História After all, I love you – NAMJIN - Um novo acompanhante seria a escolha certa?

Yoongi

Olhei para minha mão e lembrei da noite passada, de Hoseok chorando. Meu peito apertou.

Espantei o pensamento e tirei a aliança, colocando-a no criado mudo junto de minha carta.

Como eu abordaria minha mãe? E essa pessoa que quer separar Jin de Namjoon, quem poderia ser?

Fui até meu guarda roupa separando minha calça branca, junto de uma camiseta preta de estampa branca. Esse tipo de roupa combina com meu cabelo preto. Hoseok diz que fico branco (minha pele) igual açúcar. Acho fofo.

Peguei uma toalha e fui tomar meu banho. Sequei-me e saí do banheiro, indo me vestir.

Arrumei minha cama, depois penteei meus fios negros, e por algum motivo eu sorri quando olhei para o lado por acaso e meu olhar se direcionou à aliança. Tão lindinha, delicada. Parece ouro.

Continuei penteando.

Abri a janela e depois fui até a porta, abrindo-a. Eu estava indo até as escadas quando Sayuri me atacou:

– Maninho! – disse, chegando por trás de mim, abraçando-me. – Não sei se te mato ou agradeço.

– Por que me mataria? – perguntei, e mesmo com ela me abraçando por trás, continuei andando em direção a cozinha.

– Falei com Kyungsoo ontem. – disse ela.

– Me matar até entendo, nesse aspecto. Mas por que me agradeceria?

– Foi um mal entendido. – falou, suspirado. – Ela agarrou ele. Ele tentou se soltar, mas como nunca tinha beijado, deixou rolar.

– Mas mesmo assim ele a beijou. – falei.

– Nossa, obrigada. – disse, irônica.

– Mas é verdade, Sayuri. O que mais ele disse?

Ela me soltou e, pelo visto, mamãe não estava em casa.

– Mamãe saiu mais cedo hoje? – perguntei, abrindo o armário.

– Ela disse que precisavam dela. Ela me acordou cedo para nada! Acredita? – ela revirou os olhos e suspirou. – Enfim, Kyungsoo disse que nunca quis nada com ela. Ele foi muito fofo, Yoongi! Ele falou "a única pessoa que sempre tive olhos foi você desde o início, mas você nunca percebeu." – os olhos dela brilhavam e a mesma estava com um sorriso gigante.

– Hum.

– Ah, deixe de ser chato! Você não está feliz por mim?

– Na verdade, não. Você não vai mais voltar naquela escola, vai hoje mesmo para a minha. Não sei como você está feliz.

– Você só me coloca para baixo. – resmungou, vindo comer também.

– Você está bonitona assim para quê? – perguntei, olhando a roupa dela.

– Deu vontade. – disse ela.

– Claro. – confirmei. – E então? Como você vai ser? Kyungsoo vai ver você... vai largar você... já está namorando... O quê é que vai ser?

– Ele disse que vai dar um jeito. – respondeu, ela ainda sorria. Via graça em tudo.

Que gracinha.

– Boa sorte. – desejei, sendo sincero.

– Obrigada. – falou e assentiu.

– E Kookie, o que você resolveu?

Ela suspirou.

– Acho que foi ilusão, mas ainda sinto algo por ele. Não sei ao certo...

– Dê espaço para ele e para si mesma. – disse eu.

Peguei a torradeira e coloquei dois pães de sanduíche nela. Servi leite em um copo e misturei com achocolatado enquanto esperava a torrada ficar pronta para Sayuri usar.

– E você? Se resolveu com o Jung? – Sayuri tem pés atrás com ele. Eu também teria se estivesse no lugar dela.

Comentei com ela ontem sobre o que havia acontecido mais cedo no mesmo dia. Ela disse que achou estranho, assim como eu. Sayuri está atualizada em tudo na minha vida e no que acontece à minha volta.

– Ouvi vozes ontem. Ouvi você falando "porra" algumas vezes. – completou.

– Você ouvia bem? Estava alto?

Ela negou.

– Se estivesse eu ia avisar você. Só dava para ouvir se eu me esforçasse.

Ri.

– Fofoqueira! Quer dizer que você estava se esforçando!

– Não estava não, é que você gritava as vezes! – alegou.

– Sei. – falei desconfiado, ainda sorrindo.

Tirei minhas torradas e fui me sentar. Foi a vez de Sayuri usar a torradeira.

– Não mude de assunto, vocês se resolveram ou não? – perguntou.

– É, digamos que sim. – eu disse isso para ver a reação dela.

– Como assim? – ela estava de costas para mim e fazia seu achocolatado. – Toda aquela gritaria foi atoa então?

– Hobi me deu uma aliança. – disse eu, tropelando a frase dela.

Sayuri me olhou no mesmo momento incrédula e logo soltou um sorriso malicioso e feliz.

– Me conta! – disse, puxando a cadeira a minha frente, se sentado.

– As torradas, Sayuri. – avisei.

Ela bufou e foi pega-las, depois se sentou a minha frente novamente, com achocolatado e as torradas.

– Agora me conta!

Então contei a ela o que aconteceu na noite passada. Quando acabei, ela tinha a cara de uma garota que acabara de ler algo fofo no celular de quem "ama".

– Aawn. – foi o som que ela fez. – Até que ele não é tão idiota quanto pensei. – disse, ficando seria. – Mas continua idiota. – completou.

Meu celular começou a tocar.

Namjoon, dizia na tela.

– Oi, bom dia. – atendi.

– Olá, Yoongi, e aí? Estou passando aí em cinco minutos, tudo bem?

– Sayuri pode ir junto? Ela entra hoje. – ela me lançou uma cara de questionamento: Ir junto aonde?

– Claro, mas só se ela não tiver problemas em ir no colo de alguém.

– Então tudo bem, espero você aqui.

Namjoon desligou.

Me pergunto se ele vai buscar Hoseok de novo, e torço para que sim. Quero que as duas pessoas que mais amo se dêem bem.

– Ir onde? – perguntou ela.

– Namjoon vai passar aqui em cinco minutos para irmos para a escola. – disse eu, me levantando.

Sayuri arregalou os olhos.

– Mas já? – ela praticamente jogou a louça na pia e saiu em disparada, subindo a escada de dois em dois degraus.

Eu só teria de escovar os dentes. Mais tarde lavo a louça, já estamos atrasados.

Limpei os farelos da mesa, depois subi as escadas e fui até meu banheiro escovar os dentes. Saí do banheiro, coloquei minha aliança (foda-se) e guardei minha carta na gaveta do criado mudo.

Olhei dentro da minha mochila e meus livros estavam ali.

Droga, tenho prova, eu esqueci totalmente, mas pouco importa, eu estudei ontem.

Coloquei minha mochila nas costas e fechei a porta de meu quarto, trancando-a e guardando a chave na mochila. Bati na porta de Sayuri que é ao lado da minha.

– Já vou! – berrou ela. A mesma parecia correr.

– Vamos logo, Sayuri! – apressei-a. – Você não está se maquiando, não é?!

Ela abriu a porta no mesmo instante e o cheiro de perfume a acompanhou.

– Você está querendo conquistar quem? – questionei.

– Eu não sei quando Kyungsoo vai aparecer. – ela deu de ombros passando pela porta e a fechando.

Sayuri trancou-a e guardou a chave.

Ouvi a buzina de Namjoon.

– Vamos. – falei. Andamos alguns passos. – Se comporte, pelo amor de Deus.

– Ah, qual é? Já basta a mamãe dizendo isso quando vamos sair, até parece que faço vocês passarem vergonha.

Abri a porta e Sayuri passou por ela, e a fechei atrás de mim a trancando.

Sayuri já estava na porta de trás do carro de Namjoon. Me aproximei do carro. Sayuri entrou e deu bom dia. Entrei e percebi que fui o segundo a ser buscado. O Jin já estava no carro.

– Bom dia. – disse eu.

O Jin me olhou pelo espelho.

– Bom dia. – respondeu.

– Bom dia. – disse Namjoon. – E aí, Sayuri, pronta para o primeiro dia?

Namjoon ligou o carro e deu partida.

– Pronta! – respondeu.

– Qual sua sala, Sah? – perguntou o Jin.

– Se não me engano é a 84. Meu armário é o 37.

– Se fodeu. – disse Namjoon e o Jin virou o rosto para ele. Eles trocaram olhares. – Desculpe. – pediu pelo palavrão. – Enfim, é ao lado do armário de Yuka e do outro lado tem a intercambista, a Miranda. Sabe a Miranda, Yoongi?

– Sei, mas não tenho nada contra ela. – disse eu.

– Acho ela metida. – disse Namjoon.

– Como você sabe que ela é metida? – pé o Jin com o ciúme evidente na voz.

Namjoon soltou um riso.

– Simplesmente sei. – deu de ombros.

– Já fizeram algum trabalho juntos? – perguntou.

Namjoon negou.

Olhei para Sayuri e ela disse "bultoureune" muda. Achei graça.

– E como você sabe? Você fica observando ela? – perguntou o Jin, agora olhando para a janela a sua direita.

– Jin, por favor – disse Namjoon, sorrindo. –, ela apenas aparenta, só isso. Você sabe que só tenho olhos para você.

Jin ficou quieto.

– Jin, deixe-me te perguntar uma coisa. – disse eu.

– Diga. – disse ele.

– Você desculpou o Hoseok ontem?

O Jin olhou por seu espelho e nossos olhos se encontraram.

– Já falei com ele sobre. – acrescentei.

– Bem, sim, desculpei. Você não tentou ver o lado dele? – disse ele.

– Sim, tentei, mas ele disse que você reagiu melhor que eu. – falei.

O Jin achou graça.

– O que você fez, Yoongi?

– Gritei com ele, óbvio. Você queria que eu aplaudice isso?

– Mas o que ele disse?

Suspirei.

– Muitas coisas. Disse, por exemplo, que ele não queria fazer aquelas coisas com você, que ele só fez porque achou que não daria em nada e porque ele precisava do dinheiro.

– E ele te disse para que o dinheiro era? – perguntou, ainda me olhando pelo espelho. Levantei minha mão e não precisou ser dito mais nada. – E como foi?! – perguntou com um sorriso nos lábios. Ele parecia estar feliz por mim.

– Podia ter sido melhor. – confessei. – Eu o fiz chorar.

– Ah, faz parte.

– Ele não explicou direito há tempo, então deu nisso. – dei de ombros. – Jin, por favor, diga que você vai se cuidar. Hoseok disse que esse cara tem um guarda costas e provável que esse cara ande armado.

Minha irmã arregalou os olhos, mas ficou em silêncio.

Jin voltou a olhar pelo espelho. Ele tinha a expressão de espanto, mas pareceu se ligar e achar que talvez fosse realmente provável de se esperar.

– Vou tomar cuidado sim, obrigado. – disse ele.

– Você tem ideia de quem possa ser? Hobi disse que não é o Jimin, mas ele está no meio. Sinto muito.

– Está tudo bem. – ele sorriu fraco. – E não, não tenho nenhuma ideia de quem seja. Mas para ser sincero, desconfio um bocado do Xiumin.

Paramos na casa de Jungkook. Namjoon buzinou.

Fiquei confuso.

– Xiumin?

– Você não acha estranho ele me beijar e depois ir a todo canto comigo? Ser amigável e nem me conhecer? – ele suspirou. – O problema também é que eu contei a ele de quem eu suspeitava. A essa altura, se for mesmo eles, Xiumin já avisou. Merda.

– Por que você fez isso?! – perguntei.

Jungkook abriu a porta do carro e minha irmã veio para o meio. Jungkook parecia pensar em várias coisas só pela sua expressão, mas não disse nada e se sentou. Sayuri não fez nada. Não deu bom dia, nem nada, apenas ficou na dela.

– Fiz porque eu estava chorando, precisava falar com alguém e ele surgiu na porta da minha casa. Então eu comecei a chorar mais e ele me abraçou – Namjoon ligou o carro e seguimos caminho. –, ele perguntou porque eu chorava e eu disse tudo o que eu pensava e sobre o porquê que eu desconfiava daquelas pessoas. Ele pareceu ficar rijo, e no fim, o mandei embora. Ele disse que voltaria quando eu estivesse pensando melhor e direito. – Jin ficou em silêncio por um instante e olhou para a janela ao seu lado. – Quer dizer, ele vai voltar mesmo depois do que eu disse a ele, o que é estranho. Porque se fosse qualquer outra pessoa, não diria nada, apenas iria embora. Não diria que voltaria.

– Bom dia, e do que vocês estão falando? E por que Sayuri está aqui? – foi Kookie que disse.

– Do Xiumin. – disse o Jin. – E a Sayuri-

– Deixa que eu respondo. – interferiu ela. O Jin deu espaço para ela falar. – Meu primeiro dia de aula na escola de vocês. – ela falou ríspida.

Jungkook estranhou. Ele olhava para ela como se não fosse a mesma.

Ele não disse nada sobre.

– O que tem Xiumin? – trocou de assunto.

– Mas você disse que desconfiava de quem? – perguntei.

– Eu estou desconfiado do Xiumin, Kookie. – respondeu, e Kookie fez uma expressão de eu sabia, mas ficou quieto. – Eu disse que suspeitava do Hoseok, do Taehyung, do pai do Namjoon e do Jimin.

– Espera, o pai do Namjoon? – perguntei, confuso.

Namjoon chegou na casa de Hoseok.

– Vem para o meu colo, Sayuri. – falei. Eu não queria fazer isso, mas não tinha mais espaço.

Namjoon buzinou. Ele parecia bravo.

– Ninguém me falou nada sobre isso. – protestou ela.

– Ah, mas eu avisei! – protestou Namjoon de volta.

– Você não meu deu tempo, saiu correndo. – disse eu.

Ela resmungou algo e soltou o cinto. Hoseok já vinha a caminho do carro. Sayuri se ajeitou e coloquei minha mochila no chão, e ela sentou no meu colo. Ouvi ela bufar, não pelo fato de sentar no colo, mas pelo fato de sentar no meu colo. Kookie veio para o meio e Hoseok entrou ao lado dele.

– Bom dia, Hoseok. – disse o Jin.

– Bom dia. – disse Hoseok sorrindo, não respondendo só para Jin, mas dando bom dia a todos.

Ele me olhou e sorri para ele: Obrigado pela carta.

Todos responderam Hoseok. Kookie deu um bom dia xoxo. Sayuri falou normal, não com tanta orgia, nem tão xoxo. Namjoon falou normal.

– Tudo bem, Hobi? – perguntei.

Ele assentiu.

– Então, Jin, você não me respondeu. – falei.

– Respondi o quê?

– Por que o pai do Namjoon? – perguntei de novo.

Silêncio.

– Namjoon, onde você está indo? – perguntou o Jin.

Olhei para a janela. Não era o caminho para a escola.

– Indo buscar o Taehyung. – disse Namjoon.

A pergunta é: Quem vai sentar no colo de quem?

Senti uma fisgada de ciúmes, pois eu já estava com Sayuri no meu colo. Quem sentaria no colo de Hobi? Ou vise-versa?

– Não fuja do assunto, Jin. – falei, preferindo expulsar o pensamento.

– Suspeito porque ele é esquisito, quieto, tem a tal empresa e não gritou com Namjoon quando viu Namjoon com a garota. Qual pai não gritaria? Também tem que ele ofereceu dinheiro ao Nam para ele levar garotas para sair. – disse o Jin, e logo olhou para Namjoon. Namjoon segurava a direção com força, parecia que iria quebrar a qualquer momento. – Desculpe. – cochichou o Jin para Namjoon.

Namjoon assentiu de leve, acho que ele estava mais bravo com o pai dele do que com o Jin.

– Ah, é esquisito mesmo. – comentei.

– Faz sentido – disse Kookie –, mas como ele conheceria Hoseok? E ainda por cima, conhecer o Jimin?

Jungkook olhou para o meu namorado a espera de respostas.

Hobi olhava para a janela, ele não falaria sobre aquilo.

– Quem garante que Hoseok não vai meter a boca no trombone? – completou Kookie, insinuando que Hoseok poderia falar ao chefe.

Eu não sabia o que falar e tive medo da reação de Hoseok.

– Jungkook, não. – foi o que falei.

– Acredito que ele não vá fazer isso. Não é, Hoseok? – disse Jin.

Hoseok estava sem expressão, o que é difícil acontecer, tanto é que não lembro disso acontecendo.

– Ninguém garante. – insistiu Jungkook.

– Quando você vai parar com isso e perceber que estou do lado de vocês? – disse Hoseok para Jungkook, calmo, falando devagar, como se Jungkook tivesse problemas em identificar as palavras.

– Quando você sair disso. – disse Jungkook. – E quando você disser quem está por trás disso. Chega de joguinhos.

– Que joguinhos? Você está louco? – disse Hoseok. – Não tem joguinho nenhum, Jungkook.

– Ele não vai falar nada, Jungkook, por favor, parem com isso. – falei, eu quase implorava.

– Quem garante? – repetiu Kookie para mim.

– Não é porque você acertou sobre Xiumin que você está certo sempre. – escapou.

Chegamos na casa de Taehyung.

– O quê? Não é nada disso. – disse Jungkook. – Eu apenas não tenho o porquê de acreditar nele. 

– Acho que você devia dar um voto de confiança. – disse eu. – Eu estou dando, isso que meus amigos correm risco de vida, se duvidar. Tenho certeza que Hoseok não abrirá o bico, se ele não se importa com vocês, pelo menos acredito que ele faria isso por mim.

Kookie ficou quieto. Eu sabia que ele ainda não tinha engolido aquilo, mas preferiu não debater. 

– Vocês que sabem. – foi o que ele disse.

Namjoon buzinou.

– Eu amo o amigo se vocês, e se ele se importa com vocês, eu acabo me importando também. Eu nunca fui esse cara que vocês pensam que eu sou. Nunca fui. – disse Hoseok e abriu a porta, saindo do carro.

Taehyung vinha em direção ao carro. Vi ele abrir um sorriso amigável para Hoseok e os dois fazerem um comprimento de mãos. Taehyung disse algo, mas não ouvi. Hoseok respondeu e Taehyung entrou no carro.

Taehyung cochichou algo para Kookie. Jungkook hesitou, mas no fim, aceitou, sendo lá o que for.

Jungkook se inclinou para a frente e Taehyung se encaixou embaixo dele, fazendo-o sentar em seu colo. Hobi entrou e fechou a porta.

Taehyung deve ter pedido para dar colo para o Jungkook, mas não sei o que fez Jungkook aceitar.

Namjoon deu partida.

– Bom dia, gente. – comprimentou Taehyung.

– Bom dia. – respondemos em uníssono.

– Qual seu nome? – perguntou Sayuri.

– Taehyung, prazer. Qual o seu?

– Sayuri. – disse. – Prazer.

– Estou pedido, quem é ela? – perguntou Taehyung para ninguém em especial.

– Minha irmã. – respondi.

– Pensei que fosse sua namorada. – brincou Taehyung. – Mentira, brincadeira. – ele sorriu. – Estava na cara. Hoseok não deixaria ninguém sentar no seu colo, e ela é parecida com você. Branca igual açúcar.

– Vou considerar um elogio. – disse Sayuri.

– E é. – disse Taehyung, e sorriu para ela. Não sei porquê, mas sinto que Taehyung está dando em cima da minha irmã. – Nova na escola, é?

– A-ham. – assentiu Sayuri. – Como é lá? Yoongi é chato e não fala comigo.

– Mentira! – disparei. – Você não tem vergonha na cara de falar isso de mim?

– Você é chatinho mesmo, amor. – disse Hobi.

Espremi os olhos para ele: Que mentira!

E ele me lançou aquele seu sorriso e não consegui ficar bravo, mas fiz beiçinho e virei o rosto.

– Viu? Até ele concorda. – disse Sayuri.

Vi ela sorrir para Hoseok que sorriu de volta, assentindo. Complô. Pelo menos estão se dando bem.

– Aish.

Taehyung riu. Pelo espelho de teto, consegui ver que o Jin sorria para a estrada e vez ou outra olhava de relance para Namjoon. Ele tinha amor no olhar. Tão fofo.

– Enfim, é legal? – perguntou Sayuri novamente para Taehyung.

– Com certeza. – disse Taehyung.

Taehyung falou com um fundo maior, só não sei qual.

– Humm! – disse Sayuri. – Está de olho em alguém, não é? – disparou.

Taehyung ficou vermelho. Ele parecia querer sair correndo.

– Não! – falou negando.

Vi que ele agarrou a cintura de Jungkook. Não consigo ver o rosto de Kookie.

Hoseok sorriu para a janela. Com certeza ele deve saber.

– Então o quê? – perguntou Sayuri. Ela quer o pegar na própria mentira.

– Ah, a escola em si é legal. Meus amigos estão lá, os professores são legais, uma escola exemplar... – Taehyung parou de falar de repente. – Quem eu quero enganar? Sim, gosto de alguém. – confessou.

Sayuri sorriu feliz consigo mesma.

– Garanhão! Nem te conheço e já sei disso. – disse ela, brincando. – E quem é a felizarda ou felizardo?

– A pessoa ainda não sabe. – disse Taehyung.

– Por quê? – Sayuri fechou o sorriso.

– Porque eu tenho medo. – confessou.

– Ah, isso faz parte. Mas você prefere se arrepender de nunca ter tentado e ter ficado imaginando como seria, ou de ter tentado e saber o que realmente não rolava? Você não sabe se essa pessoa também gosta de você. – disse Sayuri.

Taehyung pareceu pensar sobre.

– Vou ver o que eu faço, obrigado. – disse Taehyung.

– Disponha. – sorriu Sayuri, contente.

– Ei, quer que eu te acompanhe? Minha maneira de te agradecer. – ofereceu Taehyung.

Antes que Sayuri ou eu pudéssemos dizer algo, Hoseok se meteu no meio.

– Ah, vai se foder! Eu tentei ajudar! – disse ele.

– Mas não ajudou em nada. – disse Taehyung, rindo.

– Obrigado pela parte em que me toca. – disse Hoseok, irônico.

– Quer? – perguntou Taehyung novamente.

Foi minha vez de falar.

– E eu? Eu que sou irmão dela.

– Você não pode abrir mão disso, Yoongi? Juro que não peço mais nada para você.

Pensei sobre.

– Deixa, maninho! – disse Sayuri.

– Tudo bem, Sayuri que sabe. – disse eu, dando de ombros. Mas a verdade era que eu queria fazer isso.

Sayuri é minha irmã, é como se eu tivesse perdendo uma parte da vida dela. Como se eu tivesse deixando na mão de outra pessoa algo que eu poderia fazer e me divertir fazendo.

Sayuri se voltou a mim.

– Você não se importa, Yoongi? – perguntou realmente interessada, como se tivesse percebido.

– Se você quiser, pode ir. – falei e tentei fazer minha voz não vacilar. E, por sorte, não vacilou.

– Então eu topo! – disse Sayuri para Taehyung, saltitando em meu colo.

Foi uma jogada interessante dos dois. Sayuri pode conhecer os amigos de Taehyung e de Hoseok. Taehyung pode conhecer Sayuri enquanto mostra cada pedaço da escola.

– Anel novo? – perguntou Taehyung, olhando minha mão.

Ele sorriu. Devia saber. Ele e Hoseok são melhores amigos.