lo e isso não é possível, somos apenas co-criadores da nossa vida. Há infinitas possibilidades para cada coisa em nosso caminho. Independente de religião, já deu para perceber que há uma força maior que guia nossa vida, chamada de acaso, destino ou Deus.

 

A única coisa que podemos fazer é observar e ter consciência do que está acontecendo conosco a cada instante e procurar viver com propósitos, objetivos, metas e buscar sempre ser alguém melhor, mais sábio e mais digno.

 

A felicidade está em reconhecer que tudo está perfeito da forma que está agora, porque não tem como ser diferente nesse momento. Em ser grato a tudo que possuímos, em compreender que a vida flui e que é impermanente. Há felicidade quando estamos no momento presente, sem lamentações pelo passado e sem medo do futuro, apenas sentindo o que está acontecendo agora, porque essa é a única coisa real que possuímos, o agora. A mudança é constante e evidente e sempre será assim.

 

 

 

 

 

As férias eram claramente a coisa mais desejada dos alunos daquela escola, afinal, ter que se dedicar 100% para ganhar boas notas e se formar cansava. Aquele dia de folga dado pela escola no dia anterior foi essencial para muitos alunos, alguns estudaram um pouco mais, outros aproveitaram para se divertir e ficar com a família e amigos, e já outros ficaram apenas em seus celulares e deitados em suas camas.

Lauren ainda estava exausta, e também não conseguia tirar aquele beijo que havia dado em Camila ontem, e também não conseguia parar de pensar em o que Zara havia dito, será que ela estava certa em mentir para a latina? Antes de fechar o seu armário, ela pensou por alguns segundos, mas logo ignorou. Quando fechou a porta do mesmo, ela se assustou com Troy, que a encarava fixamente.

- T-Troy? Você estava me encarando faz tempo? – Lauren questionou, não escondendo seu nervosismo com aquela surpresa.

- Não muito, é que eu iria te pedir seu livro de filosofia emprestado porque eu acabei chegando atrasado e esqueci em casa.

- Ah, é claro que eu te empresto, não se preocupe. - A garota deu um riso de nervoso e abriu seu armário novamente.

Ela não conseguia mentir ou esconder algo por muito tempo, e para seu azar, Troy era muito observador.

- Aqui está. - Lauren entregou seu livro, porém não era da matéria em que o rapaz desejava.

- Lauren, isso não é o livro de filosofia, e sim de física. - Sorriu.

A morena olhou para o livro e depois olhou para Troy, batendo em sua testa.

- Me desculpa! É que eu estou meio com a cabeça nas nuvens hoje e...

- Você quer me falar de uma vez o que está acontecendo ou quer que eu adivinhe? - Perguntou, cruzando os braços.

Lauren engoliu seco e pegou o livro, e depois olhou com um certo receio para o loiro.

- Bem... É a Camila. - Falou a morena, virando-se para Troy.

- E qual é a novidade dessa vez? – O garoto falou em um tom debochado, mas quando percebeu o medo em seu olhar, seu instinto de protetor ativou-se.

- Você quer falar sobre isso em outro lugar? - Perguntou, com um sorriso gentil, e Lauren concordou.

Os dois foram para o outro lado do corredor, onde não tinha tantas pessoas naquela hora. Lauren permanecia quieta e assustada, achava que Troy a julgaria pela situação que estava passando, mas pelo contrário, ele distribuiu um olhar acolhedor para Lauren.

Os dois se encararam por alguns segundos, a hispânica não sabia como começar aquilo, ela se sentia desconfortável em desabafar com um garoto, mas ela não confiava em mais ninguém além dele no momento.

- Eu e Camila saímos juntas ontem, saímos para nos divertir. Só que, eu acabei... beijando ela. - Lauren falou as duas últimas palavras tão rápido quanto um gatilho de uma arma, mas Troy havia entendido tudo, e estava surpreso.

- E qual é o problema? Você deveria estar feliz, não é? - Perguntou, com um sorriso de canto.

- O problema é que eu não falei nada pra Camila, eu menti, menti, dizendo que eu não gostava de garotas, e apenas queria saber como era beijar uma! Eu achava que estava tudo bem, até eu falar com minha amiga e ela me alertar que eu estava errada em mentir pra Camila, e que no final ela acharia que eu estava me aproveitando dela, o que eu faço? - A morena falou tudo aquilo de uma vez, estava tão nervosa, que poderia ter um ataque de pânico, mas seu amigo logo a acalmou.

Após isso, Troy estava pensativo, aquela situação era extremamente delicada, e achar um conselho bom o bastante era complicado no momento.

- Caramba, em que rolo você foi se meter, hein? - Disse, enquanto coçava sua cabeça. - Bem, você sabe que está errada não sabe?

Lauren movimentou os lábios falando um "sim" timidamente.

- Mas, quando eu a beijei aquele momento foi tão mágico, entende? Eu não pensei em nada, além de nós duas e.. eu não quero estragar isso agora! - Falou, enquanto seus dedos tocavam levemente seus lábios, trazendo a memória novamente aquele beijo.

- Lauren, você sabe que de algum jeito ou outro você vai acabar ferindo ela, não é? 

A hispânica sussurrou um "sim" olhando para baixo.

- Tenho certeza que ela vai te entender, quando ela se assumiu bissexual ela teve as mesmas dúvidas que você tem agora, se a família ou amigos iriam apoia-la e também se ela conseguiria arrumar alguém que a aceitasse e a amaria. - O garoto colocou uma das mãos no ombro de Lauren, e olhou fixamente em seus olhos, quem agora estavam mais escuros. - Pelo que eu sei, todo tipo de ser humano detesta ser enganado, e que a pessoa que ela mais amava ter escondido por tanto tempo um segredo. Converse com a Camila em um lugar onde esteja apenas vocês duas e coloque tudo para fora, e assuma seus sentimentos e sua sexualidade, vai ser melhor, faça isso por mim e vocês duas. - Sorriu.

A de olhos verdes estava em choque, ela sabia que Troy era o tipo de pessoa que lhe dava um choque de realidade em apenas algumas palavras, e ela sabia que ele estava certo, não queria magoar Camila e depois estragar a amizade e o possível relacionamento das duas. Tudo o que ela pode fazer no momento era dar um abraço caloroso no loiro, que retribuiu o afeto, e logo o orgulho de ter ajudado uma de seus amigos encheu seu peito.

- Obrigada, de verdade. Você foi uma das únicas pessoas em quem eu confiei para contar tudo o que eu estou sentindo, e tenho que admitir que você é o melhor conselheiro que eu já vi! Ah, além disso, você pode manter essa conversa em segredo?

- É claro, Ally é curiosa ao extremo, mas eu consigo esconder.

Os dois caíram na risada, e Lauren continuava a contar com um sorriso no rosto o que havia acontecido na noite passada, até que outro corpo colidiu com o de Troy bruscamente, quase fazendo-o cair.

- Oi Lauren, oi amor! - Esbravejou Ally, dando um demorado beijo em seu namorado, enquanto Lauren os olhava com um sorrisinho bobo no rosto.

- Oh não, até aqui eu vou ficar segurando vela? Parem com essa melação toda, por favor. – Falou, fazendo uma voz engraçada.

- Ué, mas não era você mesma que reclamava quando nós não nos beijávamos? Você está assistindo isso como um privilégio. – Os dois pararam de se beijar e depois gargalharam junto com a hispânica.

- Eu senti sua falta. – Ally disse baixinho, mas mesmo assim os dois presentes ali conseguiram entender.

- Mas nós nos falamos ontem, por mensagem, se lembra?

- Eu sei, mas não é a mesma coisa.

- Por que é que todos nós estamos sussurrando? – Disse Lauren, tirando sarro da situação.

- Ugh, você é realmente uma estraga prazeres, Jauregui. – O garoto bufou, fingindo estar bravo.

  - Deixa ela, Troy, ela está incomodada porque não tem ninguém para beijar. - Ally disse sarcasticamente, porém os outros dois se encararam por alguns segundos, e obviamente a baixinha desconfiou. - O quê? Eu disse alguma besteira?

- Não, é que... como você sabe, eu nunca beijei ninguém de ambos os sexos, e queria saber de você, como é beijar um garoto? - A morena disse, tentando desviar o assunto que ela e Troy haviam falado.

- Bem... eu não sei explicar, isso também é meio que novo para mim sabe? Mas é legal, acho que o meu namorado beija bem. - Ally deu um sorriso fofo ao dizer a palavra 'namorado'.

- Ah é, e você Troy, não reclama com ela por ter beijado o Will antes de você?

O garoto fez uma careta engraçada enquanto olhava para as duas.

- Às vezes sim, é meio incomodante você beijar a boca dela e lá no fundo saber que um falso e um otário havia beijado-a antes, mas a vida segue. - Disse.

Os três gargalharam, e continuaram naquele mesmo assunto, e Lauren fazia o possível para que nenhuma coisa que se referisse a Camila saísse de sua boca.

- Bem, eu e Troy temos que ir agora, Laur.

- Mas já?? A nossa conversa estava tão boa. - O garoto fez uma voz manhosa e abraçou sua namorada, porém a mesma não se convenceu do contrário.

- Temos que ir sim, eu preciso te mostrar uma coisa. - Ally disse aquilo com um olhar um pouco malicioso, deixando os dois um pouco surpresos.

- É isso aí, se peguem muito e deixem sua melhor amiga plantada aqui, eu adoro isso! - Protestou.

- Desculpa Lauren, mas eu tenho que obedecer, afinal não quero ter minha cabeça cortada pelo pai dela. - Sorriu. - Nos vemos na aula!

A baixinha puxou Troy e seguiu em direção a uma parte um pouco afastada da escola, e a morena despediu-se e saiu, indo até o banheiro.

(...)

Dinah lia seu livro atentamente na biblioteca, era um romance de vampiros de um autor pouco conhecido.

Ela estava muito concentrada e entretida com o mesmo, porém Normani dava voltas de um lado para o outro segurando seu celular e verificando se não chegava alguma mensagem. E certamente, aquilo incomodou Dinah.

- Mani, me diz uma coisa, você está com algum tipo de formiga na sua vagina que te incomoda tanto te faz ficar andando assim? Para com isso porque eu já estou irritada! - A grandona gritou, fazendo todos olharem para as duas, incluindo a bibliotecária, que as olhavam com uma cara feia.

- Shiu, Dinah! - Sussurrou, enquanto sentava-se na outra cadeira livre. - É que eu estou esperando uma ligação do Valentin Chmerkovskiy.

A loira levantou a sobrancelha e olhou para Normani com uma interrogação no rosto.

- Valentin o quê?

- É o Valentin do 2 ano, você lembra dele ano passado?

- Aquele que tinha ganhado como o melhor aluno que sabia matemática melhor que essa escola inteira e os professores ficaram uma semana enchendo o saco falando sobre ele? Como eu poderia esquecer? - Falou, com uma certa falta de interesse. - É isso que você quer? Um cara que iria te "ajudar" em matemática o tempo que você quisesse e te batesse caso você errasse uma pergunta? Me poupe, Kordei. 

Normani olhou em choque para Dinah, ela estava mesmo com ciúmes só por causa dos dois?

- DJ! Ele não vai me agredir, quer parar com esse ciúme? Eu só acho ele um cara interessante e bonito, apenas isso!

- Eu não quero saber Mani, ele não te merece, esquece isso! - Repetiu Dinah, quase como uma súplica.

- Dinah, eu não quero discutir com você, ok? Acredite em mim, por favor!

- Eu acredito em você, mas não nele. - Falou, e em seguida voltou a ler seu livro, com um olhar magoado. A mulata não sabia o que fazer para acabar com aquele clima estranho entre as duas, mas por sorte Bea chegou, e juntou-se a elas.

- Oi, meninas! - Bea batia uma caneta várias vezes naquela mesa.

- Está ansiosa também? - Perguntou Normani, ganhando um 'sim' da amiga. - Qual o motivo?

- Jacob. Ele me disse que nós iríamos sair juntos há algum tempo, mas ele age como se nunca tivesse prometido isso, e agora eu estou com medo dele estar me rejeitando. O que você acha?

Desta vez, as duas fizeram alguns barulhos que irritaram profundamente Dinah, fazendo-a surtar.

- Mas que porra! Vocês não podem parar de fazer um barulho por apenas um segundo? - Gritou, e em seguida saiu apressadamente da biblioteca levando sua mochila e seu livro, deixando as duas amigas perplexas.

- O que deu nessa garota agora? - Bea perguntou, ainda perplexa.

O toque alto do sinal da escola ecoava por todos os cantos possíveis, era hora de ir para as salas.

- É uma história complicada, eu te explico depois. - Normani falou, enquanto se levantava e pegava sua mochila.

(...)

O dia havia passado rapidamente, já era a última aula. Todos estavam no laboratório de química, com as respectivas roupas e objetos de segurança. Praticamente toda a sala odiava essa matéria, e também a professora não colaborava muito. A metade ou estava dormindo, ou conversando, deixando a professora gastar preciosas salivas de graça.

Camila tentava prestar atenção, já que suas notas no bimestre passado foram baixas, porém Lauren chamava mais sua atenção. A morena estava conversando com outras garotas que geralmente ficavam no fundo da sala.

- Muito bem alunos, agora quero que todos abram na página 95 do livro e junto com sua dupla, façam a experiência que está aí, eu já volto. - A mulher saiu da sala levando uma pasta, e deixou seus alunos sozinhos com aqueles objetos químicos, obviamente aquilo não daria certo.

- Essa professora é louca? Ela nos deixa sozinhos com coisas perigosas e muito menos explica o que está acontecendo? - Ally perguntou, a baixinha se preocupava muito com sua segurança e de todos em sua volta.

- Isso parece ser fácil, é só a gente colocar uma gotinha desse troço azul e desse outro laranja. Vamos tentar? - Bea apontou para as figuras do livro e olhou para Ally com uma certa esperança em seu olhar.

Alguns minutos se passaram e a sala toda estava discutindo quem seria o primeiro a fazer aquela experiência louca, até que um cheiro péssimo invadiu a sala.

Dois garotos que estavam no meio decidiram fazer a experiência, porém um deles colocou gotas mais do que era indicado no livro, o que fez ter um mal contato e uma fumaça começou a invadir o local. Os alunos começaram a entrar em pânico e gritar pela sala.

- RÁPIDO, VENHAM POR AQUI ANTES QUE A FUMAÇA AUMENTE! - Dinah gritou, orientando os alunos a saírem da sala.

Todos seguiam as orientações que a loira fazia, fazendo com que todos saíssem em segurança. Um dos garotos que foram responsáveis pela situação estava desnorteado em um canto perto da escola, se culpando a cada segundo.

Algum tempo depois todas as aulas foram canceladas pelo resto do dia, alguns curiosos iam até a sala que, ainda estava com a fumaça tóxica. Porém estes foram expulsos pela diretora, que estava furiosa.

- Se mantenham em distância dessa sala, ela é perigosa! Os bombeiros já foram chamados e eles vão tomar conta da situação, todos para casa, agora! - A mulher gritou, e muitos alunos corriam em direção ao portão da saída.

- Estão todos bem? Ninguém inalou a fumaça? - Lauren perguntou, e todos concordaram.

- Eu vou até o banheiro lavar minhas mãos para prevenir, vocês vêm? - Dinah perguntou e as garotas e Troy concordaram novamente.

Porém, Bea não foi. Ela resolveu esperar ali mesmo, queria ter mais algumas notícias da situação que aconteceu ali. Mas sua curiosidade foi cortada quando ela avistou Jacob olhando curiosamente para aquela movimentação estranha no colégio. Seu cérebro não queria que ela fosse até ele, estava com medo de ele estar rejeitando-a, porém, suas pernas foram automaticamente até ele.

- Oi Jacob. - A pequena falou, dando um sorriso tímido.

- Ah, oi Bea! Você pode me dizer o que aconteceu para todo mundo estar indo embora assim?

- É que um garoto na aula de química acabou colocando uma substância errada e fez uma fumaça estranha surgir e agora todo mundo está em pânico.

O rapaz ficou imediatamente preocupado e não conseguiu esconder isto de Bea.

- Mas você está bem, não é? Algum de vocês se machucou? Tem certeza que tudo está bem? - Jacob perguntou tudo de uma vez só, enquanto acariciava levemente os braços dela, o que imediatamente foi percebido pela garota.

- Jake, fica calmo! Eu não sei se alguém se machucou, mas eu estou bem, não se preocupe por favor! - Bea tentava acalma-lo de alguma maneira, Jacob se importava até demais com as pessoas, e não se perdoaria se algo acontecesse, mesmo que não fosse sua culpa.

- Ainda bem, e-eu não me perdoaria se algo acontecesse com você ou com os outros. Mas você tem certeza que não quer verificar se está bem? Eu posso te levar para um hospital aqui perto e...

Bea estava com um pouco de pena do garoto e também achava um pouco engraçado a preocupação excessiva dele.

- Eu já te disse que estou bem, não se preocupe! Obrigada, mas não precisa entrar em pânico, ok? Vem, vamos se sentar um pouco.

Bea puxou o garoto pelo braço e levou até o mesmo banco de sempre, e os dois sentaram-se.

Nenhum dos dois sabiam o que iriam falar, eles tinham o mesmo interesse: perguntar se um gostaria de sair com o outro, então tiveram o mesmo pensamento.

- Eu posso te perguntar uma coisa? - Os dois falaram uníssonos, sorrindo como duas crianças.

- Espera, você fala primeiro. – Bea falou.

- Nada disso, fala você. As damas primeiro, certo? – Perguntou, porém, a garota lançou um olhar intimidador para Jacob.

Ele não sabia como convidar ela para sair, mesmo que já tivesse falado e saído com outras garotas antes, mas ela era diferente.

- Bom, é que... eu vou dar uma volta no parque amanhã e-queria-que-você-fosse-comigo. – Ele falou as últimas palavras tão rapidamente que Bea mal conseguiu entender.

- Como é? Eu não consegui entender, pode repetir? – Falou, dando um sorriso engraçado.

- Eu vou no mesmo parque que Troy pediu Ally em namoro para passear, tá afim de ir?

Bea o encarou por alguns segundos, ela realmente achava que ele seria um pouco mais formal naquele momento, mas como não tinha opções o jeito era aceitar assim mesmo.

- Tipo um encontro? Apenas eu e você? – Provocou.

- Sim... quer dizer não... não sei, você pode chamar do jeito que quiser. – Jacob estava tão vermelho quanto um tomate, Bea havia feito aquilo de proposito, apenas para testá-lo.

- Não fique nervoso, era brincadeira! Eu aceito seu convite. – Gargalhou.

Jacob suspirou e sorriu, por dentro ele dava um ‘ufa’. Ele estava feliz por ela ter aceitado o convite.

- É sério? Isso é legal, vai ser legal ter sua companhia. – Falou, dando um sorriso de canto. - Eu tenho que ir agora, nos vemos amanhã? 

- Sim, eu te encontro lá. Até mais! – Bea deu um leve abraço antes de se despedir do garoto, e em seguida ela correu para encontrar suas outras amigas.

E Jacob estava lá, com um sorriso de orelha a orelha enquanto via a loira sair de seu campo de visão.

(...)

O dia de aula passou muito rápido, todos já estavam em suas respectivas casas. Bea estava com suas amigas tentando escolher alguma roupa para que ela saísse com Jacob.

- Que tal essa? É tão fofa! – Ally mostrava um vestido branco com alças e algumas flores desenhadas.

- Eu gosto de flores, porém este é muito clichê. – Bea fez uma careta olhando para a amiga.

- E essa? Com certeza ele iria gostar, tem rendinhas! – Normani disse empolgada, enquanto segurava um vestido rosa que tinha mangas e babados em sua ponta.

- Eu não quero nenhum vestido! Vocês sabem que eu DETESTO isso. - A loira bufou, enquanto olhava emburrada para o chão.

- E então como você quer casar desse jeito meu anjo? Não se pode casar usando calça e uma blusa longa! - Ally exclamou. - Se você dissesse que não queria vestidos eu não teria perdido meu tempo trazendo algum!

O clima ali na sala estava ficando tenso, Bea queria se sentir bonita, mas não se sentia confortável com aquelas roupas.

- Gente, vocês não precisam ficar nesse clima bobo! Eu tenho um plano, que tal você usar uma saia? - Camila perguntou na esperança que ela concordasse, porém ela continuava com a mesma cara.

- Já sei! Sabe aqueles blusões longos que vai até os joelhos? Você poderia usar Bea, eu acho que talvez Jacob não se importe tanto assim com a roupa que você usa. - Dinah estava segurando o blusão preto com o número '93' escrito em seu meio. De imediato, a pequena mudou sua face, e agora um lindo sorriso aparecia em seus lábios.

- Era exatamente isso que eu estava procurando! Obrigada Dinah! - Ela deu um abraço apertado na grandona e correu para trocar suas roupas.

- Vocês deveriam seguir o exemplo dela, não se importar demais com roupas para agradar garotos, como algumas pessoas aqui. - Dinah olhou com os olhos semicerrados para Normani, que logo a olhou desconfortavelmente. 

Algum tempo depois, Bea apareceu novamente no quarto, desta vez vestindo seu blusão preto, um tênis branco e uma bolsa. Ela estava feliz e nervosa ao mesmo tempo.

- Não acredito que Beatrice Miller é o maior ícone da moda de todos os tempos, olha isso! - Camila disse empolgada, fazendo um gesto com as mãos, como se estivesse venerando a amiga.

- Parem com isto, vocês estão me deixando mais nervosas do que eu já estou! - Bea falou, enquanto olhava espantada para seu celular. - Oh meu Deus, já são 16:55, eu estou atrasada!

- Relaxa, meninos tem a fama de chegarem atrasados em seus compromissos, se eu fosse você eu nem hesitaria em chegar cedo. - Lauren disse, enquanto dava um sorriso sapeca.

- Não vamos dar maus conselhos para ela, ok? Deixem ela ir quando quiser. - Camila retrucou, e olhou diretamente nos olhos verdes de Lauren, que ficou sem graça.

- Obrigada meninas, mas eu preciso ir, depois eu conto tudo para vocês! - Bea se despediu de suas amigas e andou apressadamente até o parque que ficava em 7 quadras depois de sua casa.

O parque não estava tão cheio, estava como todos os dias no final de tarde, crianças correndo de um lado para o outro, homens e mulheres fazendo caminhadas em volta do local, e outro apenas respirando o ar puro e apreciando a natureza. E Bea estava sentada em um banco vazio, alternando seu olhar para o celular e para todos os lados possíveis que pudesse ver, não fazia nem 10 minutos que ela tinha chegado, e vários pensamentos passavam por sua cabeça.

Mais 2, 4, 5 minutos haviam se passado e ela já estava agoniada, pensando nas coisas que teriam acontecendo.

Então, de repente, duas mãos cobrem o campo de visão de Bea, que estava sem entender nada.

- Hm, deixa eu ver.. Jacob Whitesides? - Perguntou, sorrindo.

Em seguida, as duas mãos são retiradas de seus olhos, e ela rapidamente olha para Jacob, que estava se lamentando.

- Eu nunca consigo enganar as pessoas com essa brincadeira, é injusto! - O moreno cruzou os braços e fez uma careta parecida com a de uma criança emburrada.

- Talvez se você não tivesse me dito que viria você até conseguiria me enganar, não é?

Os dois gargalharam e se cumprimentaram, dando beijos em ambos os rostos, como de costume.

- Gostei do seu vestido, ou seja lá o que isto seja, dá para você sair com ele e ainda ter um pijama maneiro! - Jacob brincou, arrancando mais risadas da mais nova. Esta era uma das qualidades de Jacob, ser engraçado independentemente da situação, se você quisesse ter boas gargalhadas era apenas conversar com ele.

- Não é um vestido, é um blusão! É bem diferente. - Protestou. - E eu também gostei do seu moletom, acho que eu já vi esse símbolo antes...

- Claro que já viu, é apenas o símbolo de uma das maiores bandas de rock, vulgo Nirvana. - O garoto olhou para seu moletom com um certo tipo de orgulho, e sorriu. 

- Eu já ouvi falar, não é aquela banda em que o vocalista se suici... - Bea foi interrompida por algo que estava lambendo seus pés, o que fez ela dar um pulo.

Era o cachorro de Jacob, chamado Zac. Era um Husky Siberiano com a pele preta e branca, e seus olhos eram profundamente azuis, como todos de sua raça. Ele era extremamente dócil e carinhoso.

- Me desculpe, eu esqueci de apresentar ele para você! Bea este é Zac, Zac essa é a Bea, mas acho que ele já gostou de você. - Gargalhou.

- Aí Deus, você é muito fofo! - As pequenas mãos da garota acariciava a parte de trás das orelhas do animal, que parecia estar adorando.

- Não acha que tanto carinho assim vai fazer Zac se esquecer do verdadeiro dono dele? Sabe, eu não quero que essa criaturinha bagunceira me abandone agora. - O garoto sorriu, dando um leve carinho na cabeça do husky.

- Não precisa ter ciúmes, engraçadinho. Ele não vai te abandonar, mas eu não tenho culpa de os meus carinhos serem mais gostosos. - Gargalhou.

- Ah então é assim? Quer disputar quem faz os melhores carinhos nele? - Falou, fingindo um espírito competitivo, e Bea fez um movimento engraçado, como se estivesse morrendo de medo.

- Eu não ousaria entrar em combate com o grande Jacob, seria uma desonra para mim mesma se eu perdesse! - Disse, com uma voz dramática.

- Acho melhor nós caminharmos um pouco, se não ele - Falou, apontando para o animal que estava balançando o seu rabo diversas vezes. - Vai nos encher por muito tempo.

Bea concordou, e acompanhou os dois. Os três andaram por um certo tempo em silêncio, o parque não era pequeno, então havia muitas paisagens interessantes, o que também daria várias fotos, o que fez Bea ficar chateada por dentro, por não ter trazido sua câmera. Então para animar-se, ela olhava para Zac e para Jacob, a felicidade e harmonia dos dois era extremamente adorável.

- Sabe... eu queria ter um cachorro. Nunca tive porque minha mãe nunca deixou, por medo que eu não fosse responsável o bastante, eu vejo muita gente feliz com seus animais de estimação e eu fico triste, por não ter nenhum... – A garota soltou um suspiro triste, e imediatamente Jacob tentou animá-la.

- Cuidar de animais exige responsabilidades, é quase como se você fosse cuidar de uma criança, mas eu aconselho, vale muito a pena. Eu tenho Zac desde os meus 10 anos e ele já foi o meu melhor companheiro nos momentos difíceis. – Jacob sorriu, mas logo o sorriso se desfez. – Mas o único problema é que você acaba se apegando demais e.. animais também... morrem.

Bea olhou para o moreno com o coração apertado, ela sabia que ele amava seu cachorro mais que tudo nessa vida, e que se Zac morresse seria uma dor horrível.

- Eu sei como deve ser complicado, mas minha mãe sempre diz, é bom você aproveitar a pessoa ou a coisa que você mais ama enquanto ele está vivo, e nunca deixar de demonstrar o seu amor e carinho. – Sorriu fraco. Logo, a loira fez questão de mudar de assunto, aquele clima pesado estava incomodando-a. – Então, quando foi que você e Troy se conheceram? Vocês não deixaram isso muito claro, e como sou curiosa queria saber mais. 

- Isso é uma longa história, mas eu vou resumir para você. – Ele deu um sorriso divertido, enquanto Bea estava prestando atenção em cada palavra que saia de sua boca. – Bem, eu tinha 8 anos e ele também, nós estudávamos na mesma escola, porém em salas diferentes. Eu mal o conhecia, até que a nossa professora juntou as nossas respectivas classes, já que era o dia de levar brinquedos, era o meu dia favorito! Eu lembro que eu tinha levado meu carrinho de brinquedo, ele era o meu favorito, era laranja e era bem parecido com um real. E... – Jacob começou a rir sem parar, ao lembrar de tudo o que aconteceu.

- Para de rir, eu quero saber o final da história! Jake! – Bea também riu, e estapeava o garoto sem parar.

- Tá bom, eu continuo! – Jacob tentava se recompor, e em seguida retomou sua postura. – Bem... então lá estava eu sentado lá no cantinho da sala, dirigindo o meu carro, quando aquela criatura de olhos azuis colide com o carrinho dele com o meu. Primeiramente eu nem liguei tanto, como eu era tipo o ‘excluído da sala’ comecei a criar uma cena na minha cabeça de nós dois sendo amigos e brincando todos os dias.

- Você sendo o excluído da sala? Agora eu entendo o porquê da frase "o mundo dá voltas" - Sorriu. - Vai, continua!

- Continuando, eu estava tranquilo e nem ligando, até que ele começou a repetir que o carrinho dele era muito melhor que o meu. E como eu sou do tipo de pessoa que não leva desaforo para casa eu meio que comecei a discutir com ele dizendo que eu estava pouco me lixando se o carro dele era azul e era mais moderno, e por isso ele quase me bateu. Resultado, fomos para diretoria e ficamos uma semana sem trazer brinquedo algum. Então depois disso a gente mal se via, apenas nos falamos de novo um ano depois quando fomos para a mesma classe, mas como toda criança pura nós nem lembrávamos mais daquela briga e ficamos inseparáveis, até que um dia ele e a sua família precisavam se mudar do Texas para cá, então ficamos um bom tempo sem nos vermos, até que eu convenci meu pai para a gente se mudar para cá, e agora você está me conhecendo graças a minha persuasão. - Jacob fez um gesto engraçado, e Bea batia palmas e gargalhava ao mesmo tempo.

 - Eu nunca imaginei que havia acontecido tudo isso para vocês serem melhores amigos, eu estou muito impressionada! Não querendo ser indiscreta, mas... Dinah disse uma vez que se Troy não namorasse a Ally vocês poderiam fazer até um "casal" bonitinho. - A garota deu um leve empurrão no amigo, que a olhava de modo engraçado.

- Não muito obrigada, não curto muito luta de espadas, sabe? Eu gosto mesmo é de outra coisa, se é que você entende. - Jacob gargalhou, e Bea o batia freneticamente.

- J-A-C-O-B! Você quer parar de falar essas safadezas na frente das pessoas? Nós temos uma criança aqui! - Falou, apontando para Zac, que olhava para os dois obviamente sem entender nada.

- Ele ser uma criança inocente? Você que acha, minha cara Beatrice, Zac consegue paquerar mais fêmeas mais do que eu já tentei em toda minha vida!

Por um momento o sorriso de Bea se desfez, quando ela se lembrou daquelas fotos dele com várias garotas que havia visto no Facebook do rapaz meses antes, fazendo-a ficar desconfortável.

- Eu estou com um pouco de fome, você não? - A loira perguntou, tentando esconder sua insegurança. 

- Não muito, mas... - Jacob iria continuar sua frase, quando teve uma ideia. - Você já comeu alguma comida Texas?

- Hm.. Não, por que? - Perguntou, confusa. Jacob a olhou fazendo uma exagerada cara de surpreso.

- Como não? Você necessita mais do que tudo comer algo texano, urgentemente, agora, neste momento! - Esbravejou.

- E como você acha que vamos encontrar um restaurante com algo texano essa hora, mocinho? - Bea perguntou, incrédula pela proposta.

Jacob procurou e procurou por todos os lados que pôde, quando se lembrou que não muito longe dali havia um restaurante com as mais variadas comidas de vários estados dos EUA.

- Vem comigo, eu te mostro. - Jacob foi até o lugar com uma empolgação contagiante, queria mostrar para Bea que tinha orgulho do lugar de onde nasceu, como todo patriota faria.

 Quando chegaram no local, os dois ficaram admirados com a decoração do restaurante, tinha praticamente tudo o que o povo do Texas adorava, haviam amendoins como aperitivo principal, as palhas jogadas no chão representando o povo cowboy da região, e ainda haviam os famosos churrascos, já que o Texas era famoso pelo melhor churrasco do país.

- Oh. Meu. Deus, por que é que eu não nasci no Texas? É tudo tão... incrível! - Bea falou, enquanto olhava detalhadamente o local.

Os dois e Zac se assentaram em uma mesa um pouco afastada do centro do lugar, já que o restaurante permitia a entrada de animais.

- Fazia tanto tempo que eu não sentia o cheiro de churrasco texano, é melhor do que qualquer perfume do mundo. - Falou, respirando fundo e sentindo o cheiro do alimento.

- É incrível. Eu nunca pensei que eu entraria em um restaurante tão legal desse jeito! 

- Você nasceu aqui e em todos esses anos nunca viu esse restaurante? Poxa Bea, eu achei que você seria minha guia turística, mas estou vendo que é o contrário. - Riu.

- Ei, não é porque eu nasci aqui que eu tenho obrigação de saber de tudo, palhaço. – A garota mostrou sua língua para Jacob, que retribuiu o gesto.

Jacob e Bea continuaram brincando como duas crianças, quando uma garçonete se aproximou da mesa dos dois.

- Oi, sejam bem-vindos ao Texas Roadhouse, o que vão querer? – Perguntou a moça, ela era muito bonita, seus cabelos eram castanho-claro, e seus olhos da mesma cor, ela aparentava ter seus 20 ou 21 anos, seu olhar estava redirecionado para Jacob, ela estava literalmente comendo-o pelos olhos.

- Olá, bem... acho que eu vou querer o Bacon Cheeseburguer e de bebida um suco de laranja, e você Bea?

Bea estava focada em cada detalhe que saia dos lábios do garoto, ela queria saber se ele iria tentar paquerar a garçonete ‘bonitona’ ou nem iria ligar. Ela mal prestou atenção no que ele havia falado, apenas saiu de seu transe quando ele fez um gesto para ela.

- Eu? Bem... acho que a mesma coisa que ele. – Sorriu, insegura.

- Ok então, vocês querem o nosso famoso amendoim como aperitivo? – Perguntou, enquanto continuava anotando o pedido em seu pequeno bloco de notas. 

- É claro que sim! Bea, você vai aprender a comer o nosso famoso amendoim texano, vai adorar tenho certeza. – Falou, ele estava totalmente empolgado para mostrar um pouco mais da culinária do seu estado para a garota.

 - Certo, agora é só vocês esperarem. - A garçonete deu um sorrisinho de lado e saiu, rebolando na esperança que Jacob a percebesse, o que não aconteceu.

Bea continuava um pouco incomodada, não queria ficar mais insegura do que já estava, ela não se achava suficiente para Jacob a querer, então o melhor a fazer era tentar ignorar qualquer sentimento de paixão por ele, ou não.

- Essa garçonete é até bonita, você não acha? - Bea perguntou, com uma pontada de ciúmes.

- Hm, o que você disse? - Jacob perguntou, já que estava distraído com Zac.

- Aquela garçonete que veio aqui, você não achou ela bonita? - Perguntou novamente, enquanto olhava para a mesma, que estava falando com outro rapaz.

- Ah, na verdade eu mal prestei atenção nela, então não tenho opinião no momento, mas por que a pergunta? - Jacob disse, com um sorrisinho bobo. Agora Bea estava sem opções, ela sabia que ele havia feito aquilo de propósito, mas obviamente ela não diria que estava com ciúmes mesmo que isso já estivesse na cara.

- Por nada... é que... esquece. - Bufou.

- Bea, relaxa, não precisa ter ciúmes, eu estou aqui para me divertir com você, apenas você. 

Pela milésima vez Jacob conseguiu deixá-la sem palavras, e Bea se culpava por isso, talvez ela pudesse apenas ficar quieta e absorver tudo aquilo para si mesma, porém seu consciente era 'teimoso'.

E de repente aquele silêncio perturbador tomou conta do lugar de onde estavam, a garota não queria falar praticamente mais nada, não queria que aquelas perguntas escapassem novamente de sua língua.

Porém, a 'garçonete bonitona', como Bea a chamava naquele momento conseguiu quebrar o silêncio, por um instante.

- Aqui está o pedido de vocês, no capricho. - A morena falou, enquanto organizava aqueles pratos e copos que estavam literalmente cheios.

- Céus, isso aqui é um pedaço do paraíso! Se eu tivesse um ataque cardíaco agora pelo menos eu morreria feliz. - Jacob e a outra moça gargalharam, mas Bea não esboçava reação alguma, apenas encarava os dois com um olhar um pouco perturbador.

- Vocês podem pagar assim que terminarem, tenham um bom apetite. - Ela entregou um simples papel do recibo, e junto dele havia outro menor, com seu número de telefone. Ela saiu dando um sorriso malicioso para Jacob, que dessa vez estava a encarando. 

- Não vai ligar para ela? Ela parece ser divertida. - Bea falou com uma voz irônica, se aquela garota voltasse naquela mesa mais uma vez, com certeza o seu ataque de ciúmes seria 100% pior.

O garoto bufou, e respirou fundo, ele apenas queria entender que ela entendesse que ele não queria mais ninguém naquele momento, apenas ela.

- E por que é que eu precisaria de várias outras garotas se eu já tenho uma em especial? - Perguntou, com sinceridade em seus olhos. Agora sim, Bea gostaria de esconder seu rosto em algum buraco pelos próximos 5 anos. Era impressionante a maneira que ele conseguia fazê-la ficar muda. Porém ela ainda não resistiria, ela queria o ignorar um pouco mais.

- Vai, eu quero te ensinar a comer o amendoim do mesmo jeito que nós do Texas comemos, vai ser divertido! - Disse, empolgado, porém a tentativa foi em vão, ela continuava sem reação alguma. Mas ele não desistiria até que arrancasse um sorriso dela, nem que fosse um pequeno. - Parece que uma garota aqui está com ciúmes, papai. Será se ela não vai dar nem um sorriso? Nem mesmo para mim que sou tão lindo e charmoso? - Jacob fez uma voz engraçada, enquanto balançava as patinhas de Zac. Bea estava quase resistindo, faltava apenas um pouco.

Desta vez ele sentou-se do lado da garota, e a olhou de cima a baixo.

- Sabe, você é boa em fingir que está brava, mas eu sei que você tem alguma fraqueza. - Jacob passou uma de suas mãos sobre a cintura de Bea, que claramente estava nervosa, ela achava que ele iria a beijar assim, na cara dura. Mas ele começou a fazer cócegas nela, era o ponto mais fraco de Bea, que começou a gargalhar.

- Jacob, não, para! Você está me fazendo passar vergonha, Jake! - A garota falou no meio das suas gargalhadas divertidas. 

- Eu paro só se você me prometer que não vai mais sentir ciúmes. - Ponderou, olhando no fundo dos olhos de Bea, que claramente, ficou tímida.

- Eu? Com ciúmes? Você só pode estar brincando comigo. - Ela tentou mentir, mas este não era uma de suas qualidades. Jacob riu e voltou para o lugar de onde estava antes.

- Tudo bem, entenda como quiser. Mas agora chega de papo furado, vamos falar agora sobre comida. Vou ensinar como comer o amendoim de um jeito certo.

O garoto pegou um dos vários amendoins que estava no pequeno balde vermelho, e entregou um para Bea.

- Certo garoto dos amendoins, me ensine essa técnica que apenas você sabe. - Sorriu.

- Garoto dos amendoins? Sério Beatrice? - Jacob perguntou, enquanto fazia uma cara engraçada.

- Esse é seu novo apelido, já que você não para de falar nisso! Menos papo e mais demonstração por favor?

Jacob a olhou por alguns segundos imitando uma carinha triste.

- Parece que temos alguém irritadinha no recinto? Bem, brincadeiras à parte, serei um túmulo a partir de agora. Certo, eu quero que você pegue esse amendoim na sua mão e o quebre no meio, assim.

- O garoto quebrou o pequeno alimento no meio e o comeu, juntamente com a casca, o que fez Bea o olhar de um jeito estranho. - O que foi? Ah não vai me dizer que você está com nojinho de comer o amendoim do jeitinho que ele é? Saiba que ele também tem sentimentos, ok? E você está os ferindo. - Os dois riram e a garota olhou para o amendoim e tomou coragem, comendo-o de uma vez.

- Jacob, isso é tão bom! Como eu fui boba de ter esperado tanto tempo para experimentá-lo assim!

- Viu só como é bom? Por isso eu prefiro alimentos naturais do que os industrializados. - Sorriu.

Os dois se enchiam ambos os estômagos com aquelas deliciosas comidas, enquanto conversavam sobre alguns assuntos interessantes, tais como a escola.

- É sério, eu odeio tudo aquilo que tem a ver com números! Por que diabos vamos usar aquelas formulas idiotas em nossas vidas? – A loira disse, se exaltando um pouco.

- Também concordo, tem umas aulas que só falta nós dormimos, de tão irritantes que são. – Jacob revirou seus olhos. – Na verdade eu detesto aquela escola, todo mundo ali é falso, é como uma ninhada de cobras. 

- E porque você não muda para nossa escola? Tenho certeza que seria melhor por vários motivos...

O moreno suspirou, enquanto seus dedos brincavam com o canudo que estava em seu copo.

- Minha mãe, ela acha que seria pior e que minhas notas cairiam, porque segundo ela eu apenas ficaria conversando com vocês e eu não prestaria atenção nas aulas. 

Bea abaixou sua cabeça por alguns segundos e começou a entender toda situação.

- Entendo... deve ser complicado para você, mas seria interessante, nossos professores ficariam de cabelos em pé se juntasse você, Dinah e Troy na nossa classe! – Gargalhou.

- Seria ótimo, mas mesmo assim eu tenho várias histórias engraçadas de experiências minhas na escola.

- Mais histórias? Você deveria ser um escritor, aposto que iria fazer sucesso. – Falou, dando um sorriso de canto.

- Bem, como eu tenho muitas, eu vou contar apenas a mais engraçada de todas. – Jacob limpou sua garganta, e concentrou-se em explicar a história detalhe por detalhe. – Minha mãe tinha acabado de me matricular nesta escola que eu estudo atualmente, eu, curioso como sempre, resolvi dar uma volta no lugar para me enturmar mais, não havia nada de diferente, salas, laboratórios, bibliotecas... estava tudo normal, até que eu acabei tombando com uma professora... – O garoto interrompeu sua história fazendo um suspense engraçado.

- De novo essa interrupção no ápice da história? Eu não aguento mais, caramba! – Bea jogou um pedaço de uma batata frita que ainda restava em seu prato. – Se você continuar novamente eu jogo coisa pior em você. Entendido?

- Nossa, bem que meu pai havia falado que as garotas mais baixas eram muito mais invocadas que as mais altas, tenho até medo disso. – Sorriu. – Mas já que a plateia está excitada para a continuação eu irei continuar. – Eu acabei tombando com essa professora, o impacto foi um pouco forte, que fez a bolsa dela cair. Só que como ela estava aberta com a minha generosidade imensa eu fui ajudar ela, não tinha nada de anormal, apenas todas aquelas frescuras que vocês mulheres levam em suas bolsas do tamanho de um buraco negro, até que eu avistei um pacotinho brilhante, e meio pequeno.

- E o que era esse pacotinho? Salgadinhos? Maquiagem? – Bea perguntou, curiosa. Porém pela cara de Jacob era algo muito, muito pior.

- Era nada mais nada menos que um preservativo, ou camisinha, como preferir.

Bea olhou para o garoto alguns segundos tentando entender por que diabos uma professora levaria uma camisinha dentro de sua bolsa.

- Uma... camisinha? Céus, se fosse eu no seu lugar eu esconderia minha cabeça no lugar mais próximo possível e sumiria daquela escola! Sério, eu não tenho nada contra de adultos um pouco mais velhos fazerem sexo, mas também não tenho nada a favor. Como a minha mente é fértil, eu não me impressionaria se eu vomitasse. – Falou, imitando uma cara de nojo.

- E você acha que acabou por aí? Até hoje ela é a minha professora de geografia, e sempre que nos vemos ela olha para mim como se eu fosse um tarado, que culpa eu tenho se ela não fecha a bolsa? É bem simples! – Bufou.

Jacob continuava a contar mais historias, e depois eles saíram do local, voltando ao mesmo banco que estavam no começo.

- Eu nunca comi tanto na minha vida, já pensou se algum dia eu acabo me casando com alguém do Texas? Eu iria virar uma bola antes do casamento! - A garota sorriu, mas logo o desfez quando percebeu que sua frase tinha outra insinuação, e claro, Jacob estava com seu sorriso bobo no rosto.

- É verdade, a última vez que eu fui em um casamento o meu irmão vomitou no dia seguinte de tanto comer. Foi irado.

- Você tem um irmão? Por que nunca me contou? - Disse, entusiasmada.

- Porque você nunca perguntou, engraçadinha. - Sorriu. - O nome dele é Jonas, e ele tem 21 anos, é um cara interessante. Mas ele já tem namorada. - Ponderou.

- Tipo o Jonas Brothers? Que legal! Mas e daí que ele tem namorada? Eu nunca pedi nada a ele, além disso eu nem sei se ele é um galã de Hollywood. - Brincou.

- Bom, olhando para mim você já tem meio que uma noção se ele é bonito ou não, certo? - Gargalhou.

- Você não é nem um pouco convencido, não é? - Bea o olhou com os olhos semicerrados, e fez uma cara engraçada.

- Ser convencido é bem diferente de ser realista mocinha. Agora fala, eu quero saber mais sobre você, sou todo ouvidos.

Bea o olhou e deu um sorriso tímido, e começou a pensar nas coisas interessantes para contar sobre si mesma.

- Bem, meu nome é Beatrice Miller, eu tenho 16 anos, e eu sou totalmente apaixonada por fotografia e flores... eu adoro conhecer gente nova e eu também amo música! - Contou, empolgada.

- E de onde surgiu esse amor todo por fotografia e flores? Eu fiquei curioso quando eu fui na sua floricultura, você trabalha com seu pai e sua mãe?

Quando ela ouviu a palavra ‘pai’, um nó em sua garganta foi feito. Bea não gostava de falar de seu pai, já que Kim, sua mãe biológica contara que o mesmo havia abandonado as duas quando ela tinha apenas 8 meses de vida. Ela não tinha ódio ou raiva dele, apenas queria entender porque ele havia abandonado ela e sua mãe. 

- Está tudo bem? Eu falei algo errado? – Jacob perguntou, preocupado.

- Não, é que... esquece. – Bea limpou uma lagrima teimosa que caiu de seu rosto. Ela sempre ficava sensível quando se tocava neste assunto. – Minha mãe sempre me contou que eu adorava observar o pôr do sol quando eu era menor, e eu sempre pedia para que ela registrasse aquele momento. E sobre as flores, tudo começou quando eu tinha 5 anos, e eu tinha ido para a fazenda do meu avô, aonde tinha um lindo campo de girassóis, então eu comecei a me interessar. Nós temos aquela loja de floricultura graças a mim, literalmente. – Sorriu.

- Então você é meio que a salvadora da família, certo? 

- Sim! Minhas mães sempre agradecem ao meu avô pela aquela plantação de girassóis. – Riu, porém, colocou suas mãos a frente de sua boca. Bea tinha um pouco de medo de revelar que era filha de um casal lésbico, tinha medo que alguém fizesse algo contra uma delas, pela quantidade de homofobia que haviam sofrido.

- Espera... você disse mães? Você é filha de duas mulheres? – Perguntou, curioso.

- Sim... você vai me julgar ou falar algo sobre isto? – Disse, receosa. Ela não queria que outro garoto a rejeitasse e a abandonasse, como outros haviam feito antes. Jacob a olhou com uma de suas sobrancelhas arqueadas.

-  E por que é que eu te julgaria? Sabe, infelizmente a homofobia é algo que ainda é presente, mas eu quero que saiba que eu não irei te julgar de maneira alguma, eu achei isso até interessante, me deu vontade de conhecer elas e perguntar como elas se conheceram e tal. – Sorriu, juntamente com Bea.

Sabe aquela sensação boa de que você pode conversar com a uma pessoa sem ter medo que ela julgue sua história, passado, ou modo de pensar? Era assim que ela se sentia.

- Obrigada Jake, sério. Isso é tão... lindo! - Ela deu um sorriso sincero para o garoto, que retribuiu. - Agora me conta um pouco mais sobre você!

- Nada mais do que você já saiba, sou Jacob Whitesides, tenho 17 anos, sou um palhaço em pessoa e também um quase galã de novela. - Jacob gargalhou, sem parar. Zac deu um latido, e correu até uma parte um pouco afastada de onde os dois estavam. 

Devido ao esforço que fizeram para alcançar o cachorro, ambas respirações estavam ofegantes, porém logo foi esquecida quando viram uma parte do parque que era cheia de flores de todos os tipos e cores, que logo deixou Bea feliz à beça. Logo, a mesma correu, e Jacob a seguiu.

- Isso só pode ser o paraíso! Jacob, será se nós morremos e fomos para o céu? – Bea questionou, com um sorriso bobo em seus lábios.

Jacob, por sua vez, pegava um girassol delicadamente em suas mãos, e se aproximou da garota, que rapidamente reconheceu a flor.

- Oh, isso é....

- Um girassol, aproximadamente ela tem 30 centímetros de diâmetro, e seu caule pode atingir até 3 metros de altura. Na verdade, os girassóis são plantas originarias da América do Norte, cultivada pelos povos indígenas para alimentação, e foram domesticadas por volta dos anos 1000 a.C. O girassol é uma flor simbólica que significa fama, sucesso, sorte e felicidade.

- É verdade... além de ser uma flor especial para mim, ela é muito bonita. – Bea passava seus dedos delicadamente pelas pétalas amarelas do girassol.

 - E sabe por que essa flor é uma das minhas favoritas? – Perguntou, e a garota sussurrou um ‘não’.

- Ela dá uma sensação muito boa quando você a ver, e ela é especial assim como você, que consegue ser mais linda que uma flor. 

Agora sim, aquele foi outro ‘golpe’ suficiente para deixar Bea mais tímida ainda. Jacob tinha um elogio diferente na ponta de sua língua, mas aquilo não era para paquera-la ou querer que ela se apaixonasse por ele, e sim, para que ela se sentisse especial.

- Então... como você aprendeu tudo isso? - A loira estava com uma voz trêmula, e tentava a todo custo não olhar nos olhos do garoto.

- Eu andei pesquisando, sério, eu fiquei muito curioso para aprender um pouco mais. - Disse, enquanto passava uma de suas mãos sobre seu cabelo.

Ambos ficaram quietos por alguns segundos até que o toque de notificação do celular de Jacob apitou. Era Jonas, seu irmão, quando o garoto leu a mensagem, imediatamente ele já desconfiava do que se tratava.

"Jacob, venha imediatamente para casa, nosso pai está louco! ’’

O garoto olhava para o nada, ele estava um pouco desnorteado.

- Jacob? Está tudo bem? Você parece triste de repente...

- Oh sim eu estou bem, é que... eu preciso ir para casa urgentemente, nos vemos amanhã! – O garoto pegou Zac e andou rapidamente até sua casa, deixando Bea sem entender nada.

Após um caminho desesperador até seu lar, Jacob chegou até o mesmo. E quando abriu a porta, um aperto em seu coração começou a acontecer. A casa estava praticamente revirada, e alguns múrmuros eram ouvidos pelo fundo da sala, então, Jacob logo se aproximou. Enquanto espiava pela porta, algumas lagrimas formaram-se em seu rosto.

- Sabe o que você é, Becky? Uma inútil, inútil! – Edward, o pai de Jacob falava, com a voz alterada, o cheiro de álcool em seu corpo era forte. 

- Você não tem o direito de falar com ela desse jeito, você acha que apenas porque bebeu alguns goles dessa porcaria de bebida tem a ousadia de falar assim com todo mundo? – Jonas levantou-se, encarando seu pai cara-a-cara. Enquanto Becky estava chorando descontroladamente, sentada no chão frio.

Jacob sentou-se atrás da porta aonde o mesmo observava tudo, o seu coração estava apertado. Aquele pesadelo de anos atrás, que ele achava que havia acabado, voltou novamente, ele se lembrava detalhe por detalhe o quanto sua vida tinha sido um inferno naquela época, tanto para ele e para sua família. Agora, ele teria que arranjar forças para enfrentar tudo aquilo, o vício de seu pai era uma maldição, e que nem um dos Whitesides gostaria de lembrar novamente.


Notas Finais


E então, gostaram? Estão curiosos para saber o que realmente aconteceu com Jacob antigamente??
Bom, no próximo capítulo vai ser tipo um capítulo inteiro só de flashback, apenas para vocês entenderem o que realmente aconteceu, então provavelmente ele não será tão longo, porém preparem os forninhos. Não sei quando eu volto, então aproveitem, leiam e releiam os outros capítulos. façam maratona, enfim shusahsuahs. Divulguem para seus amiguinhos, no twitter, no facebook, para o cachorro....
Até mais, bolinhos! sz


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