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História After All - Capítulo XXVI: A reunião


Escrita por: SnowCharming

Notas do Autor


OOoi gentem, tudo bem com vocês?
Desculpem minha demora pra postar o cap aqui pra vocês, eu tive uma semana meio complicada e bem cheia. então acabei sem muito tempo pra escrever, responder comentários ou postar. Eu ainda não devia ter tempo, porque tenho prova segunda, mas dei uma saturada e parei pra vir aqui .-.
Muito obrigada pra galerinha que comentou <3 Vocês são demais <3 Obrigada mesmo <3
Agpra chega de papo, e bora capítulo =* <3

Capítulo 27 - Capítulo XXVI: A reunião


POV Draco.

— Mas que merda, Potter! — reclamei com a voz baixa ao sair do gabinete.

— Vem, precisamos ir logo — Granger pediu baixinho.

Retirei a capa da invisibilidade do cicatriz e andamos juntos até nosso quarto.

— Por que ele tem que envolver minha mãe nisso? — perguntei irritado. — Ela só quer esquecer tudo o que passou.

— Pelo menos Minerva o obrigou a deixar você aparecer — Hermione lembrou.

— Se ela desse de cara com o Potter no meu espelho acho que enlouqueceria — confessei. — Ela teme que ele me leve para Azkaban a qualquer momento.

— Por que? — a grifinória indagou.

— Porque só estou solto por causa dele, você sabe disso — lembrei-a do favor que devia ao garoto.

— Não é só por causa dele — ela discordou. — É porque mesmo devendo ter todas as atitudes erradas, quando você pôde, tentou fazer o que achava certo.

A grifinória falava olhando em meus olhos e eu pude ver que o que ela dizia era o que acreditava ser a verdade, estava sendo sincera comigo. Sorri fracamente, feliz por um momento, em pensar que alguém realmente acreditava que eu podia ser bom de verdade.

— Obrigado — agradeci, enquanto ela dizia nossa senha para o nada a nossa frente.

— Precisamos dar um tempo aqui antes de voltarmos, para parecer que eu te busquei na sala antes — a morena lembrou, enquanto subia os degraus da escada comigo.

— Pode sentar se quiser — sugeri, indicando minha cama arrumada.

— Fico bem aqui — Granger recusou, apoiando-se na mesa de estudo.

 — Está com medo de vir para minha cama, Granger? — brinquei, com um sorriso maldoso. — Eu nem sequer estou nela.

A garota encabulou-se, me fazendo rir alto. Abri a gaveta do armário, puxando o espelho do meio das meias enroladas.

— Acho que seria melhor eu falar com minha mãe agora, antes de entregar o espelho — pensei em voz alta.

— É melhor falar lá, pra não parecer que ela ou você sabem demais ou de menos — a morena argumentou, sentada sobre a mesa.

— O que quer fazer nesses cinco minutos que temos? — perguntei, me jogando sentado na cama e sorrindo maliciosamente para ela.

— Você é um idiota, Malfoy — Hermione reclamou, mas tinha um sorriso no rosto.

— E aí? — perguntei de novo, enquanto ajeitava os travesseiros na cama para me apoiar melhor. Não obtendo resposta, puxei um assunto do qual precisávamos falar. — Andei pensando no que você disse ontem.

A garota assumiu uma postura ereta, percebendo que o assunto agora era sério. Ela pegou uma das cadeiras e puxou-a para mais perto da cama, sentando-se de frente para mim.

— Você vai mesmo me ajudar? — indaguei, tentando manter os olhos dela nos meus.

— Eu sempre mantenho minha palavra, Malfoy — Granger respondeu sem desviar o olhar.

— Estou começando a bolar um plano — contei para ela, que não disse nada, mas permaneceu atenta ás minhas palavras. — Nós precisamos invadir a sala do professor Podmore e descobrir quem é o informante dele em Azkaban, esse tal de McGregor, saber a posição que ele ocupa na prisão.

— Tudo bem, mas pra que precisamos disso? — a morena questionou compenetrada no plano.

— Para podermos falar com ele. Faremos um pouco mais da poção Polissuco e eu a tomarei e me passarei por Podmore para falar com o informante, dizer que houve uma mudança nos planos, dar um jeito de falar com meu pai e falar para ele ficar atento e, por fim, passar para ele uma varinha, para que possa se proteger — expliquei o restante da ideia.

— Me parece perigoso — a grifinória argumentou.

— Eu disse que seria do meu jeito, Granger — não cedi. — E convenhamos que não é nada demais.

— Estaríamos dando a chance para o seu pai escapar, ou até mesmo começar uma rebelião — ela contestou novamente.

— Ele não vai fazer nada disso, não se eu e minha mãe pedirmos — eu disse, tendo plena certeza de que aquela era a verdade.

— Tudo bem, mas precisaremos fazer a poção mais rápido ainda — Hermione alertou, já com cara de quem pensava em como faria isso. — Se trabalharmos na poção em todo nosso tempo livre, podemos conseguir com que ela esteja pronta em pouco mais de uma semana.

— Mas não demorava um mês pra ela ficar pronta? — perguntei.

— A poção polissuco normal sim, mas se eu utilizar alguns feitiços a mais nela e conseguirmos um ingrediente especial, acredito que consiga fazer nesse tempo recorde — Granger explicou-se.

— E o que seria esse ingrediente? — questionei, já pensando em maneiras para obter algo provavelmente ilegal na minha posição como eterno investigado.

— Os ingredientes precisam estar um pouco mais envelhecidos do que os utilizados geralmente — a grifinória deixou no ar o resto do que diria.

— Mas o que, Granger? O que é esse outro ingrediente? — incentivei-a.

— Bom, o problema não é bem o ingrediente em si, mas a forma como ele deve ser obtido — ela continuou misteriosa, mas lancei-lhe um olhar impaciente que fez com que prosseguisse. — O pedaço da pessoa em que você deseja se transformar precisa ser sangue, cinco gotas de sangue rubro e fresco — fez mais uma pausa, mas dessa vez eu nem precisei olhá-la. — Extraídas através de tortura física sem uso de magia.

Hermione calou-se, esperando por alguma reação de minha parte. Não era como se eu não tivesse torturado outras pessoas antes, nem como se eu ligasse para torturar esse professor idiota que estava querendo matar meu pai, mas eu jamais tinha usado minhas próprias mãos para isso.

— Posso conseguir isso — declarei por fim, tentando soar mais confiante do que eu me sentia.

— Draco... — Hermione começou.

— Eu preciso salvar o meu pai. — impedi que ela continuasse.

A garota concordou com a cabeça baixa.

— Acho que os ingredientes envelhecidos nós podemos conseguir em qualquer loja no beco diagonal — a outra tentou mudar de assunto.

— Preferiria adquiri-los na Borgin&Burkes, por questão de discrição — discordei educadamente. — Qualquer um poderia saber se comprássemos em um local menos restrito.

— Mas você não pode pedir ingredientes em um lugar como esse, Draco — Granger argumentou.

— Eu não, mas você pode — Esclareci.

— E onde eles entregariam? — perguntou a outra.

— Em algum lugar de Hogsmeade — respondi.

— Eles me revistariam na volta do povoado, Malfoy. Nenhum desses itens é ilegal, vou pedi-los como qualquer um — ela decidiu-se.

— Achei que você conhecesse as passagens secretas que levam a Hogsmeade — falei, conseguindo sua atenção.

— Eu e todos que pertenciam à Ordem. Conhecemos cada uma das sete entradas e saídas utilizáveis desse castelo — a morena gabou-se, chegando até a empinar o queixo levemente.

— Oito passagens, sete utilizáveis — a corrigi, recebendo um olhar mal humorado. — Existe uma passagem que estava bloqueada, dá em uma espelunca depois do final de Hogsmeade, eles recebem ilegalidades para os sonserinos há algum tempo. Desbloqueei-a no sexto ano, quando achei que não conseguiria consertar o armário sumidouro.

— Tudo bem, faremos do seu jeito, então — ela concordou, por fim. —  E onde arrumaremos essa varinha a mais para dar pro seu pai?

— Bom, ainda não pensei nisso — admiti.

— Vamos pensar em alguma coisa — a garota considerou. — Agora vamos, acho que já enrolamos o suficiente aqui.

— Quer levar o espelho ou eu mesmo levo? — perguntei.

— Acho que tudo bem você levar, afinal, é seu — Hermione disse, dando de ombros.

Peguei uma das capas de Hogwarts do cabide e enrolei o objeto com ela, de modo que ninguém o visse enquanto estivéssemos a caminho.

— Então vamos — falei, me dirigindo para a escada.

A garota veio atrás de mim e descemos a escada em silêncio. Fui indo para a porta, mas ela me chamou.

— Espera, Draco, preciso guardar a capa do Harry.— Ela foi até seu armário e colocou a capa em uma das gavetas em meio a peças femininas um tanto quanto indiscretas. — Agora podemos ir.

Ela fechou o seu armário e passou a minha frente, abrindo a porta para sairmos, mas eu estava extremamente distraído com minha imaginação fluindo pelas peças que eu acabara de ver. Um sorriso escapou dos meus lábios, enquanto eu imaginava a grifinória vestindo um conjunto verde em especial que eu havia visto.

— Por que guardou naquela gaveta? — perguntei, tentando trazer algum foco a minha mente.

— Não costumo abri-la — a morena contou, não dando importância ao assunto e já saindo do quarto.

— Pois devia, você deve ficar ótima em cada uma daquelas peças. — Dei meu sorriso de lado que costumava derrubar qualquer sonserina.

Granger corou e desviou o olhar.

— Não vejo pra que usá-las — Hermione disse, erguendo a cabeça decidida.

— Não vai almoçar com o tal de Stretton? — indaguei, levantando as sobrancelhas sugestivamente.

— Isso não é motivo — ela indignou-se, fechando a cara e a porta, assim que passei. — E como trasgos você sabe do meu compromisso hoje?

— Não é como se vocês estivessem tentando esconder alguma coisa. — Dei de ombros. — E obviamente é motivo.

— Até porque não tem o que esconder — disse ao virarmos o primeiro corredor. — E como seria motivo, Draco Malfoy?

— Não é como se você não soubesse o interesse que ele tem por você — respondi, pensando no óbvio.

— Que absurdo, Malfoy! — a morena exclamou. —Jimmy não é igual a você!

— Não mesmo, eu sou muito melhor — gabei-me, jogando o cabelo para o lado com uma das mãos. — Todas as garotas sabem exatamente o que eu quero.

Granger não se deu ao trabalho de responder, aproveitou que chegamos até a gárgula que guardava a entrada do escritório da diretora e disse a senha a ela, que se moveu ,nos permitindo subir os degraus da escada. Hermione subiu a minha frente e eu pude observá-la se elevando magicamente de novo. Dessa vez não demorei a subir, o assunto era importante.

— Claro, Potter, posso reservar um lugar à mesa dos professores, para que você almoce conosco — a voz de Minerva falava bem mais calma do que anteriormente.

— Se eu puder comer com os alunos, acho que me sentirei mais confortável, professora — o Potter dizia.

Era óbvio que ele estava era arrumando desculpa para passar mais tempo com a ruiva, se a reunião corresse bem eu até poderia emprestar o quarto de novo para os dois aproveitarem.

— Com licença — Hermione pediu, ao abrir a porta.

— Claro, senhorita Granger. Fico feliz que o professor tenha concordado em te liberar da aula, senhor Malfoy — a diretora mentiu.

— Claro, ele concordou de imediato — acrescentei simploriamente.

— A senhorita Granger deve ter o colocado a par da situação enquanto vinham para cá, creio eu — McGonagall deu a deixa.

— Com certeza, expliquei para ele a situação e disse que precisávamos da presença dele e do espelho de dois sentidos, para falarmos com sua mãe — Hermione explicou falsamente.

— Tudo bem, vamos logo com isso — Potter interveio mal humorado. — Me dê o espelho para que eu possa falar com a senhora Malfoy.

— Na verdade, eu prefiro que eu mesmo fale com minha mãe, ela se sentirá mais confortável assim — discordei abertamente.

O auror estava pronto para reclamar e reivindicar o direito de interrogar a “suspeita”, mas antes que ele pudesse fazê-lo, Hermione saiu em minha defesa:

— Harry, tenho certeza que a Sra. Malfoy cooperará mais se souber que seu filho também está trabalhando no caso.

— Por Merlin, Hermione! Tem que defender sempre este sonserino maldito? — Potter exaltou-se.

— Por Merlin digo eu, senhor Potter! O senhor está estressado demais, o que está havendo? — Minerva levantou-se de seu lugar, dirigindo um olhar estressado ao antigo aluno, que não relaxou, pelo contrário, ergueu a voz.

Granger por sua vez, boquiabriu-se, levando a mão aos lábios, tinha em seu rosto a típica feição que demonstrava nas aulas, de quem sabia mais do que os demais presentes.

— Draco, vamos logo com isso, chame a sua mãe, por favor — a morena disse somente para mim, recompondo-se.

Para que Potter não pudesse interromper novamente, desembrulhei o espelho discretamente, enquanto o grifinório reclamava da situação com a professora. Segurei o espelho a minha frente e chamei em alto e bom som:

— Narcisa Malfoy.

A discussão que acontecia em minha frente cessou de imediato, o cicatriz olhou-me com raiva, enquanto a diretora sorriu triunfante e voltou para seu lugar, retomando sua compostura. O garoto jogou-se em sua cadeira frustrado e Hermione permaneceu do meu lado, mas de modo que minha mãe não a visse.

— Draco, querido! Você não deveria estar em aula, meu bem? — minha mãe cumprimentou assim que apareceu no vidro.

— Bom dia, mãe — cumprimentei-a de volta. — Deveria, mas a diretora McGonagall pediu minha ajuda para averiguar uma coisa. Inclusive, estamos no escritório dela nesse momento.

— Ah, entendo — Narcisa falou, arrumando seu cabelo para que pudesse aparecer para a diretora. Virei o espelho. — Bom dia, diretora Minerva.

— Bom dia, senhora Malfoy — Minerva cumprimentou-a brevemente. — Sinto muito por incomodar, mas estamos com uma investigação em curso e acreditamos que a senhora possa ter alguma informação.

Pude ver que a mulher dentro do espelho concordou com a cabeça.

— Agora, se a senhora puder, por favor, falar com a senhorita Granger, ela lhe explicará o ocorrido — a diretora prosseguiu.

Minha mãe empalideceu dentro do espelho e engoliu em seco, a veia em sua têmpora pulsou, e eu soube que o nome havia sido reconhecido e que o preconceito todo ainda estava ali, mas  também vi que ela faria o que fosse preciso para me manter a salvo, até mesmo dar explicações a uma sangue-ruim.

McGonagall passou o espelho para Granger e pude ver que a garota estava tão nervosa quanto minha mãe, mas manteve sua postura muito mais dignamente do que a senhora Malfoy. Hermione contou a história de como encontramos a caixa e dos símbolos e runas presentes nela. Narcisa ouviu a tudo calmamente, sem interromper nenhuma vez.

— Sei que parece estarmos os investigando, mas acredito que Draco pode contar melhor o porquê de precisarmos de sua ajuda — a grifinória terminou, me entregando o objeto.

— Draco, meu bem, o que podemos fazer para ajudar? — mamãe perguntou assim que me viu novamente.

— Você já sabe que caixa é essa? — questionei.

— Para que precisem de nossa ajuda? — ela indagou. — Acredito que seja a caixa que sua tia Bela guardava no cofre secreto, aquele que somente ela e Rodolfus tinham a senha.

— Essa mesmo — confirmei sua suposição. — Queremos saber se tia Bela te disse alguma coisa sobre o conteúdo da caixa ou sobre o que a protegia.

— Você sabe como sua tia era, Draco, não confiava em ninguém quando se tratava de assuntos do Lorde — Narcisa disse.

— Então você acha que a caixa era dele? — perguntei, não conseguindo esconder a ansiedade.

— Acredito que sim, quando ele vinha aqui costumava ir até o quarto com Bela e sempre abriam o cofre — minha mãe contou.

— E os símbolos, mamãe? Os símbolos de Voldemort. Não tenho todos no meu “dicionário”, você acha que conseguiria reconhecê-los? — perguntei.

— Filho, você sabe que eu nunca tive interesse em aprendê-los, mas seu pai os sabia, posso procurar nas coisas dele — ela sugeriu.

— Ele, com certeza, escondeu bem se fez algo como um caderno — pensei alto.

— Você só diz isso porque quer tirar o seu pai da cadeia, Malfoy — Potter resmungou ao fundo.

— Quem mais está aí com você, Draco? — Narcisa perguntou, arregalando seus olhos escuros, preocupada.

— Harry Potter — tentei fazer com que minha voz soasse calma e tranquilizadora, mas isso não amenizou a situação. — Ele está auxiliando na investigação também.

— Agora que todos já falaram com a senhora Malfoy posso dizer alguma coisa? — o Potter questionou, esticando a mão para pegar o espelho.

 Esperei que minha mãe concordasse e só então entreguei o objeto a ele.

— Bom dia, senhora Malfoy — o idiota cumprimentou-a. — Precisamos que procure por esse suposto dicionário e nos entregue pessoalmente para podermos realizar um interrogatório de verdade

— Isso não foi o combinado, Potter! — interrompi-o. — Minha mãe não precisa ser interrogada, ela não vai passar por todo esse constrangimento de novo.

Peguei o espelho da mão do garoto.

— Mãe, você não precisa passar por isso. — Baixei o espelho, impedindo que ela visse a qualquer um, assim encerrando nossa comunicação.

— Você não tinha o direito de fazer isso, Malfoy! — Potter levantou de sua cadeira, vindo em minha direção.

— Isso não foi o combinado! — Levantei também, encarando o grifinório abusado. — Deixe minha Mãe em paz!

Minha mão, dentro do bolso, já segurava a varinha com força, e a do oponente não fazia diferente.

— Senhor Potter! — McGonagall exclamou, saindo de sua cadeira.

— Harry! — Hermione gritou, e se jogou entre nós dois, fazendo com que eu me retesasse. — Draco, por favor — ela pediu me olhando nos olhos.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas, tão tristes quanto os meus eram. Afastei-me do outro garoto, e joguei-me na cadeira em que estava sentado antes. O grifinório, porém, manteve-se estressado, levantando a voz:

— Hermione, você está sendo ridícula! Eu comando essa investigação! Ele tem que fazer o que eu mandar! Não me venha com isso!

— Silencio! — Hermione extravasou, apontando a varinha para seu amigo que imediatamente ficou sem voz.

Potter fitou a que aplicara o feitiço e por fim sentou-se. Todos permaneceram em silêncio por um momento.

— Assim que tivermos a resposta da senhora Malfoy, precisamos marcar outra reunião — Minerva declarou. — E da próxima vez, venham com os ânimos menos exaltados, garotos.

— Desculpe pelo constrangimento, professora — Granger pediu por todos.

Seu amigo a olhava transtornado, ela então desfez o feitiço. Potter precisou respirar fundo para não descarregar sua raiva na amiga. Hermione parecia saber perfeitamente o que se passava na cabeça do outro, pois ela não ousava olhar para ele.

— Por Merlin, senhorita Granger, a senhorita é a única que não precisa se desculpar aqui — McGonagall contradisse a garota. — Vocês dois podem se retirar agora. Não precisam voltar para a aula. E você, preciso dar uma palavrinha com o senhor, Potter.

Granger já estava fora da sala antes que eu me levantasse. Despedi-me da professora com um aceno e segui à garota.

— Obrigada de novo, Hermione — agradeci, quando a alcancei no corredor.

— Harry está fora de si, você não precisa agradecer — ela desviou-se. — Eu não deixaria que ele te atacasse.

— Não precisava me proteger, Granger, eu com certeza acabaria com o Potter — gabei-me, dando de ombros e sorrindo.

— Não tenha tanta certeza — Granger brincou, tentando melhorar seu humor. — Não é como se sonserinos fossem grandes duelistas ou conhecidos por sua coragem.

— Você está me desafiando, Hermione Granger? — indaguei, me colocando a sua frente e impedindo que ela prosseguisse no caminho.

— E se eu estiver? — ela provocou, com o humor renovado.

— Achei que já tivesse aprendido que eu sempre vou até o fim nos desafios — respondi sorrindo.

— Então vamos duelar — Hermione sugeriu, colocando sua varinha em riste.

— Quando? — perguntei.

— Agora — ela decidiu-se. — Minerva nos liberou dessa aula, ainda temos pelo menos uma hora até o almoço ser servido.

— Onde? — questionei, já tentando imaginar um lugar.

— Eu até sugeriria a sala precisa, se seu amigo idiota não tivesse a destruído no ano antepassado — a garota reclamou.

— Seria uma pena se eu não tivesse pedido para que a sala se tornasse a prova do fogo maldito assim que Crabbe o conjurou — ironizei a situação. — Me certifiquei que a sala estava ok enquanto ainda estávamos reconstruindo a escola.

— Então vamos agora — Hermione disse, mudando de direção.

— Hermione Granger duelando sem autorização e sem motivos? — brinquei com ela, enquanto virávamos os corredores para alcançar à sala precisa.

— Não é sem motivos, você me desafiou — a grifinória discordou, andando para lá e para cá em frente à parede vazia.

Uma porte discreta se materializou no concreto e a garota a empurrou, permitindo que ambos adentrássemos a uma sala ampla e vazia, com um grande espelho em uma das paredes.

— Podemos começar então? — Granger perguntou, se posicionando já para o combate.

— Com toda certeza — concordei, indo para o outro canto da sala.

— Até que o oponente perca a varinha — a garota declarou, antes de fazer a leve reverência para mim.

Fiz uma reverência muito menos pronunciada para ela e ficamos frente a frente. Nenhum dos dois tomava a atitude de começar, ambos tínhamos a varinha levantada e apontada para o outro, o olhar de Hermione fixo em meu rosto, esperando que eu tomasse a iniciativa e lançasse o primeiro feitiço.  Eu observava sua mão, esperando por um movimento; tinha certeza de que a sabe-tudo seria expert em feitiços não verbais. Nos encaramos, esperando, até que a garota fez um leve movimento, puxando seu braço para trás e levando-o para a direita em uma curva.

— Protego! — exclamei em alto e bom tom, fazendo com que Granger parasse o feitiço que fazia.

Sem falar dessa vez, e antes que ela pudesse se preparar para fazer qualquer outro feitiço, pensei no feitiço, Expelliarmus. Hermione porém se recuperou inesperadamente e conseguiu realizar um feitiço escudo. O Expelliarmus que eu lançara ricocheteou em seu escudo invisível e eu precisei pular para o lado para me proteger.

O duelo seguiu com cada um atacando e se defendendo sucessivamente. Após um tempo, eu já havia afrouxado minha gravata e aberto alguns botões de minha camisa, sem nem saber como; a gravata de Hermione também já estava com o nó quase desfeito e seu cabelo soltando-se do laço que o prendia, ela respirava fortemente, mas a varinha era segurada de modo firme. A garota em si era um poço de confiança, continuava a lançar seus feitiços de modo preciso, comigo quase sendo acertado por todos eles. Eu estava suado e exausto.

— Não cansa, Granger? — perguntei, tentando desviar seu foco.

— Não — respondeu simplesmente.

— Mas não parece mais tão disposta quanto quando começamos — continuei, após me desviar de um feitiço que atingiu o chão exatamente onde eu estava antes.

— Me sinto exatamente igual — ela disse, atrás da segurança de um escudo.

— Seu cabelo não pode dizer o mesmo — provoquei-a.

O feitiço seguinte errou o alvo e eu não precisei me proteger, lançando um contra-ataque rapidamente.

— Devo confessar que você fica bem assim — prossegui em minha tentativa de distraí-la.

— Idiota! — Granger exclamou, enquanto se jogava no chão, para fugir de uma azaração que eu fizera.

— No chão então fica ainda melhor — falei, lançando um bombarda  no local em que ela estava, fazendo com que ela rolasse no chão para se proteger. — Não que você saiba disso.

O feitiço seguinte atingiu sua capa esvoaçante, que começou a queimar e a garota teve que tirá-la às pressas.

— Cada vez melhor — ri alto, enquanto atirava outro feitiço que a jogou para trás.

Preparei o Expelliarmus final, mas algo fez com que eu parasse.

— Posso dizer o mesmo — Hermione exclamou vitoriosa.

Uma corda enrolava meus pés, impedindo que eu me movesse para qualquer lugar.

— Diffindo! — gritei em direção às cordas, que se romperam de imediato.

Mas a essa altura, a grifinória já estava de pé e voltamos para o início de nossa batalha, com um encarando ao outro e nos rodeando.

— Achou mesmo que me enrolaria com o seu papo, Malfoy? — Granger questionou-me.

— Não enrolar, mas irritar e distrair, com certeza — admiti.

— Não funcionou — ela disse, jogando outro feitiço em mim.

Desviei e enquanto isso já lancei outro feitiço, de modo que ela não percebesse o que eu fazia. A azaração acertou suas pernas que passaram a se agitar freneticamente, fazendo com que a garota fosse ao chão.

— Finiti Encantaten! — a morena disse em direção às suas próprias pernas.

Mas dessa vez eu já estava preparado, apontei minha varinha novamente para ela, que surpreendentemente não estava mais no mesmo lugar e agora eu voava contra o espelho atrás de mim.

— Expelliarmus! — Granger disse tranquilamente, fazendo com que minha varinha voasse para longe, antes mesmo que eu atingisse o vidro.

Minha cabeça doía e eu sentia algo molhado em minha testa.

— Draco, por favor — uma voz me chamava, mas eu realmente não queria dar ouvidos a ela.

— Draco, anda vai! — seu tom era de súplica, mas me lembrava uma voz conhecida.

— Não era pra ter sido tão forte. Por Merlin, você está sangrando — a voz era agora mais alta e levemente desesperada. — Oh, o que eu fiz? Merlin, preciso chamar Madame Pomfrey!

Chamar madame Pomfrey? O que estava acontecendo ali? Aquela voz era mesmo a de Granger? Por que ela estava tão preocupada? Juntei minhas forças e abri os olhos, a garota estava agachada ao meu lado, tinha a mão sobre a minha testa.

— O que está havendo, Granger? — perguntei, e minha voz saiu mais fraca do que eu esperava.

— Draco! — Hermione exclamou aliviada.

Lágrimas de alívio caiam de seus olhos.

— Eu ganhei? — questionei, sem me lembrar ao certo de como o duelo havia terminado.

A morena deu um leve riso.

— Não mesmo, eu te derrotei, Malfoy — Hermione declarou. — É melhor irmos para a enfermaria, Draco.

Assimilei a situação como um todo, eu estava caído, provavelmente desacordara por um momento, e havia um corte na minha testa. Hermione havia feito um feitiço, que fizera com que eu batesse contra o espelho, o quebrando e com isso me cortando.

— Não mesmo, Granger. Isso levaria a perguntas e punições — tentei impedi-la. — Só preciso parar esse sangramento.

— Você pode ter sofrido uma concussão, Draco — a garota argumentou.

— Não tenho nenhum dos sintomas. O futuro medibruxo aqui, sou eu — encerrei o assunto.

Me sentei antes que ela me impedisse e peguei minha varinha que estava em sua mão. Desejei que a sala provesse uma série de coisas que eu sabia serem necessárias; toalhas, água quente, pinça, curativo. As coisas todas apareceram a minha frente. Peguei a pinça e passei água quente nela.

— Você pode molhar algumas das toalhas para mim? — pedi a Hermione, enquanto virava para o espelho.

Com a pinça peguei um pequeno caco de vidro e retirei-o da minha testa. O corte não havia sido profundo, assim como eu imaginara. Coloquei o pedaço em outra bacia vazia e peguei a toalha que a grifinória já trazia para mim, pressionando-a contra o corte, até que o sangramento cessasse. Limpei o ferimento com outra das toalhas e tomei o curativo, colocando-o com cuidado sobre o machucado.

— Você será um ótimo medibruxo um dia — Granger falou, enquanto me observava.

— Me esforço para isso — respondi, virando-me de frente para ela.

— Deixe só eu... — ela disse distraidamente, esticando sua mão direita e retirando alguns fios do meu cabelo, que escapavam para dentro do curativo. — Melhor assim.

Segurei sua mão no mesmo lugar, antes que ela pudesse afastar-se, seu toque gelado aliviava a dor que eu sentia no local. Após alguns segundos, a grifinória deslizou a mão pelo meu rosto, sem soltá-la do aperto de minha mão, quando alcançou a altura dos meus lábios, fechei os olhos, apreciando aquele momento, seu polegar foi de encontro a eles, e sem conseguir me conter, movi os lábios de encontro ao seu dedo, o que a fez retesar o toque de imediato. Abri os olhos, espantado com a situação, Hermione já estava a caminho da saída.


Notas Finais


Uuuuul, o que acharam desse Harry estressadinho? Será que as coisas estão tão tensas assim no ministério???
E a Narcisa, será que ela não sabe de mais nada mesmo?
E o que foi esse duelo de titans entre Draco e Hermione???? Por Merlin, vou mudar o nome da fic para "Hermione em Fuga" de tanto que ela foge do nosso Draco! hahahahhah!
Me contem tudo o que quiserem, minhas leitoras queridas. Prometo que respondo todos os comentários com muito carinho, até mesmo só um "gostei, posta mais", hhahaha.
Mil beijos, e espero poder falar com vocês nos coment's. = * <3


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